Amanda
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Sobre este e-book
Gerardo Fortes
Gerardo de Majela nasceu na cidade de Parnaína, no Piauí. Viveu boa parte de sua juventude na capital alagoana. Mais tarde, mudou-se para Salvador e, logo a seguir, para São Paulo, depois para Belo Horizonte e, finalmente, para o Rio de Janeiro, onde reside desde 1961.Fez o bacharelado em Direito, pela Universidade Estácio de Sá, cursando o Mestrado e o Doutorado na Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro.Como advogado, atuou com sucesso nos Tribunais do Júri, sendo sua fotografia incluída na “Galeria dos Imortais”, homenagem prestada pela Presidência do I Tribunal do Júri.Pertenceu ao quadro docente da Escola Naval, lecionando também, interinamente, Direito Penal, na Universidade Estácio de Sá, nas ausências eventuais do então titular da cadeira, o Desembargador Dalto de Castro Oliveira Costa.É casado, tem três filhos e sete netos.
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Amanda - Gerardo Fortes
Copyright© 2021 by Gerardo de Majela Melo Fortes
Direitos em Língua Portuguesa reservados ao autor através da
LITTERIS® EDITORA.
ISBN: 978-65-5573-064-7 (versão impressa)
ISBN: 978-65-5573-065-4 (versão digital)
Arte Final de Capa: Teresa Akil
Foto de Capa e orelha: Acervo do Autor
Revisão: Wagner Fernandes e Sonia Fortes
Editoria: Artur Rodrigues
Deucimar Cevolela
3LITTERIS® EDITORA
CNPJ 32.067.910/0001-88 - Insc. Estadual 83.581.948
Av. Marechal Floriano, 143 sala 805 - Centro
20080-005 - Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21)2223-0030/ 2263-3141
E-mail: litteris@litteris.com.br
www.litteriseditora.com.br
www.livrarialitteris.com.br
Dedicatória
Às minhas netas, Lara e Liz, nascida aos 27 de junho de 2019, e à minha bisneta, Juliana, a caminho, transbordando nossos corações de afeto com essas três joias de nosso tesouro, dedico esse singelo romance.
Vovô Gerardo.
Agradecimentos
Ao meu Pai do Céu, por mais esta oportunidade de escrever Amanda, pela minha saúde e a da Sonia e por ser feliz.
À minha incomparável esposa e amiga, para todos os momentos da vida, o meu carinho, o meu amor e meu muito obrigado por mais esta revisão. Eu te amo.
À Mônica, com carinho e amor, o meu muito obrigado pela fotografia da capa, que me faz orgulhoso da filha, linda, atenciosa e inteligente. Que Deus a abençoe. Um beijão do pai e amigo.
PREFÁCIO
Para mim, pareceu um pesadelo o desafio de prefaciar um livro de Majela, autor de vários trabalhos de destaque.
A amizade talvez tenha sido o motivo desta escolha, mas, mesmo assim, senti-me deveras honrado e lisonjeado.
Assaltaram-me muitas dúvidas de como abordar a difícil tarefa e fazê-lo à altura deste seu livro.
Tentei fazer o melhor que pude para mostrar e expor, em poucas linhas, não só as qualidades literárias, mas sobretudo os traços da sua personalidade.
Seria melhor focar na sua obra literária, ou, quem sabe, deter-me apenas neste livro?
Pensando bem, cri fosse o ideal não desvincular a pessoa do escritor da sua diversificada obra e a maneira criativa como elabora seus personagens.
Usa fragmentos de realidade para construir uma sólida produção ficcional.
Neles encontrei características nas quais percebi a sua presença e a transcrição da sua vivência como advogado, amante da música, sensível observador dos costumes e crítico de preconceitos ainda arraigados em nosso meio.
Transita desenvolto nos campos onírico e da imaginação para elaborar suas histórias, dar vida a seus personagens, situando-os na época adequada ao tempo em que se movem nas tramas e fazê-los parecerem reais.
Descreve, com muita propriedade, o comportamento de uma elite formada por poderosos pelo que possuem de material e não pelo que carregam de bagagem de valores morais e familiares, que valorizam mais as aparências que a essência das coisas e se portam como senhores de suas verdades, situações que se encaixam como luvas, ainda hoje, em certos meios sociais, sobretudo no interior, onde se perpetuam feudos que permitem a sua existência.
Retrata com tanta riqueza de detalhes o ambiente em que se desenrolam suas narrativas a ponto de nos sentirmos nelas inseridos e até participantes das ações descritas.
Ao ler a produção literária do Gerardo de Majela, vamos Percorrendo uma Rua Estreita, Caminhando no Passado, vendo um Clarão no Horizonte e, assim, chegamos até A Porteira, onde identificamos O Garoto e o Poeta que ainda vivem neste sonhador e criador de histórias que começam com um Era uma vez (Como Antigamente), mas que no presente nos deleita pela sua leveza e sensibilidade.
Assim, este livro, Amanda, é um sonho seu que se concretizou e, sem dúvidas, merece ser apreciado.
Muito obrigado, Gerardo, pela oportunidade que me concedeu de poder, minimamente, comentar sobre um trabalho ao mesmo tempo pessoal e de caráter tão abrangente, mas que, por isso mesmo, se torna universal na sua concepção.
Bismarck Heitmann
Nota do Autor
O sonho de quem dorme é involuntário e inexplicável. O que se tem acordado, contudo, é um Desejo, é Esperança e Vontade.
Quando me casei, pela segunda vez, tanto eu, como minha esposa, Sonia, gostaríamos de, tendo uma filha, dar-lhe o nome de Amanda.
Ela não veio. Assim, seja feita a vontade de Deus.
Este romance é uma homenagem à Amanda dos nossos sonhos.
O autor
Um
A tarde parecia envolver-se numa cortina de ouro, bordada pelos raios solares. Guiados por mão invisível, escondiam-se por detrás dos relevos circundando a pequena cidade, como a brincar com a noite, a surgir no longínquo horizonte do outro lado no poente, para logo dar lugar à Lua com seu esplendor prateado a banhar a terra e querer transportar o céu para o chão no espelho de uma pequena poça d’água deixada pela chuva, como diz o poeta.
No centro da cidade, concentrava-se o comércio a varejo.
Uma grande ágora, em formato retangular, destacava-se com seu coreto e, em volta dela, grandes árvores. Cajazeiras deixavam cair seus frutos, amarelinhos e cheirosos, colhidos por moradores para fazerem sorvetes e refrescos. Ingazeiras e amendoeiras ajudavam a compor a harmonia aconchegante daquele espaço.
Na parte elevada da cidade, despontavam os casarões suntuosos, exclusivos daqueles que detinham riquezas, poder, terras, e viviam da exploração do comércio e das pequenas indústrias. Geralmente racistas e preconceituosos.
Tinham seu clube fechado, os filhos estudavam nos melhores colégios locais, geralmente particulares, ou iam para as cidades grandes. Como os pais davam gordas contribuições financeiras aos educandários, seus dirigentes tinham receio de perdê-las caso se abrissem a filhos de famílias mais modestas ou pobres, raramente admitidos. Nesses casos, em geral por recomendação daqueles associados à classe burguesa.
Dois
Os poucos carros eram bem conservados. Na maioria americanos ou ingleses. Motoristas particulares conduziam as crianças e os jovens ricos à escola e os esperavam à porta na saída.
Para a gente comum, restavam as poucas linhas de transporte coletivo, em jardineiras, ou, àqueles poucos que as tinham, as suas bicicletas.
Os empregados domésticos que serviam aos senhores locais eram mulheres e homens pobres, alguns de cor.
A classe média ou baixa