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A Casa: Quebradora de Maldições
A Casa: Quebradora de Maldições
A Casa: Quebradora de Maldições
E-book330 páginas4 horas

A Casa: Quebradora de Maldições

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Sobre este e-book

Aria De La Vega vivia uma vida bem mundana até herdar a casa.

Após chegar na casa, que descansa nas Montanhas Blue Ridge da Carolina, Aria conhece o homem de seus sonhos, descobre que a casa é mal-assombrada, é atacada por um fantasma, aprende sobre a Maldição Nativo-Americana que assombra a terra onde a casa descansa por mais de 130 anos e descobre que ela é a chave para desfazer tudo. E isso apenas nas primeiras 48 horas.

Com a ajuda de suas duas melhores amigas, Melissa, uma formidável advogada da Califórnia e Amy, a neta de uma curandeira Cherokee, Aria irá decifrar a maldição, lutará com uma força invisível decidida a destruí-la, lidará com a dolorosa punhalada da traição e apostar tudo para salvar a si e ao homem que ama.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento17 de fev. de 2019
ISBN9781547570867
A Casa: Quebradora de Maldições

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    Pré-visualização do livro

    A Casa - Charlie Daye

    ––––––––

    Todos os direitos reservados.

    Direitos autorais © 2012 Charlie Daye

    ISBN-13: 978-1478247630

    ISBN-10: 1478247630

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou outros métodos eletrônicos ou mecânicos, sem a permissão prévia por escrito do editor, exceto no caso de breves citações incorporadas, em revisões críticas e outros usos não comerciais permitidos pela lei de direitos autorais.

    Este livro é uma obra de ficção. Os nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação do escritor ou foram usados ficticiamente e não devem ser interpretados como reais. Quaisquer semelhanças com pessoas, vivas ou mortas, eventos reais, locais ou organizações são mera coincidência.

    Créditos da Foto da Capa: Erin Dameron-Hill, Stephen Vairo

    Dedicatória

    Para minhas musas...

    eu não teria conseguido sem vocês,

    e Vovô

    Eu sinto sua falta todos os dias.

    Eu sou grato a todos que me disseram não.

    É por causa deles que eu mesmo fiz.

    Albert Einstein

    Prólogo

    Era sexta-feira. Eu estava sentada em meu cubículo, no centro de chamadas, onde parecia que eu tinha passado metade da minha vida.

    Conectada à minha mesa por um fone de ouvido e respondendo chamadas e chamadas de pessoas que tinham perguntas sobre o seguro, quer tenham sido em acidente, quer tenham tido algo roubado delas ou quisessem alegar danos de furacão. O Furacão Isabel havia detonado a costa naquele verão. A maioria dos danos haviam sido árvores derrubadas e coisas do tipo, mas a maioria das pessoas ainda sentiam como se aquilo fosse o fim do mundo.

    A chefe havia chamado uma reunião de pessoal cerca de uma hora atrás e informado a todos nós que nós estaríamos trabalhando horas extras obrigatórias, turnos de 12 horas, 7 dias por semana. Então, naquela hora ao final de uma sexta-feira, eu estava prestes a bater minha cabeça na mesa—repetidamente.

    Meu time consistia em 12 pessoas. O nome da minha chefe era Gloria. Nós nos dávamos muito bem e saíamos juntas na maioria dos finais de semana. Ela morava em uma bela casa com uma piscina e hidromassagem no quintal e quando você vivia em Phoenix e seus 46 graus Celsius na sombra, uma piscina se torna sua melhor amiga, mesmo que pareça água de banho morna quando você entra.

    Barb era outra mulher em seu time que andava conosco ocasionalmente. Eu amava Barb. Ela e seu marido Ian haviam se mudado da Inglaterra e eu amava ouvi-los falar. Não dá para não amar aquele sotaque!

    Naquela sexta-feira à tarde, nós três havíamos feito planos de sair para jantar à noite. Tinha um restaurante Mexicano maravilhoso em Anthem, onde Ian e Barb moravam, que nós queríamos ir. Margaritas e comida mexicana—era a maneira perfeita de relaxar após um longo e cansativo dia.

