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Práticas formativas na Extensão Universitária: Contribuições do Instituto de Ciências Exatas da Universidade de Brasília
Práticas formativas na Extensão Universitária: Contribuições do Instituto de Ciências Exatas da Universidade de Brasília
Práticas formativas na Extensão Universitária: Contribuições do Instituto de Ciências Exatas da Universidade de Brasília
E-book212 páginas2 horas

Práticas formativas na Extensão Universitária: Contribuições do Instituto de Ciências Exatas da Universidade de Brasília

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Sobre este e-book

Está obra tem como principal objetivo, apresentar aos leitores as principais ações, no âmbito da Extensão Universitária oferecidas pelos Instituto de Ciências Exatas (IE) da Universidade de Brasília (UnB) no intervalo dos últimos dois anos. Ao longo da obra é possível conferir um pouco da experiência vivida por professores, alunos e toda a comunidade envolvida nessas ações afirmativas, sem contar a parceria com profissionais de outras instituições.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de jul. de 2021
ISBN9786558403029
Práticas formativas na Extensão Universitária: Contribuições do Instituto de Ciências Exatas da Universidade de Brasília

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    Práticas formativas na Extensão Universitária - Carina Maia de Castro Mundim

    APRESENTAÇÃO

    O ensino, a pesquisa e a extensão são pilares indissociáveis das universidades, conforme previsto na Constituição Federal em seu artigo 207 (Brasil, 1988). A extensão é um espaço privilegiado de socialização, construção e validação de conhecimentos, sendo importante elo da universidade com a população em geral. No I Encontro Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, a Extensão Universitária foi conceituada como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade (Encontro de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, 1987). O documento afirmava, ainda, que a extensão deve ser parte indispensável da rotina universitária, institucionalizando-se tanto do ponto de vista administrativo quanto da prática acadêmica. Desde então, os planos e programas de educação superior, no Brasil, vem buscando expandir e institucionalizar a Extensão Universitária, além de criar meios para que ela seja desenvolvida de forma efetiva nas universidades. A Extensão Universitária tornou-se o instrumento por excelência de inter-relação da Universidade com a sociedade, de democratização do conhecimento acadêmico, assim como de (re) produção desse conhecimento por meio da troca de saberes com as comunidades (Encontro de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras, 2012).

    Em 2014, o Plano Nacional de Educação trouxe estratégias voltadas para esses objetivos, além de prever o mínimo de 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária (Brasil, 2014). Essa estratégia ficou conhecida como Inserção Curricular da Extensão e foi regimentada pela Resolução nº 7 do Conselho Nacional de Educação que, por sua vez, institui as diretrizes para a extensão na educação superior brasileira, define os princípios, os fundamentos e os procedimentos que devem ser observados no planejamento, nas políticas, na gestão e na avaliação das instituições de educação superior de todos os sistemas de ensino do país (Brasil, 2018).

    A Universidade de Brasília (UnB), em convergência com o postulado na Política Nacional de Extensão, define que as atividades de extensão desta instituição têm como objetivo primordial promover uma relação universidade/sociedade mutuamente transformadora, articulando ensino e pesquisa, por meio da arte, da ciência, da tecnologia e da inovação (Universidade de Brasília, 2015). De acordo com esse entendimento, a UnB vem desenvolvendo sua política de extensão com o objetivo de integrar as práticas extensionistas e o currículo por meio de diferentes atividades, que vão desde cursos de formação profissional e estágios, a consultorias ou atendimento direto à comunidade, conforme previsto no Plano de Desenvolvimento Institucional 2018-2022 da UnB. Tal Plano reforça, ainda, os esforços adotados pelo Decanato de Extensão (DEX) no sentido de ampliar a participação das atividades de extensão no âmbito da universidade.

    Em consonância com os princípios e as políticas preconizados nas legislações federais e na UnB, o Instituto de Ciências Exatas (IE) tem como objetivo promover a excelência do ensino, nos níveis de graduação e pós-graduação, da pesquisa e da extensão, nas áreas de Matemática, Estatística, Ciência da Computação e suas aplicações e tem a extensão como um importante pilar de suas atividades. Buscando fortalecer a política de extensão do Instituto, o IE criou seu Conselho de Extensão em 22 de maio de 2016 na ocasião da publicação do Regimento Interno do IE. Ao Conselho de Extensão foram atribuídas as funções de propor, zelar pela qualidade das atividades de extensão, avaliar, aprovar cursos, projetos, atividades e programas de ação continuada de extensão no âmbito do Instituto, entre outros.

