Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Lei X Graça
Lei X Graça
Lei X Graça
E-book294 páginas97 horas

Lei X Graça

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Uma incorreta compreensão do assunto tratado neste livro pode fazer com que sejamos facilmente conduzidos para uma mentalidade e prática legalista ou antinomista, as quais devem ser evitadas se desejarmos prosseguir na carreira da vida cristã de maneira correta e adequada. Durante anos temos nos dedicado ao entendimento e à divulgação do papel da Lei e da graça, respectivamente, conforme projetados nos conselhos eternos de Deus para a nossa salvação e crescimento espiritual.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de dez. de 2015
Lei X Graça

Leia mais títulos de Silvio Dutra

Relacionado a Lei X Graça

Ebooks relacionados

Religião e Espiritualidade para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Lei X Graça

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Lei X Graça - Silvio Dutra

    Introdução

    Há cerca de vinte anos, em uma visão noturna, vi escrito em letras douradas gigantes as palavras do nosso título, como se estivessem em chamas, escritas exatamente na forma como as estamos apresentando.

    Junto com a visão fui instruído em espírito com as seguintes palavras: você escreverá um livro sobre este assunto.

    Ao que repliquei: "Senhor tu conheces a dificuldade que tenho para entender de modo adequado qual é a relação que existe entre a lei e a graça.

    Ao que simplesmente respondeu: eu te darei entendimento.

    Era uma madrugada fria de inverno, e por cerca de três horas despertei do meu sono, e ainda naquela mesma noite comecei a escrever, com a Bíblia aberta à minha frente, as coisas que me vinham à mente na referida ocasião.

    Animado pela visão comecei a estudar o assunto com maior afinco e recordo que cheguei a preparar um esboço de livro com cerca de cento e cinquenta página, todavia, sentia que algo de substancial faltava à minha exposição, de maneira que não tendo desistido de prosseguir interessado no tema, abandonei a ideia de escrever o livro.

    Posteriormente, em nova revelação, cerca de dez anos depois da primeira, foi-me ordenado em sonho que fosse aos puritanos e a Martyn LLoyd Jones, sem que nada mais fosse acrescentado.

    Até a ocasião, por incrível que possa parecer, pois já havia sido ordenado ao pastorado, nunca tinha ouvido falar sobre os mesmos.

    Creio que esta instrução tinha a ver com a primeira visão, para que eu fosse conduzido a um melhor entendimento do significado do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, e como é que a Lei de Deus se relaciona a ele.

    Desde então, comecei a escrever abundantemente sobre o assunto em diversos artigos, sem no entanto condensá-los em um livro – tarefa à qual estou me entregando neste fim do ano de 2015.

    Em vez de apresentar o assunto de forma didática e acadêmica, optei por uma forma mais direta e simples, sem me ater a qualquer arranjo prévio quanto à divisão do assunto em capítulos.

    Na verdade, se o fizesse, ficaria muito limitado no desenvolvimento do tema, pois quantos capítulos seriam suficientes para abranger de modo profundo um assunto que é em sua natureza infinito e eterno, a saber, o da lei e a graça de Deus?

    Com a apresentação livre dos diversos artigos, cremos que poderemos observar melhor o assunto em seus diversos ângulos, de modo a obtermos uma maior compreensão de tudo o que é de vital importância para o nosso conhecimento.

    Estamos fazendo uma consideração prática do tema porque ele tem muito a ver com a nossa vida prática.

    Não se trata de algo para apenas satisfazer a nossa curiosidade ou desejo de ampliar nossos conhecimentos, mas temos diante de nós algo que se relaciona à vida ou à morte; à bênção ou à maldição eternas.

    Como poderíamos então tratá-lo de modo descuidado ou não objetivo?

    Tenho testemunhado que muitos que andavam na graça, vieram a decair da mesma, e não acharam qualquer auxílio na Lei para serem reerguidos.

    Como pode ser então isto?

    Não é a Lei proveniente do mesmo Deus de toda a graça?

    Esta e muitas outras questões serão respondidas ao longo das páginas deste livro, que espero, seja de grande ajuda para reerguer os caídos e manter em firmeza os que continuam de pé na presença do Senhor.

