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Campo Historiográfico-Educacional e Ensino
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E-book183 páginas2 horas

Campo Historiográfico-Educacional e Ensino

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Sobre este e-book

O livro Campo historiográfico-educacional e ensino apresenta mais do que um balanço das análises acerca de um tema pouco prestigiado. Apesar de, a princípio, parecer que um levantamento nos termos da produção do que se denominam aqui estudos e pesquisas sobre o Ensino de História da Educação – EHE seria de fácil realização, devido ao conhecimento empírico da observação corrente, que apontava para um número limitado de produção, situação essa desalentadora em termos de atenção e de produção, também indicada por muitos autores que tentaram desenvolver reflexões acerca do tema, verificou-se, porém, que não é bem assim.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de jul. de 2020
ISBN9786555231182
Campo Historiográfico-Educacional e Ensino

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    Campo Historiográfico-Educacional e Ensino - José Roberto Gomes Rodrigues

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Para Sônia, Roberto Vítor, Raísa e Juliana,

    que tiveram de suportar, uma vez mais,

    minhas viagens e ausências.

    AGRADECIMENTOS

    Ao amigo Luciano, pelo acompanhamento da pesquisa desde as ideias iniciais, pelas sugestões e pela abertura de oportunidades de debates e diálogos com o tema e nos encontros no Projeto Moderno, Modernidade e Modernização (PMMM), do projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil. Também pela atenção pessoal e de seus familiares em Belo Horizonte. E mais uma vez, ainda, pela escrita do préfácio.

    Ao Gephe, pelo acolhimento da proposta de projeto e pela abertura à valorização do tema.

    À FaE-UFMG, programa de pós-graduação Conhecimento e Inclusão Social, por me receber mais uma vez nas suas dependências físicas e nos espaços institucionais, acadêmicos e científicos, dessa vez, como pós-doutorando.

    Ao CNPq pelo financiamento da pesquisa por meio da concessão de uma bolsa de pós-doutorado júnior (PDJ), garantindo a realização e a conclusão da pesquisa.

    Ao amigo, Prof. Rogério Campos, pela boa acolhida mais uma vez em BH, com todo nosso espírito baiano em terras mineiras.

    À secretaria da pós na FaE-UFMG, pela cordialidade e pela gentileza no encaminhamento de solicitações e requerimentos, na pessoa de Daniele.

    Ao amigo Sérgio e à amiga Marli, ambos da biblioteca, pela gentileza e amizade, renovadas durante a minha estada nos trabalhos na FaE-UFMG.

    Ao Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação e Disciplinas Escolares (Gephede) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) na pessoa de Décio Gatti Jr., pela acolhida para uma discussão em reunião técnica do projeto, ainda no início, com os membros do grupo nas dependências da própria universidade.

    Ao colega, Francisco Silva, que aceitou de bom grado a minha substituição para ministrar a disciplina História da Educação no Departamento de Ciências Humanas de Juazeiro, na Uneb (DCH-Juazeiro/Uneb).

    Ao colegiado de Pedagogia, DCH-Juazeiro/Uneb, na pessoa do colega José Flávio, por compreender a importância de um trabalho desse tipo e providenciar o encaminhamento da minha liberação.

    PREFÁCIO

    A história das disciplinas escolares tem demonstrado que, de forma sistemática, o fortalecimento acadêmico de uma disciplina tem implicado que seus praticantes esqueçam as questões relativas ao seu ensino. Fazem-no por razões políticas e epistemológicas: politicamente, porque as questões relativas ao ensino são consideradas menos importantes e prestigiadas, sendo vistas quase como um preço indevido a ser pago para que a disciplina exista e tenha continuidade. Do ponto de vista epistemológico, o ensino é visto como coisa menos séria e menos complexa que, no mais das vezes, coloca obstáculos ao refinamento conceitual e, portanto, mais do que favorecer, dificulta a consagração da disciplina e, por conseguinte, de seus praticantes.

    Se esse é um caminho mais ou menos usual na história das disciplinas de origem acadêmica, não parece ser diferente no caso das disciplinas oriundas do mundo do ensino e que, em algum momento, almejam o reconhecimento científico. O caso da História da Educação, analisado neste livro por José Roberto Gomes Rodrigues, parece confirmá-lo. Nascida como disciplina subsidiária, seja do ensino, seja da educação comparada, a História da Educação logrou conquistar um destacado reconhecimento no campo da pesquisa em Educação nas últimas décadas.

    Vários estudos demonstram que, qualquer que seja o critério acadêmico utilizado – publicação indexada, número de periódicos, coleções em editoras consagradas, grupos de pesquisa, bolsas de produtividade em pesquisa, disciplinas na pós-graduação, número e abrangência de eventos −, a disciplina História da Educação sempre aparece nas primeiras posições de importância no campo. No entanto, e talvez por isso mesmo, quando o assunto é o Ensino de História da Educação o enredo não é o mesmo. Nas discussões sobre o ensino, não apenas chegamos tardiamente, como também nosso acúmulo ainda é muito pequeno.

