Mansão Mortlake
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Mansão Mortlake - Vinícius Alvim
Mansão
Mortlake
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Mansão Mortlake
–
Dimensão Maligna
Obra baseada no jogo eletrônico de
Artem Kononov e Stella Games -
Mystery of Mansion Mortlake.
Vinícius Alvim
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Copyright © 2016 by Vinícius Alvim
Título original
Mansão Mortlake – Dimensão Maligna
Capa e orelha
Imagens retiradas do próprio jogo
Empresa distribuidora do jogo
Wild Tangent Inc.
Criação de cenários e personagens
Mystery of Mortlake Mansion / Vinícius Alvim
Direitos Autorais Jogo Mystery of Mortlake Mansion
Playrix Entertaintment/Wild Tangent Inc.
Direitos Autorais livro "Mansão Mortlake – Dimensão
Maligna"
Vinícius Alvim
4
Dedico este livro a todos que acreditaram
que sua publicação seria possível. Dedico
também a todos os leitores, que assim
como eu, são fãs de mistério e apaixona-
dos pelo jogo "Mystery of Mortlake Man-
sion".
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6
PRÓLOGO
Sabe quando você sente que há algo de er-
rado dentro de você? Algo que nem você
mesmo consegue explicar? Sinto que nasci
diferente... que pertenço a vários mundos,
ou talvez... a várias dimensões...
–
Ana
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CAPÍTULO UM
–
CORREIO MISTERIOSO
Era uma tarde ensolarada de sábado na Vila Saint
Martin. Havia crianças e adolescentes passeando pelas
praças e parques, havia senhoras e moças batendo um
bom papo diante de suas casas, tudo estava em perfeita
harmonia. Na casa de Ana não era diferente, aliás, o lu-
gar estava calmo até demais.
O tédio lá predominava. Ela e seus melhores ami-
gos Letícia, Larissa, Elson, Maurício e lógico, o seu gati-
nho de estimação Café, montavam um enorme quebra-
cabeça de mil peças. Sua casa era aconchegante e de um
tamanho médio, possuía dois andares e os cômodos eram
grandes. Na sala se encontrava um par de sofás aveluda-
dos da cor bege, uma mesinha ao centro, logo, embaixo
dela havia um tapete estampado com pentagramas e a
frente dos sofás se localizava a televisão. A sala possuía
papel de parede roxo, cor preferida de Ana, e o piso era
de madeira. Estavam todos aqueles adolescentes e o gato
em volta da mesinha, tentando se distrair com o tal que-
bra-cabeça.
Ana era pessimista, dificilmente via o lado bom
das coisas. Era um pouco mais baixa que Letícia – Lelet
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para os mais próximos – e Elson; ela possuía cabelos pre-
tos curtos, na altura dos ombros.
Muito impaciente, não gostava de desafios de ló-
gica e digamos que ela era a preguiça em pessoa, logo
resmungou:
– Isto é muito chato! Vamos fazer alguma outra
coisa.
– O que você sugere? – perguntou Maurício, que
recebia o apelido de Smu.
De repente, se escutou um miado um tanto quanto
alto.
– Miau!!!
Era Café. O gato miava incansavelmente e todos
já sabiam o que era.
– Fome! – disseram em coro.
Café não gostava de comer ração ou outro tipo nor-
mal de comida de gato, ele gostava de imitar o estilo Gar-
field, um personagem da televisão que curiosamente é
um gato gordo e laranja que adora lasanha. Todos foram
para a cozinha da casa. Ela não era tão grande como a
sala, era retangular com um papel de parede branco e o
piso azulejado, possuía alguns eletrodomésticos básicos
de uma cozinha, a geladeira era enorme, havia vários e
vários armários nas paredes e as panelas do almoço
ainda repousavam no fogão. Foram em direção ao armá-
rio de maior tamanho. Lá pegaram os ingredientes para
fazer a lasanha. Apesar de Café não gostar de comida de
gato, Ana acrescentava atum e ração felina secretamente
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na lasanha do bichano, pois era necessário para a saúde
e desenvolvimento dele, e ele nem notava tal feito.
Lelet ficou encarregada de preparar o molho de
carne com o adicionamento do atum secretamente. La-
rissa – apelidada pelos amigos de Rica – iria bater a
massa no liquidificador, enquanto Ana, Elson e Smu
iriam pegar os ingredientes para a massa.
– Ana, onde fica a farinha? – gritou Elson.
– Você é abobado, está na prateleira da esquerda!
Parece até que não mora aqui. – respondeu, a garota, no
mesmo tom.
– Mas eu não moro...
Café apenas observava na expectativa, com água
na boca, enquanto seus servos
trabalhavam para ele.
Depois de colocarem todos os ingredientes para bater a
massa no liquidificador, Rica o ligou na tomada. Então
se ouviu o barulho dos componentes já batendo.
