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Um Amor No Fim Do Mundo
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E-book324 páginas3 horas

Um Amor No Fim Do Mundo

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Sobre este e-book

Antônia vive em uma estância onde administra sua pousada nos arredores de Ushuaia, lugar conhecido como o fim do mundo, no extremo sul do planeta. O que decididamente não estava em seus planos era conhecer Hugo, um espanhol que cruza seu caminho. Cenários deslumbrantes, conversas interessantes, momentos divertidos e sensuais, fazem parte dessa aventura romântica na Terra do Fogo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de out. de 2023
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    Pré-visualização do livro

    Um Amor No Fim Do Mundo - Maria Claudia Ugoski Bacchieri

    Cópias Santa Cruz

    Rua Félix da Cunha, 412

    Campus I UCPel Pelotas, RS - CEP 96010-000

    Fone: (53) 3271-0815

    E-mail: copiassantacruz@gmail.com

    Impresso no Brasil

    Edição: 2023

    E_book

    É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem autorização expressa da autora.

    Capa: Vinícius Ugoski Bacchieri

    Projeto gráfico e diagramação: Fabiano Bacchieri

    Revisão: Fernanda Abreu Bacchieri

    Felipe Ugoski Bacchieri

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bacchieri, Maria Claudia Ugoski

    Um amor no fim do mundo/ Maria Claudia Ugoski Bacchieri. -- 1ª edição . -- Pelotas, RS : Editora Cópias Santa Cruz, 2023.

    240 p.

    ISBN 978-65-00-82773-6

    1.Ficção brasileira I. Título

    23-172221

    CDD-B869.3

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Ficção : Literatura brasileira B869.3

    Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/ 3129

    Para Fabiano - o grande amor da minha vida.

    E aos nossos frutos, Vinícius, Felipe e Helena, por me apoiarem incondicionalmente nesta aventura.

    5

    Capítulo 1

    O branco começa a ceder para o verde.

    A imagem ao fundo, depois do vidro, é um grande pico nevado, imóvel, imponente. O vento já é constante, dá pra perceber pelos barulhos que a primavera realmente chegou e com ela seus encantos: as cores, o alvoroço dos bichos, o sol tímido, mas presente.

    Na mesinha ao lado da cama, o celular de Antônia toca pela segunda vez. Certamente é Clara querendo saber se ela havia chegado bem e como está depois do vinho que tomaram na noite anterior.

    Com um pequeno sorriso, passa os olhos pelo quarto e pensa: - Adoro esse quarto, o chalé. Tudo é do meu jeito: pequeno, simples, acolhedor e silencioso.

    Atende a chamada, é Clara:

    - Oi, está tudo bem comigo e por aí?

    - Toda a vez que eu ligo e você não atende, fico pensando que aconteceu uma tragédia. Por que não atende o celular de primeira? Que coisa chata! - diz Clara, com pequenos risos.

    - É pra não perder o costume de lhe irritar de manhã cedo.

    - responde com a voz doce, quase infantil.

    Antônia e Clara eram amigas a muito tempo, porém totalmente diferentes uma da outra. Clara tinha os dois dedos colados na tomada, era falante e inquieta, sempre inventando alguma coisa. Por vezes se arrependia, depois de dizer algo indevido, franzia o nariz, levantava as sobrancelhas, estampava no rosto um sorriso amarelo e seus olhos falavam: - Ops! Sempre 7

    empurrava Antônia para enrascadas, mas era uma amiga verdadeira. Toda a sua impulsividade era recheada de boa intenção, fora as ideias malucas que tinha. Vamos montar um clube do livro?

    Uma confraria? Um café charmoso e elegante? Quem sabe um pub? Vamos comprar um barco? E assim era ela, com uma ideia boa a cada 15 minutos. Depois de se desculpar por não ter atendido sua ligação no primeiro toque e de dizer resumidamente seus afazeres nos próximos dias, combinaram de se encontrar sexta-feira, no final da tarde, para um café ou algo similar. Desligou e saltou da cama.

