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Abc Da Mitologia Egípcia
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E-book161 páginas2 horas

Abc Da Mitologia Egípcia

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Sobre este e-book

A religião e a história do Egito Antigo, em que pesem os esforços valorosos de muitos estudiosos, permanecem envoltas em mistério. O que sabemos devemos em parte ao historiador grego Heródoto, que viveu no século V a.C., muito depois do apogeu da civilização egípcia. Muitos autores modernos descreveram a mitologia egípcia e sua religião, mas nenhum deles se preocupou em estudar e revelar seu significado. Entre eles estão Robert Graves e Wallis Budge que traduziu o livro dos mortos. Este livro é um estudo inédito na busca de compreender e desvelar o sentido destes mitos e sua função, desde ontem, hoje e sempre.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de abr. de 2023
Abc Da Mitologia Egípcia

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    Abc Da Mitologia Egípcia - Viktor D. Salis

    PRÓLOGO - SOBRE O ANTIGO E O ATUAL EGITO.

    O Antigo Egito é, sem dúvida, o marco maior do início das civilizações, sem, no entanto, desmerecermos as civilizações do crescente fértil, ou seja, as civilizações mesopotâmias. Contudo, o Egito é uma questão um tanto desconcertante, pois é uma terra que impressiona qualquer um e, principalmente, se considerarmos o antigo povo que a habitou por milênios.

    É uma terra com imponentes monumentos dedicados aos seus governantes e deuses, cuja glória há muito não se vê. São mais de seis mil anos de história e conhecimento cuja reputação persiste até os dias atuais, dado o desenvolvimento e a capacidade técnica em resolver as adversidades e sua extraordinária religiosidade aliada a uma profunda espiritualidade. Isso tudo fez do Antigo Egito uma nação sem precedentes.

    Por outro lado, há de se observar que o atual Egito, mesmo se perfazendo como uma nação autônoma, cheia de gente, comércio ativo etc, não manteve a tradição e a cultura de seus antepassados, ficando todo o legado do Antigo Egito reduzido somente às ruínas largadas ao desgaste provocado pelo vento e pela areia. Das estátuas e monumentos até as múmias e papiros escancarados, indiferentes ao que acontece na atualidade, esta arte e história servem apenas para os turistas e alguns historiadores mais interessados.

    Quase nenhum atual egípcio sente simpatia pela Rainha Hatshepsut como outrora sentiam quando ela se vestia com trajes masculinos para melhor incorporar a sua posição de Faraó, ou então, quando se vestia de Osíris nas cerimônias religiosas. Nada do antigo influencia hoje o Egito moderno.

    Quéfren, por exemplo, não passa de uma simples estátua antiga no museu do Cairo, algo que mostra exatamente quem eram os antigos e quem são os atuais egípcios. Isto não desmerece o atual povo egípcio, mas o que se quer mostrar é o que era o Egito Antigo em detrimento do que é hoje, considerando a mesma área geográfica e o mesmo povo, dado que o Egito foi a maior nação em sua época, isto é, uma das mais ricas e detentora da mais alta tecnologia aliada a uma sabedoria espiritual multimilenar.

    Portanto, o Antigo Egito, em comparação ao atual Egito, mais parece uma fábula ou historinha para criança dormir e seu legado valiosíssimo foi esquecido e ignorado por seu próprio povo que, no decorrer do tempo, foi sucumbindo às invasões, deixando sua cultura de lado e, por fim, esquecendo que um dia já foi um dos povos mais civilizados na Idade Antiga.

    O hilário é saber que, outrora, esse povo sempre procurou a imortalidade e a eternidade - e ficaram eternos, porém, mortos no tempo.

    Assim sendo, o Antigo Egito teve um povo que amou, odiou, sofreu, alegrou etc, e hoje somente ficou sua marca e, alhures, vive um povo muito aquém no mesmo lugar, cujos habitantes, em sua maioria, não fazem nem ideia do que se passou ali durante seis mil anos ou mais.

    PARTE I

    INTRODUÇÃO HISTÓRICA

    A herança deixada pelos faraós à humanidade vai muito além de pirâmides e sarcófagos dourados. Eles também nos legaram invenções sofisticadas e costumes curiosos que atravessaram os séculos e continuam vivos. Vejamos as contribuições do povo do Nilo e porque eles foram tão criativos, avançados e misteriosos.

