A Flor De Benguela
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A Flor De Benguela - José Antonio Vieira
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José Antonio Vieira, mineiro de Bom Jesus da Penha.
Reside em Guaxupé - MG
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Registro 461313 – livro 868 fl. 16 FBN
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A flor de Benguela
No reino de Benguela, hoje parte de Angola na
áfrica, a vida seguia a sua rotina depois de vários anos de
guerras tribais.
Havia uma preocupação maior dos moradores, um
alerta constante sobre ação de grupos de pessoas que os
traficavam como escravos para outras regiões do planeta.
Nos últimos anos a ação dos traficantes foi muito
reduzida devido a pressões internacionais para acabar
com tal pratica, mas, eventualmente alguém sumia devido
a seqüestros esporádicos.
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Em 1841 da era cristã, um senhor próximo dos
quarenta anos caçava com seu filho de 12 anos chamado
Kabila, não muito longe de uma aldeia do reino.
Era pratica ensinar os filhos a caçarem tornando-os
homens aos poucos. O pai, Ganga, conseguira se defender
de um leopardo que estava à espreita num galho de
arvore, pouco tempo antes. Não perdera o pai por pouco,
devido à surpresa do ataque do felino. A rapidez do
reflexo foi o diferencial na luta pela sobrevivência.
A visão do pai deitado sobre a relva com o animal
morto por cima, com o sangue se esvaindo sobre o corpo
rijo de muitos anos, não sairia de sua lembrança por muito
tempo. O exercício da coragem exigia muito dos futuros
guerreiros, pensava.
Zinga, uma garota ao redor dos doze anos também,
era do convívio de Kabila. Tinham interesses parecidos
compartilhando muitas atividades, por vários anos.
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Jogos e danças em determinadas datas especiais na
aldeia contavam com a presença dos dois quase sempre.
Uma profunda amizade se transformou num
sentimento mais poderoso na altura de seus 18 anos, e a
constituição de uma família fazia parte de seus planos.
Alguns meses depois, a solenidade de casamento foi
realizada com o beneplácito das duas famílias tradicionais
da aldeia. Foi uma festa memorável.
Ainda mais com a presença do rei e da rainha
prestigiando o evento. Transpiravam de felicidade. As
pessoas dançavam no que se pode chamar de praça
central da aldeia. Os dois jovens não resistiram,
quebrando o protocolo da solenidade, destacando-se na
dança junto aos outros.
O rei e a rainha aplaudiram com palmas, deixando as
duas famílias mais tranqüilas, suspirando de alivio pela
travessura dos nubentes.
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Foram passar a noite numa espaçosa casa construída
para eles, pelas famílias, no alto do morro. A visão da
varanda abrangia uma longa distancia, era magnífica.
Os amigos brincavam que Kabila passou a ser o
guardião da aldeia, cabendo alertar sobre qualquer
ameaça iminente. Para os padrões da aldeia a casa
proporcionava bastante conforto, com Zinga brincando
que ali poderiam criar vários filhos.
Alguns meses se passaram com muita paz e
harmonia nas respectivas famílias. Numa manhã de céu
claro, o irmão de Zinga e a irmã de Kabila, Nzambi e
Mutajinji, já programados para se casarem dali alguns
meses, vieram convidá-los para caçar. As mulheres iriam
também para presenciar qual dos dois era mais hábil em
manejar a lança.
Nzambi era de uma constituição forte e
temperamental por natureza, não costumava ficar passivo
diante de um desaforo. Kabila era também forte, mas,
comedido em seus atos, influenciado pela formação quase
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nobre. Zinga era de um temperamento afetuoso com uma
disposição para a conciliação. Mutajinji exibia um corpo
escultural e personalidade forte sabendo o momento certo
de ceder para não ter conflito com seu companheiro.
Na caçada era um diferencial entre os homens saber
acertar com presteza. Muitas vezes havia competições na
aldeia com os mais hábeis conseguindo muita
popularidade.
Trajando apenas tangas com os dorsos nus, todos se
dirigiram a oeste de onde estavam, isto é, em direção ao
mar de água salgada sem fim, falavam.
Afastavam-se cada vez mais da aldeia, motivado
principalmente por estarem atrás de um grupo de gazelas
muito ágeis. Somente atingidas se fossem surpreendidas
em distancia relativamente curta.
Atrás de um arbusto espinheiro aguardavam a
passagem das ariscas gazelas, Kabila tinha dificuldade de
manter Nzambi calado e quieto para não espantar os
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animais, ambos eram muito amigos desde crianças, e as
brincadeiras eram constantes.
Na condição de guerreiros sempre havia um desafio
entre eles para manter apurados os reflexos de uma luta.
Mutajinji beliscava delicadamente seu companheiro para
que ficasse quieto Zinga apoiava sua mão direita no
ombro esquerdo de Kabila e vez ou outra pronunciava
palavras carinhosas em seus ouvidos. A atenção era toda
para frente para não deixar escapar alguma gazela que por
ali passasse.
Sentiram algo caindo sobre eles, era uma rede.
Kabila e Zinga ficaram imobilizados devidos estarem mais
ao meio, enquanto o irmão conseguira se desvencilhar,
escapando. Mutajinji, a irmã de Kabila, conseguiu tirar os
braços para fora e se arrastava para escapar também.
Vendo os captores, Nzambi, o irmão de Zinga,
arremessou a lança atingindo mortalmente um negro mais
rechonchudo que estava mais a frente. Neste instante o
homem branco atirou com sua arma, errando-o e
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atingindo a Mutajinji que estava logo atrás, caiu de bruços
se esvaindo em sangue.
Outro negro muito forte arremessou uma lança
atingindo Nzambi no abdome trespassando-o, caindo para
trás.
O homem branco agachou-se e apalpou os dois
atingidos, não havia mais nada a fazer por eles, comentou.
Quanto aos outros dois presos na rede seriam levados
como escravos para o Brasil, falou.
Amarrados com as mãos para frente eram puxados
por cordas para andarem mais depressa, se afastando cada
vez mais do local onde foram caçados. Às vezes
conseguiam olhar para trás e ver os corpos dos
companheiros de muito tempo.
O negro morto pela lança de Nzambi foi levado para
ser mostrado ao Capitão do navio negreiro, afinal era uma
perda significativa em termos de valor.
Muitas horas mais tarde, um caçador solitário com
seu cão achou os corpos dos dois mortos, no momento da
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luta. Foi correndo para a aldeia avisar os parentes das
vitimas enquanto começava a chover. Chuva que apagou
todos os vestígios de luta e as pegadas dos envolvidos.
Aparentemente, em 1836 havia terminado o trafico
de escravos de Angola para o Brasil, mas, transportes
clandestinos foram efetuados ate 1850. Terminando
definitivamente com a lei Euzébio de Queiroz, que
estabeleceu um rigor para quem desrespeitasse a
proibição do trafico.
Litoral de Angola, 1849, amarrados em uma arvore
próxima