Inovação Aberta, Liderança e Tecnologia
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Inovação Aberta, Liderança e Tecnologia - Adriano Queiroz
PREFÁCIO
Este livro apresenta uma tese doutorado do PPGA – Programa de Pós-Graduação em Administração da PUC- Minas – Pontifícia Universidade Católica, na linha de pesquisa Tecnologia e Conhecimento.
Por meio de um survey realizado na indústria de Tecnologia da Informação das empresas cadastradas e ativas no SINDINFOR/MG, na cidade de Belo Horizonte/MG, a pesquisa testa um modelo teórico que correlaciona os estilos de liderança preconizados pela literatura e as diferentes etapas do processo de inovação aberta acoplada com clientes.
Trata-se de uma pesquisa que apresenta resultados ainda não evidenciados pela ciência que busca compreender como as lideranças trabalham ou podem atuar de forma mais eficiente nos processos de inovação aberta em empresas do setor de tecnologia da informação.
AGRADECIMENTOS
A Cristo Jesus, fonte de toda inspiração e força, criador dos céus e terra, de infinito amor e misericórdia, de poder inigualável – firmamento entre céu, terra e mar.
À minha ilustre orientadora, Professora Doutora Ângela França Versiani, por todo acolhimento humano, rigor científico e incansáveis orientações ao longo dos últimos anos.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MINAS), em especial aos professores Marcelo e Humberto por todos os ensinamentos,
Aos ex-Professores do mestrado, Rivadávia, Fernando, Íris e Cristiana, que ao longo da minha trajetória sempre me incentivaram e inspiraram a continuar a estudar.
A toda a diretoria do Sindicato das Empresas de Informática do Estado de Minas Gerais de Minas Gerais (SINDINFOR-MG), por me permitir realizar a pesquisa com seus associados.
A todos os líderes dos processos de inovação aberta com clientes das empresas pesquisadas neste estudo, que colaboraram para que as entrevistas fossem realizadas com dedicação e êxito.
A minha saudosa e amorosa mãezinha, Dona Marlene (in memoriam), que tanto me apoiou e me incentivou a caminhar sempre em busca do conhecimento.
Aos meus alunos (fonte de inspiração) e colegas de trabalho da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), especialmente aos Professores Jairo, Raquel, Ivana e Magalhães (in memoriam).
Aos meus colegas do programa de doutorado, em especial aos meus amigos Waldiane, Bruno e ao Baião (in memoriam) e a todos os seus familiares, por todo o acolhimento.
A minha família, pelo apoio, carinho e compreensão, em especial ao meu padrasto, Paulo, minhas irmãs, Nair Cristina e Antemária, e a minha sobrinha, Carla.
Aos meus amigos, Jéferson Norte e Fernanda Lobo, por terem compreendido a minha ausência.
"De tudo, ficaram três coisas:
a certeza de que ele estava sempre começando,
a certeza de que era preciso continuar
e a certeza de que seria
interrompido antes de terminar.
Fazer da interrupção um caminho novo.
Fazer da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sono uma ponte,
da procura um encontro".
Fernando Sabino
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
1.INTRODUÇÃO
1.1 Motivação para a pesquisa
1.2 Desenho e contribuições da pesquisa
2. QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIA
2.1 A perspectiva da inovação aberta e as etapas do processo inovativo
2.2 Papel da liderança e sua influência na inovação
2.3 Modelo teórico proposto e desenvolvimento das hipóteses
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
3.1 Definição da pesquisa e amostragem
3.2 Mensuração e elaboração do instrumento de coleta de dados
3.3 Processo de validação do instrumento de coleta de dados
3.4 Pré-teste do instrumento de coleta de dados
3.5 Processo de coleta de dados
3.6 Análise de dados
3.6.1 Tipologia do modelo de análise de equações estruturais aplicado na pesquisa
4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1 Descrição da amostra
4.2 Análise descritiva dos estilos de liderança, criatividade e colaboração
4.3 Diferença entre os estilos de liderança e variação dos resultados
4.4 Análise de equações estruturais
4.4.1 Avaliação dos modelos de mensuração
4.4.2 Avaliação dos modelos estruturais
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5.1 Contribuição teórica
5.2 Reflexões práticas da pesquisa
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
Apêndice A - Formulário de Validação Translativa
Apêndice B - Questionário pré-teste - Pesquisa estilos de liderança
Apêndice C - Questionário versão aplicação
Apêndice D - Sindinfor
Apêndice E – Caracterização dos outliers multivariados
Apêndice F – Caracterização dos outliers multivariados
Apêndice G – Avaliações gráficas dos outliers multivariados
Apêndice H – Avaliações gráficas dos outliers multivariados
Apêndice I – Resultados detalhados dos testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis
Apêndice J – Avaliação da significância das cargas fatoriais dos modelos de mensuração
Apêndice K – Codificação dos indicadores por construto
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
1
.INTRODUÇÃO
A presente obra literária baseia-se numa tese de doutorado que aborda o tema da inovação aberta em serviços, focando a relação dos estilos de liderança nas etapas do processo inovativo. Visando dar vistas ao tema bem como a seu tratamento, elaborou-se esta introdução, a qual é composta de duas seções. A primeira seção, intitulada motivação para a pesquisa, expõe as razões para o desenvolvimento do estudo, abrangendo a lacuna de pesquisa, a tese proposta e os objetivos a serem atingidos. Na segunda seção, denominada de desenho e contribuições da pesquisa, relata-se como a pesquisa foi conduzida e as contribuições teóricas e práticas obtidas com o respectivo estudo.