    Eu tinha cerca de 3 horas para completar meu turno e decidi ligar para o hospital de veteranos em Prescott para checar se estava tudo bem com meu avô. Ele havia sido diagnosticado com câncer haviam três meses e os médicos o admitiram no hospital VA para mantê-lo confortável.

    Quando eles descobriram o câncer, já não havia mais nada que eles pudessem fazer por ele. O câncer havia se espalhado completamente, então era apenas questão de tempo antes que Vovô deixasse esse mundo.

    Quando eu liguei para o hospital, eles me transferiram para o quarto do Vovô. Uma mulher respondeu o telefone, Olá.

    Olá, Mãe. Eu disse, Como está o Vovô?

    Ela respondeu em um sussurro quase silencioso, Ele está bem. Ele está dormindo agora.

    Eu soltei um longo suspiro. Okay, eu só queria checar como ele estava. Eu vou sair para jantar com algumas amigas hoje à noite e estarei aí pela manhã cedo.

    Nós saímos do telefone e eu comecei a trabalhar novamente. Eu instantaneamente senti que era hora de ir! Eu precisava me levantar, dizer à minha chefe que eu tinha que sair e correr porta a fora! Mas eu não fui. Eu me convenci de que eu estava apenas sendo paranoica e que estava ansiosa para o jantar com meus amigos. Então, eu ignorei o desejo incontrolável de ir embora.

    O dia se passou sem maiores incidentes. Na hora que nós nos levantamos para sair já estava escuro lá fora. O sol já havia começado a se pôr. Eu andei até a mesa de Gloria para sair com ela quando meu celular tocou. Eu respondi, Olá.

    Era minha mãe. Ela estava soluçando histericamente e eu não conseguia entender uma palavra sequer do que ela falava. Mãe, o que você está dizendo? Eu não estou entendendo. A chamada caiu. Já que minha mãe estava ficando na casa de meus avós, eu tentei lá primeiro. Uma mulher chamada Ginny atendeu o telefone.

    Olá.

    Olá, Ginny. É Aria. Eu acabei de receber uma ligação da minha mãe e eu não consegui entender coisa alguma do que ela disse. Você sabe onde ela está?

    Ginny suspirou. Querida. Seu avô faleceu alguns minutos atrás.

    Foi apenas agora que eu podia ouvir minha avó soluçando de fundo. Eu sentia como se eu tivesse sido esmurrada por uma tonelada de tijolos. Eu derrubei meu telefone e caí em joelhos, derrubei minha cabeça em minhas mãos e comecei a chorar. Gloria correu ao redor de sua mesa e me levantou, me colocando na cadeira que estava diretamente em frente à sua mesa. Ela disse, Aria, você está bem?

    Eu olhei para ela enquanto as lágrimas escorriam por minhas bochechas e disse, Vovô acabou de morrer. Eu preciso ir lá. Eu preciso estar com a minha família agora. Gloria se ajoelhou ao meu lado, colocando uma mão em minhas costas tentando me consolar, de forma solidária e disse Aria, seu avô já se foi e não tem muito que você possa fazer se você for lá essa noite. Já são sete da noite e é uma viagem de pelo menos 2 horas. Além disso, você precisa comer e amigos são exatamente o que você precisa agora.

    Nós deixamos o escritório e saímos à garagem. Eu subi em meu pequeno Ford Escort preto e segui dirigindo à Anthem. Nem precisava dizer, meu coração não queria mais tomar margaritas e comer comida mexicana. Eu decidi ligar para minha irmãzinha para informa-la do que acontecera. Infelizmente, toda vez que eu ligava para ela não havia resposta. Então, eu fiz uma nota mental para mim mesma de ligar para ela depois de comer.

    Nós chegamos ao restaurante e estava lotado. Nenhuma surpresa ali. Quando a comida é boa e a atmosfera é perfeita, você não poderia esperar nada menos.