    Aquela manhã estava diferente do normal. De fato, o sol realmente apareceu. Poucas nuvens tornaram o céu de um azul intenso. Os raios que invadiam o quarto eram o anúncio de um dia de muito trabalho na estância. Antônia vestiu-se, calçou as botas e foi colocar água para aquecer. Desceu a escada e estava tudo certo, como sempre, tudo no devido lugar.

    O chalé tinha dois pisos. Na parte de cima, dois quartos com um banheiro dividindo-os, e embaixo, uma peça única: sala com lareira de pedra, sofá com mantas e almofadas, uma cadeira de balanço com estampa xadrez, uma mesa de jantar redonda com cadeiras, um balcão com bancos altos que dividia a cozinha.

    Rústico e moderno. Um ambiente que a retratava e a completava.

    Coloca a chaleira no fogo e faz um mate. Para ela, é totalmente impossível iniciar o dia sem o mate. Tudo ao seu alcance: cuia, bomba e erva. Liga o rádio na estação de sempre, um programa local, que mescla músicas e notícias da sua região: Ushuaia e arredores.

    Com o fim da temporada de inverno, da diminuição do número de turistas circulando, essa é a hora certa para arrumar tudo, tirar as reformas do papel e melhorar. Assim são os negócios, até mesmo na Terra do Fogo ou como apelidaram de O fim do mundo.

    Antônia mora na Estância Santa Cecília, ou melhor, em parte do que ela foi um dia. O que antes era enorme foi se 8

    fracionando com o tempo e acaba, como no seu caso, em uma pequena propriedade, que fica a cerca de 60 quilômetros de Ushuaia, na Rota 3. Desde a época dos seus avós, Santa Cecília era conhecida pela criação de cordeiros. Com o passar dos anos, depois da morte de seus pais, acabaram, ela e o irmão, tendo que tomar a frente nos negócios. Seu irmão nunca teve, nem de perto, o apreço que Antônia tem por esse lugar, os momentos vividos, as pessoas.

    Ele sempre foi um cidadão do mundo, viajante, saiu cedo pra estudar em Buenos Aires e vem, uma vez a cada dois ou três anos, visitá-la.

    Depois da divisão da estância ficou para ela a sede com as instalações principais, incluindo o chalé onde mora hoje e uma boa parte do campo onde ainda trabalha com cordeiros. A algum tempo, quando se viu sem saber direito como iria manter o lugar, veio a Clara com uma das suas ideias geniais: transformar Santa Cecília em uma pousada. A aposta no turismo foi a sua salvação, no quarto ano já estava firme no negócio e seu irmão, cada vez mais longe, agora em Barcelona. Amanhã é seu aniversário inclusive. Antônia desliga o fogo, coloca a água na garrafa térmica, monta o mate e pega um caderninho que fica ao lado da geladeira, escrevendo em um post-it: ligar pro Leo e entre parênteses, aniversário. Cola na geladeira, pega o mate e sai.

    9

    Capítulo 2

    O caminho do chalé até a casa sede da Pousada Santa Cecilia não é longo. Ele fica no topo de um pequeno morro, não muito íngreme onde, percorrendo uma estrada estreita de cascalho em direção ao vale, está a casa.

    A estradinha é cercada de campo por ambos os lados e corre ao lado uma cerca de arame com vários fios. Perfilam-se moirões e piques em uma linha reta até perto da casa. Antônia atrasa o passo, quase parando e alonga à vista pelo vale. Há uma força oposta a ela, que a faz sentir-se pequena, minúscula, sentindo necessidade de parar e respirar. A beleza também dói!

    Antônia gosta de fazer esse caminho a pé quando o dia está assim. Entre um mate e outro, um pensamento.

    Somos moldados pela geografia, isso é fato. O frio, o fogo, o campo, o mato, por fim, nos tornamos parte integrante da paisagem que nos rodeia sem nos darmos conta disso.