    Atualmente, o Conselho de Extensão do IE é formado pelo Diretor ou Vice-diretor do Instituto como presidente, pelo Coordenador de Extensão do Instituto e pelos coordenadores de Extensão dos Departamentos do IE. São realizadas reuniões mensais com o objetivo de apreciar projetos e ações propostos pelos professores do IE, além de discutir políticas, ações e estratégias para promover e expandir a Extensão Universitária em seus três departamentos.

    Um dos precursores da extensão do IE foi a Escola de Verão em Matemática, oferecida pelo Departamento de Matemática, que teve sua primeira edição no ano de 1972. Com o objetivo de promover a troca de conhecimento e a divulgação de pesquisas, o evento já conta com mais de 40 edições, sendo reeditado a cada ano de acordo com as necessidades de alunos, professores e pesquisadores.

    A Comissão de Extensão do Departamento de Matemática foi criada em 24 de abril de 2014 e hoje conta com 12 projetos de extensão institucionalizados, além de diversas ações periódicas que envolvem cerca de 1.800 participantes todos os anos. Nesse sentido, destacam-se as ações realizadas anualmente, como A Escola no IE e o projeto Petmat Seminários, ambos com capítulos específicos neste livro. Além das já tradicionais, Geometria Natalina, Circuito de Vivências em Educação Matemática, Resolução de Problemas, Laboratório de Ensino de Matemática (Lemat); Grupo de Estudos sobre a História da Matemática e suas relações com o ensino e a aprendizagem da matemática; Seminários de Pesquisa em Educação Matemática; Programa de Aperfeiçoamento de Professores de Matemática do Ensino Médio (Papmem); Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas; Mulheres na Matemática; O uso de jogos pedagógicos no contexto escolar, entre muitas outras ações.

    No Departamento de Ciência da Computação, podemos citar o VII Simpósio Brasileiro de Inteligência Artificial (SBIA), realizado em 1991 em parceria com a Sociedade Brasileira de Computação (SBC), e o Programa de Extensão em Criptografia e Segurança Computacional, que teve sua primeira turma em 1997. O Departamento de Ciência da Computação criou sua comissão de extensão em 19 de abril de 2016 e, desde então, vem se fortalecendo com a proposição de projetos e ações de extensão, como, por exemplo, os projetos Meninas.comp: computação também é coisa de menina!, que completou dez anos em 2020, e Robótica: um módulo básico na educação, projetos estes que também contam com capítulos específicos neste livro. Ademais, inúmeras ações sazonais são realizadas e integram estudantes de graduação, pós-graduação, profissionais, empresas e a comunidade do Distrito Federal em discussões atuais sobre o desenvolvimento de tecnologias, mercado de trabalho, sustentabilidade, acessibilidade, ensino remoto, educação à distância, entre tantas outras ações.

    O Departamento de Estatística contribui com ações extensionistas fundamentais para a comunidade do Distrito Federal, como, por exemplo, Análise de Dados: Teoria e Prática – módulo Estatística, realizado em 1999 e com os cursos Métodos Estatísticos – módulo Estatística Descritiva e Métodos Estatísticos – módulo Regressão Linear Simples e Múltipla, ambos de 2000. A Comissão de Extensão do Departamento de Estatística foi criada em 21 de agosto de 2017 e, desde então, promove cursos e ações de extensão, com destaque para o curso Nivelamento em Estatística Matemática, detalhado em capítulo próprio neste livro e o curso SAS Graph, ambos oferecidos semestralmente. Podemos destacar, ainda, o recém-criado projeto Meninas, vamos falar de Estatística?, que apresenta os cursos da área de Ciências Exatas, em especial, a Estatística como uma opção de graduação a estudantes do ensino básico.

    O IE busca valorizar e promover a extensão, atuar em conjunto com o ensino e com a pesquisa, envolvendo alunos e professores, promovendo atividades em parceria com escolas e outras instituições do DF e entorno. Nesse sentido, acreditamos que a inserção da extensão em nosso currículo será um processo natural e gradativo. Ressaltamos a importância do registro e da memória das ações, atividades e pessoas que vivenciaram conosco toda essa trajetória de desafios e conquistas. Registramos, aqui, um pouco dessa experiência e esperamos que elas possam inspirar e colaborar para o desenvolvimento da extensão universitária no IE e em toda UnB.

    Regina da Silva Pina Neves

    Carina Maia de Castro Mundim

    Organizadoras

    Referências

    BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Texto consolidado até a Emenda Constitucional nº 70 de 29 de março de 2012. Senado Federal. Disponível em: http://bit.ly/2x9BRkB. Acesso em: 01 maio 2020.