    Barb havia chegado antes de mim e aparentemente informado Ian do que havia acontecido no escritório. Então, quando eu entrei pela porta do restaurante, Ian já está lá me abraçando em um grande abraço me dizendo como ele sentia muito. 

    Eu estava lá jantando com meus amigos, mas minha cabeça e coração não estavam ali. Eu sentia como se eu tivesse tendo um sonho ruim de que não conseguia acordar. Tudo que eu queria fazer era sair correndo do restaurante e seguir ao norte. Por alguma razão, eu sentia que se eu apenas pudesse chegar em Prescott, eu poderia provar para todo mundo que Vovô não estava morto. Eu podia consertar tudo. Mas no fundo eu sabia que nada seria o mesmo novamente.

    Dias após o funeral, a família se reuniu para discutir o testamente. Como deveria ser, a maioria das posses de meu avô haviam sido deixadas para minha avó. Alguns itens haviam sido dados para alguns de seus filhos e alguns aos seus netos.

    Vovô era um homem de família. Ele teve 8 filhos e 17 netos. Eu era a mais velha dos dezessete. Também haviam rumores de que eu era sua favorita. Então, não havia sido surpresa alguma para ninguém além de mim mesma, que Vovô me deixara uma propriedade que ele tinha nas Montanhas Blue Ridge na Carolina do Norte em seu testemunho.

    Os quatro filhos mais velhos todos riram dissimuladamente e fizeram comentários sarcásticos quando eles descobriram que eu havia herdado a propriedade. Eu acredito que inveja era a palavra perfeita para descrever seus sentimentos. Eles eram todos casados e tinham filhos e sentiam que eles que deveriam ter ficado com a propriedade.

    Vovô havia casado duas vezes e teve quatro filhos com cada esposa. Os primeiros quatro filhos nunca apareciam por ali e apenas mandavam fotos e cartões nas festividades de final de ano. Havia uma certa inimizade entre os oito filhos. Os primeiros quatro nunca realmente consideravam os outros quatro filhos como parte da família. Definitivamente não era a minha ideia de família; mas eu suponho que cada família tenha seus problemas.

    Eu fiquei honrada com o presente que eu havia recebido. Eu não me sentia merecedora, mas eu iria, claro, honrar os desejos de meu avô. Então, eu falei com minha chefe e tirei trinta dias de licença e comprei passagens para viajar para Asheville, NC.

    Capítulo Um

    Algumas semanas mais tarde, eu voei para Carolina do Norte para dar uma olhada na propriedade. Eu sabia que era velha e provavelmente iria precisar de algum trabalho. Eu estava meio que empolgada porque eu vivo para reparos de melhoras de casa. Sim, eu definitivamente estava canalizando o espírito de meu avô—ele tinha uma empresa de construção, afinal de contas.

    Eu cheguei em Asheville no fim da tarde. A brisa de outubro era nítida, mas refrescante após sentar em um avião por 5 horas. Eu aluguei um carro e segui para dirigir pelas montanhas arborizadas da Carolina do Norte.

    Era um caminho lindo. As folhas nas árvores já haviam começado a mudar de cor para a estação, vermelho escuro, vermelho claro, laranja, amarelo e algumas árvores ainda estavam salpicadas com verde, mas não muitas. As árvores pareciam estar dançando uma melodia há muito esquecida enquanto seus galhos balançavam e vibravam no ar fresco da noite.

    As montanhas eram lindas, para dizer o mínimo. Haviam montanhas rolantes e paisagens de tirar o fôlego para onde quer que olhasse. As cidades por onde eu dirigia eram pitorescas. Elas meio que me lembravam de Mayberry com duas ruas, lojas e árvores que mamãe e papai tinham dos dois lados da rua. Nada como Arizona, onde tudo que você podia ver eram milhas de areia e cactos e a única mudança de cor que você tem é quando os céus iam de azul para marrom-lamento durante as tempestades de areia.

    Algumas das vitrines das lojinhas tinham decorações de Halloween, alguns tinham a decoração da colheita de outono. Haviam aboboras esculpidas alinhando as ruas e as famílias passavam andando por elas, indo e vindo, aproveitando a noite clara de outono. Eu pensei para mim mesma, eu acho que eu poderia realmente gostar daqui.

