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Saúde Animal
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E-book73 páginas43 minutos

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Sobre este e-book

Com o passar dos anos, os criadores perceberam que as boas práticas de manejo que visam ao bem-estar animal podem representar, ao contrário do que se pensava, um menor custo de produção em longo prazo. A saúde dos animais é fundamental para uma boa produção pecuária, tanto na qualidade quanto na quantidade. A sanidade animal envolve um trabalho de prevenção, planejamento e cuidados com a qualidade de vida dos rebanhos, para que produção seja maior e melhor. Os animais só atingem o máximo de seu potencial genético quando têm à disposição nutrição de qualidade e adequada a cada fase do seu desenvolvimento, bem como cuidados apropriados, conforto ambiental e respeito ao comportamento natural e à saúde mental. Animais saudáveis garantem a qualidade da cadeia do setor pecuário no contexto nacional e internacional e ainda protegem a saúde pública e o meio ambiente. A incidência de surtos como febre aftosa, mal da vaca louca e gripe aviária causa prejuízos ao comércio mundial e preocupação à saúde pública, além de evidenciarem a importância do cuidado com a saúde animal. Cada espécie animal tem seu metabolismo próprio, por isso cada sistema produtivo tem técnicas de manejo diferentes. Mas os princípios da sanidade animal são comuns a todos os tipos de rebanhos. O Comitê de Bem-Estar dos Animais de Fazenda (FAWC) do Reino Unido foi o primeiro órgão a divulgar linhas gerais sobre o mínimo aceitável para o tratamento animal nas fazendas. Segundo o órgão, os animais devem estar livres de medo e estresse; de sede e fome; de qualquer desconforto; de dor, injúrias e doenças; e ainda, livres para expressarem seu comportamento natural. O bem-estar, portanto, requer um manejo responsável de animais, com condições de vida adequadas, prevenção de doenças, manuseio e transporte atenciosos e abate com menos sofrimento. A conquista de altos padrões de bem-estar animal requer não causar sofrimento desnecessário e atender a algumas necessidades, mas não todas, do animal. Alguma dor e angústia são inevitáveis na pecuária, com o conhecimento e as práticas atuais. O encaixe da cauda dos cordeiros para minimizar o risco de ataque de moscas e o corte de bico das galinhas poedeiras são exemplos disso. Mas o objetivo da sanidade ambiental é minimizar a ocorrência de situações de sofrimento. O manejo de animais por isolamentos é uma das formas comuns utilizadas pelos pecuaristas para aumentar a produtividade e reduzir as chances de contágio de doenças. No entanto, essa prática pode levar animais que naturalmente vivem em grupos a desenvolverem comportamentos anormais; alguns exemplos são cavalos engolindo ar e bovinos e suínos enrolando a língua e mastigando no vácuo. Esses comportamentos indicam que os animais buscam compensar o estresse da restrição do espaço e do pouco contato social. O organismo acaba desviando energia para a compensação do estresse, prejudicando o equilíbrio fisiológico importante para o ganho de peso e comprometendo a defesa imunológica. Assim, o isolamento pode até aumentar o aparecimento de doenças e o número de mortalidade de filhotes. Práticas como escovação dos bezerros imitando a lambida de vaca, aleitamento em baldes com bicos e desmama progressiva reduz em até 18% da incidência de diarreia dos animais em comparação com o manejo convencional, feito com pouca interação, desmame abrupto e em baldes. A diarreia é uma das principais causas da alta mortalidade em bezerros, que varia entre 10% e 34% do rebanho no Brasil. Matrizes suínas criadas coletivamente apresentam menor frequência de diarreia, constipação e bursites quando comparadas às mantidas em gaiolas. A interação entre os suínos, a possibilidade de caminhar, correr e fuçar reduziu em 16% a frequência de comportamentos estereotipados. Dessa forma, constata-se que práticas agropecuárias são uma ferramenta poderosa com o manejo sanitário contribuindo para a melhoria do desempenho da produção de bem-estar animal.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de jan. de 2022
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    Saúde Animal - Organizador: Roger Rodrigo Dos Santos – Editor: Adriano Stephan Nascente

