Do Mar do Caribe à Beira do Madeira: Historiografia, Cultura e Imigração
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Do Mar do Caribe à Beira do Madeira - Cledenice Blackman
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
Em especial, à minha mãe, Leonilce de Nazaré Blackman.
A minhas irmãs, Barneth Bezerra Pereira Costa, Beatriz Bezerra Pereira Costa, Márcia Adriana Shockness Arrais e Mônica Cristina Redman de Farias .
Aos irmãos Célio Arrais, Rogério Shockness, Romisson Shockness e Samuel Henrique de Castro.
A minhas afilhadas: Lara Melissa Shockness Arrais, Marcele Hadriele Shockness Martins e Viviane dos Santos Rhodius.
A minhas tias Anália Blackman e Maria Ester Blackman.
A todas as famílias afro-antilhanas que resistiram, ao tempo e às adversidades, e ainda residem, em Porto Velho, Belém, Manaus e outras regiões brasileiras, mas de forma peculiar aos representantes das famílias: Blackman, Dubois, Harvey, Holder, Johnson, Maloney, Redman, Rhodius, Siqueira (Squires) e Shockness.
À memória de meus bisavôs maternos: Preston Blackman e Constânça Goodrich; e aos avôs maternos: Elton Blackman e Maria Rocha Blackman.
À memória do professor James da Silva Taveira, o primeiro a saber sobre nossas intenções de pesquisa e grande incentivador.
A todos(as) que possibilitaram nossa viagem por outros mares nunca antes navegados, aos(às) apaixonados(as) pela história, historiografia, identidade, imigração e cultura da população afro-antilhana.
AGRADECIMENTOS
Muitas foram as pessoas que estiveram presentes nesta viagem transcontinental e que ajudaram de forma direta ou indireta na realização deste trabalho, investigação e sonho que se materializa por meio da publicação deste livro. Não conseguirei listar, mencionar e declarar todas as pessoas que contribuíram para me tornar a professora, a bibliotecária, a escritora, a pesquisadora, ou melhor, a profissional e pessoa que me tornei; e que de certa maneira ajudaram na minha trajetória. Contudo gostaria de agradecer o apoio indispensável de algumas pessoas:
Aos amigos e colegas de infância que residiram no melhor
Bairro Triângulo em Porto Velho, que fazem parte da minha memória e que trazem lindas lembranças: Auxiliadora, Alzira, Greice Denny (Eva), Daniele, Karla (Daliane), Estevão, Lucineide, Lucivânia, Elisabeth, Elisângela, Seu Estácio (em memória), D. Graça, Hilda, Janileila, Jô, Jean, Ivone, Irenalva, Nathaniel (Zézinho), Manassés (Mana), Marcos (Quinho), Marcos (Marquito), Rita, Rodrigo (meu Nego), Theol, Taciana (Tuca) e tantos outros, assim como as crianças, adolescentes e famílias que tornaram a nossa infância mais leve, feliz, fraterna e acima de tudo solidária.
Às minhas queridas professoras da Escola Jardim de Infância Branca de Neve
e do Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra
: Débora Medeiros Camargo e Waldira Sarmento.
Aos meus queridos professores da Fundação Universidade Federal de Rondônia, que sempre incentivaram e acreditaram em nossa proposta inovadora sobre os(as) afro-antilhanos(as) em Porto Velho, respectivamente em outros estados pertencente à Amazônia. À minha querida Prof.ª Dr.ª Lilian Maria Moser, a qual chamo aqui carinhosamente de mãe intelectual
; e ao Prof. Dr. Alexandre Pacheco, pela base teórica e bons conselhos. Agradecimento extensivo aos(às) demais professores(as).
A todos os amigos e colegas, os(as) guardiões(ãs) do tempo e da memória
, com os quais convivi durante os quatro anos do meu primeiro curso acadêmico: História/Unir (2003/2006).
Aos professores da segunda graduação em Biblioteconomia/Unir (2009/2013). Em especial à Prof.ª M.ª Aurineide Alves Braga, Prof. M.e Fernando Bittencourt e Prof. M.e Marcelo Batista Oliveira.
Aos(Às) amigos(as) do curso de Biblioteconomia (2009/2013) e hoje parceiros(as) de jornada informacional, que contribuem e facilitam ao acesso da informação, da cultura do livro e da leitura. Os(as) seguidores(as) de Ranganathan – bibliotecários(as)/documentalistas: Gizele de Melo Viana, Luã Silva Mendonça e Pedro Paulo Almeida. À Miriã Santana Veiga bibliotecária/documentalista mais visionária que conheci e que me presenteou em 11 de outubro de 2009, na I Semana Acadêmica do curso de Biblioteconomia/Unir, com uma canetinha preta e disse: Essa caneta é para você assinar a ata do seu doutorado!
E, assim, estamos em busca da titulação do doutoramento em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
, campus Marília.
Aos(Às) amigos(as), colegas e familiares que pertencem à Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Estadual de Educação, que sempre me incentivaram a seguir o caminho da pesquisa e da escrita da história da comunidade afro-antilhana, em especial ao casal Kaltman Shockness Simôa e Mariléia Simôa; agradecimento extensivo aos demais docentes e profissionais em educação que nos apoiaram.
A Danielly Rodrigues presente da Semed/Difom.