    Após de dirigir cerca de uma hora, eu tinha finalmente alcançado minha saída. Não haviam sinais visíveis da localização da casa, apenas um pequeno sinal bem embaixo do nível do olho com a letra D nele. Eu fiz meu retorno e procedi pela estrada suja.

    A estrada era escura e agourenta e extremamente congestionada pela vegetação. Haviam árvores que haviam crescido tanto que os galhos arranhavam o topo do meu carro alugado ao dirigir pela estrada, como unhas em um quadro negro. Além das moitas protuberantes na estrada que batiam em meu espelho lateral e de cada sombra, parecia que alguém ou algo se movia na floresta.   Hmm. Isso é meio bizarro. Talvez eu devesse ter esperado até amanhecer para vir aqui; eu definitivamente irei precisar ligar para uma empresa de paisagismo logo cedo pela manhã para fazer essa estrada um pouco mais amigável. Eu disse alto para ninguém em particular. Apenas lhe fez sentir melhor ouvir algo além dos arranhões no teto do carro. 

    Após dirigir por cerca de duas milhas, eu finalmente entrei em uma clareira. Lá, assentada no centro da clareira estava a casa mais belamente rústica que eu já tinha visto.

    Vendo que já estava quase escuro, eu fiquei surpresa de encontrar todas as luzes exteriores acesas; como se alguém estivesse à minha espera. Esse pensamento apenas me passou pela cabeça por um breve momento, enquanto eu admirava a beleza dos meus arredores.

    A casa era uma cabana de dois andares, estilo mansão. Tinha um telhado em formato de A, com uma sacada arrodeando todo o segundo andar e uma enorme varanda ao redor do primeiro andar. No segundo andar, eu podia ver um conjunto de portas francesas que abriam para a sacada com janelas ladeadas nos dois lados. A frente da porta da casa era uma porta magnificamente grande que tinha uma janela retangular de vitral em seu centro. Nos dois lados da casa haviam janelas retangulares, feitas de vidro claro, apenas cerca de 12 centímetros de largura, mas elas eram da mesma altura que a porta. Todos outros espaços da casa estavam cobertos por janelas. Era definitivamente algo incrível de ver.

    Os jardins eram bem conservados. Realmente parecia que alguém tinha cortado a grama que cercava a casa, recentemente. O que era um pouco estranho considerando que a casa estava vazia há anos.

    Eu dirigi meu carro até a entrada de cascalho e estacionei em frente à garagem que ficava bem ao lado direito da casa. Eu realmente sentia como se eu estivesse em um passeio prazeroso pela floresta.

    A casa ficava situada no centro do vazio circular na floresta que a cercava. A folhagem era tão grossa que você mal podia ver mais de um ou dois pés a sua frente.

    Eu subi as escadas para a frente da porta e puxei minhas chaves para destrava-la quando eu subitamente tive a sensação sufocadora de estar sendo vigiada.

    Então, eu não gosto de dizer que eu sou médium ou algo dessa natureza, mas, no passado eu previ um evento ou outro e sei quando algo está definitivamente errado. Essa era uma dessas vezes. Eu não sabia o que ou quem me observava, mas o que quer que fosse, não era bom.

    Eu me virei e pressionei minhas costas na porta. Eu fiz a varredura nos dois lados da varanda e no máximo que pude ver da propriedade. No entanto, se alguém estivesse escondido na floresta, eu não teria como vê-los de qualquer forma. Parecia que estava ficando mais escuro a cada minuto e tudo que eu queria fazer era entrar na casa e fechar a porta. Eu me preocuparia com as minhas bagagens mais tarde.

    Eu mexi em minhas chaves, mantenho minhas costas para a porta, finalmente localizando a que iria destrancar a porta para que eu pudesse me trancar dentro de casa. Examinei a área mais uma vez antes de me virar de costas para ela e abrir a porta. Eu queria ter certeza que ninguém estivesse tentando me espreitar.