    Com o passar dos anos, os criadores perceberam que as boas práticas de manejo que visam ao bem-estar animal podem representar, ao contrário do que se pensava, um menor custo de produção em longo prazo. A saúde dos animais é fundamental para uma boa produção pecuária, tanto na qualidade quanto na quantidade. A sanidade animal envolve um trabalho de prevenção, planejamento e cuidados com a qualidade de vida dos rebanhos, para que produção seja maior e melhor.

    Os animais só atingem o máximo de seu potencial genético quando têm à disposição nutrição de qualidade e adequada a cada fase do seu desenvolvimento, bem como cuidados apropriados, conforto ambiental e respeito ao comportamento natural e à saúde mental.

    Animais saudáveis garantem a qualidade da cadeia do setor pecuário no contexto nacional e internacional e ainda protegem a saúde pública e o meio ambiente. A incidência de surtos como febre aftosa, mal da vaca louca e gripe aviária causa prejuízos ao comércio mundial e preocupação à saúde pública, além de evidenciarem a importância do cuidado com a saúde animal.

    Cada espécie animal tem seu metabolismo próprio, por isso cada sistema produtivo tem técnicas de manejo diferentes. Mas os princípios da sanidade animal são comuns a todos os tipos de rebanhos. O Comitê de Bem-Estar dos Animais de Fazenda (FAWC) do Reino Unido foi o primeiro órgão a divulgar linhas gerais sobre o mínimo aceitável para o tratamento animal nas fazendas.

    Segundo o órgão, os animais devem estar livres de medo e estresse; de sede e fome; de qualquer desconforto; de dor, injúrias e doenças; e ainda, livres para expressarem seu comportamento natural. O bem-estar, portanto, requer um manejo responsável de animais, com condições de vida adequadas, prevenção de doenças, manuseio e transporte atenciosos e abate com menos sofrimento.

    A conquista de altos padrões de bem-estar animal requer não causar sofrimento desnecessário e atender a algumas necessidades, mas não todas, do animal. Alguma dor e angústia são inevitáveis na pecuária, com o conhecimento e as práticas atuais. O encaixe da cauda dos cordeiros para minimizar o risco de ataque de moscas e o corte de bico das galinhas poedeiras são exemplos disso. Mas o objetivo da sanidade ambiental é minimizar a ocorrência de situações de sofrimento.

    O manejo de animais por isolamentos é uma das formas comuns utilizadas pelos pecuaristas para aumentar a produtividade e reduzir as chances de contágio de doenças. No entanto, essa prática pode levar animais que naturalmente vivem em grupos a desenvolverem comportamentos anormais; alguns exemplos são cavalos engolindo ar e bovinos e suínos enrolando a língua e mastigando no vácuo.

    Esses comportamentos indicam que os animais buscam compensar o estresse da restrição do espaço e do pouco contato social. O organismo acaba desviando energia para a compensação do estresse, prejudicando o equilíbrio fisiológico importante para o ganho de peso e comprometendo a defesa imunológica. Assim, o isolamento pode até aumentar o aparecimento de doenças e o número de mortalidade de filhotes.

    Práticas como escovação dos bezerros imitando a lambida de vaca, aleitamento em baldes com bicos e desmama progressiva reduz em até 18% da incidência de diarreia dos animais em comparação com o manejo convencional, feito com pouca interação, desmame abrupto e em baldes.

    A diarreia é uma das principais causas da alta mortalidade em bezerros, que varia entre 10% e 34% do rebanho no Brasil. Matrizes suínas criadas coletivamente apresentam menor frequência de diarreia, constipação e bursites quando comparadas às mantidas em gaiolas. A interação entre os suínos, a possibilidade de caminhar, correr e fuçar reduziu em 16% a frequência de comportamentos estereotipados. Dessa

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