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No campo da educação escolar indígena
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E-book153 páginas2 horas

No campo da educação escolar indígena

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Sobre este e-book

Baseando-se em reflexões sobre a infância Guarani, este livro dedica-se a pensar sobre o quanto processos de ensino e aprendizagens infantis, vivenciados fora da escola, podem contribuir para planejamentos docentes mais pautados em teorias indígenas do conhecimento. A partir de pesquisas realizadas junto a uma comunidade Mbya-Guarani na região central do Rio Grande do Sul, discute-se a ideia de campo da educação escolar indígena, pontuando as relações entre noção de pessoa, território, interculturalidade e gestão educacional.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2015
ISBN9788581926438
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    No campo da educação escolar indígena - Suzana Cavalheiro de Jesus

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2015 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Aos kiryngue

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço primeiramente aos Mbya-Guarani que vivem e que já passaram por Santa Maria, desde a época em que pesquisei o acampamento, especialmente a Mariano, Kerexu, Cesáreo, Luiza, Adelino, Amélia, Valdomiro, Fábio e todos com quem tive a oportunidade de conviver no período da pesquisa. Agradeço a Juca, Hugo, Sibelina, Paulinho, Irineu, Fabiano, Julia, Priscila, Adriano e Rosana, que quando jovens e crianças me permitiram compartilhar de suas trajetórias de aprendizagem e muito me ensinaram.

    Às amigas e professoras Guarani Patrícia e Sandra. Aos amigos Guarani da tekoa Ko’enju e de Kunhã Piru. Aos estudantes e equipe da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, cujos diálogos motivaram-me a retornar aos dados da pesquisa de dissertação de mestrado para pensar o planejamento docente na educação escolar indígena.

    À amiga Daiane Amaral, pela companhia nos trabalhos de campo, em reuniões, oficinas de formação de professores, discussões e escutas etnográficas.

    Ao DOM/UFSM e ao NEPI/UFSC pelos momentos de diálogos sobre Antropologia, Educação e Infância.

    Aos antropólogos e professores Maria Catarina Zanini (UFSM), Guilherme Sá (UnB), Ana Maria Rabelo Gomes (UFMG), Clarice Cohn (UFSCAR) e Sérgio Baptista da Silva (UFRGS), pelos diálogos, leituras e sugestões sobre a pesquisa no acampamento Guarani de Santa Maria.

    À Ceres Karam Brum, minha orientadora de Mestrado, interlocutora e autora do prefácio deste livro.

    À Antonella Maria Imperatriz Tassinari, orientadora de outras pesquisas e projetos sobre antropologia da criança e teorias indígenas do conhecimento, que influenciaram sobremaneira a escrita que aqui apresento.

    Aos meus pais e irmão pelo apoio e confiança depositada no caminho que escolhi.

    Ao Anderson, pelo companheirismo, pela compreensão de minha ausência e apoio incondicional.

    PREFÁCIO

    Em diversas cidades brasileiras a presença de grupos indígenas nos seus espaços urbanos vem sendo uma constante que desafia a interpretação antropológica. Ela toca diretamente nas relações de alteridade e possibilidades de aceitação da diferença, num contexto em que as trocas culturais são percebidas como necessárias, mas entravadas por políticas públicas de eficácia relativa e que esbarram em um imaginário desfavorável de boa parte do mundo branco, no que diz respeito à presença dos índios no urbano.

    Suzana Cavalheiro de Jesus, na pesquisa que resultou em sua dissertação de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria, enfrentou o difícil desafio deste entendimento com relação aos Mbya-Guarani em Santa Maria. Segundo a autora, o grupo apresenta uma memória desta ocupação territorial que remonta os últimos 20 anos, além de um conjunto de praticas que os inscreve no cenário contemporâneo da circulação transnacional dos Guarani, em diálogo com a já conhecida busca da terra sem males, já analisado por inúmeros pesquisadores, ao longo de sua história.

    O trabalho de Suzana, nos leva ao encontro dos Guarani de uma maneira singela e inteligente. O grupo foi estudado através de um conjunto de trabalhos de campo baseado na observação participante dos quais resultou essa etnografia. Tive a oportunidade, como sua professora e orientadora, de acompanhar esse belo processo de interlocução iniciado no Calçadão de Santa Maria, onde o grupo vende artesanato e que culminou com o seu trabalho como alfabetizadora e mediadora das demandas do grupo, através do projeto Arandu.

    Para além dos limites da publicação de uma dissertação de mestrado muito qualificada, este livro se constitui em uma importante interpretação na seara da Antropologia da Educação, que analisa as políticas públicas no campo escolar indígena e seu impacto à realidade dos Mbya-Guarani que habitam o urbano de Santa Maria.

    O promissor campo da Etnologia educacional no Brasil, com a pesquisa de Suzana Cavalheiro de Jesus, recebe um trabalho ímpar que analisa as particularidades e complexidades da relação entre a educação bilíngue prevista na Constituição Federal de 1988, sua inexequibilidade em cenário de acampamento como era o caso dos Guarani, frente aos seus anseios de escolarização sem escola, como analisa a autora.

    Desde os seus primeiros diálogos com o grupo, mostrados ao longo dessa fascinante narrativa etnográfica, se percebe o desejo e a busca desta autonomia por parte dos Guarani. Ao seu desejo de alfabetização sem escola também se soma sua busca por terra, saúde e melhores condições materiais e espirituais para a reconfiguração de seu ethos. Vale ressaltar que o grupo encontrou na Suzana uma pesquisadora atenta e aberta a acolhida de suas demandas em termos de intermediação com estado, município, universidade entre tantos outros atores presentes nesta relação de outramento.

    Neste livro, o leitor encontrará uma narrativa sobre a tensão das trocas culturais e suas vicissitudes relatadas nas vozes Mbya-Guarani. Bem como a dificuldade da concretização das políticas públicas frente à dinâmica de um grupo ainda sem território, mas que incessantemente territorializa seus espaços. Por fim, e principalmente o leitor encontrará o desejo de uma antropóloga de ação, que para alavancar as demandas de seus interlocutores Guarani, os interpela em seus desejos e se coloca igualmente como intérprete de suas práticas.

    Ceres Karam Brum

    Professora do Departamento de Ciências Sociais da UFSM

    APRESENTAÇÃO

    Este livro visa um convite ao diálogo sobre educação e infância no planejamento docente da educação escolar indígena. Configura-se em uma versão reformulada da minha dissertação de mestrado, defendida em 2011 no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da

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