O veneno do desejo
De Penny Jordan
4/5
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Sobre este e-book
A vida ensinara ao príncipe Vereham al a'Karim bin Hakar que devia controlar as suas emoções. O poderoso e enigmático xeque vivia somente para a sua responsabilidade para com o seu povo… até que um encontro inesperado e incrivelmente sensual com a inocente Samantha McLellan o fez perder o controlo.
Quando soube que aquela mulher com a qual partilhara os seus desejos mais secretos podia estar a trair o seu país, decidiu propor-lhe que se transformasse na sua amante.
Penny Jordan
After reading a serialized Mills & Boon book in a magazine, Penny Jordan quickly became an avid fan! Her goal, when writing romance fiction, is to provide readers with an enjoyment and involvement similar to that she experienced from her early reading – Penny believes in the importance of love, including the benefits and happiness it brings. She works from home, in her kitchen, surrounded by four dogs and two cats, and welcomes interruptions from her friends and family.
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O veneno do desejo - Penny Jordan
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2008 Penny Jordan. Todos os direitos reservados.
O VENENO DO DESEJO, N.º 1176 - Novembro 2012
Título original: The Sheikh’s Blackmailed Mistress
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2009
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência. ™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-1342-7
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Prólogo
– Oh, não!
Era demasiado tarde. Apesar do seu grito de advertência, foi contra o corpo muito masculino do homem que estava a virar a esquina ao mesmo tempo que ela.
A única coisa que o seu cérebro registou foi o seu próprio grito e o que viu em seguida, um homem alto, de costas largas, aparência muito arrogante e uns olhos verdes extraordinários.
Depois, com o rosto quase enterrado no ombro do desconhecido, os seus sentidos foram assaltados pelas sensações próprias daquele momento de intimidade. Sentiu o calor do seu corpo e o seu cheiro pessoal, almiscarado e masculino, misturado com o perfume que usava. Também sentiu o batimento acelerado do seu coração.
Uns dedos magros e fortes agarraram-na pelo braço. Pele contra pele. Como consequência do choque, Sam estava apoiada numa das coxas do desconhecido. De facto, tinha a sua coxa entre as pernas. Os instintos femininos mais básicos explodiram e Sam sentiu que perdia o controlo.
Ao reconhecer a sua masculinidade, tremeu. Respirar começou a transformar-se em alguma coisa perigosamente erótica, pois não conseguia evitar gemer de desejo.
Não devia fazê-lo. Não devia levantar o olhar para ver a sua cara, não devia deixar que os seus olhos percorressem aquela boca tão sensual, não devia tremer nem suspirar, não devia pôr a mão no seu peito e olhar para ele nos olhos, enquanto lhe dizia com o olhar como lhe apetecia percorrer o seu lábio inferior com o seu dedo ou, melhor ainda, fazê-lo com a ponta da língua.
Não, não devia fazê-lo, no entanto, era exactamente o que estava a fazer e o desconhecido estava a olhar para ela como se quisesse fazer exactamente o mesmo.
Não estava frio, porém, Sam tremeu e gemeu quando o desconhecido se inclinou sobre ela e lhe acariciou o cabelo.
Sentia o seu fôlego quente sobre a pele... Sentiu-o e saboreou-o com a sua mistura exótica de delícias e promessas. Observou como descia lentamente da sua boca para a dela, saboreou cada milímetro do movimento que os aproximava. Então, o desconhecido parou. Sam olhou para ele nos olhos e viu que brilhavam como duas esmeraldas, enquanto o intenso desejo sexual masculino queimava o ar entre eles.
Sam pôs-se em bicos dos pés e afastou os lábios de forma urgente, enquanto se agarrava a ele para não perder o equilíbrio.
O desconhecido roçou os seus lábios e aquela carícia pareceu quente e possessiva a Sam, embora também fosse maravilhosamente sensual e doce. Depois, afastou-se para olhar para ela e ela aproximou-se dele e apertou-se contra o seu corpo, suplicando-lhe em silêncio.
Sam levantou o rosto para ele e o desconhecido beijou-a brevemente uma vez e depois outra até que, finalmente, se entregou e fez o que Sam queria que fizesse desde o começo. Abraçou-a e beijou-a com força e paixão.
Ao ouvir vozes do outro lado do corredor, afastaram-se. Sam sentiu que corava e afastou-se a correr, sabendo que ia chegar atrasada à sua entrevista. Estava no Golfo Pérsico a trabalho e não para se comportar como uma mulher apaixonada.
A sua viagem inesperada ao deserto naquela manhã fizera com que lhe apetecesse mais do que nunca conseguir o trabalho para o qual iam entrevistá-la, contudo, também fizera com que chegasse atrasada e, por isso, corria pelo corredor do hotel.
Tinha menos de meia hora para tomar banho, mudar de roupa e chegar ao lugar da entrevista. Era por isso que o seu coração estava acelerado e não pelo que acabava de acontecer com o homem com quem chocara.
O que raios lhe acontecera?
Sam sabia perfeitamente que, se no Ocidente era necessário que uma mulher se comportasse de forma impecável, ainda era mais importante naquele lugar do mundo. Não devia ter comportamentos sexuais inapropriados com os homens árabes se não queria comprometer a sua reputação profissional e, conforme lhe tinham dito nas conferências a que assistira para preparar a entrevista, no Golfo Pérsico entendia-se por comportamento inapropriado algo tão simples como pôr a mão no braço de um homem ou olhar para ele nos olhos.