– Gente, vocês... – Lelet havia sido interrompida
por algo.
De repente, toda a cozinha e todos estavam mele-
cados de massa crua.
– Rica!!! Para você bater alguma coisa no liquidifi-
cador é preciso por uma tampa sabia?! – exaltou Lelet,
que ficou brava por Rica ter sujado não só o seu molho de
carne de massa crua, mas também seus cabelos e roupas.
– Ué, como eu iria saber? – murmurou a menina.
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– Você não é loira à toa, né?! – satirizou Ana. Logo
ela pegou no armário um esfregão e um balde e os entre-
gou a garota.
– Para que isso?
– Para que?! Olha essa sujeira, agora você vai ter
que limpar. – disse Ana, em tom de deboche.
– Sozinha?!
– Podemos até te ajudar, mas você vai ter que lim-
par as paredes, o piso e inclusive comprar uma roupa
nova para mim. – resmungou Elson, retirando com vio-
lência a meleca que grudava em sua camiseta.
Enquanto todos limpavam a cozinha, Café que era
muito esperto pegou uma lasanha pronta na geladeira e
foi para a sala aproveitar sua vida preguiçosa de gato do-
méstico. Ele era o tipo de felino que gostava de uma vida
mansa e preguiçosa, não era gordo, apesar de comer
muito. Possuía pelos pretos e olhos muito redondos e
amarelos, seus bigodes eram longos e sua orelha era
mais curtinha. Quando era menor, ainda filhote, andava
para lá e para cá, todo serelepe. Subia em cima dos mó-
veis, fazia as necessidades fora da caixinha de areia e
aprontava todas, isso deixava Ana e os pais dela malu-
cos. Quando foi crescendo, ficou mais sedentário, se tor-
nando o preguiçoso que é agora.
O gato escutou de repente uma batida na porta de
entrada, passou pela sua portinha especial e não viu nin-
guém, mas no carpete vermelho havia uma carta. Com
um olhar atento, o bichano que era bem esperto, agarrou
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levemente a carta com os dentes e saiu em disparada em
direção à cozinha.
Os garotos ainda limpavam o azulejo sujo de
massa crua. Rica estava encerando-o, enquanto o resto
do pessoal estava guardando as panelas e varrendo a fa-
rinha que havia sido espalhada pelo local. De repente
chegou Café, que, ofegante pulou em cima de Ana. Ela
soltou um xingamento qualquer e logo notara que havia
um envelope na boca de seu gato, pegou e o abriu. Ela
deu um gritinho e todos foram ver o que era.
– O que houve Ana? – perguntou Smu, muito pre-
ocupado com a reação da amiga.
Ela então mostrou a carta para seus colegas:
Cuidado, Ana! Sua vida está em perigo! E acredite isto é
real. Venha para a Mansão Mortlake imediatamente! É
uma questão de vida ou morte. Você é a nossa última es-
perança!
R.
30 de abril 1963
P.S. O medalhão e o mapa serão de grande ajuda.
Todos ficaram boquiabertos com a mensagem. O
local ficou silencioso por alguns segundos e então Lelet
indagou:
– Quem é esse R? E onde fica esta tal mansão?
– Eu não sei, mas aqui tem o endereço do lugar. –
respondeu Ana.
– Você não vai, né? – perguntou Elson, curioso.
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Ana não respondeu, apenas olhou pensativa. En-
tão ela enfiou sua mão no envelope e retirou o medalhão,
o mapa e havia também uma foto da mansão. Ela obser-
vou bem aquele medalhão, ele era envolto por um mate-
rial no qual parecia ser bronze e no seu meio um desenho
triangular da cor azul. Depois a garota abriu o mapa,
pensou que poderia ser o mapa de um tesouro ou coisa
qualquer, mas era o mapa do que parecia ser os cômodos
de uma casa, provavelmente a mansão. Ela fitou bem a
foto, havia a imagem da mansão vista do lado de fora.
Era grande, possuía pelo que se podiam ver três andares,
um jardim que parecia não ser cuidado há anos, havia
também uma baixa escadaria que levava à entrada, as
janelas estavam enfeitadas
de galhos e sujeira.
– Sabe o que é mais estranho nisso tudo? – disse
Lelet. – Esta carta ter sido enviada em 1963 e ter che-
gado à sua casa só agora.
– O que eu vou fazer? Meus pais viajaram e só vol-
tam no mês que vem. – murmurou a garota, preocupada
com tudo isso.
– Mas Ana... você nem sabe quem é esse R., e tam-
bém não pode ficar dando tanta atenção a uma simples
carta, não é nem um pouco confiável... – alertou Elson.
– Ele tem razão, você pode correr perigo se resol-
ver visitar esse lugar aí! – consentiu Smu.
