A criação do conhecimento real exterior
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Sobre este e-book
Tenha a certeza de que, ao ingressar nesta leitura, você estará ingressando, também, numa viagem sem passagem de volta. Seu mundo ficará diferente. Você passará a olhar para seu mundo racional com outros olhos. Ao ler esta obra, entenda que você será colocado e testado no limite de sua capacidade racional. Terá que enfrentar a incerteza de trabalhar no limiar de sua existência e que decidir por seu destino.
Esta é uma obra para aqueles que não entendem a razão da baixa qualidade dos resultados alcançados em seu esforço racional de aprender, para aqueles que não se contentam em replicar comportamentos. Certamente, irá gerar impactos importantíssimos em sua vida e em premissas e visões que norteiam nosso sistema educacional, pois nela são discutidos e desvendados os mistérios da geração do conhecimento do mundo exterior. Aquele conhecimento que é cobrado na escola.
Invista nessa passagem de ida e permita-se ingressar nessa aventura sem volta. Desfrute de seus resultados que, certamente, mudarão em definitivo sua história, sua percepção de olhar para seu mundo e de entender o mundo de seus semelhantes.
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A criação do conhecimento real exterior - Gerson Kniphoff da Cruz
Editora Appris Ltda.
1ª Edição – Copyright© 2016 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.
Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIEDADE
Dedico a você, que decidiu pela viagem.
___________________________
Agradeço pela vida.
Apresentação
Brincar de carrinho e colecionar pequenas pedras coloridas, guardando-as no meio do canavial. Trepar no pé de bergamota, escorregar pelos galhos que se curvavam de tão carregados e ficar com o corpo exalando o cheiro gostoso da bergamota nativa. Correr descalço e jogar futebol até escurecer. Sentir dor quando a ponta do dedão do pé raspava na quadra de concreto do colégio. Brincar e pular na areia, mesmo que seja aquela da caixa de salto em distância. Varrer o pátio da escola para poder jogar bolinha de gude. Balançar num balanço suspenso por uma corda de mais de 5 metros de comprimento, amarrada num galho de um enorme abacateiro ao lado da igreja matriz. Como era bom sentir o friozinho na barriga e o medo pela altura que ele alcançava. Como é bom poder, hoje, relembrar isso tudo.
Tinha orgulho de poder participar da preparação das festas juninas, de comemorar o dia da árvore, do índio, o dia da pátria e o da bandeira. Não entendia, mas tinha orgulho em poder auxiliar na limpeza do pátio da escola e manter a sala de aula limpa para poderem utilizá-la em outras atividades.
Entretanto, sinto enorme frustração porque passei anos tentando relembrar essas coisas sem conseguir. Não entendia o motivo. Por outro lado, fico feliz de poder ter estudado e, hoje, finalizado minhas interpretações que me permitiram chegar a essas lembranças maravilhosas de minha infância. Sofri muito, mas estou feliz por todas essas alegrias que estavam bloqueadas, porém armazenadas em mim. Sigo, hoje, meu lema: antes tarde do que mais tarde. É um lema importantíssimo para quem quer ser feliz.
Sou natural do interior do município de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul. Era um distrito chamado Mato Leitão e, hoje, é o município Mato Leitão. Lá, tive minhas primeiras lições na escola. Posteriormente, fui morar com minha família na sede do município. Ingressei na 5ª série e, logo de cara, fui reprovado. Preferia ficar mais do lado de fora da sala de aula do que dentro dela. E foi assim sempre, até chegar ao ensino médio e, posteriormente, à Universidade. Nesse momento, fui obrigado a estudar. Assumi com meu pai o compromisso de fazer isso e fiz. Finalizei meu curso de graduação em Física em ⁷ semestres – um semestre a menos do que o tempo normal. Fui o primeiro de minha turma a se formar. Entendo que saí com formação ruim da graduação, mas fui adiante. Completei meu programa de mestrado e de doutorado em Ciências, Física Aplicada num dos melhores e maiores institutos de Física da América Latina, o Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo. Como posso ter tido tal formação ou desempenho se sempre fui tachado de aluno ruim na escola?
Neste livro, não tenho a intensão de escrever uma autobiografia, porém faço um paralelo com minha vida acadêmica, pois foi esse laboratório autobiográfico que me fez desenvolver a teoria que aqui é apresentada. Foram mais de duas décadas e meia desde os trabalhos iniciais. Talvez o capítulo 1 leve a essa associação, mas, ao redigi-lo, não tive a intensão.
