Alemães, comida e Identidade: a construção da identidade étnica teuto-brasileira: VOLUME 3
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Alemães, comida e Identidade - Juliana Cristina Reinhardt
Notas
O que é um grupo étnico? O que é etnicidade?
Uma referência para o estudo dos fenômenos da aculturação é Roger Bastide, pesquisador que revelou para França a antropologia americana da aculturação. Ele parte da ideia que o cultural não pode ser separado do social e é nesta questão que ele tenta renovar, em seus trabalhos, a abordagem da aculturação. Bastide propõe os termos interpenetração ou entrecruzamento das culturas no lugar de aculturação, pois, ele acredita que o termo aculturação não indica claramente a reciprocidade de influências, não há uma cultura unicamente ‘doadora’ nem cultura unicamente ‘receptora’.
(1)
Pelo desgaste do termo aculturação dentro das ciências sociais, neste trabalho optei usar o termo proposto por Bastide, interpenetração das culturas, pois, acredito que este abarca a reciprocidade de influências.
Dentre as pessoas entrevistadas, alguns traços germânicos
desapareceram, outros se conservaram e outros ainda devem ter sofrido alterações, pois,
a etnicidade não é um conjunto intemporal, imutável de traços culturais
(crenças, valores, símbolos, ritos, regras de conduta, língua, código de polidez, práticas de vestuário ou culinárias etc.) transmitidos da mesma forma de geração para geração na história do grupo; ela provoca ações e reações entre estes grupos e os outros em uma organização social que não cessa de evoluir.(2)
Os hábitos alimentares e tradições culinárias de imigrantes e descendentes de alemães são traços culturais que fazem parte de uma etnicidade que está em constante movimento. Portanto, neste processo dinâmico de contato cultural e consequente interpenetração de culturas, alguns hábitos alimentares teriam perdido seu espaço, outros, sofrido modificações, reelaborações, alguns se conservando com outras características, outros significados, não tendo somente a função de alimentar o corpo, mas, também de alimentar o espírito.
Como exemplo deste processo, quando a comida acaba por servir para afirmação de uma identidade étnica, temos o marreco recheado, prato considerado típico alemão
, nos dias de hoje, e que não era visto desta forma pelos imigrantes e descendentes de alemães que moravam em colônias rurais no início do século XX. Nessa época e nesses locais, fazer este prato era uma questão prática, pois o marreco era uma das aves que criavam (como galinha, pato, ganso). O marreco recheado só vai ser vinculado ao significado de um prato alemão
quando algumas pessoas saem do campo para a cidade, entram em contato com outras culturas e etnias e este prato torna-se um diferencial entre estas. Nesse momento, oferecer este prato a pessoas de grupos étnicos diferentes, é expressar uma identidade étnica. É a partir do outro que o indivíduo percebe esta diferença, incorporando este modo de perceber-se diferente também como forma de demonstrar que pertence a um grupo distinto. O tempo e o espaço são dois agentes importantes para este processo. A etnicidade que um grupo étnico expressa é um processo dinâmico, ligado ao seu caráter relacional.
Segundo o antropólogo Fredrik Barth, na bibliografia antropológica o termo grupo étnico foi geralmente entendido para designar uma população que se perpetua biologicamente de modo amplo; compartilha valores culturais fundamentais realizados em patente unidade nas formas culturais; constitui um campo de comunicação e de interação; possui um grupo de membros que se identifica e é identificado por outros como se constituísse uma categoria diferençável de outras categorias do mesmo tipo.(3)
Barth critica este tipo de caracterização para determinação de grupos étnicos. Segundo ele,