    Eu fechei rapidamente a porta, corri para dentro, fechei a porta ao fazê-lo e tranquei. Eu parei por um momento contra a porta, tentando me situar novamente. Quando meu coração parou de acelerar, eu ri alto para mim mesma, Sua idiota! Quem poderia realmente querer acampar na floresta em frente a uma casa que vem estado vazia por anos, esperando por uma garota desavisada vir para a cidade? Absolutamente ridículo!

    Após ficar parada em pé por mais alguns segundos para que meus olhos pudessem se ajustar à fraca luz que vinha de fora, eu vi um conjunto de interruptor na parede e liguei todos, um por um. E simples assim, toda a escuridão desapareceu, um cômodo de cada vez. A casa se tornou quente e convidadora e eu estava ansiosa para explorá-la. 

    Olhando ao redor de minha atual localização, eu não fiquei surpresa ao descobrir que eu estava parada em uma sala de estar. A sala também era mais do que uma entrada para a casa, também se alongava até o corredor. Havia um grande arco no fim do corredor. Todas as paredes eram pintadas de um tipo de bege cremoso e tinha guarnição de madeira. Os chãos eram todos de madeira cor de mel. Era adorável.

    Eu comecei a explorar o quarto à minha esquerda. Era uma sala de estar gigante, completa com uma lareira de pedra imensa e uma grande escada que levava ao centro do quarto. As paredes nesta sala estavam forradas com painéis de madeira que quase combinavam com o chão. A escada era coberta de um carpete creme. O quarto estava completamente mobiliado, mas cada peça de mobília estava coberta com panos de pó. Eu queria subir as escadas mas decidi acabar de explorar embaixo primeiro.

    O próximo quarto que eu fui era o que tinha a porta fechada. Eu entrei no que parecia ser uma livraria ou um escritório. Tinha uma mesa grande no meio do quarto—mais uma vez cobertos por um pano—e cada parede no quarto estava coberta até o teto de estantes estufadas de livros. Outra curiosidade que poderia esperar para outro momento.

    Eu saí daquele quarto e segui em direção ao fim do corredor. Eu atravessei a arcada e entrei em uma enorme cozinha gourmet, completa com bancadas laminadas—aquelas seriam as primeiras a serem trocadas, eu pensei. Armários de carvalho ladeavam a parede dos fundos da cozinha e uma ilha independente do mesmo comprimento, ficava no centro da cozinha. Eu notei uma pia de porcelana antiga na ilha que eu verificaria pela manhã a sua condição, considerando substituí-las.

    Diretamente em frente à ilha havia uma marquise em forma de terraço que havia sido feito para uso como um local para comer. Com mesa gigante e cadeiras incluso! Eu notei uma porta do lado de fora do terraço que levava à parte de trás da casa, mas decidi esperar pela manhã para explorar lá fora.

    Não sei bem o que é sobre abrir armários em uma casa nova, mas é o que eu fiz. E, para minha surpresa eles estavam abastecidos com pratos, copos, talheres, potes e panelas. Isso era definitivamente um bônus! Agora eu não teria que gastar dinheiro nessas coisas.

    Depois que eu terminei de explorar a cozinha eu segui de volta para a sala de estar para subir as escadas. Ao andar pela sala eu notei uma porta atrás da escadaria. Eu me aventurei em dar uma olhada. Era um pequeno lavabo completo com uma pia pedestal bege e uma toalete. O espelho em cima da pia tinha começado a se deformar com a idade então eu decidi adicionar aquilo à minha lista de coisas para consertar.

    Eu subi as escadas e fui recebida com uma porta diretamente em frente a mim. O que terminou sendo outro banheiro. Esse, graças a Deus, era um banheiro completo. Banheira e chuveiro inclusos. As paredes eram pintadas de espuma do mar verde. Eu não estava certa se eu estava louca sobre a cor, mas eu iria esperar até a manhã para decidir se iria muda-la.

