Nas ondas do mar carioca:: o moderno e as tradições vistos a partir da história dos pescadores da Colônia Z-13 na praia de Copacabana
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Sobre este e-book
Com um plano de normatizar e também de nacionalizar a pesca, as Colônias foram instituídas. Aqueles que não aceitaram se nacionalizar foram proibidos de exercer legalmente a pesca. Aos que se enquadraram no novo modelo de trabalho, foi prometido, entre outras coisas, escola para os trabalhadores e suas famílias, assistência médica e odontológica, além de melhoria das condições de trabalho e doação de insumos pesqueiros para melhorarem suas condições de vida.
A construção deste trabalho demandou dois anos de pesquisa, então tendo como tema "Pescadores artesanais na praia de Copacabana – Histórias e Memórias / Tradições e Temporalidades". Agora em forma de livro, convida a uma leitura sobre a construção de uma comunidade tradicional. Portanto, o que aqui se apresenta é o entendimento e a importância da oficialização da pesca para os trabalhadores, sua evolução ao longo dos anos e como o Estado suporta, hoje, os sujeitos que fazem parte dessa atividade. Especificamente, aqueles alocados no Posto Seis em Copacabana, que são parte integrante da Colônia Z-13.
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Nas ondas do mar carioca: - Luzimar Soares Bernardo
Luzimar Soares Bernardo
Nas ondas do mar carioca:
o moderno e as tradições vistos a partir da história dos pescadores
da Colônia Z-13 na praia de Copacabana
São Paulo
e-Manuscrito
2020
PREFÁCIO
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito o mar
Pescador quando sai
Nunca sabe se volta
Nem sabe se fica
Quanta gente perdeu
Seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
(O mar, Dorival Caymmi)
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um Domingo azul
[...]
(Girassol/ Belle de Jour, Alceu Valença)
É uma tarde em Copacabana. O calçadão de pedras portuguesas projetado por Burle Marx está repleto de gente. Misturam-se cores, cheiros e sabores numa balbúrdia infernal que combina quiosques, esportes e ambulantes. Dentre eles, reconheço uma moça bonita que se destaca não só pela beleza, mas pelo seu jeito.
Ela é uma mistura complexa. Nordestina de nascimento, paulista de trabalho e carioca de coração. Ela segue com passo firme para o Posto 6, o final da praia. Lá ela encontrará as personagens que compõem este livro e conhecerá mil estórias de pescadores e da Colônia Z-13. Um paradoxo, segundo a autora (moça bonita). Nesse fim de praia as contradições da cidade do Rio de Janeiro se anunciam profundas.
Na praia conhecida mundialmente há um lugar que se diferencia, que se mantém como tradição da cultura caiçara e que dá à Copacabana a condição de praia paradoxal, provocando a curiosidade daqueles que observam o trabalho dos pescadores, tapados por gente fazendo stand-up.
Como é possível que a praia de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, possa ter um convívio tão estranho e exótico? Que nessa praia, cantada em prosa e verso, tenhamos, lado a lado, a tradição e o novo e até o novíssimo?
Prezados leitores, para obter as respostas a essas indagações, vocês terão de mergulhar fundo neste livro. Devem, destemidos, enfrentar os perigos do mar revolto que o livro apresenta, porque o que lerão é novo; é um dos primeiros estudos sobre essas contradições e se dedica a realizar uma etnografia e uma história dos pescadores e da Colônia Z-13.
Para dar conta das indagações que formulei, a moça bonita, também autora, ouviu estórias, observou o cotidiano da Colônia e dos pescadores, conviveu com eles e realizou uma história impecável. Pode parecer um elogio de quem leu este trabalho em primeira mão ou uma qualificação que foge ao linguajar acadêmico, mas acentuo que não é.
O livro é um trabalho de descobertas que foram sendo feitas aos poucos durante longos anos e que decorreram da intenção inicial da autora de realizar um projeto sobre o lixo na praia de Copacabana. Aos poucos, a moça bonita percebeu que o lixo fazia parte de uma Copacabana bacana que não era dos pescadores, mas da gente bonita e bronzeada da Zona Sul carioca.
