A influência dos exergames na qualidade de vida de pessoas com baixa visão: avaliação do uso de programa de atividades físicas com exergames no estado do Amapá – região da Amazônia Legal
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Sobre este e-book
As compilações aqui descritas podem ajudar outros pesquisadores interessados em pesquisar sobre a baixa visão, inclusive podendo ampliar o nível de conhecimento técnico sobre as sequelas dessa condição ainda tão pouco exploradas cientificamente. Chama a atenção a necessidade de uma compreensão mais global das perdas associadas às dificuldades diárias, abrindo-se um leque de oportunidades para novos conhecimentos e com um novo olhar, para análise mais profunda das dificuldades e para se apontar novas possibilidades de auxílio àqueles que conhecidamente não são cegos nem enxergam bem. Uma das principais finalidades desta obra foi dar voz às pessoas com baixa visão, propagando suas necessidades ao mundo. Embarquem neste desafio.
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- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Excelente referência para a área de reabilitação visual em Baixa Visão.
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A influência dos exergames na qualidade de vida de pessoas com baixa visão - Genilson de Almeida Jennings
Este livro é dedicado às pessoas com baixa visão.
A Deus
Por ter despertado em mim a curiosidade pelo tema, abrindo caminhos para a construção de uma nova possibilidade àqueles para quem a sociedade fecha os olhos.
Aos meus pais,
Maria de Jesus de Almeida Jennings (in memoriam) e Waldemir Medeiros Jennings, pelo amor incondicional e por todo ensinamento e exemplo prático de uma vida honesta e responsável.
À minha esposa e aos meus filhos,
Christianne Jennings, Mário Guilherme Jennings e Waldemir Medeiros Jennings Neto, pelo amor, carinho, cuidado e pela compreensão a mim dispensados ao longo do nosso reencontro nesta vida.
Às pessoas com baixa visão que participaram desta pesquisa
cujo empenho demonstrou que a baixa visão não é uma doença, mas sim uma condição adaptável aos avanços da ciência.
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para que a pesquisa aqui apresentada fosse possível.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APRESENTAÇÃO
O presente livro resultou de um grande desafio, descrever a aplicabilidade e os efeitos percebidos de uma ferramenta que fosse utilizada para auxiliar no processo de reabilitação de pessoas com baixa visão, com um adendo, a dificuldade de desenvolver pesquisa em uma região do Brasil conhecida pela necessidade de desenvolvimento em todos os aspectos, a Amazônia legal. Nesta oportunidade, pude reunir e analisar os desfechos práticos encontrados e compará-los com os principais trabalhos científicos publicados sobre o assunto. Esta estimulante e prazerosa obra me colocou frente a frente com a realidade cotidiana vivida pelas pessoas com baixa visão na lida com suas necessidades especiais.
As compilações aqui descritas podem ajudar outros pesquisadores interessados em pesquisar sobre a baixa visão, inclusive podendo ampliar o nível de conhecimento técnico sobre as sequelas desta condição ainda tão pouco exploradas cientificamente. Chama a atenção a necessidade de uma compreensão mais global das perdas associadas às dificuldades diárias, abrindo-se um leque de oportunidades para novos conhecimentos e com um novo olhar, para análise mais profunda das dificuldades e para se apontar novas possibilidades de auxílio àqueles que conhecidamente não são cegos e nem enxergam bem. Uma das principais finalidades desta obra foi dar voz às pessoas com baixa visão, propagando suas necessidades ao mundo.
Uma boa Leitura a todos!
Macapá, 25 de novembro de 2022
Genilson de Almeida Jennings
SUMÁRIO
Capa
Folha de Rosto
Créditos
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ASPECTOS RELACIONADOS À PERCEPÇÃO HUMANA
2.2 QUALIDADE DE VIDA (QV)
2.2.1 CONCEITO
2.2.2 QUALIDADE DE VIDA NA REGIÃO DA AMAZÔNIA LEGAL
2.2.3 QUALIDADE DE VIDA DE DEFICIENTES VISUAIS E O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO WHOQOL- BREF
2.3 GRUPO FOCAL (GF) EM PESQUISAS QUALITATIVAS NA ÁREA DA SAÚDE
2.4 BAIXA VISÃO (BV)
2.5 NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA OFTALMOLÓGICA E DE HABILITAÇÃO / REABILITAÇÃO VISUAL EM BAIXA VISÃO DO AMAPÁ
2.6 EXERGAMES
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
3.1.1 LOCAL E PERÍODO DO ESTUDO
3.1.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA
3.2 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
3.2.1 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS DA ETAPA QUANTITATIVA E ANÁLISE ESTATÍSTICA
3.2.1.1 VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS
3.2.1.2 VARIÁVEIS CLÍNICAS
3.2.2 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS DA ETAPA QUALITATIVA