    Na sala, pai e filho estão entretidos com jogos de tabuleiro e bebem cerveja em um final de tarde de domingo. A perna engessada de um deles não permitiu que fossem a uma cervejaria. No quintal, as crianças se divertem brincando de amarelinha entre os cães de estimação que correm derredor. Em um dos quartos, duas adolescentes experimentam novos cosméticos e cremes hidratantes, enquanto conversam sobre métodos contraceptivos e o teste de gravidez que a mais velha fará no dia seguinte. No quarto principal, uma mulher divide seus pensamentos entre a contabilidade de sua padaria e o divórcio prestes a se concretizar. Para amenizar a dor de cabeça, ela toma um remédio à base de ácido acetilsalicílico, o princípio ativo da aspirina.

    Se alguém perguntasse onde e quando essa cena aconteceu, a resposta poderia muito bem ser o Brasil ou os Estados Unidos há muito pouco tempo. Mas, por mais incrível que possa parecer, se alguém respondesse que a situação se deu no Egito no tempo dos faraós, estaria absolutamente certo. A chance de momentos como esses terem ocorrido durante o reinado de Tutancâmon ou Ramsés é praticamente tão grande quando no Ocidente do século XX.

    Escondidos sob a mística de pirâmides e maldições de múmias, os avanços científicos e culturais dos povos do Antigo Egito costumam surpreender mesmo a quem se considera iniciado no assunto. Diversas descobertas atribuídas a europeus pós-Renascimento fizeram parte do cotidiano daqueles que viveram às margens do Nilo muitos séculos antes de Cristo. O histórico dessa lacuna científica é complexo e rende livros e mais livros, mas o fato é que muitas coisas que se acredita serem méritos de um passado recente na verdade são muito, mas muito mais antigas que as nossas tataravós.

    Da aspirina ao teste de gravidez

    Uma das revelações mais impressionantes ao estudar a herança do Antigo Egito é seu desenvolvimento em medicina e farmacologia. Em O Legado do Antigo Egito, o egiptólogo Warren R. Dawson, da Universidade de Oxford, cita papiros médicos datados de até mais de 40 séculos atrás retratando procedimentos médicos e remédios usados até hoje por profissionais da área de saúde. Substâncias como óleo de rícino, ácido acetilsalicílico, própolis para cicatrização e anestésicos já eram conhecidas. Os documentos descrevem cirurgias delicadas, o engessamento de membros com ossos quebrados e todo o sistema circulatório do corpo humano.

    Antônio Brancaglion, historiador do Museu Nacional do Rio de Janeiro e membro da Associação Internacional dos Egiptólogos, conta que o desenvolvimento da medicina foi motivado, principalmente, pela quebra de um mito em relação à violação do corpo humano. Outros povos da época, como os sumérios e os assírios, acreditavam que se o corpo fosse aberto a alma escaparia. É claro que isso sempre foi um impedimento para experimentos médicos. Entre os egípcios, no entanto, deu-se justamente o oposto.

    A religião dos faraós deu uma grande ajuda às descobertas médicas. Eles acreditavam que para alcançar a vida eterna a alma de seus mortos precisava de um corpo. Por isso, desenvolveram o que chamamos genericamente de mumificação. Esta, na verdade, era um conjunto de procedimentos químicos e físicos que visavam à preservação dos corpos e estes processos exigiam a retirada cirúrgica de alguns órgãos internos, que eram separados uns dos outros. Em alguns casos, eram tratados e recolocados no lugar. Com isso, os egípcios passaram a conhecer o interior do corpo humano de uma forma inédita até então. Localizaram cada órgão e estudaram a relação entre eles, embora estivessem errados em algumas de suas conclusões – eles acreditavam, por exemplo, que o coração comandava nossos pensamentos.

    A ciência da mumificação: a preocupação com os mortos revelou importantes segredos do corpo humano.

    Os grandes avanços da medicina praticada pelos povos do Antigo Egito devem-se, principalmente, aos sofisticados processos de mumificação. Por meio deles, conheceu-se detalhadamente todo o sistema circulatório, as vísceras, bem como o funcionamento do coração, que os egípcios acreditavam ser o gerenciador do corpo e das emoções. Com o objetivo de preservar os cadáveres, eles

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