– Hm. Posso dar uma ideia? – indagou Rica, com
um sorriso presunçoso no rosto.
– Você? Dar ideias? – riu Ana, sabendo do baixo
padrão de intelecto da amiga.
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– Ana! – falou Lelet, lançando um olhar de censura
à garota. – Pode falar Rica.
– Bom, se quiser podemos dormir todos aqui e
aproveitarmos para pesquisar sobre isso. – dissera final-
mente Rica.
Todos concordaram com a ideia e Café soltou um
suave miado, que parecia significar que ele apoiava tam-
bém.
– Vou buscar os sacos de dormir, vamos todos ficar
aqui na sala. Enquanto eu subo para buscar os sacos, vão
pesquisando na internet sobre a mansão ou sobre o tal
de R. – falou Ana que já ia subindo as escadas.
– Ei! Eu vou com você! – interviu Smu, em tom de
confiança. – Você corre perigo andando sozinha por aí.
– Smu, eu sei me virar sozinha!
– Ana, você vai precisar deixar o orgulho de lado,
o que você mais precisa agora é de nossa ajuda. – acon-
selhou Lelet.
– Tudo bem. – resmungou – Vamos Smu!
O garoto lançou uma piscadela para Lelet como
forma de agradecimento. Os dois subiram suavemente as
escadas de madeira em espiral da casa. O quarto em que
ficavam localizados os sacos de dormir e os travesseiros
era o último do corredor à direita.
– Vem logo. – reclamou Ana.
– Calma... – nesse instante, ele segurou o braço
dela, deixando a menina sem reação.
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– Smu, o que você pensa que está fazendo?!
– Ana, há muito tempo quero fazer isto, mas nunca
tive a chance...
Ele pegou ela pela cintura e iria lhe lascar um
beijo quando de repente se houve um estrondo e um grito.
– Ai! – gritou o garoto, caído no chão, acabara de
levar um belo tabefe na cara.
– Isso é para você deixar de ser abusado! – gritou
a garota que já estava furiosa e com a mão vermelha oca-
sionada pela força do tapa.
– Desculpa, não consegui me controlar. – se des-
culpou o menino.
– Pois então se controle e me ajude a levar estes
sacos lá pra baixo.
Era incontestável o amor fulminante que Smu
sentia por Ana, todos sabiam disso. Mas ele sofria, pois
era um amor não correspondido, a garota não se sedia,
ela dizia que nunca iria se apaixonar por alguém.
Estavam descendo as escadas lentamente e Elson
indagou:
– O que houve lá em cima? Ouvimos um barulho e
um grito.
– Ah, nada demais... – mentiu a garota, lançando
um olhar de censura a Smu que corou de vergonha. –
Acharam alguma coisa na internet?
– Nadinha.
– Então, o que faremos? – perguntou Ana.
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– Acho que nós vamos ter que encarar o desafio e
ir nessa tal mansão Mortlake. – disse Lelet.
– Nós?! A carta veio para mim, não posso deixar
que vocês corram perigo por mim.
– Estamos juntos nessa, Ana. Até o fim. – disse
Smu.
– Mas vocês mesmo disseram que é perigoso de-
mais e não devemos dar atenção ao chamado...
– Sim. Mas sabemos que você é muito teimosa e
vai ir de qualquer jeito à propriedade e não há santo que
a impeça. Então por isso, não deixaremos você ir sozinha.
– suspirou Lelet.
– Tudo bem, amanhã de manhã, iremos aprontar
nossas mochilas e partir viagem. – concordou ela, um
pouco receosa.
– O que acham que vamos encontrar naquele lo-
cal? – perguntou Rica.
– Coisa boa não deve ser... – respondeu Elson,
tendo um mau pressentimento sobre tudo aquilo.
– Será que vai ter jantar chique? Toda mansão que
se preze, tem. – se perguntou a menina.
– Miau! – Café miou em sinal de que poderia ter e
que ele iria adorar.
– Agora vamos dormir. Boa noite para vocês. –
disse Ana, que naquele momento já havia apagado a luz
da sala.
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Enquanto Elson e Ana usavam os sofás aveluda-
dos como cama, Lelet, Rica e Smu dormiam nos sacos de
dormir. Logo, ao lado da TV, dormia Café em sua almo-
fada de espuma. Ana não teve uma noite muito tran-
quila, a todo o momento pensava sobre esse mistério.
Teve alguns pesadelos, achou que a noite nunca iria pas-
sar.
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CAPÍTULO DOIS
–
A VELHINHA NA VAN
Chegara o nascer do sol, todos acordaram, toma-
ram um caprichado café da manhã, desta vez sem ba-
gunça na cozinha. Foram cada um para sua casa, inven-
taram a desculpa para seus pais que viajariam com a
Ana e os pais dela para a fazenda da família. A garota
estava com seu gato Café em casa, já arrumando as coi-
sas.