Dezesseis Horas - Drama Na Patagônia
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Dezesseis Horas - Drama Na Patagônia - José Antonio Vieira
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José Antonio Vieira, mineiro de Bom Jesus da Penha.
Reside em São Carlos – SP\ Guaxupé - MG
José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
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Dezesseis
Horas – Drama na Patagônia
José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
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Primeira Edição
2011
Registro: 461313 – livro 868 – folha 16
Fundação Biblioteca Nacional
José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
4
José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
5
Ficção: Literatura Brasileira
José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
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Dezesseis Horas – Drama na Patagônia Inicio da década de 1950, a vida transcorria de uma forma tranqüila e monótona numa pequena cidade do interior de Minas Gerais, Brasil.
Na casa de Antonio reinava uma ansiedade devido aos preparativos para receber um casal de amigos argentinos no final de tarde de uma terça feira.
Dalila, a esposa de Antonio, já preocupada com a demora da chegada dos visitantes, enquanto dava um banho em Marco Antonio, seu único filho de três anos.
─Maria dê uma olhada lá fora se tem algum carro procurando por esta casa? Pediu Dalila para sua empregada. Lembrou dos bons momentos passados juntos com eles em Buenos Aires, por ocasião de sua lua de mel.
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Conhecera o casal numa casa de espetáculos em Lá Boca.
Estavam em lua de mel também.
─Dona Dalila, ainda não vejo nenhum carro na rua, gritou de certa distancia, Maria.
Vieram de Mendoza, já uma grande promessa na produção de uvas para a fabricação de vinhos. Os dias passados juntos por ali proporcionaram condições para serem convidados a visitar a bela cidade próxima dos Andes. Foram dias inesquecíveis para Antonio e Dalila.
Correspondências foram trocadas depois disto, entre os brasileiros e argentinos ate que um dia manifestaram a vontade de conhecer a terra onde viviam os brasileiros amigos.
─Mãe, a titia vem aqui hoje, falou Marco Antonio.
─Não, meu filho são outras pessoas que você ainda não conhece, respondeu a mãe. Este dia chegou, viriam de carro próprio porque dali visitaria outras localidades de apelo turístico no litoral brasileiro.
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Marco Antonio já estava se enxugando quando ouviram um carro estacionando defronte a casa. Maria foi à primeira pessoa a recebê-los, logo depois chegavam Antonio e Dalila.
─Como estas? Bem ou Bueno. Eram as perguntas e respostas, e logo, estamos muito felizes por terem vindo, disseram Antonio e Dalila.
Juan e Dolores eram afáveis no trato, muito divertidos e zombavam dos próprios argentinos quando o assunto focava a mania dos platinos de se considerarem superiores aos vizinhos. Amantes de um bom churrasco, o que Juan era exímio no preparo de cortes especiais. A característica informal de ambos levava a se enturmarem com muita facilidade nos meios sociais que freqüentavam.
Com eles trouxeram a pequena Carmem de dois anos de idade com uma graciosidade marcante, pele clara, olhos e cabelos negros.
Passava os dias brincando com Marco Antonio de casinha, onde ele tinha suas atribuições de pai e ela de José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
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mãe, envolvendo um pequeno caminhão de madeira e uma boneca de rara beleza adquirida na Argentina.
Juan, de estatura média, fino bigode e cabelos já ralos na altura da testa. Mostrava uma energia comparável a de genitores do mesmo quilate, ou seja, pertencia a uma elite rural com um pai de enorme influência na região de Mendoza.
Gostava de bons vinhos e Antonio procurou melhorar a carta com vinhos franceses da melhor procedência, proporcionando momentos inesquecíveis juntos saboreando uma carne assada ao ponto ou acompanhados de uma boa massa.
─Juan, como está o vinho? Perguntou Antonio.
─É um dos melhores franceses que tomei ultimamente, respondeu, misturando o português com o espanhol.