    Chega ao pátio atrás da casa, sempre bem rastilhado. Abre a porta e lá está Ana, sentada à mesa da cozinha. Ana é esposa de Fran, o capataz da estância desde a época de seu pai. Foi criada com os mimos de ambos e muito do seu jeito de ser, deve aos dois.

    Ana está fazendo anotações num pequeno bloco de costas para porta e nem percebe a sua presença:

    - Bom dia, Ana!

    Ela dá um salto no banco e bota a mão no peito.

    - Que susto! Estava aqui perdida nestas listas intermináveis de compras. Mal acabou a temporada e já estamos quase lotados pro fim de semana novamente - diz queixosa.

    10

    Antônia olha para ela meio de lado com uma expressão de

    É isso mesmo! e ela completa a frase:

    - Eu sei, eu sei, é assim mesmo, toda a moeda tem dois lados, a cara e a coroa, tudo tem prós e contras e por aí vai.

    Coloca a mão no ombro de Ana e beija sua cabeça, que responde com um afago:

    - Bom dia, minha menina! Quer café?

    Antônia agradece fazendo um não com a cabeça e senta na cadeira à cabeceira da mesa retangular atravessada e disposta milimetricamente no centro do cômodo. Dois bancos compridos de cada lado. O fogão, atrás dela, aquece todo o lugar e o cheiro da lenha queimando mesclado ao aroma do café, fazem deste espaço um dos seus preferidos na casa. Paredes azulejadas até a metade, panelas e tachos pendurados, os vidros de biscoitos, as latas de mantimentos nas prateleiras, os utensílios. Ali tudo é grande, resquícios de um outro tempo talvez. Um bule azul esmaltado é o seu predileto e ganha destaque no balcão que circunda todas as paredes. No lado oposto ao fogão está um armário, na verdade, uma cristaleira com pratos brancos, copos, taças, xícaras e canecas, coisas que usam no dia a dia, mas não menos charmosos. Em cima da mesa, um trilho de crochê que adora brincar com a ponta dos dedos. Esse, por acaso, foi feito por ela numa semana de muito frio tempos atrás. No centro da mesa um prato com algumas frutas.

    O capricho e a organização das coisas foram os ensinamentos que Ana procurou lhe passar desde seus doze anos.

    Fazer as coisas de forma primorosa não é um talento, exige esforço, dedicação e apreço. Seu olhar não cansa, vai percorrendo os objetos, parando em uma bandeja coberta com um guardanapo bordado. Escondidos ali estavam sempre os copinhos de doce.

    Muitas receitas de creme e mingau, cada dia um diferente. Mingau com canela ainda é o que mais lhe dá água na boca. Não deixa passar em branco os cestos na ponta do balcão, nas prateleiras, no chão ao lado do fogão e pensa: - Adoro cestos!

    11

    Nos vendem a ideia de que o que é velho não cheira bem, que cheira a mofo e naftalina, mas cada vez que Antônia entra ali, sente o cheiro bom de louro, alecrim, hortelã, de pão assando, de café ou de carne na panela. Percebe ou apenas sabe ver o valor destas coisas. Isso é um privilégio?!

    Rompendo o curso dos seus pensamentos, Ana lhe repassa a lista e ressalta:

    - Reservas confirmadas para o final de semana: três quartos, sexta, sábado e domingo. Um casal e uma família com dois filhos jovens. Teremos que inventar, adolescentes são muito chatos!

    As risadas saem ao mesmo tempo das bocas e os olhos de Antônia percorrem a lista, na procura de alguma dúvida.

    - Fiz também uma lista dos pequenos consertos: o interruptor do quarto 2, acho que tem que trocar; revisar o encanamento da pia no quarto 3, está pingando; ver também o que tem que trazer da cidade, para que tudo esteja pronto até sexta. O

    Miguel tem mais tempo livre e é um bom faz tudo, deve estar com o Fran agora. Gravou o que eu disse? - pergunta Ana com as sobrancelhas levantadas.