    É Irrevogável e Indissolúvel Porque é Eterna

    Deus fez uma aliança eterna com os cristãos, e prometeu isto desde os dias dos profetas, e o prometeu especialmente a Davi.

    Sendo eterna não pode ser anulada.

    Sendo aliança em seu caráter matrimonial onde Ele é o esposo, e a igreja a noiva, o que se requer então dos aliançados é que eles sejam fiéis.

    Deus sempre será fiel porque não pode se negar a si mesmo.

    Todavia, os cristãos, por causa do resquício de corrupções que remanescem na natureza terrena, são exortados a serem fiéis em tudo durante a sua peregrinação terrena, porque, tal casamento, do Criador com a criatura, requer isto.

    Deus continuará amando seus filhos adúlteros, mas os sujeitará à disciplina da aliança.

    Ele não os repudiará porque tem prometido manter o compromisso por toda a eternidade.

    Diante de tal caráter imutável da promessa que Ele fez, não resta aos aliançados senão a alternativa de serem também fiéis, de modo que se viva de modo agradável Àquele com os quais se aliançaram numa união de amor indissolúvel e eterno.

    Ao falar do caráter eterno da Nova Aliança que faria com os crentes por meio da fé em Jesus Cristo, Deus disse que esta consistiria na fiéis misericórdias que havia prometido a Davi.

    Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi. (Isaías 55:3)

    Esta promessa de Isaías 55.3 foi confirmada em Atos 13.34.

    Davi fizera menção ao caráter eterno desta aliança em suas últimas palavras antes de morrer:

    Não está assim com Deus a minha casa? Pois estabeleceu comigo uma aliança eterna, em tudo bem definida e segura. Não me fará ele prosperar toda a minha salvação e toda a minha esperança? (II Samuel 23.5)

    Deixar que a Graça nos Conduza

    Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, (Hebreus 6.1)

    Este deixemo-nos levar para o que é perfeito se refere à vocação de Deus para todos os cristãos de crescerem na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, até a estatura de varão perfeito.

    Não que eles chegarão ao estado de perfeição moral absoluta sem qualquer pecado enquanto estiverem neste mundo, mas que devem chegar à perfeição espiritual, à plenitude do desenvolvimento das suas faculdades, para poderem discernir tanto o bem quanto o mal, o que é possível somente para aqueles que chegarem à plenitude do seu amadurecimento espiritual, de maneira a estarem aptos a darem um correto e adequado testemunho da verdade, no poder do Espírito (Pv 4.18; I Cor 2.6; II Cor 13.11; Ef 4.13; Fp 3.15; Col 1.28; 2.6; 4.12; II Tim 3.16,17; Hb 5.12-14; Tg 1.4).

    Esta perfeição é atingida se aperfeiçoando a santidade no crescimento da graça e do conhecimento de Jesus Cristo (II Cor 7.1; Ef 4.12; Hb 13.21; I Pe 5.10).

    Do mesmo modo que há uma perfeição a ser esperada no porvir que é total e absoluta, sem qualquer pecado, há também uma perfeição que é para ser buscada e atingida enquanto ainda estamos neste mundo e que se refere ao nosso amadurecimento espiritual pelo crescimento progressivo em santificação até atingir tal medida de perfeição que foi proposta por Deus aos cristãos, e conforme foi exigida ao próprio Abraão: Anda na minha presença e sê perfeito. (Gên 17.1).

    O cristão deve ser confirmado por Deus, depois de ter sido aperfeiçoado na fé, no amor e na esperança, pela renovação de sua mente e caráter, através do processo da santificação. Somente assim, poderá se achar fortificado e fundamentado (I Pe 5.10).

    Assim, o deixemo-nos levar do texto significa permitir e cooperar voluntariamente com trabalho da graça na nossa vida, especialmente pela paciência nas tribulações e aflições.

    Sabendo que tudo coopera juntamente para o seu bem o cristão perseverante na fé e na santificação há de experimentar graus cada vez maiores desta perfeição relativa ao seu amadurecimento espiritual, conforme lhes serão concedidos por Deus.

    Não é por Persuasão, mas por Graça

    Uma pessoa não é salva por Cristo por meio de argumentos humanos persuasivos.

