Sorte para um coração
De ROBYN DONALD
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Sobre este e-book
O milionário Slade Hawkings tinha a certeza de que Alli Pierce era uma caça-fortunas sedutora, cuja única coisa que pretendia era o dinheiro da sua madrasta. Por isso, decidiu viajar para a fantástica ilha de Valanu para a enfrentar. Porém, a atracção sexual que surgiu imediatamente entre eles fê-lo mudar de opinião…
Ela nunca conhecera ninguém tão arrogante como Hawkings. Talvez fosse o novo proprietário do complexo hoteleiro, contudo, ela ainda não lhe pertencia. O que ele não sabia era que ela ainda era virgem…
ROBYN DONALD
As a child books took Robyn Donald to places far away from her village in Northland, New Zealand. Then, as well as becoming a teacher, marrying and raising two children, she discovered romances and read them voraciously. So much she decided to write one. When her first book was accepted by Harlequin she felt she’d arrived home. Robyn still lives in Northland, using the landscape as a setting for her work. Her life is enriched by friends she’s made among writers and readers.
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Sorte para um coração - ROBYN DONALD
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2004 Robyn Donald
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Sorte para um coração, n.º 863 - Fevereiro 2016
Título original: The Billionaire’s Passion
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2005
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7909-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
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Capítulo 1
Alli Pierce acrescentou outra flor ao colar que estava a enfiar, dizendo:
– Eu quero ir à Nova Zelândia, mas não penso vender-me para o conseguir!
– Eu sei – respondeu calmamente a sua amiga Sisilu no dialecto local. – Acalma-te! Só era um comentário de Fili.
– O que se passa com ela ultimamente? Comporta-se como uma bruxa!
Sisilu sorriu.
– És tão ingénua! Fili não pode nem ver-te porque está apaixonada por Tama e ele está apaixonado por ti. Além disso, ela acha que é injusto que, só porque tens passaporte da Nova Zelândia, Barry te pague de acordo com a tabela salarial de lá. Afinal de contas, vives em Valanu desde bebé.
Alli tirou o cabelo ruivo da cara e prendeu-o com um travessão.
– Para ser sincera, eu concordo com ela – confessou. – Sinto-me culpada, mas Barry diz que é a política da empresa.
– Ele lá sabe. Já viste o novo dono?
– O novo dono? – perguntou Alli, surpreendida. – O novo dono do Sea Winds? Ele está aqui?
Os olhos escuros de Sisilu brilharam.
– Sim, exactamente aqui, no centro de Valanu.
– Hum, que emoção! – exclamou Alli, rindo-se. – Não, não o vi. Como sabes, a segunda-feira é o meu dia de folga. Quando chegou?
– Ontem à noite, num avião privado.
Alli franziu a testa.
– Eu pensava que o Sea Winds tinha sido vendido a uma multinacional. Não acredito que o dono venha aqui. Deve estar demasiado ocupado a armar-se em magnata! Provavelmente, esse homem é um membro do conselho de administração. Como é?
– Grande.
O tom sensual de Sisilu indicou a Alli que o novo dono do hotel era alto, mas não gordo.
Sisilu suspirou.
– E tem presença... Garanto-te que é o dono. Não que o tenha visto muitas vezes... Ele esteve fechado no escritório com Barry o dia todo, mas fez uma pequena visita ao hotel, enquanto ensaiávamos esta manhã.
Alli franziu ainda mais o sobrolho.
– Se é o dono, aposto que além de ser alto é velho, barrigudo e careca.
Sisilu revirou os olhos.
– Eu devia aceitar a aposta. Não tenhas dúvidas que ganharia! Não podias estar mais enganada, Alli. Ele tem uns ombros largos e umas pernas compridas. Tem um corpo perfeito... o seu estômago é mais plano do que o teu e o meu! Slade Hawkings caminha como um chefe, tem ar de chefe, fala como um chefe... Tem todas as funcionárias do hotel caidinhas por ele!
Hawkings? A surpresa fez com que um arrepio percorresse as costas de Alli, muito embora se tratasse de um apelido inglês bastante comum.
«Não comeces a imaginar coisas!», pensou.
– Se ele é o dono ou alguém do conselho de administração não deve estar interessado nas raparigas da ilha, portanto seria melhor que o deixassem em paz. De certeza que ele vive nos Estados Unidos, em Inglaterra ou na Suíça. Além disso, os homens como ele preferem mulheres sofisticadas e cultas.
– Se ele tiver mais de vinte e oito anos, eu como este colar – respondeu Sisilu alegremente, mudando de tom ao mesmo tempo que olhava para ela de esguelha. – Quanto à tua brincadeira sobre os homens de meia-idade, só demonstra que ainda és muito criança. É exactamente aos homens maduros que tu deves prestar atenção, Alli! Barry, por exemplo...
– Barry? – perguntou Alli, atónita. Ao vê-la assentir, prosseguiu com sarcasmo: – Referes-te a Barry Simcox? O gerente do hotel, que ficou com o coração partido quando a sua mulher regressou à Austrália com o seu filho, porque não podia suportar viver nesta «ilha perdida no meio do Oceano Pacífico»? Segundo as suas palavras, claro! O mesmo Barry que nunca me dedicou nem um único olhar de soslaio?
– Esse mesmo! – exclamou Sisilu, inclinando a cabeça. – Talvez tu não o tenhas visto a olhar para ti, mas houve quem visse.
Alli suspirou.
– Bom, depois não digas que eu não te avisei – resmungou Sisilu. – Embora eu ache que o novo dono seria um amante muito melhor. Parece uma estrela de cinema, só que mais rude – suspirou, acrescentando: – Basta olhar para ele, para ver que sabe o que faz, no que se refere ao amor. Tem uma aura de... Sabes a que me refiro?
