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Andar a Pé
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E-book58 páginas45 minutos

Andar a Pé

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Sobre este e-book

Andar a Pé é um dos mais belos textos de Thoreau. Expõe a sua filosofia de vida e estabelece a arte de caminhar como a forma mais intensa de despertar os sentidos e a alma humana. Um verdadeiro hino de amor à natureza profunda e original, um manifesto pela liberdade que foi escrito muito para lá do seu tempo. A vida reside no lado selvagem. O mais vivo é o mais selvagem. O que ainda não se subjugou ao homem, a terra retempera-o. Aquele que avança em frente incessantemente, nunca descansando das tarefas, se desenvolve depressa e exige infinitamente à vida, irá sempre encontrar-se num novo país ou no meio selvagem, rodeado da matéria-prima da vida.

É como se se transpusesse os troncos das árvores derrubadas das florestas primitivas. Esperança e futuro não estão nos relvados ou nos campos cultivados, nem nas vilas ou cidades, mas nos pântanos impermeáveis e instáveis. É preciso caminhar e prestar atenção, não é preciso ir muito longe. Afinal, o essencial da condição humana reside na simplicidade e não no acumular persistente de coisas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de abr. de 2021
ISBN9789899054103
Andar a Pé
Autor

Henry David Thoreau

Henry David Thoreau (1817-1862), é considerado por muitos como um dos maiores escritores norte-americanos. Ensaísta, poeta, naturalista, investigador, historiador, filósofo e transcendentalista, ficou conhecido, entre outras, pela obra Desobediência Civil, na qual defende a desobediência individual e pacífica como forma de oposição legítima contra as injustas. Esta sua filosofia influenciou o pensamento político e as ações de filósofos, ativistas e diversas personalidades que viriam a lutar por muitos dos direitos que hoje tomamos como adquiridos, entre os quais Gandhi, Tolstói ou Martin Luther King, Jr.

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    Andar a Pé - Henry David Thoreau

    Andar_a_Pe-capa.jpg

    É verdade, hoje em dia não somos mais do que uma pálida versão dos cruzados, e a esta fraqueza nem os caminhantes intrépidos escapam, pois não se comprometem com proezas intermináveis.

    As nossas expedições são apenas passeios que terminam à noite no conforto da lareira da qual partimos. Metade da caminhada não é mais do que percorrer lugares já conhecidos.

    Devíamos ir mais longe no mais simples dos passeios, e talvez, no espírito da aventura infinita, nunca mais regressar – preparados para enviar de volta aos nossos desolados reinos os nossos corações embalsamados, quais singelas relíquias. Se estão dispostos a deixar pai e mãe, irmão e irmã, mulher e filho e amigos, e não voltar a vê-los; se pagaram as vossas dívidas, e escreveram o vosso testamento, trataram dos vossos assuntos, e são homens livres; então estão preparados para uma caminhada.

    A vida reside no lado selvagem.

    O mais vivo é o mais selvagem.

    O que ainda não se subjugou ao homem, a terra retempera-o. Aquele que avança em frente incessantemente, nunca descansando das tarefas, se desenvolve depressa e exige infinitamente à vida, irá sempre encontrar-se num novo país ou no meio selvagem, rodeado da matéria-prima da vida. É como se transpusesse os troncos das árvores derrubadas das florestas primitivas.

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    FICHA TÉCNICA

    info@almadoslivros.pt

    www.almadoslivros.pt

    facebook.com/almadoslivrospt

    instagram.com/almadoslivros.pt

    © 2021

    Direitos desta edição reservados

    para Alma dos Livros

    Titulo: Andar a Pé

    Título original: Walking

    Autor: Henry David Thoreau

    Tradução: Raquel Ochoa

    Revisão: Silvina de Sousa

    Paginação: Maria João Gomes

    Capa e ilustrações: Vera Braga / Alma dos Livros

    Impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.

    ISBN: 978-989-9054-10-3

    1.ª edição em papel: Abril de 2021

    Todos os direitos reservados.

    Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada

    ou reproduzida em qualquer forma sem permissão

    por escrito do proprietário legal, salvo as exceções

    devidamente previstas na lei.

    A presente edição não segue a grafia

    do novo Acordo Ortográfico de 1990

    Prefácio

    Nos meus passeios, depois de traduzir este livro, comecei a atravessar baldios, numa sede de terrenos sem cimento, estrada ou calçada, num inegável apelo ao prazer de trespassar, e assim comecei a encontrar tesouros, por exemplo, trilhos escondidos debaixo dos pinheiros centenários, trilhos abertos porque alguém ali passeia, repetidamente, mas nunca se vêem — os caminhantes são uma raça discreta e silenciosa.

    Na viagem, não importa aonde se chega, mas sim o partir, é um dito conhecido, ou outra forma de dizer que nunca podemos dar-nos ao luxo de não viver o tempo presente, a cada segundo, a cada metro palmilhado, porque cada um dos nossos momentos debaixo do sol é o maior erário, se conseguimos

    ESTAR ALI

    ...

    Quem diria que a liberdade é a realidade e que as leis e os compromissos são a ficção? Quem diria, nesta vida de corrida e competição, que os nossos músculos em andamento se desenvencilham das correntes em que cada um se deixou enredar por não exercer o seu lado selvagem? Quem e por que razão se deixou apartar tanto da natureza ao ponto de já não se considerar um torrão dela?

    Sempre soube que caminhar me trazia lucidez, aumentava a minha ânsia de conhecimento e acalmava a minha busca furiosa para um sentido — um —, ao de leve que fosse, por o absurdo cósmico da vida. Mas foi Thoreau, neste seu radical panfleto, quem me conseguiu explicar a lógica entre a caminhada e o ser livre.

    «Há algo de servil no hábito de invocar uma lei a que devemos obedecer. (...) Vivam em liberdade, filhos da névoa — no que diz respeito ao conhecimento, nós somos todos filhos da bruma. O ser humano que escolhe viver em

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