    Antônia faz um sinal positivo com a mão e pergunta:

    - O Fran está no galpão? Temos que repassar o cronograma dos próximos dias e fazer os ajustes.

    - Deve estar. Você sairá hoje? Vai à cidade? Me esqueci de revisar os vinhos. Ganhamos muito dinheiro com o vinho! - diz pausadamente e com um sorriso desonesto.

    - Isso é muito importante. Vinho não pode faltar! Segundo a sábia filósofa Ana (2023) tudo é melhor depois do primeiro gole.

    - e completa - Verei o que tem que repor, pode deixar pra mim.

    Antônia levanta rápido, coloca a cadeira onde estava, pega o mate e abre a porta que dá em um corredor. À direita, há uma porta onde fica a sala grande de lazer, para leitura, com TV, alguns jogos de cartas, tabuleiros e uma estante de livros. À esquerda, a pequena sala de café e jantar muito bem decorada e, a poucos passos dali, embaixo da escada, também à esquerda, a adega.

    12

    Quando pequena, era seu esconderijo favorito. O interruptor fica no meio da peça, uma cordinha que ao ser puxada, liga e desliga a luz.

    Ana tinha razão, o estoque de vinhos baixou. Quatro caixas seriam suficientes?

    Fechando a porta da adega e seguindo em direção a frente da casa está uma sala grande, dividida em três ambientes: a recepção, uma sala de espera e outra de descanso. Antônia gosta de brincar com os móveis e a cada ano reinventa novas disposições.

    Uma cadeira, um tapete disposto em outro sentido ou uma mesa auxiliar deslocada, já dão um upgrade para quem passa por ali todos os dias. As janelas amplas aproveitam toda a luminosidade possível. No inverno, é pouco tempo de sol, em torno de 7 horas mais ou menos e, no verão, é ao contrário, são 17 horas de sol, ou seja, às 10 horas da noite ainda está claro. Isso sempre é motivo de curiosidade dos turistas e de explicações científicas. Ela sempre sai bem com as crianças nesta situação. Vai em direção a porta principal e sai.

    Descendo os quatro degraus da entrada, mais uma vez respira profundamente. O vento tem um perfume diferente, mas extasiante mesmo é a tundra que cobre a frente da casa, como um grande tapete estendido, cortado apenas pela longa estrada. Vira à direita, confere o jardim rapidamente e percorre o entorno da casa rumo ao galpão.

    13

    Capítulo 3

    A caminhada pela estrada até lá é mais demorada, uma leve subida.

    Do topo da estrada se enxerga o galpão logo abaixo, a mangueira e os bretes, tudo com zinco e tábuas. Porteiras, muitas porteiras. O galpão é elevado do chão, com portão largo e alto no canto direito e a entrada se dá por uma rampa. Lembra de como foi trabalhosa essa reforma. O piso ficou ótimo, feito de ripas de madeira que formaram um grande estrado. Por dentro, corredores, bretes, porteiras para todos os lados; uma peça de medicamentos, outra de ferramentas e um pequeno escritório. De repente, os cachorros começam a latir, já sabem que ela está por ali.

    A voz grave do Fran é inconfundível. Sua fala é tão pausada que às vezes dá até sono. Sempre de bombacha, jaqueta e uma boina verde. Além de capataz de anos é um ótimo domador. Na estância, não possuem tantos cavalos, mas muitos foram domados por ele.

    A conversa no escritório é sobre o serviço certamente. Fran está sempre orientando os funcionários. Antes, Antônia se envolvia mais com essa parte, mas um dia tiveram uma conversa longa e Fran disse que ela deveria focar na expansão dos negócios, na pousada e que daria conta da parte de campo, é claro, não sozinho.

    Miguel e José são seus braços direito e esquerdo, já estão na Santa Cecília há mais de dez anos e juntos formam um bom trio.