Portanto o que fizera, sem dúvida nenhuma, poderia catalogar-se como comportamento muito inapropriado.
Apesar de ter consciência de tudo aquilo e apesar de nunca ter sonhado comportar-se como fizera, continuava a sentir aquela necessidade no mais profundo do seu ser.
Na verdade, teria gostado que aquele homem a tivesse levado para um quarto e tivesse feito amor com ela de forma louca e apaixonada. Porém, como podia pensar naquilo? O que acabava de acontecer nunca acabava como ela queria.
Era ridículo pensar que o que acontecera fora fruto de uma paixão mútua à primeira vista.
Sam disse para si que tinha de recuperar a prudência e decidiu que o melhor que podia fazer era tomar um duche de água fria.
Tinham-lhe dito que o deserto podia enlouquecer uma pessoa, no entanto, Sam não acreditava que, por ter estado algumas horas a observar a paisagem do interior de um todo-o-terreno luxuoso com ar condicionado, lhe tivesse acontecido alguma coisa.
Pensou em como aquele homem era bonito e em como o desejava. Nunca experimentara algo do género, aquele desejo que a envolvera assim que os seus corpos tinham entrado em contacto. Fora como se uma corrente eléctrica os tivesse unido e, agora que estavam afastados, Sam sentia uma dor física.
Só de olhar para ele nos olhos, apercebera-se de que, se naquele momento aquele homem lhe tivesse pedido que se comprometesse com ele para o resto da sua vida, provavelmente até teria dito que sim.
Sam tentou rir-se de si mesma e disse para si que tudo aquilo era uma tolice e que, provavelmente, teria uma insolação. Não era uma explicação muito válida, no entanto, era melhor do que a alternativa: admitir que, com um simples olhar, se apaixonara por um desconhecido ao qual se sentiria emocionalmente ligada para sempre.
Capítulo 1
Vere olhou pela janela do seu escritório do palácio de Dhurahn, contudo, não pensou na beleza dos jardins do palácio e que tinham sido desenhados pela sua falecida mãe, mas no deserto que havia mais além.
Uma necessidade familiar chamava-o e queria esquecer-se das responsabilidades e das complexidades que comportava ser governante de um estado árabe moderno e aproveitar aquela parte da sua herança que pertencia ao deserto e aos homens que o amavam.
Num certo sentido, em breve estaria a desfrutar do deserto. Era verdade que não o faria de forma completa e livre porque o que o levava daquela vez a ir ao deserto era a sua responsabilidade para com o seu país e para com a sua vila. Tinha de viajar para o que se conhecia como a «região vazia» do deserto, o lugar onde ficava a fronteira com dois dos seus vizinhos do Golfo.
Vere foi para o outro lado do escritório e olhou para o pátio, onde os seus empregados estavam a acabar os preparativos da viagem. Ao fazê-lo, foi invadido por aquele ar remoto e frio que os que não o conheciam tomavam por arrogância.
Vere levava muito a sério a responsabilidade que constituía cuidar daquele país e da sua gente por direito de nascimento. Partilhava aquela responsabilidade com o seu irmão gémeo, no entanto, ele era o mais velho dos dois e tinha um carácter mais inclinado a levar as coisas mais a sério do que Drax.
Para Vere, governar Dhurahn como o seu pai e a sua mãe teriam gostado era uma responsabilidade quase sagrada.
A única vez em que a chamada do deserto fora tão forte como naquele momento fora quando os seus pais tinham morrido, sobretudo quando perdera a sua mãe.
Aquele pensamento foi o suficiente para que Vere decidisse que devia controlar as suas emoções, pois aquilo era uma amostra inaceitável de fraqueza.
Era impensável que o desejo que sentia por uma mulher ocidental, daquelas que chegavam ao Golfo dispostas a conseguir um certo estilo de vida em troca dos seus corpos, essas mulheres dispostas a entregarem-se sem vergonha, o levasse a desejar correr para o deserto em busca de paz, como lhe acontecera depois de ter perdido a sua mãe.
Era impensável e era um fracasso pessoal.
Há muito tempo que Vere perdera os seus pais, pois tudo acontecera quando era um adolescente, porém, a perda daquela querida mulher irlandesa que lhe dera sabedoria e amor quando a única coisa que ele queria era imitar a força do seu pai fora tão horrível que Vere decidira proteger-se para nunca mais ter de sentir aquela dor na sua vida.
Vere tinha consciência de que alguns homens pensavam que o melhor que alguém podia fazer na sua posição para satisfazer aquele apetite sexual que ameaçava destruir o seu autocontrolo era satisfazê-lo através do casamento ou através de uma amante.
O seu irmão Drax já se casara e estava à espera do seu primeiro filho e dissera-lhe que deveria casar-se também.
Vere franziu o sobrolho enquanto observava como carregavam os todo-o-terreno para a longa viagem. Apoiava a iniciativa do rei de Zuran de investigar e, se fosse necessário, redefinir as fronteiras que separavam os seus países entre eles e com a região vazia.
A verdade era que ambos os reinos tinham direitos territoriais sobre a região vazia, porém, em virtude da tradição antiga ignoravam-nos para que as tribos nómadas, cujo lar fora durante séculos a região vazia, pudessem continuar a viver ali.
O rei de Zuran queria proteger as tribos nómadas e oferecer-lhes a oportunidade de ter acesso à educação e à sanidade que a sua própria vila dispunha. Com esse espírito, entrara em contacto com os seus vizinhos, o emir de Khulua, Vere e Drax.
Aquela iniciativa era do agrado de Vere desde que fosse levada a