    Ainda que alguém pudesse compreender nocionalmente todos os mistérios espirituais concernentes à justificação pela fé, à regeneração e santificação do Espírito Santo, ele não poderia ser salvo e santificado a menos que estas realidades espirituais lhe fossem comunicadas de modo experimental pela graça divina.

    Sem uma experiência real de conversão, sem que o próprio Espírito Santo opere em nós esta salvação, continuaremos os mesmos de sempre, só que com a diferença de possuir agora conhecimentos religiosos.

    Por isso a fé não é apenas o assentimento da nossa mente às verdades reveladas, ou seja, a nossa aceitação de que a Palavra de Deus seja a verdade.

    Além deste assentimento é necessário a confiança em Cristo que nos leva a nos entregar inteiramente a Ele e ao Seu trabalho e cuidado. Isto consiste em se apropriar do conhecimento da verdade ao qual demos o nosso assentimento que se torna real e prático na nossa confiança no Senhor e na disposição de cumprir os Seus mandamentos e vontade.

    Deus honrará este tipo de fé que é mais do que mero conhecimento e assentimento relativo à verdade.

    E responderá com a concessão da Sua graça e poder para operar a nossa transformação (conversão, santificação etc).

    A Graça Está Destinada a Vencer

    Satanás arremete contra nós, procurando nos destruir, quando estamos enfraquecidos e doloridos.

    Tal como Simeão e Levi deram sobre os siquemitas, quando estavam abatidos em dores, pela circuncisão (Gên 34.25).

    Todavia, Cristo nos fortalece na nossa fraqueza, e habita com o quebrantado de coração (Is 61.1).

    Não desprezemos o trabalho de humilhação de nossas almas, pelo qual o Senhor administra a nós a Sua graça em maior medida.

    Sempre é deixado algo para que os cristãos lutem, de modo que entendamos que necessitamos de Cristo, para que possamos exalar o Seu bom perfume.

    Mas ainda que possa parecer um paradoxo, são estes corações quebrados como canas, e estes pavios fumegantes que fazem as orações mais preciosas diante de Deus, por causa da dependência dos gemidos inexprimíveis do Espírito, através deles.

    Quão preciosas são para o Senhor as orações que fazemos com um coração quebrantado!

    Assim, ao falarmos de pavio fumegante devemos ter em conta que isto tem o propósito de nos lembrar que a menor fagulha da graça é preciosa.

    Há uma bênção especial nesta pequena faísca.

    Jesus não veio salvar justos e sãos, mas pecadores e enfermos.

    Deus se agrada de que nos alegremos com os humildes começos.

    Ele se agrada em usar grãos de mostarda e formar grandes arbustos a partir destas pequenas sementes.

    Ele preferiu a pequena cidade de Belém Efrata, e não Jerusalém, para nos trazer o Salvador.

    Ele não começou a Igreja com pessoas notáveis, poderosas, nobres, importantes e nem mesmo com um grande número de seguidores.

    O Seu método é primeiro provar fidelidade no pouco, para depois conduzir ao muito.

    O Seu ministério é restaurador e nos deu um exemplo disto na reconstrução dos muros e portas de Jerusalém com Neemias.

    E muito mais do que muros e portas, Ele está interessado em restaurar vidas. E fará isto principalmente com paciência e amor.

    Os pastores devem então, ser pessoas simples e humildes, seguindo o exemplo do Senhor deles, e exporem a verdade de maneira clara, e nunca de forma obscura.

    A verdade não teme algo tanto quanto o encobrimento, e não deseja algo tanto que seja exposta clara e abertamente à visão de todos.

    Daí Jesus ter dito que tudo o que ensinou reservadamente aos discípulos deveria ser proclamado de cima dos telhados.

    Paulo era profundo, no entanto se tornou como ama acariciando seus filhos (I Tes 2.7), e se fez fraco com os fracos (I Cor 9.22).

    Cristo desceu do céu e se esvaziou de Sua majestade, para se oferecer a nós, como oferta suave de amor. E não desceremos de nossas elevadas vaidades para fazermos o bem a qualquer alma necessitada de salvação?

    Devemos nos guardar daquele espírito que em vez de exibir paciência, longanimidade, mansidão e misericórdia aos homens, demonstra fúria, exaltação e ira obstinada, ainda que em nome de fazer prevalecer a verdade.

