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Sobre este e-book

#_I_LoveSamba #SalsichaEmAlemão #LouraDaMacumba #BalancinaBilloroChassi2424 #CéliaTirotéioDicró Melhor livro de futebol de todos os tempos . O Roubo das figurinhas da Copa do Mundo da África na favela da Rocinha. Melhor livro de futebol de todos os tempos! Leitura indicada para escolas e para aumentar o vocabulário pobre dos que fugiram cedo da escola, livro recomendado pelo MEC de São Tomé e Príncipe para leitura em sala de aula. Bem... se não foi pelo MEC foi pelo Ministério da Cultura de Angola. O Pelé, que é muito melhor que o Maradona, também leu e disse: É o Rei dos Livros de Futebol. Maradona ficou tão furioso quando recebeu seu exemplar que até hoje limpa o traseiro com as páginas rasgadas rosnando: Pelé é o rei do Futebol.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de out. de 2017
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    #rocinha - Fausto Braga

    FAUSTO

    BRAGA

    Clube de Autores

    ROCINHA

    O ROUBO DAS FIGURINHAS

    DA COPA DA ÁFRICA

    2017

    Rio de Janeiro

    Catalogação-na-fonte do

    Departamento Nacional do Livro

    C 00

    Carvalho, Fausto José de Oliveira, 1959 ―

    Rocinha. O roubo das figurinhas da Copa da África.

    Rio de Janeiro: 2017. 3º Edição texto integral original.

    86 p. 14,8 x 21,0

    ISBN 978-85-000-0000-X

    CDD-B869

    _________________________________________

    Índice para catálogo sistemático:

    1. Literatura brasileira. 2. Novela. 3. Futebol. I. Título.

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida

    ─ em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. ─

    apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sítios eletrônicos ou aplicativos, sem

    expressa autorização do autor.

    2

    DEDICA O AUTOR

    Nosso bom amigo Arnaldo:

    " Há de pensar muita gente" que sou humorista. Porém, sou apenas

    botafoguense, com aquela simpatia, de todo o carioca, pelo América. Na infância,

    enquanto morávamos na Rua Carlos Góis, fui meio que obrigado a fazer natação

    no parque aquático da Gávea. Era péssimo. Uma Vemaguet grená, de aluguel,

    vinha buscar-me, com o uniforme de natação rubro-negro. Mantive o hábito de

    nadar. Não entendo muito de futebol, este assunto nobre; mas gosto de ler as

    notícias e assistir às partidas. Minha avó materna ajudava-nos na confecção das

    bandeiras com as estrelas solitárias, ainda na Rua Alberto de Campos.

    Frequentávamos o Maracanã com segurança, desistimos quando aumentou a

    violência. Um livro sobre este mito contemporâneo não poderia deixar de incluir,

    com devido destaque, o nome de João Lyra Filho, tão amigo do futebol e da

    educação. Receba-o como se reunidos estivessem naquela varanda do Jardim

    Botânico, numa manhã d’um sábado ensolarado; o senhor, ainda rapaz e atleta, em

    companhia de João Havelange, Zagallo, Wilson Choeri, o uísque e o Half & Half.

    Com saudade e os fraternos laços de amizade que unem nossas famílias desde os

    tempos mais distantes; na habitual pureza do dizer, dedico-lhe novela futebolística

    escrita às pressas; do seu, sempre, de sempre, Fausto.

    Recreio dos Bandeirantes, 18 de junho de 2010.

    3

    4

    "O futebol está incorporado à nossa vida, mais do que a de

    outro qualquer povo. Faz parte, portanto, de nossa estrutura

    histórica e psicológica."

    Temístocles Linhares

    Um mundo esquecido, que é a América do Sul.

    Fernanda Montenegro

    5

    6

    PRIMEIRO CAPÍTULO

    O frio mês de junho de dois mil e dez apresentou-se ao Brasil

    com três palavras novas: bafana-bafana, apelido carinhoso dos

    garotos da Seleção Sul-Africana de Futebol; Jabulani, a controversa

    bola de oito gomos, significando celebrar, também em língua zulu,

    e a mais barulhenta das três: vuvuzela, corneta ensurdecedora de um

    metro, substantivação da onomatopeia do zumbido.