Este livro não apresenta referências bibliográficas em relação às teorias e aos questionamentos discutidos. Isso ocorre porque, nos últimos oito anos, decidi que me fecharia para analisar e concluir sobre meus resultados. Já me perguntaram se alguém já teria escrito algo como o que estou propondo. Minha resposta foi de que não sei e cabe aos que lerem dar essa resposta. A você, quero dizer que, mesmo nascido e vivido numa vila completamente desconhecida no interior do país, pude chegar longe. Para isso, bastou entender como as coisas funcionam. Foi o que eu aprendi. Escrevi certa vez: Somente entende a Ciência quem sabe como ela é construída
.
Este livro objetiva exatamente apresentar uma teoria que pode auxiliar no entendimento de como o conhecimento é gerado em nossa vida. Se não é essa a maneira efetiva de geração do conhecimento, eu particularmente acredito que esteja bastante próxima da verdadeira. Nesta obra, procurei desvendar o mistério que é o ato de pensar
, pois, independentemente de qual seja a filosofia de conhecimento, você não encontrará uma resposta a essa questão que considero fundamental para o ensino. Para mim, é clara a relação entre a aprendizagem e a criação do conhecimento real exterior, mas, durante toda minha vida, nunca entendi o motivo das teorias de aprendizagem
não tratarem clara e abertamente sobre essa questão.
Preciso agradecer do fundo de meu coração à minha esposa, Cláudia: te amo, meu amor. Preciso agradecer primeiro por estar ao meu lado e segundo por ter me dado a possibilidade de receber a benção divina de poder cuidar de dois filhos maravilhosos, João Roberto e João Inácio. Sem a presença desses filhos maravilhosos, certamente eu não teria atingido a maturidade para finalizar minhas interpretações. Só tenho a agradecer.
Enfim, escrevo este livro para compartilhar essa ideia. Para cada afirmação que apresento, tento formalizar e/ou descrever uma atividade que comprove a veracidade da afirmação. Como autor, fico na expectativa de que gostem e que me auxiliem a confirmar e a tornar sólida minha teoria. Uma teoria só é forte quando submetida a testes incessantes.
Ponta Grossa, 23 de outubro de 2015.
O Autor
Prefácio
Considero uma honra e satisfação fazer o prefácio do livro do Prof. Dr. Gerson Kniphoff da Cruz, e, sendo assim, não posso deixar de relatar alguns momentos em que o então aluno e monitor participou da rotina do Laboratório de Física da PUC-RS. Gerson foi daqueles monitores que marcaram sua passagem pelo LAB I. Ele é quase sempre um dos citados nos encontros de professores, ex-professores, monitores e ex-monitores. O Poff foi um dos monitores que realmente contribuíram para o sucesso do método de ensino utilizado no LAB I. Cabe ressaltar que, ao ser citado em seu livro, fato que me disparou uma grande emoção, explico que fui um dos professores que aplicaram essa metodologia que foi desenvolvida por várias mãos. Mas essas muitas mãos estão ligadas a um corpo
e, como principais integrantes desse corpo
, estão os professores João Carlos Gasparin e Cláudio Galli. É importante também ressaltar que o Laboratório permanecia aberto para o trabalho dos alunos e era visitado por outros professores e ex-alunos em busca de chimarrão
. Com esse amargo
, surgiam conversas de todas as naturezas. Somente para citar uma delas: qual a diferença entre rasgar um papel e cortá-lo com uma tesoura? Quem é o real responsável pela água chegar à nossa boca por meio da bomba de chimarrão?
. É lógico que surgiam as mais diferentes respostas e que, certamente, mexiam com todos os participantes.
É importante também citar, neste prefácio, a justa homenagem feita pelo autor ao Prof. Julius Ernest Sporket. Este era um Professor! Creio que não há quem tenha convivido com ele e tenha certeza da resposta à pergunta: Ele caminha ou flutua?
. Claro que tratamos de uma figura de linguagem, mas, em minha cabeça de aluno, ele flutuava
.
Momentos de nostalgia passados e tecendo minhas opiniões sobre o livro A Criação do Conhecimento Real Exterior, começo dizendo que é de aparente facilidade de leitura. Sua linguagem é acessível e flui bem, mas suas ideias ficam gravitando em volta da leitura e, em muitos momentos, parei para reler com outros olhos
o que tinha percebido na primeira passagem. É um livro que causa muitas inquietações sobre os métodos e as formas atuais de ensino que, em sua aplicação, formam cada vez menos. Coloca frases sobre as conversas com os alunos, que são, no mínimo, preocupantes. Citando como um dos muitos exemplos: Costumo dizer a eles que possuem tudo, mas ao mesmo tempo não possuem nada
. Concordo com a colocação e a pergunta do autor sobre os atuais procedimentos dos alunos para gravar nossas aulas: em que local ficam as fotos dos