    Devemos lembrar que não podemos fazer prevalecer a verdade agindo contra a verdade.

    Devemos nos lembrar sempre que o fruto  da justiça é semeado em meio à paz, sobretudo, a paz interior dos  nossos  corações, enquanto ministramos.

    No exercício da disciplina na Igreja devemos nos acautelar para não tentar matar uma mosca na testa de alguém com um martelo. O poder que é dado à Igreja é para edificação e não para destruição.

    O amor cobre uma multidão de transgressões. Não foi exatamente isto que Deus fez conosco ao perdoar todos os nossos pecados, quando nos salvou em Cristo?

    O Espírito Santo está contente em habitar em almas fumegantes e ofensivas. Que nós pudéssemos reter algo desta mesma disposição misericordiosa!

    A graça não reside em almas perfeitas neste mundo. Lembremos sempre disto.

    Como nenhum cristão se encontra em estado de perfeição absoluta deste outro lado do céu, então nós temos que nos exercitar sempre em espírito de misericórdia, de perdão e mansidão.

    Por isso, nunca devemos nos julgar, de acordo com os nossos sentimentos presentes, porque nas tentações nós veremos muita fumaça desprendendo de pensamentos incorretos.

    Nós devemos nos precaver do falso raciocínio, porque nosso fogo não é como o dos demais, ou então por parecer que não há qualquer fogo em nós.

    As portas de Jerusalém estavam queimadas, mas Deus providenciou para que fossem restauradas através de Neemias, de forma que erraram todos aqueles que pensavam que Jerusalém permaneceria sem portas para sempre.

    Devemos lembrar que estamos na Aliança da Graça, em que nem toda medida é como fogo pleno, pois há muita faísca, que deve ser também vista como chama.

    Todos os cristãos têm a mesma fé preciosa (II Pe 1.1) por meio da qual obtiveram a perfeita justiça de Cristo.

    Uma mão fraca pode pegar uma joia preciosa.

    Algumas uvas mostrarão que a planta é uma videira e não um espinheiro.

    Uma coisa é ser deficiente na graça e outra coisa não ter qualquer graça.

    Deus sabe que nós não temos nada de nós mesmos, então na aliança da graça Ele não requer nada além do que Ele dá, e que sempre nos dá o que Ele requer.

    Se não pudermos trazer um cordeiro, então permitirá que tragamos duas pombas e uma rola (Lev 12.8).

    O evangelho é uma moderação misericordiosa, em que a obediência de Cristo é estimada como sendo a nossa (Rom 5.19).

    Senhor Justiça Nossa

    No capítulo 23 de Jeremias o Senhor repreende a infidelidade e a corrupção dos sacerdotes e anciãos de Israel (pastores do povo naquela dispensação) e os profetas que falavam em Seu nome sem terem sido levantados por Ele, os quais haviam feito o Seu povo se desviar da Sua presença.

    O protesto de Deus se fundamenta no fato deles nunca terem ensinado a Sua Palavra, conforme fora revelada e escrita para eles, senão, aquilo que eles afirmavam ser a Sua Palavra, quando na verdade, era a própria palavra deles, ensinada para atender aos seus propósitos cobiçosos, interesseiros, carnais e egoístas.

    Isto pode ser visto claramente nas palavras de repreensão dirigidas contra eles como as da seguinte passagem:

    "28 O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale fielmente a minha palavra. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.

    29 Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a pedra?

    30 Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu próximo.

    31 Eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse." (Jer 23.28-31).

    O efeito que era produzido no povo, de andarem contrariamente com o Senhor, era uma prova evidente de que a vida e o ensino destes pastores e profetas não eram segundo a verdadeira Palavra de Deus, porque o efeito dela é sempre o de produzir temor e santidade no Seu povo, como o próprio Senhor se expressou em relação a isto da seguinte maneira:

    "21 Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei a eles, todavia eles profetizaram.

    22 Mas se tivessem assistido ao meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras, e o teriam desviado do seu mau caminho, e da maldade das suas ações." (v. 21,22).