Essas descobertas despertaram a curiosidade da autora, que as foi processando até olhar e encontrar, curiosa, os pescadores. Era o destino que conspirava. O que ela via provocava alguma coisa em sua mente. Olhar para a vida dos pescadores era como ver a sua trajetória de vida, onde a luta para sobreviver era intensa e cotidiana. A surpresa do encontro dos pescadores na praia de Copacabana tocou fundo o coração da nordestina acostumada com as resistências e com os obstáculos que a vida oferecia.
Este livro é, assim, resultado de uma relação emocional e intelectual; de uma simbiose de estórias traduzidas e interpretadas por outra história. O trabalho de pesquisa foi intenso e pesado. A ida aos arquivos, as dificuldades de documentação, o trabalho das entrevistas e de suas transcrições foram aturados pela beleza das estórias. Todo esse trabalho ganhou um porto seguro neste livro.
Entretanto, para completar e finalizar a façanha de publicar este livro, a autora teve de passar por testes fortes que combinavam trabalho e estudo. A dissertação que originou este livro foi cheia de idas e vindas, atrapalhadas pela ponte aérea São Paulo-Rio. Por leituras em horas e lugares que jamais imaginaríamos.
Por tudo isso, o que vocês, leitores, lerão não é uma dissertação comum. Ela tem muito mais de vida do que de academia. A autora estabeleceu uma estratégia narrativa que flui e garante a importância das interpretações que nos ajudam a entender não só os paradoxos, mas outra história, aquela de resistências e lutas, de defesa de tradições em meio à especulação urbana.
Para nos dar essa história, a autora teve de mostrar como surgiu a ideia de Colônia de pescadores e como elas estabeleceram a inclusão das comunidades de pescadores. Uma história complicada que é apresentada através da documentação oficial e da imprensa, permitindo que nós leitores possamos compreender, para o bem e para o mal, a história das políticas públicas de pesca no Brasil, narrada no capítulo I. Essa contextualização prepara os dois capítulos que se seguem.
O capítulo II mergulha na profundeza do universo dos pescadores e da Colônia, respondendo ao paradoxo entre o moderno e o tradicional. Para isso, a autora mobiliza textos e documentos que formam a história de Copacabana através das transformações urbanas da cidade do Rio de Janeiro, especialmente a partir dos anos 1940, criando uma atmosfera que nos leva a entender como foi difícil o convívio entre pescadores e Colônia e a Copacabana princesinha do mar.
O capítulo III completa a atmosfera criada pelo capítulo anterior. Nele ganham vida os pescadores; suas experiências e vivências, suas lutas e resistências e principalmente a manutenção dos modos de pescar, da arte da pesca, junto com as limitações e os inconvenientes do progresso de Copacabana. É o coroamento do paradoxo que permite que mesmo leitores que não conheçam Copacabana imaginem a paisagem: uma praia conhecida mundialmente e um espaço e lugar de memórias.
Agora, só me resta recomendar que vocês leitores entrem no livro, ele será um mergulho num tema que combina dificuldades com singelezas. E permitam que eu diga que a melhor maneira de conhecer o livro, a chave de sua leitura, é a singeleza. Aproveitem!
Niterói - RJ, 29 de fevereiro de 2020.
Antonio Edmilson M. Rodrigues
(historiador e professor da UERJ e da PUC-Rio)
Dedico este trabalho às mulheres da família, destacando:
Vicentina Máxima Soares, mãe
Josefa Dinorá Bernardo de Sousa, irmã
Dinar Soares Bernardo Marcelino, irmã
Josefa Rosimar Soares Bernardo Queiroz, irmã
Josefa Lucimar Soares Bernardo, irmã
Josefa Roselene Soares Bernardo, irmã
AGRADECIMENTOS
É imperioso iniciar os agradecimentos por aqueles que me incentivaram desde a mais tenra infância: meus pais. Eles que – apesar de ser ela analfabeta e ele semianalfabeto – buscaram sempre mandar todos os filhos para a escola. Mesmo que esta fosse precária, e o docente fosse responsável por todos os alunos, independentemente do ano escolar. Uma das mais importantes lembranças de infância é o anoitecer, quando nos reuníamos em volta da mesa, à luz de lamparina, para mostrarmos as lições do dia. Portanto, ao senhor José Bernardo Filho e à senhora Vicentina Máxima Soares, toda a gratidão e o apreço.