Aos servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, que nos acolheram de maneira humanizadora e profissional, a Beatriz Bezerra Pereira da Costa (irmã do coração), Cleonice Cabral Costa, Cris Daiane Dorado Gomes Serra, Nivam do Rosário Nascimento e Marta Silva Paulo Quirino. Perpassando os(as) colegas e amigos(as) que integram o Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia e Tecnologias/Ifro. Em especial à Prof.ª Dr.ª Rosa Martins Costa Pereira, Prof.ª Dr.ª Iza Reis Gomes e à M.ª Rosália Aparecida da Silva.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo financiamento de parte desta pesquisa, a qual oportunizou este produto literário.
À Analton Alves, Michele Noé e Saulo Sousa pelas sugestões no desdobramento do projeto e constante apoio.
A todos os familiares de remanescentes dos(das) imigrantes
afro--antilhanos(as) de Porto Velho, Belém, Manaus, Rio de Janeiro e Vitória pela participação (...), colaboração e confiança no fornecimento de materiais e informações que contribuíram de forma essencial para a realização deste livro.
Ao Ser supremo, criador e mantenedor!
Aonde for levo cada um de vocês comigo!
Prefácio
S.E. Tonika Sealy Thompson
Embaixadora de Barbados no Brasil
Eu assumi o papel de embaixadora de Barbados no Brasil entusiasmada com a ideia de conexão com a diáspora barbadiana aqui neste país. Eu já estava encantada com o Brasil, tendo estudado na Bahia e sendo capaz de relacionar-me diretamente com brasileiros por meio do meu conhecimento da língua portuguesa. Claro que não foi apenas o presente no Brasil, mas a sobrevivência do passado aqui, que me atraiu a este vasto e complexo país, um país que, apesar de seus aspectos únicos, brota da mesma história que o meu. Aquela história da plantação, o tráfico de escravos no Atlântico e a diáspora resultante, e a luta por independência, liberdade e desenvolvimento ligam nossas duas nações ainda hoje.
Todavia, senti algo nos tornando ainda mais próximos uns dos outros, algo ainda mais presente e imediato. Essa força que me atraía era meu anseio por uma conexão diaspórica. Tal anseio repousa fundo em todas as pessoas que se encontraram dispersadas de um lar imaginado, mas não mais do que para os povos africanos e indígenas, cuja dispersão foi majoritariamente involuntária. Contudo, agora eu tenho uma maneira muito especial de acessar essa diáspora e de acalmar esse anseio. Meu povo empreendeu uma segunda jornada, voluntariamente, apesar dos imperativos econômicos. Eu, portanto, tive o extraordinário sentimento de que este lugar, o Brasil, era também um lugar ao qual eu poderia chamar de lar.
Eu tornaria uma prioridade do meu período de nomeação no Brasil descobrir este lar longe de casa, esta comunidade do meu povo que estava tão longe de seu país de origem e, ainda, tão realizados em construir um lar. Seria o extraordinário trabalho da Dra. Cledenice Blackman que se tornaria meu guia nessa jornada e minha inspiração para ajudar a contar essa história diaspórica ao meu próprio modo também.
A comunidade de Porto Velho em Rondônia, como explica a Dra. Blackman neste livro, é uma instalação barbadiana histórica de migrantes que vieram para construir uma ferrovia [...] a ferrovia Madeira Mamoré e ficaram para construir um lar, e é um elo, um vínculo vital na diáspora barbadiana. A comunidade iria prosseguir não somente para contribuir com a infraestrutura deste estado no Brasil, mas em especial, no caso das mulheres fazendo contribuições pioneiras para as áreas da educação, saúde e cultura em Porto Velho e no Brasil, ou seja, em todo o país. É tão importante e, certamente, afortunado, que a comunidade e a diáspora barbadianas/os e seus descendentes tenham encontrado uma tão brilhante, consciente e comprometida escritora e pesquisadora de nossa incrível história na Dra. Blackman.
De fato, ela não apenas nos leva a visualizar as extraordinárias estratégias, coragem e criatividade do nosso povo, desde a sobrevivência através do Atlântico até a delineação de uma diáspora barbadiana latino-americana no Brasil, no Panamá e em Cuba, mas ela faz muito mais. Com a história que ela conta, e como escreve, nosso povo torna-se o centro da narrativa. Já não devemos inserir-nos em histórias coloniais ou imperiais, mas tornou-se diferente daquelas construções históricas aliadas ao poder colonizador, hoje, descontruímos a nossa história regional e mundial da maneira como era contada. De modo consequente, Dra. Blackman junta uma rica história de políticos, poetas, historiadores e trabalhadores caribenhos, que insistiram em contar a nossa história/narrativa, da nossa maneira.
Sua narrativa também revela a história de outros, de distintos atores e agentes da história que, muito frequentemente, remanescem atrás das cenas. Nós conseguimos conectar nossa comunidade barbadiana a outras migrações advindas da pós-emancipação de outras ilhas Caribenhas na busca de trabalho e uma vida melhor. Nós podemos, como já mencionei, conectar essa comunidade àquelas em outras partes do Brasil, como Belém, assim como àquelas no Panamá e em Cuba, nos proporcionando, graças à sua visão, uma nova perspectiva de nós mesmos como um povo poderoso e regional.
Da mesma forma, posso conectar essa comunidade/sociedade às muitas comunidades do Brasil pós-emancipação, que mudaram-se por trabalho, por oportunidade e