    O que eles ensinavam e profetizavam não provinha do céu senão dos seus próprios corações enganosos e corrompidos:

    "25 Tenho ouvido o que dizem esses profetas que profetizam mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei.

    26 Até quando se achará isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que profetizam do engano do seu próprio coração?

    27 Os quais cuidam fazer com que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu próximo, assim como seus pais se esqueceram do meu nome por causa de Baal."

    Isto é um grande alerta para os ministros do evangelho, para que não incorram no mesmo erro deles, deixando de pregar a genuína Palavra do Senhor, no poder do Espírito.

    Quando se desvia deste rumo os resultados sempre serão funestos.

    Há muitos sonhadores que desejam conduzir a Igreja de Cristo pelas visões do seu próprio coração, afirmando que são revelações recebidas da parte de Deus.

    Se estas visões não estiverem de acordo com a Palavra revelada na Bíblia, em gênero, número e grau, em vez de serem proclamadas, devem ser esquecidas e abominadas, porque não será apenas o povo que será prejudicado por elas, mas o próprio Deus terá a Sua ira despertada contra tais pastores ou profetas, como se vê neste capítulo de Jeremias.

    Como o quadro que havia prevalecido em Israel por séculos, sempre foi este de o povo não receber a devida instrução por parte da grande maioria de seus pastores e profetas, então o Senhor mesmo seria o Pastor do Seu povo, e o faria através de pastores que estariam debaixo da justiça de um Rei justo que procederia da descendência de Davi, nosso Senhor Jesus Cristo, e estando assim justificados por Ele, tanto eles, seus pastores, quanto o rebanho de Deus sobre o qual seriam constituídos, seriam conhecidos pelo nome de  O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.

    Este Rei justo viria então a se manifestar em dias futuros para buscar as ovelhas perdidas da casa de Israel que haviam sido dispersadas por todos os maus pastores e profetas que haviam presidido sobre elas.

    "3 E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão.

    4 E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.

    5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e procederá sabiamente, executando o juízo e a justiça na terra.

    6 Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este é o nome de que será chamado: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA." (v.3 a 6).

    Esta promessa está vinculada à da Nova Aliança, constante do capítulo 31.

    A Firmeza da Nossa Aliança com Cristo

    No sétimo capítulo de Romanos nós vemos o caráter firme e seguro da nossa aliança com Jesus, e pela qual somos libertados da condenação de uma aliança segundo a lei.

    Deus como o Grande Legislador e Juiz de todo o universo, criou o homem e fez com que ele fosse responsável perante Ele segundo a norma da lei moral que ele inscreveu em sua consciência, instalando ali um tribunal que age no próprio homem condenando-o naquilo que é reprovável e aprovando-o naquilo que é louvável.

    Mas, segundo a Lei Régia há a exigência da perfeita obediência, conforme foi revelado a Adão, e que a penalidade para qualquer ato de desobediência é a morte, e todo homem responde à referida Lei até hoje.

    Posteriormente, nos dias de Abraão, Deus acrescentou novos mandamentos para serem guardados pelas pessoas da descendência do patriarca, com as quais formaria um povo para Si, para se revelar ao mundo através do mesmo, e principalmente para que por este povo nos fosse dado o Messias.

    O caráter da obediência completa exigida de toda a humanidade da Lei Régia foi ainda mais detalhado com os mandamentos que foram dados através de Moisés. E desde então, até que viesse o Messias, o modo de agradar a Deus, passava obrigatoriamente pelo cumprimento dos mandamentos da Lei.

    A pena de morte espiritual e eterna para os desobedientes foi mantida porque se afirma na Lei de Moisés que é maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas da Lei, para cumpri-las.

    Isto descreve a condição de miséria espiritual e de condenação que paira sobre toda a humanidade, porque todos são pecadores, e não têm em si mesmos a condição e o poder para obedecerem perfeitamente a todos os mandamentos da Lei.

    Como poderia então Deus se prover de filhos semelhantes a Cristo?

    Se todos estão obrigados à Lei, como poderão ter vida, estando mortos; como poderão ser livres, estando condenados?

    Só havia um modo de Deus nos libertar da condenação da Lei e nos dar vida eterna, permanecendo Justo, por não remover ou contrariar a Lei. Isto Ele fez nos

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1