    BRASIL. Lei 13.005 de 25 de junho de 2014. 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Disponível em: http://bit.ly/37ScdiC. Acesso em: 01 maio 2020.

    BRASIL, Ministério da Educação. Resolução nº 7 de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014 – 2024 e dá outras providências. Disponível em: https://bit.ly/2TgDQeY. Acesso em: 01 maio 2020.

    ENCONTRO DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS - FORPROEX, 1,1987, Brasília. Conceito de extensão, institucionalização e financiamento. Disponível em: https://bit.ly/3kqdnHF. Acesso em: 01 maio 2020.

    ENCONTRO DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS - FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. 2012. Disponível em: https://bit.ly/3dPoU0K. Acesso em: 01 maio 2020.

    UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Resolução 0060/2015 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB. 2015. Disponível em: https://bit.ly/3dPeTkl. Acesso em: 01 maio 2020.

    PREFÁCIO

    Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.

    Paulo Freire

    Na Extensão, o aprendido torna-se realidade concreta para crianças, adolescentes, jovens e adultos, que têm a oportunidade de vivenciar a aproximação e a relação transformadora da Universidade com a sociedade.

    Seja por meio de laboratórios de aprendizagem científica, ou por outros espaços destinados às ações de Extensão, soluções técnicas e metodológicas de problemas são apresentadas para a sociedade, articulando o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável.

    A Coordenação de Extensão do Instituto Ciências Exatas (IE), ciente de sua responsabilidade social, tem atuado na captação, organização e oferta de experiências que visam ampliar o contato da comunidade do DF com as ciências exatas.

    Aqui, são apresentadas ações extensionistas ofertadas pelo IE nos últimos dois anos, que tiveram a participação de estudantes e professores da Educação Básica de escolas públicas do DF e do entorno e da comunidade de modo geral.

    Vale destacar que o IE tem incentivado ações afirmativas junto ao público feminino, por meio da ampliação de ações coordenadas por professoras do IE, em colaboração com profissionais de instituições parceiras.

    Gladston Luiz da Silva

    Diretor do Instituto de Ciências Exatas

    Universidade de Brasília

    CAPÍTULO 1

    DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA GESTÃO DA EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

    Olgamir Amancia Ferreira de Paiva

    Introdução

    A universidade é o espaço por excelência de fomento à realização das atividades de extensão. Desde 1988, conforme a Constituição Federal, o conceito de educação superior deixou de ser o resultado dos atributos decorrentes do ensino e da pesquisa e incorporou a extensão universitária como dimensão indissociável daquelas, com vistas à qualificação da formação acadêmica. Entretanto, apesar do que está consignado na legislação, as políticas de educação superior, especialmente as que se referem ao financiamento e à valorização profissional, evidenciam que os investimentos nas atividades de extensão, ainda distam substantivamente dos aplicados ao ensino e à pesquisa.

    No escopo deste texto, proponho-me a apresentar os caminhos percorridos pela Universidade de Brasília (UnB), no quadriênio (2016-2020), para a construção e implementação da política de extensão. O esforço é explicitar a concepção orientadora da proposta, identificando os limites e as possibilidades a partir do contexto em que se realiza. Considerando que a política desenvolvida na contemporaneidade é herdeira de várias outras materializadas na rica história da UnB, e em experiências implementadas por diferentes instituições de ensino superior brasileiras, traduzidas na Política Nacional de Extensão Universitária, entendo ser necessário destacar o contexto em que ela se realiza, assim como o papel que a Universidade de Brasília cumpriu na construção e na atualização do conceito de extensão universitária para, então, finalmente, abordar a política estratégica desenvolvida durante a gestão 2016-2020.

    1.1 A universidade de Darcy Ribeiro: insurgente e transformadora

    Criada no início da década de 1960, a UnB foi concebida para romper com a estrutura fragmentada no ensino superior brasileiro, cujas instituições, até então, resultavam de reunião nominal de escolas pré-existentes que, apesar de congregadas, permanecem estanques e autossuficientes (Ribeiro, 2012, p.11).

    A estrutura de ensino superior, que vigia à época, ainda, era recente e não havia incorporado uma condição verdadeiramente tradicional, pois a mais antiga das universidades brasileiras somente havia sido instituída depois de 1920 (Ribeiro, 2012). Entretanto, mesmo recentes mantinham traços das instituições originárias, pois "organizadas para receber alunos graduados no curso secundário

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