    O trabalho ora publicado por José Roberto cumpre, a esse respeito, um importante papel. Ao fazer uma radiografia da produção brasileira sobre o Ensino de História da Educação, o livro contribui tanto para o conhecimento quanto para uma tomada de posição sobre o assunto. Nesse sentido, implica e interessa tanto aos pesquisadores e às pesquisadoras, como às instituições de ensino e pesquisa e de representação científica da área.

    Percebe-se, a partir dos dados reunidos no livro, que a produção já não é tão pequena quanto há alguns anos, porém é multifacetada e, como sempre, mais densa em algumas regiões e instituições, mais rarefeita em outras. No entanto, de modo geral, incorporamos o Ensino de História da Educação como objeto de nossas pesquisas sobre o passado, mas ainda continuamos fugindo das discussões relativas ao que fazer na/da sala de aula no presente.

    Conforme chamamos a atenção em outra ocasião¹, percebe-se que, ao tratar da História da Educação, professores/investigadores/praticantes da disciplina produziram textos que podem ser classificados, de forma geral, em quatro gêneros. No primeiro, há uma produção que é expressiva, não somente pelo seu número, mas também pela capacidade de capturar atenções e constituir horizonte de reflexão, que é constituída por textos que se propõem a estabelecer princípios pedagógicos e/ou filosóficos, quando não políticos, para o Ensino de História da Educação. Via de regra, se referem às suas finalidades socioculturais e pedagógicas, e à sua importância na formação de professores.

    Outro tipo de texto refere-se àqueles que se propõem a produzir relatos memorialísticos sobre as experiências de professores e/ou estudantes da disciplina História da Educação. São textos produzidos normalmente a partir de solicitação de colegas, para integrarem coletâneas, ou são resultados de entrevistas para as revistas da área. Trata-se, de modo geral, de pesquisadores consagrados, com larga experiência na pesquisa, que são mobilizados para tornar memória coletiva aquilo que até então é memória individual ou, quando muito, de um reduzido grupo.

    Há também, em terceiro lugar, os textos de relatos de experiências realizadas nas salas de aula de História da Educação por todo o país e, em alguns casos, no exterior. São professores da disciplina que, buscando renovar o seu ensino, desenvolvem experiências significativas e buscam compartilhar essas experiências com outros praticantes do ofício. São textos que, notadamente, procuram demonstrar a necessidade e a viabilidade de dinamizar e/ou renovar o ensino da disciplina pela exploração de recursos e/ou metodologias que, de alguma forma, mobilizam os alunos. Chama a atenção, aqui, pela qualidade de suas proposições, um conjunto de textos que mobilizam a literatura, o cinema e os museus ou centros de memória para o Ensino de História da Educação.

    Outro conjunto de textos pretende comunicar o resultado de investigações levadas a cabo por pesquisadores que se interessam pelo tema do Ensino de História da Educação. Aqui, os mais tradicionais são aqueles textos que se referem a estudos de levantamento e/ou de estado da arte da pesquisa sobre o tema. Esses textos foram (e são) fundamentais para demonstrar o quanto o tema passava ao largo da preocupação da comunidade de historiadores da Educação. Há, também, textos que comunicam investigações realizadas sobre os livros didáticos utilizados para o Ensino de História da Educação ao longo do século XX. Tais estudos são, de modo geral, desdobramentos dos questionários a que seus autores vinham submetendo os livros e os materiais impressos como fontes e/ou objetos de pesquisa da História da Educação ou, em alguns casos, do ensino de História.

    Não menos importantes nessa vertente que apresenta resultado de investigações são aqueles textos que lidam e lançam o olhar sobre os programas de ensino e deles extraem, de forma analítica, os conteúdos, as temporalidades, as abordagens, as bibliografias mobilizadas pelos professores de História da Educação ao organizarem o ensino da disciplina. Por fim, não se pode esquecer aqueles trabalhos que se voltam para o entendimento do lugar institucional da disciplina, ou seja, lugar ocupado pela História da Educação nos currículos das escolas normais e dos cursos de licenciatura, nos departamentos de Educação, notadamente, mas também nos departamentos de História, e suas relações com as demais disciplinas dos cursos.

    Nossa área, como as demais do ensino superior, sente-se mais à vontade e impelida a fazer interrogações sobre o outro, para o nosso passado, para o passado da disciplina e de seu ensino, mas pouco temos nos interrogado sobre aquilo que fazemos, hoje, em nossas aulas de História da Educação. Nesse sentido, o livro é, também, uma denúncia de nossas interdições e dificuldades.

    Como se pode ver, são muitas as razões para que o livro de José Roberto Gomes Rodrigues seja leitura obrigatória para todos aqueles e aquelas que se dedicam ao estudo, à pesquisa e ao Ensino da História da Educação. Revela e interroga a área e nos convida a pensar sobre nossa própria experiência e sobre nossos horizontes de expectativas.

    Belo Horizonte, outono de 2017.

    Luciano Mendes de Faria Filho

    Professor titular da FaE/UFMG

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