A busca por aprendizado e crescimento intelectual é constante, porém para este estudo, em especial, é necessário ressaltar a gentileza, presteza e amabilidade (in memoriam) do Professor Doutor Antonio Carlos Robert Moraes (USP). Quando fomos apresentados por um amigo em comum – Renato Cezar Munhoz, a quem, obviamente, agradeço imensamente – o popularmente conhecido Tonico em momento algum hesitou em ler, orientar e direcionar caminhos, bibliografias e desafiar o conhecimento. Quis o destino que ele deixasse este plano, e foi necessário trilhar novos caminhos.
No período em que frequentei as aulas na USP, foi-me dada a oportunidade de interagir com todos os alunos do curso de Pós-Graduação da Geografia. Lá, fui agraciada com a amizade de Luciene Pereira Carris Cardoso, à época, aluna de Pós-Doutorado. Desde então tornou-se minha incentivadora, leitora crítica, orientadora, suporte e acolhedora em sua casa, quando me desloquei até o Rio de Janeiro para efetuar a pesquisa. Apresentou-me a um novo universo e a pessoas incríveis.
No decorrer do processo de busca para ingresso em uma instituição, prestei provas em algumas universidades nas quais fui reprovada. Cada reprovação me ensinou a não desistir e buscar, cada vez mais, melhorar o conhecimento. Durante essas construções e desconstruções de projetos, busca por referências bibliográficas, noites em claro e ansiedade, sempre esteve ao meu lado meu amigo Iládio Davanse, que foi, entre outras coisas, meu leitor mais crítico e também meu maior incentivador desde antes da graduação.
O ingresso na PUC-SP contou com o suporte de muitos amigos que me incentivaram a vir para essa instituição, além de indicarem obras importantíssimas que compuseram o projeto depositado e aceito. Assim, àqueles que dedicaram energia para me apoiar, dentre tantos, quero destacar os queridos Ângela, Henry, João e Mariana, todos egressos dessa instituição, com conhecimento para alicerçar suas afirmativas ao incentivar o ingresso.
À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que, através de suporte financeiro, proporcionou bolsa taxa, permitindo, assim, menor grau de estresse e, por conseguinte, maior tranquilidade para a efetivação da pesquisa. Salientando que o auxílio de bolsa é de extrema importância para a continuidade do exercício da pesquisa em quaisquer programas de extensão.
À PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e ao Programa de Pós-Graduação em História, por intermédio de seu representante, William, que dá suporte aos discentes, colocando-nos sempre a par dos assuntos relacionados aos acontecimentos acadêmicos. Bem como auxiliando-nos em todos os procedimentos burocráticos, recepcionando material e contribuindo para o crescimento das pesquisas.
Um agradecimento especial à minha orientadora, Professora Doutora Estefânia Knotz Canguçu Fraga, que brilhantemente orientou-me. Com dedicação e atenção, colocou-me nos trilhos da História, através de suas intervenções nos textos e orientações na escrita, incentivou-me na continuidade dos estudos. A orientação irretocável foi norte para o resultado do trabalho.
Aos dois professores que compuseram a banca, todo respeito e apreço. O Professor Doutor Amilcar Torrão Filho, docente nessa casa, guiou-me nos primeiros seminários, aclarando meu conhecimento sobre literatura de viagens, e me mostrou autores e textos que levarei para todo o meu desenvolvimento intelectual. Ao Professor Doutor Antônio Edmilson Martins Rodrigues, docente na PUC-RJ e na UERJ, que se tornou, ao longo dos últimos anos, um conselheiro e, acima de tudo, um amigo que ajudou na elaboração de projetos. Teceu sugestões e críticas indispensáveis para o aprimoramento da pesquisa, além de se deslocar do Rio de Janeiro para compor essa banca fulgurante. Meu muito obrigada.