    A Alemanha fez quatro na rede de uma Austrália apática, sem

    canguru ou bumerangue que desse jeito; a Argentina, de azul e

    branco, com Maradona de terno novo, emplacou apenas um na

    Nigéria; a África do Sul empatou de 1 x 1 com o México; a terra dos

    Anglos, Inglaterra, com frango imperdoável de Green, amargou

    empate com os estadunidenses; a Laranja Mecânica, herdeira do

    Carrossel Holandês, com ajuda da trave, emplacou dois na

    Dinamáquina desfalcada; o Paraguai empata com a Azurra italiana,

    debaixo de vento e chuva. O Japão comeu os Camarões, havia

    começado o mata-mata da vuvuzela.

    A maldição da Virgem de Copacabana cuidaria da Argentina.

    A Coreia do Norte, que desta vez ficou sem o sinal de televisão das

    transmissões, treinava trenzinho e sequências de cabeçadas para trás.

    A imprensa e os humoristas caiam de pau no técnico brasileiro,

    Dunga, que de tão culto e erudito, diz disturbando. O gaúcho era

    rígido, treinava no frio, à noite. Nada de cigarro, cerveja, revista

    de mulher pelada, sexo ou mandinga, curtia-se um bingo arretado na

    concentração.

    O comércio clandestino de bandeiras, flâmulas e camisas

    amarelas, não perdeu tempo; as fabriquetas alongaram o molde das

    cornetas e a garotada da Rocinha, além da bola que faz curva

    sozinha, só desejava outra coisa: uma vuvuzela bem esporrenta.

    7

    Domingo era dia de futebol. Dia dos namorados e Dia de

    Santo Antônio, antevéspera da estreia1 do Brasil na Copa da África.

    O clima era de euforia, o país para2 em dia de jogo, como se

    fosse feriado. A policia estava no morro, investigando o roubo de um

    carregamento de figurinhas do Álbum da Copa do Mundo. As

    meninas vestiam-se de Brasil da cabeça aos pés, pintavam as unhas

    com as cores da bandeira.

    CAPÍTULO 2

    Olhando-se de quem vem pelo mar, o maciço do Penhasco

    Dois Irmãos; que divide a zona sul da oeste da cidade do Rio de

    Janeiro; não é apenas um enorme pedregulho do Terciário lançado às

    águas temperadas do Atlântico, dando fim à longa corredeira de

    montanhas vindas do sul, que aumentam de tamanho até o Dedo de

    Deus e se diminuem em direção ao azul esverdeado do mar das

    praias oceânicas.

    Vendo-se de perto e por todo o lado, percebe-se que abaixo e

    ao largo da pouca Mata Atlântica de resto; além do topo de rocha

    inabitável; apresenta-se uma das maiores favelas da América do Sul,

    localizada em terras onde outrora haviam engenhos colonizados

    desde o século XVI, utilizadas para o plantio da cana-de-açúcar e

    denominadas Jardim da Gávea, adquiridas por Rodrigo de Freitas

    Castro e Mello em 1660 e depois retalhadas em chácaras e sítios.

    A partir de 1873, com a concessão dos bondes de tração

    animal da Companhia de Ferro Carril do Jardim Botânico;

    a Freguesia da Gávea alçava Ipanema, Leblon, São Conrado, Lagoa,

    toda a Gávea e boa parte da Barra da Tijuca, mantendo até a virada

    do século passado pouco menos de cinco mil moradores.

    1 Estréia. No acordo ortográfico os ditongos abertos: 'éi', 'ói' e 'éu' continuam

    acentuados no final da palavra: Niterói, céu, dói, chapéu. Perde o acento Coreia,

    plateia, ideia, estreia, boia, bobeia, onomatopeia, heroico, etc.

    2 Pára. Acento diferencial de tonicidade. Não se acentuam mais certos

    substantivos e formas verbais para distingui-los de outras palavras.

    8

    O diminutivo rocinha surge após a Segunda Grande Guerra,

    quando lá os portugueses, os franceses e os italianos plantavam seus

    roçados e viviam da agricultura miúda de subsistência, negociando

    hortas, pomares e criações pela vizinhança abastada.

    Em seguida vieram os nordestinos, fugitivos da seca, pacatos,

    ordeiros e trabalhadores em sua maioria, desejosos de moradia barata

    e próxima dos bons empregos da zona sul da cidade maravilhosa.

    Aos poucos, de prego à tábua, de tijolo em fiada, de viela em

    rua, de botica em farmácia, de boca de fumo em comércio foi

    crescendo a comunidade até o número de quase setenta mil almas

    brasileiras, torcedores.

    E tome vuvuzela, rojão e morteiro. A garotada não respeita

    vizinhança nem Lei do Silêncio, o foguetório e a barulheira vão

    crescendo em intensidade conforme se aproxima da

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