    O andar de cima da casa inteiro era tapetado com o mesmo carpete bege que as escadas. No segundo piso também era aberto para o primeiro piso para fazer a sala de estar, parecer maior e o caminho para o segundo andar meio que me lembrava de uma passarela. 

    À minha direita, havia uma pequena área de sótão—complementados com mobília, claro—com um conjunto de portas duplas que eu podia apenas pensar que eram as que eu havia visto na frente da casa que levava ao terraço. À minha esquerda, havia um pequeno corredor que desaparecia atrás da porta do banheiro, uma porta localizada diagonalmente em frente à porta do banheiro e uma diretamente em frente ao banheiro. Mas, para chegar a essa você teria que andar pela passarela.

    Haviam duas portas no fim do pequeno corredor, uma diretamente em frente à outra. As duas acabaram sendo quartos com camas de dossel e grandes janelas localizadas nas duas paredes.

    No quarto seguinte que eu entrei havia uma forma diagonal do banheiro. Isso era mais uma grande suíte do que um quarto. Havia uma cama queen size com dossel com seu próprio banheiro e um conjunto de portas duplas que levavam até sua própria varanda. Eu tinha assumido que essa era a suíte máster até que eu entrei no último quarto no andar de cima.

    Esse quarto era imenso! Havia uma imensa cama king size com uma grande cabeceira contra a parede centrada no quarto. Haviam enormes janelas nos dois lados da cama e outro conjunto de portas duplas que levavam até outra varanda particular. À esquerda das portas havia um banheiro privado com uma banheira de hidromassagem e um chuveiro. O quarto também se orgulhava de um closet que era maior do que meu último apartamento.

    Considerando que agora eu era a nova dona desse castelo, eu não vi razão pela qual eu não deveria fazer desse o meu quarto! Desde que eu havia sido sortuda o suficiente para encontrar pratos lá embaixo eu estava esperando por lençóis para a cama também. Após procurar em cada closet e cada gaveta na casa—eu me dei bem! Eu encontrei um closet onde haviam lençóis para todas as camas. Eu peguei o que eu precisava e fui fazer minha cama para a noite.

    Quando eu acabei, eu me joguei na cama e decidi ligar para minha melhor amiga, Melissa. 

    Melissa e eu nos conhecemos na sexta série. Nós sentávamos ao lado uma da outra na aula de geografia da Sra. Molina. Deus, nós odiávamos aquela aula! Olhando para trás agora, eu posso rir disso, mas naquela época... nem tanto.

    Melissa era uma garota bonita. Ela tinha o cabelo preto como as asas de um corvo que descia em cascadas pelas costas e tinha alguns dos cachos espirais mais estreitos que eu já vira. Sua pele era cor de caramelo e seus olhos tão profundos como a noite. Melissa era pequena e me lembrava uma delicada boneca de porcelana. Ela era, no entanto, longe de ser delicada.

    Eu, sendo a pessoa direta que eu sou tinha algumas perguntas para ela, Com licença?

    Ela olhou para mim, Sim?

    Qual o seu nome?

    Ela sorrira, Melissa.

    Oi, Melissa, eu sou Aria. Posso te fazer uma pergunta?

    Claro, vá em frente.

    Então, o que você é—negra ou mexicana?

    Para mim isso parecia uma questão lógica vindo de um bairro como o que eu cresci. Ou você era negra, ou branca ou mexicana e eu queria saber qual ela se encaixava.

    Melissa explodiu em risos. Por um minute eu pensei que ela fosse cair de sua cadeira. Sorrindo de orelha a orelha, ela olhou para mim e disse, Nenhuma, eu sou peruana. Daquele momento em diante, nos tornamos inseparáveis.

    Com o passar dos anos, nada havia mudado em Melissa exceto pelo cabelo. Agora estava liso e mais claro do que antes e ela podia ser mais malvada do que nunca, mas eu a amava como uma irmã.

    Eu disquei seu número. Ela respondeu na terceira chamada. Olá?

    Oi, Mel!

    Oi! Como você está? Você chegou bem aí?

    Cheguei.

    E... como é?

    "Oh, Mel, é lindo! A casa

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