O Retorno Da Andorinha

De José Antonio Vieira

Crimes ocorrem dentro de um grupo de pessoas. Investigações de um policial dedicado leva a um desfecho surpreendente.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 20 de fev. de 2013

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José Antonio Vieira, mineiro de Bom Jesus da Penha.

Reside em São Carlos - SP

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Registro

461313

livro 868 fls. 16

FBN

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A família

O Sr. Mozart acabara de chegar a sua residência, no elegante bairro do Cambuí em Campinas SP. Um industrial da área alimentício bem sucedido, com um vasto leque de clientes espalhados por este imenso Brasil.

Abriu a porta de seu carro Landau na garagem e ficou parado por alguns instantes antes de sair, olhando para as coisas que estavam no banco traseiro. Não poderia deixar de levar para seu escritório da casa, alguns papeis de importância relevante.

─Maria venha me ajudar, gritou ao ver sua empregada nas proximidades do portão de entrada, atendendo um rapaz do correio.

─Um momento senhor, já estou indo, respondeu Maria.

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Após despachar o rapaz encaminhou-se para a garagem coberta, imitando uma casa do lado daquele imponente sobrado.

─Dê-me as duas pequenas malas enquanto o senhor arruma os papeis, completou. Um sorriso de agradecimento foi o gesto do momento.

No dia anterior havia se deslocado para a cidade do Rio de Janeiro a negócios. Foi de carro ate São Paulo e de lá foi de Electra pela ponte aérea. Estava chegando ao final da tarde exausto e louco para tomar um bom banho quente e depois se refestelar na sua boa cama.

Um senhor na altura de seus cinqüenta anos, já com uma barriga proeminente e uma calvície em andamento era obcecado pelo trabalho. Muitas vezes seu amigo médico de todas as horas já lhe havia dito para diminuir o ritmo e delegar responsabilidades para não se estressar tanto, poupando o coração. Seu pai foi um alfaiate e tinha dificuldades para manter a família numerosa.

Mozart valorizava em muito a condição financeira e social conquistada, mas, não deixavam o orgulho subir à

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cabeça de seus filhos, determinados hábitos simples melhoram a qualidade de vida, filosofava. Ser morador do Bairro Cambuí em Campinas SP era um diferencial na comunidade naqueles anos setenta, do século vinte.

Muitas casas de aspecto majestoso do bairro estavam aos poucos cedendo espaço para os espigões de apartamentos requintados.

Ele não cedia às ofertas imobiliárias para desocupar uma grande área e nascer ali um grande conjunto de apartamentos. Adorava sua casa assobradada que pertenceu a uma família tradicional de Campinas, somente conseguida devido ter feito parte de inventario.

Uma grade de ferro pintada de azul escuro em toda a extensão da frente combinava com a cor das portas, janelas e grades do terraço superior, contrastando com o branco da alvenaria e o verniz escuro da madeira a mostra do telhado.

Um gramado bem cuidado cobria todo o terreno da frente, um caminho de pedras luminárias com tonalidade

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verde cobria do portão até a porta magnífica de madeira, com entalhes ao redor, na entrada da casa.

Um caminho mais largo com o mesmo tipo de pedra, vindo das Minas Gerais, cobria a extensão até a garagem, inclusive em seu interior.

Um telhado em formato de V invertido com uma cerâmica da melhor qualidade, e uma pesada porta metálica de entrada com controle remoto, que se encaixava perfeitamente nos portais de ferro, dando uma condição de hermeticamente fechada, se não houvesse uma porta interna que dava acesso para o interior da casa, num pequeno corredor. Direto para a sala de estar.

Havia uma porta de ferro deste corredor para o gramado do jardim. Condição de muita privacidade para os membros da família que as pessoas de fora tinham dificuldade de identificar quem estava chegando ou saindo. Acionou o controle remoto para fechá-la.

─Maria, onde está a Solange? ─Sua esposa foi até Valinhos visitar uma amiga adoentada e já deve estar voltando.

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─E meus filhos? ─Débora está na casa de uma amiga fazendo trabalhos escolares, no bairro de Nova Campinas. E o Augusto está na aula de equitação na Hípica, respondeu Maria.

─Tudo bem, prepare alguma coisa para comer e não se esqueça de colocar para gelar aquele vinho branco de minha preferência, vou tomar um banho no banheiro da suíte, falou Mozart.

Dali a pouco chegou Débora, cantarolando um sucesso do momento. Abraçou Maria e deu-lhe um beijo na testa. Intimidade devido a longo tempo de convivência com aquela mulata de aparência jovial, na altura de seus quarenta e cinco anos de idade.

─Posso saber por que tanta felicidade, disse Maria.

─Vou contar somente para você, o Flavio quer tentar uma reconciliação neste próximo final de semana.

Vamos discutir isto num almoço, falou a moça.

Débora de vinte e dois anos de idade, compleição física forte devido aos constantes jogos de vôlei, um cabelo liso castanho claro indo até os ombros, olhos da

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mesma cor, estatura alta para os padrões femininos, acima de 1,70 MS, pele do rosto e do pescoço muito bem cuidada, um sorriso bonito mostrando dentes bem feitos e adornados por lábios sensuais, relativamente grossos.

O ambiente da casa não era o mesmo quando ela chegava, falando alto e dando boas risadas.

Uma Maria de estatura baixa e rechonchuda ficava ali diante dela apenas sorrindo pelas novidades contadas das amigas do dia.

─Então meu pai já está em casa, vou ver se consigo o carro dele neste final de semana, afinal o meu