– Não, não sei.
Sisilu examinou uma flor de hibiscos e atirou-a para o lado.
– Oh, claro que sabes! – exclamou maliciosamente. – Tama também tem essa aura.
Tama era o segundo filho do chefe da ilha e primo de Sisilu.
Alli corou.
– Eu preferia que ele não se tivesse apaixonado por mim.
– Isso é porque tu não estás apaixonada por ele – afirmou sabiamente Sisilu, – e porque tu és diferente. É natural que não o desejes, mas qualquer outra rapariga de Valanu adoraria ser amante dele. Não te preocupes. Quando te fores embora, ele esquece-te.
Ambas trabalharam em silêncio durante alguns minutos, antes que Sisilu voltasse a puxar o assunto:
– O novo dono não vive nos Estados Unidos, nem em Inglaterra nem na Suíça. Vive na Nova Zelândia.
– Tal como mais quatro milhões de pessoas!
– Quanto ao tipo de mulheres de que ele gosta... quando te viu a atravessar o hall, há cinco minutos, não te tirou os olhos de cima. Eu conheço aquele olhar – declarou Sisilu, com um ar de sabichona.
– Não tenho a menor dúvida, mas tens a certeza de que não era para ti que ele estava a olhar? Afinal de contas, és a rapariga mais bonita de Valanu – replicou Alli.
– Ele nem sequer me viu – murmurou Sisilu.
– Espera só até te ver! – Alli interrompeu o que estava a fazer e observou a sua amiga, que entrançava uma coroa com flores de hibiscos. – De qualquer forma – acrescentou, – se é tão bem-parecido como tu dizes, tenho a certeza de que é gay.
Sisilu soltou uma gargalhada.
– Nada disso! Eu vi quando ele olhou para ti. Talvez esteja interessado em ajudar uma compatriota, sobretudo se tu lhe ofereceres algum incentivo...
– Não esse tipo de incentivo, muito obrigada! – exclamou Alli, enfeitando o colar com folhas. – Se ele quiser ajudar-me basta manter o hotel aberto.
A sua amiga ignorou-a.
– Fazer amor com ele não seria nenhum sacrifício. Tem um ar sensual que desperta paixões. Quem me dera que se esquecesse de que é o chefe e reparasse em mim!
Alli fechou os olhos, encandeada pelo reflexo do sol nas águas do lago. Além das gaivotas, só se ouvia o murmúrio constante das ondas, quebrando contra a barreira de coral.
As raparigas com quem ela crescera em Valanu encaravam a sua sexualidade com naturalidade, sem preconceitos. Quando se casavam, eram fiéis, mas até lá desfrutavam dos prazeres da carne sem se envergonharem. O pai de Alli, no entanto, encarregara-se de a educar para que ela não seguisse aquele costume.
– Por que queres tanto sair de Valanu? – perguntou Sisilu inesperadamente. – É o teu lar!
Alli encolheu os ombros e tirou outra flor do monte perfumado ao seu lado.
– Quero saber por que a minha mãe nos deixou e por que o meu pai se escondeu neste lugar.
– Tu sabes por que foi. Ele andou na escola com o chefe da tribo, em Auckland. Quando o conselho tribal precisou de alguém para ajudar na administração, lembraram-se dele.
– Seja como for, há demasiadas perguntas sem resposta – respondeu Alli, com um olhar sombrio. – O papá nunca disse uma única palavra sobre a sua família. Nem sequer sei quem eram os meus avós!
A sua amiga estalou a língua. Na Polinésia, não ter família equivalia a ser um marginalizado.
– O teu pai era um bom homem – apressou-se a dizer.
Após a morte de Ian Pierce, há dois anos, Alli examinara os seus papéis e encontrara o que mais desejava saber: o nome da sua mãe. Então, contratara um detective para encontrar Marian Hawkings. O relatório chegara há três meses e, a partir desse momento, ela começara a poupar para ir conhecer a mulher que a dera à luz e que a abandonara passados alguns dias.
– A minha mãe era inglesa. Casou-se com o papá em Inglaterra e veio para a Nova Zelândia com ele. Depois de se divorciarem, ela casou-se com outro homem, mas agora é viúva e ainda vive em Auckland. Não quero intrometer-me na sua vida, só quero saber algumas coisas. Então, poderei pôr uma pedra sobre este assunto – declarou sem emoção, concentrando-se em enfiar a última flor no colar.
Sisilu encolheu os ombros.
– Mas vais voltar, não é? Agora nós somos a tua família.
Alli sorriu, enquanto as suas mãos hábeis prendiam a flor às restantes.
– São a melhor família do mundo, mas a necessidade de saber corrói-me por dentro.
– Eu compreendo – afirmou Sisilu, com um sorriso. – De qualquer forma, vais odiar a Nova Zelândia. É enorme, fria, diferente. Não é o lugar indicado para alguém que ama Valanu como tu.
Sisilu ergueu os olhos e viu uma mulher a aproximar-se delas.
– Oh, oh, problemas à vista! – exclamou, quase sem fôlego. – Olha para a cara dela!
Sem rodeios, a responsável pelo grupo de dança disse:
– Alli, tu vais dançar esta noite. Fili está doente. Temos de causar uma boa impressão, porque o dono do hotel ainda não decidiu se vai manter o Sea Winds aberto ou se vai fechá-lo.
As duas raparigas olharam para ela, atónitas.
– Ele não pode fazer isso! – exclamou Alli.
– Claro que pode! Pelo que eu ouvi dizer, não pensaria duas vezes antes de o fazer. Quando o hotel foi construído, era rentável, mas