    - Bom dia, pessoal! Atrasei um pouco, culpa da Ana! - diz dirigindo-se aos três que retribuem de imediato.

    14

    - Bom dia, Antônia! Estávamos estranhando a demora. - ela vai em direção de Fran estendendo uma das mãos.

    Uma mesa quadrada com quatro cadeiras, uma escrivaninha abarrotada de pastas, papéis e uma estante é o que cabe nesta sala.

    - Estava combinando com Miguel o conserto da cerca lá de baixo. O arame já encomendei, deve chegar até o final da semana; o resto tem tudo aqui. Não sei se você tem algo mais? - falou Fran com uma nota de compra na mão.

    - Tem reparos em dois quartos da pousada: interruptor e pia, coisas simples. Se tiverem um tempo, na sexta teremos hóspedes.

    - Sim, pode deixar. - Fran olha para Miguel e fala: - Isso é com você.

    Miguel e José levantam-se e, rumo à porta, dão um até mais, saindo. Os dois eram do mesmo time: falavam pouco. Sabiam fazer tudo da estância. Antônia tinha confiança neles, eram voluntários e prestativos. Aliás, quem não se encaixava nesse perfil, não ficava muito tempo em Santa Cecília.

    - Pois, então! Tenho que comprar umas coisas para abastecer a pousada, entre elas, vinho. O estoque está baixo.

    - Vinho não pode faltar. Ganhamos um bom lucro com o vinho! - diz Fran sorrindo entre os dentes.

    - Acho que já ouvi essa frase hoje. Precisa de algo? - nota uma preocupação pairando no ar. - Algum problema?

    - Não, tudo certo! Você foi ontem e já vai hoje de novo. Me preocupo com essas suas idas e vindas na estrada.

    - Ontem tive um evento, aquela palestra mensal do curso de Gestão que estou fazendo e depois fui jantar na casa da Clara, - já se justificando - mas cheguei em casa cedo, por volta das 10 horas.

    - E foi bom? Aprendeu algo novo? - fala bem pausadamente.

    - Estamos sempre aprendendo, não acha?

    Ela adora isso no Fran: suas armadilhas de perguntas. Por vezes, são apenas curiosidade, em outras, sondagem pura. O que 15

    ele quer mesmo saber é se ela foi à palestra ou se foi desculpa para ir fazer outras coisas.

    Miguel chega na porta, pergunta algo relacionado ao serviço e sai. Antônia levanta-se e Fran faz a volta na escrivaninha para atender o telefone. Ela dá um tchau baixinho e acena com a mão. Ele, atendendo o telefone, retribui.

    Os dois cachorros continuam parados na porta do escritório balançando os rabos. Era curioso como não entravam no escritório, mesmo sendo parceiros inseparáveis de Fran. Faz uma festa aos dois, mas seguem atentos às ações do dono ao telefone. Sai do galpão e confere o relógio, já passavam das 10 da manhã, até sair dali e chegar à cidade, seria por volta do meio-dia. Tem que se apressar.

    16

    Capítulo 4

    Antônia confere se pegou tudo e bate a porta do chalé. Ao chegar no carro, não acha a chave.

    - Que droga! Onde botei? - fala alto. Bate nos bolsos da jaqueta, na calça e nada - Na bolsa, só pode!

    Com certeza não é a única mulher que sofre com a bolsa.

    Sabe que isso não é um problema grave, mas é irritante. Suas bolsas normalmente são de tamanho médio e usa as poucas coisas que precisa dentro de um saco organizador que sempre achou bom, mas seu problema é que nunca acha o que procura:

    - Parece que tenho as duas mãos esquerdas, tudo fica caindo. Respira. Pensa - segue com a mania de falar com seu eu

    em voz alta, principalmente quando está aborrecida - Tem que estar aqui! Isso, menina! Achei.

    Acaba sujando as pernas das

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