Maré Rimada
De Maré Rimada
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Sobre este e-book
Há marés rimadas que cheiram a Portugal com todos os seus costumes, usos, tradições, recantos, encantos.
Caminhe verso a verso e faça deste livro o percurso mais intenso do seu dia.
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Maré Rimada - Maré Rimada
Agradecimentos
Saudações fraternais e literárias aos meus apoios:
Querido pai
Xavier Pereira
Luisinha
VD
Bruno Rodrigues
(Des)Governo
Eles comem de graça,
é viajar de borla!,
vão ver a bola,
o povo com a traça,
são férias nas Maldivas,
conduzem carros topo de gama,
envoltos em cada esquema,
também queremos férias festivas!,
o povo de bolsos vazios,
nem temos para a gasolina!,
nem para férias na piscina,
quanto mais para carros...
Os contribuintes querem ordenados mínimos
de três mil tostões!,
iguais aos aldrabões!,
e para deslocação subsídios,
como aqueles que auferem
os senhores deputados,
trabalhadores empenhados,
que da Assembleia vivem
a quinhentos metros!,
com sapatos janotas,
típicos apaixonados patriotas
pelo tacho e ricos tesouros...
Mundo incompreensível...
Na Ásia prestam culto
a macacos e vacas,
cá admiramos sacanas!,
gostamos daquele que é corrupto,
em África camelos e elefantes,
aqui idolatramos senhores do sistema!,
é o nosso lema,
enganados por tiranos governantes,
nos mesmos continuamos a votar,
deixamos o papel em branco!,
somos um frágil boneco,
como iremos acabar?
Madeira das terras abençoadas...
Rica Madeira do clima subtropical,
coberta de flores,
são rosas e perfeitos amores!,
magnólias e foguetes de natal,
malmequeres e margaridas,
escovilhões, gerberas e agapantos,
bocas de jarro e fetos,
violetas, petúnias e orquídeas,
terras com montanhas verdejantes,
das arrepiantes cascatas,
rápidas levadas, belas lagoas,
dos profundos vales.
Ilhas turísticas,
do saltitante bailinho,
engenhoso brinquinho,
tradicional barrete de orelhas,
das apaixonantes casas de Santana!,
da honesta fé nas igrejas,
simples e sagradas capelas...,
saborosa banana,
bonecas de palha de milho,
fresca poncha,
a maré traz a concha
molhada com um próprio brilho...
Paraíso de sol e mar,
das límpidas praias,
tardes tranquilas, noites agitadas,
relaxar e vibrar
com os carros de cesto!,
guiados pelos carreiros,
ricos são os bordados
trabalhados por este povo modesto!,
e os cestos de vime,
irresistíveis bolos do caco e mel,
cenário criado a pincel,
imaginado no sonho mais sublime...
Verdes Açores
No Atlântico estão os Açores,
perdidos por entre as ondas!,
em que navegam pescadores,
ilhas de grandiosas formações rochosas,
o verde cobre as passagens,
estende-se às encostas,
idílicas imagens,
exaltadas pelo branco das casas!,
pasta o gado,
nasce o leite mais natural,
rico prado!,
produtivas terras de Antero Quental...
A montanha do Pico majestosa,
uma estratégica base das Lajes,
campos férteis de gente zelosa,
raras e protegidas aves!,
históricas ermidas e igrejas,
lagoas de mil cores,
o aprimorado cozido das furnas,
ricos sabores,
ao vento rodam os moinhos,
todos eles encantadores,
como os crustáceos e mariscos,
vinhos, peixes e licores...
Dualidades cruéis
Deitamos moedas para lagos,
em África nem dinheiro,
nem magos,
não fechamos o chuveiro!,
em África nem água,
nem eletricidade,
só mágoa,
aqui vive a futilidade,
pujança e abastança,
desperdiçamos comida,
em África nem segurança,
nem alento, fé, vida...
Geração sem visão
A nova geração
muito pretende ser adulta,
falta a responsabilidade e dedicação,
para quem só quer festa,
estudar não é importante,
beber e fumar,
sair pela noite,
é maneira de afirmar
no grupo superioridade,
não pensar no futuro,
será próprio da idade?,
claramente imaturo...
Para a nova geração
que será a poesia?,
reconhecem apenas a sensação
do uso da tecnologia,
o aromático folhear do livro,
a suavidade da página,
capítulos escritos a negro,
literatura com triste sina,
jovens sem cultura,
são o retrocesso,
empurram - nos para a sepultura,
plantámos mal, colhemos insucesso!
Apreciam o que é americano,
produto nacional não presta,
grande engano,
o jovem não aposta
nas raízes