Dolores, tez branca e cabelos escuros e com olhos profundamente negros, contrastando com nariz aquilino dando-lhe uma aparência jovial e refinada. Cursou uma José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
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escola de prestigio em sua cidade natal, com profunda influência religiosa e conhecedora de famosos autores europeus.
─ Não sabia que tinhas piano em casa, falou Dolores para Dalila.
─Fique à vontade respondeu Dalila.
Sentava-se ao piano no final da tarde fazendo acordes de memoráveis obras primas de compositores clássicos europeus. Dalila e Antonio não se cansavam de ouvi-la tocar. Vez ou outra prestigiava o tango ou alguma composição brasileira.
Amigos chegavam para conhecer os argentinos, não muito comuns por estes lados naquela época. Discussões bem humoradas aconteciam entre os presentes quando o assunto era o futebol, sempre o futebol, nas relações entre os dois povos. Juan, às vezes saía de carro por varias horas, visitando pequenas cidades da região onde poderia conhecer experiências de vidas diferentes de seu país.
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Dolores se dava muito bem com Dalila e muitas horas foram consumidas cozinhando juntas, trocando receitas de ambos os lados.
─Experimenta este cozido, Dalila.
─ Huum, ótimo, vou te ensinar uma receita também.
Maria, a empregada de Dalila, não descuidava dos pequenos que se distraiam com uma leva de brinquedos.
Um pouco mais de uma semana arrumaram as malas novamente e combinaram de todos passarem alguns dias juntos na cidade do Rio de Janeiro. No dia da saída foram surpreendidos com um grande numero de pessoas virem se despedir deles.
─Juan achava os argentinos arrogantes, mas, me enganei vocês são muito diferentes, observou Mario, um velho amigo de Antonio. Sentiram-se queridos numa terra até então estranha, prometendo retornarem quando fosse possível.
Ficaram hospedados em Copacabana por vários dias se deliciando com a cidade maravilhosa. Dois casais de José Antonio Vieira - Dezesseis Horas Drama na Patagônia
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mãos dadas caminhando pela calçada a beira mar enquanto Maria cuidava dos filhos no hotel. ─Lugar muito bonito o de vocês aqui, não deixem que a miséria e a violência estraguem tudo isto, observou Dolores.
A brisa marinha refrescava os rostos naquele final de tarde depois de um dia muito quente, principalmente para nossos visitantes não habituados com temperaturas tão altas. A amizade se consolidava cada vez mais, ate que um dia se despediram prometendo se reverem logo que possível.
Juan, Dolores e Carmem foram em direção ao sul do Brasil enquanto Antonio e Dalila retornavam para Minas Gerais.
Depois de muitos anos com intensa prosperidade a Argentina começou a entrar em declínio econômico com populismo em voga. O Brasil, saindo de uma instabilidade política e entrando em uma fase de intensa expectativa em torno de plano de governo de 50 anos em cinco anos.
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Dois anos se passaram, Antonio e Dalila resolveram visitar seus amigos argentinos levando Marco Antonio. Acharam melhor ir de avião partindo de São Paulo e chegando em Buenos Aires. Dali iriam de ônibus para Mendoza. Varias horas viajando por terra proporcionaria um conhecimento melhor do país vizinho, e assim foi feito.
Uma semana na fazenda de Juan e Dolores proporcionou momentos de consolidação de uma amizade muito sincera. Cavalgadas pelos campos, contatos com a vinha foram inesquecíveis. Coincidiu com a colheita da uva para fazer a maceração, isto é, amassá-la com os pés ou com as mãos.
Para fazer um vinho de qualidade. Antonio questionou a questão higiênica do processo o que foi pacientemente explicado a razão do procedimento. O
processo de fermentação faz uma depuração das impurezas porventura existentes, evitando inclusive a lavagem das uvas para não comprometer o resultado.
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Amassando-a desta forma evita-se o esmagamento da semente, evitando assim o gosto adstringente do vinho.
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