A Educação Ambiental e os Resíduos de Serviços de Saúde na Formação Acadêmica
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A Educação Ambiental e os Resíduos de Serviços de Saúde na Formação Acadêmica - Angela Ariane Dalzoto Graniska
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO AMBIENTAL: FUNDAMENTOS, POLÍTICAS, PESQUISAS E PRÁTICAS
Ao Alexandre, meu esposo e amigo, anjo que Deus colocou em minha vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por iluminar e proteger todos os meus passos.
Aos meus pais, por me incentivarem a seguir no caminho do conhecimento.
Às professoras Rosana Cristina Biral Leme e Gisele Ferreira Paris, pelo incentivo e pelas importantes contribuições no processo e na pesquisa.
Falar sem aspas, amar sem interrogação, sonhar com reticências, viver sem ponto final.
(Charles Chaplin)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Conama Conselho Nacional do Meio Ambiente
EPI Equipamento de Proteção Individual
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MEC Ministério da Educação
NR Norma Regulamentadora
PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
RSS Resíduos de Serviços de Saúde
Sisnama Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
Sumário
1
INTRODUÇÃO 15
2
FUNDAMENTOS TEÓRICOS 19
2.1 LEGISLAÇÃO APLICADA AOS RSS 19
2.2 CONSEQUÊNCIAS DO MANEJO INADEQUADO DOS RSS 56
2.3 EDUCAÇÃO E OS RSS 70
3
DIAGNÓSTICO E ANÁLISE 83
3.1 Análise sobre o conhecimento dos discentes do curso
de Odontologia 83
3.2 Análise sobre o conhecimento dos discentes do curso
de Enfermagem 107
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS 119
REFERÊNCIAS 121
anexos 127
1
INTRODUÇÃO
Diante das alterações ocorridas no meio ambiente ao longo do tempo muitos são os fatores que se apresentam como problema às gestões públicas. Um deles está ligado à questão da geração de resíduos de serviços de saúde, visto que a não separação e a falta de destinação adequada destes resíduos converte-se em sérios danos ao meio ambiente e à saúde humana.
Os resíduos de serviços de saúde (RSS), resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) ou ainda denominados como lixos hospitalares, podem ser definidos de forma geral como rejeitos gerados por diferentes estabelecimentos de assistência à saúde, tais como, hospitais, clínicas médicas e odontológicas, clínicas veterinárias, farmácias, laboratórios de análises clínicas entre outros (NÓBREGA et al., 2002).
A gestão dos resíduos sólidos desponta como uma importante ação para subsidiar projetos e práticas de desenvolvimento menos degradadores do sistema socioambiental em todos os países, devido ao fato de que grande parte dos resíduos gerados na área da saúde são passíveis de reaproveitamento, por exemplo, a partir da reciclagem de embalagens.
Essa classe de resíduos envolve, de modo específico, as dimensões interna e externa às instituições. Particularmente, quando considerados os aspectos de controle de infecção, saúde pública, ocupacional e ambiental. Envolve a dimensão interna à instituição, visto que os profissionais são responsáveis diretos pela geração, segregação e acondicionamento de tais resíduos, na medida em que haja uma relação direta entre a forma de lidar com os resíduos e o grau de periculosidade que eles apresentam em relação à saúde ambiental e coletiva (SCHNEIDER et al., 2002).
Devido ao grande volume de resíduos gerados e mal gerenciados pelas instituições de saúde, essa problemática vem sendo cada vez mais objeto de preocupação de órgãos ambientais, órgãos de saúde, prefeituras e pesquisadores da área. Isso se verifica pela grande quantidade de legislações e referências bibliográficas existentes, que preconizam condutas de gerenciamento dos resíduos nos locais onde são prestados serviços à saúde (COELHO, 2000).
O risco de contaminação não depende apenas do contato do indivíduo com o agente patogênico para contágio de uma doença, torna-se necessário analisar conjuntamente outros fatores (ambientais, culturais, econômicos e sociais) e procedimentos de manuseio para determinar a relação do processo saúde-doença (TAKAYANAGUI et al., 1993).
É indiscutível a necessidade da implantação de políticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde nos diversos estabelecimentos assistenciais, como hospitais, centros universitários, farmácias, clínicas médicas, laboratórios, clínicas odontológicas, consultórios, ambulatórios, clínicas veterinárias, entre outros. Para isso, não bastam apenas os investimentos na organização e sistematização dessas fontes geradoras, mas, fundamentalmente, faz-se necessário despertar uma consciência humana e coletiva quanto à responsabilidade com a própria vida humana e com o meio ambiente. Um dos caminhos pelos quais se pode alcançar esse objetivo é por meio do processo educacional, sobretudo durante a formação dos profissionais que irão gerar esses resíduos. Nesse sentido, Formaggia (1995) sugere que os profissionais devam preocupar-se com os resíduos gerados por suas atividades, a fim de minimizar riscos ao meio ambiente, à saúde dos trabalhadores e à saúde pública em geral.
A verificação de dados veiculados pela Pesquisa Nacional sobre Saneamento Básico pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000), ratifica tal preocupação, pois revela o preocupante cenário brasileiro referente aos resíduos de serviços de saúde. Dos 5.507 municípios brasileiros, 2.041 não faziam coleta diferenciada dos resíduos de serviços de saúde; dos