Na trilha para construir a dissertação que ora se converte em livro, muitos encontros aconteceram. Nas salas de aula, com professores dessa casa, aos quais é indispensável um agradecimento formal, sabendo que todos são excepcionais. Tive contato com somente alguns. Portanto, aos que me acompanharam: Maria do Rosário da Cunha Peixoto, Olga Brites, Yvone Dias Avelino, Antonio Rago Filho, Denize Bernuzzi de Sant’Anna e Amailton Magno Azevedo, quero expressar o meu mais sincero respeito e admiração por cada um.
Aos colegas de sala, contribuintes de discussões enriquecedoras e, algumas vezes, discordâncias de pontos de vista, obrigada por fazerem as aulas mais instigantes e desafiadoras. Àqueles que acabaram se tornando amigos: Lucas, Daniel, Edinei, Gisele, Luma e Amanda, foi um prazer e um desafio compartilhar esses dois anos com vocês. Reencontrar-nos-emos em breve na próxima pesquisa acadêmica.
Essa construção contou também com o auxílio de muitas pessoas para se tornar possível. Muitas dessas pessoas auxiliaram na efetiva fabricação da dissertação: fazendo transcrições, criando sumário, ficha técnica e resumos das entrevistas. Para elas, dedico meu apreço: Marlucia, Airlan e Rodrigo, vocês foram essenciais. A todos os outros amigos, obrigada por compreenderem minha ausência em momentos especiais, estava construindo um novo caminhar.
Aos meus (minhas) irmãos (ãs), cunhados(as), sobrinhos(as) e todas as pessoas que fazem parte da minha vida, obrigada por me incentivarem nesta caminhada, e por acreditarem na possibilidade de concretude desse projeto.
E, por fim, mas, não menos importante, um obrigado gigantesco a cada um dos entrevistados. Trabalhando com História Oral, a pesquisa seria inviável se não contasse com a disponibilidade, especialmente, dos pescadores, que (mesmo com uma rotina exaustiva de embarques e desembarques, de puxadas de rede, de consertos de petrechos de pesca e compromissos diários) abriram mão do tempo restante para conversarem. Mostraram suas vivências, experiências, métodos e relações de trabalho, disputas e lutas para sobreviverem da pesca artesanal e se manterem instalados no Posto Seis de Copacabana.
Aos demais entrevistados, obrigada pela disponibilização do tempo e compreensão da importância deste trabalho para a manutenção da atividade pesqueira naquela localidade. E também por compartilharem comigo do sentimento de que a existência de uma colônia de pescadores artesanais nas areias de Copacabana é, entre outras coisas, uma forma de resistência por parte dos sujeitos que ali exercem sua atividade de subsistência.
Em meio a um momento de tantas mudanças e tamanha precarização do ensino no país, ter conseguido financiamento da CAPES para a execução deste trabalho foi uma vitória. Portanto, sinto-me honrada por ter finalizado este trabalho subsidiado.
O vento, o mar, a areia, a praia
As ondas, sereia, navegando
Indo, voltando, canoa
Sereia, as ondas do mar
Pescador, tem que pescar
Areia, canoa, pescador
Tem que pescar
Como vou poder sobreviver
Se não tenho nada pra comer
Como é cruel e fria esta gente
Não será possível resistir
Se não temos nada pra vestir
Como esse povo é sofrido e carente
Pescador, tem que pescar
Pescador, tem que pescar
Areia, canoa
Sereia não me atrapalha
Filho, mãe, irmã, esposa
A família a esperar, canoa
Tem que pescar, pescador
Tem que pescar
Como vou poder sobreviver
Se não tenho nada pra comer
Como é cruel e fria esta gente
Não será possível resistir
Se não temos nada pra vestir
Como esse povo é sofrido e carente
Sereia, o sol
O vento, o mar, navegando
Indo, voltando, canoa
O peixe, fruto do mar
Pescador, tem que pescar
Pescador, tem que pesca
(O pescador, Tim Maia, 2003)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - O ÓRGÃO FUNDADOR E A ORIGEM DAS COLÔNIAS DE PESCADORES
1.1 O surgimento dos órgãos reguladores e suas relações com as colônias: CNPA