1.1 Motivação para a pesquisa
A discussão sobre inovação aberta possui origens no debate teórico que contrapõe a inovação de produtos manufaturados versus a inovação de serviços. Nesse debate chama-se a atenção para a especificidade do desenvolvimento dos serviços que tendem a possuir uma natureza mais interativa em sua criação do que o bem tangível, uma vez que envolve os clientes como partícipes na inovação (Hertog, 2000). O provedor do serviço e o usuário interagem durante a produção do bem, em que a inovação é um processo de compartilhamento de conhecimento entre fornecedor e usuários (Hertog, 2000; Lusch, Vargo & Tanniru, 2010). O conceito de inovação aberta, ou open innovation, é um aprofundamento dessa ideia.
Na conceituação de Chesbrough (2003a), a inovação aberta utiliza ideias predominantemente de fontes externas de informações. Fluxos de conhecimentos transitam entre empresas, redes e mercados num processo dinâmico e interativo. Nesse processo, a liderança possui papel mais complexo, porque lida com a integração de diversos públicos (Kark, Mainemelis & Epitropaki, 2015) com interesses não coincidentes (Haridy & Shamsuzzaman 2020). A inovação aberta requer líderes que encorajam o pensar e agir diferentes dentro da empresa, aproveitando visões externas a fim de concretizar sua materialização em novos bens (Grin, Hassin, Karadzic & Moors, 2018; Haridy & Shamsuzzaman 2020).
Nessa perspectiva, teoricamente, a liderança não exibe um estilo único, porque a inovação é uma orquestração de interesses divergentes que convergem para soluções que agregam valor para o negócio como um todo. Ademais, cada etapa do processo inovativo possui desafios próprios, o que leva a se pensar que há um estilo de liderança específico a cada etapa do processo de inovação (Ayranci & Ayranci, 2015; Mumford & Licuanan, 2004). Transita-se da criatividade à sua transformação em resultados valiosos e tangíveis que atendam às demandas de mercado e aos custos e metas de eficiência organizacionais (Haridy & Shamsuzzaman, 2020). Líderes que focam a inovação são caracterizados como visionários e com a capacidade de moldar o futuro, integrando ideias de diferentes fontes (Mendes, Gomes, Marques-Quinterio & Curral, 2016).
Para inovar, recomendam-se líderes socialmente sensíveis, com conhecimento técnico e experiência em diversos domínios para solução de problemas (Mendes et al., 2016). Espera-se, ainda, que confiem em suas ações para serem capazes de influenciar os colaboradores e estabeleçam uma comunicação aberta entre eles (Mendes et al., 2016). Cabe ressaltar que não se devem confundir líderes inovadores com os intraempreendedores. Enquanto os intraempreendedores são entendidos como gestores que estruturam e coordenam novas combinações e arranjos de recursos para gerar e agregar valor a partir da exploração de necessidades não atendidas ou da melhoria da eficiência de algo que já é feito pela empresa (Wunderer, 2001), a liderança inovadora, para além de assumir tais características, garante que as emoções e atitudes dos colaboradores sejam voltadas para altos níveis de criatividade, motivando a equipe interna e agentes externos a se engajarem em um empreendimento conjunto que agregue novos conhecimentos ao negócio (Haridy & Shamsuzzaman, 2020).
Decerto, muito se sabe sobre liderança, ou seja, essa literatura já alcançou certo grau de maturidade teórica, bem como tem avançado bastante no que se refere ao entendimento das relações entre estilos de liderança e inovação. Por exemplo, Jia, Chen, Mei & Wu (2018) evidenciam que os líderes inovadores são pessoas que entendem o dinamismo dos ambientes técnicos e adéquam suas ações às dos processos inovadores. Lin & Wu (2018) enfatizam que os líderes adotam vários estilos para lidar com recursos escassos, como, por exemplo, o tempo exíguo para a consecução de projetos de melhoria customizados.
Essa perspectiva é reforçada nos estudos de Liboreiro & Shizza (2018), os quais destacam o estilo de liderança situacional, em que os líderes escolhem ações em função das circunstâncias e objetivos para atingir os resultados desejados pelos clientes. Haridy & Shamsuzzaman (2020) concluem que os líderes avaliam de forma holística os fatores organizacionais e contextuais que impactam os ambientes de inovação, considerando as demandas pertinentes ao processo inovativo. Essa mesma linha de raciocínio é sustentada por Hou, Hong, Zhu & Zhou (2019) e Ardi, Innocentius, Niko, Aneu, Hezkiel & Kezia (2020), os quais compartilham a concepção de que a liderança nos processos inovativos deve se adequar as necessidades do ambiente, provavelmente porque o fenômeno é sensível à variabilidade contextual, ambiental e às características dos líderes.
Em que pesem os avanços de pesquisa sobre liderança e inovação, a literatura ainda registra oportunidades para o aprofundamento das pesquisas. Autores como Garud, Gehman & Giulani (2014) realçam a importância de se estudar a conexão de atores e contextos por meio de um processo de gerenciamento integrativo e iterativo das etapas do processo inovativo. Tais autores reforçam as antigas alegações de Mumford & Licuanan (2004) de que a maioria dos estudos sobre liderança inovativa ignorou as diferenças e características substanciais entre os líderes e, especialmente, entre âmbitos. Ayranci & Ayranci (2015) e Prasad & Junni (2016) também reconhecem que a relação entre inovação e liderança ainda não está bem definida. O argumento de que os