3.3 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ANÁLISES DAS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS DAS PESSOAS COM BV PARTICIPANTES DA PESQUISA
4.2 ANÁLISES DAS VARIÁVEIS CLÍNICAS DAS PESSOAS COM BV PARTICIPANTES DA PESQUISA
4.3 ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA
4.3.1 COMPARAÇÃO DOS DOMÍNIOS ANTES E DEPOIS DA PRÁTICA DOS EXERGAMES
4.3.2 CORRELAÇÃO DAS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS E CLÍNICAS COM OS DOMÍNIOS
4.4 ANÁLISE DOS EFEITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS DA INTERVENÇÃO COM OS EXERGAMES
4.4.1 DOMÍNIO FÍSICO
4.4.1.1 BENEFÍCIOS FÍSICOS
4.4.1.2 DIFICULDADES FÍSICAS
4.4.1.3 MOTIVAÇÕES FÍSICAS
4.4.2 DOMÍNIO PSICOLÓGICO
4.4.2.1 BENEFÍCIOS PSICOLÓGICOS
4.4.2.2 DIFICULDADES PSICOLÓGICAS
4.4.2.3 MOTIVAÇÕES PSICOLÓGICAS
4.4.3 DOMÍNIO RELAÇÕES SOCIAIS
4.4.3.1 BENEFÍCIOS NAS RELAÇÕES SOCIAIS
4.4.3.2 DIFICULDADES NAS RELAÇÕES SOCIAIS
4.4.3.3 MOTIVAÇÕES NAS RELAÇÕES SOCIAIS
4.4.4 DOMÍNIO MEIO AMBIENTE
4.4.4.1 BENEFÍCIOS NAS RELAÇÕES AMBIENTAIS
4.4.4.2 DIFICULDADES NAS RELAÇÕES AMBIENTAIS
4.4.4.3 MOTIVAÇÕES NAS RELAÇÕES AMBIENTAIS
4.4.5 DIFERENÇAS EM RELAÇÃO A OUTROS TIPOS DE ATIVIDADES FÍSICAS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 IMPLICAÇÕES TEÓRICAS
5.2 LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A – CARTA DE ANUÊNCIA PARA AUTORIZAÇÃO DA PESQUISA
APÊNDICE B – FORMULÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO
APÊNDICE C - TCLE
APÊNDICE D – TCLE (RESPONSÁVEL PELO MENOR)
APÊNDICE E – TERMO DE ASSENTIMENTO PARA CRIANÇA E ADOLESCENTE
APÊNDICE F – FICHA DE CONTROLE DE FREQUÊNCIA
APÊNDICE G – FICHA DE CONTROLE DE DESEMPENHO
ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
ANEXO B – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA
ANEXO C – CARTÃO DE CONSULTA DA UBS
Landmarks
Capa
Folha de Rosto
Página de Créditos
Sumário
Bibliografia
1. INTRODUÇÃO
A noção de percepção envolve a forma de acessar o mundo, de como enxergá-lo, através de uma perspectiva, posicionando assim o sujeito no mundo de maneira histórica no tempo e no espaço. A percepção de mundo envolve a forma como o corpo se encontra além da interioridade e da exterioridade, reagindo aos estímulos do próprio mundo, sendo simultaneamente fisiológico e psicológico na medida em que o sujeito é o seu corpo, e, para o entendimento do homem como corpo, deve-se compreender o entrelaçamento entre as condições fisiológicas e os determinantes psicológicos (PONTY, 2006).
Pode-se definir Qualidade de Vida (QV) como a maneira pela qual um indivíduo percebe sua posição na vida, sua adequação à cultura e ao complexo de valores inerentes ao local onde vive em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações, justificando o seu caráter multidimensional nas diversas formas de impacto na vida (WHO, 2012). Então, estudar QV é uma tentativa de buscar a compressão da subjetividade humana, perpassando o bem-estar físico, mental e social. Sendo assim, avaliá-la e mensurá-la é uma ação bastante complexa, que requer um entendimento holístico do ser humano e da sociedade (BECKER; MONTILHA, 2015).
Os instrumentos de avaliação da QV têm sido reconhecidos como valiosas ferramentas na avaliação e mensuração do impacto dos tratamentos de saúde e das percepções do paciente. As pessoas com deficiência visual podem comportar-se de maneira mais tímida, pessimista, intuitiva e insegura. Estudos relacionados à QV de crianças com essa deficiência têm demonstrado alterações em seus resultados, indicando alterações na percepção das emoções e dependência para a realização das atividades de vida diária (BITTENCOURT; HOEHNE, 2006; CHADHA; SUBRAMANIAN, 2011; OSAKI; BELFORT, 2004).
Por outro lado, pessoas com deficiência visual comumente deparam-se com problemas como dificuldade de interação social, desemprego e de realização das atividades diárias de forma independente e autônoma, o que culmina em uma possível perda de autocontrole e autoestima, queda no nível de desempenho pessoal e profissional, além de fragilidade emocional, fatores estes que levam à diminuição da sua QV. O conhecimento prévio das dificuldades na realização das atividades diárias provenientes do prejuízo funcional das pessoas com deficiência visual que procuram um serviço de reabilitação visual otimiza o seu tempo de tratamento e acaba por motivá-las juntamente com suas famílias (BECKER; MONTILHA, 2015b; MONTILHA et al., 2000; RUDMAN; COOK; POLATAJKO, 1997).
A reabilitação visual deve utilizar todos os aspectos que ajudarão as pessoas com essa deficiência a se sentirem confiantes e capazes de retomar uma vida ativa na sociedade. Também deve objetivar a compreensão e a lida com medos e ansiedades, orientação e mobilidade, tal qual a utilização de técnicas de orientação de tempo e espaço, o ensino de novas habilidades com estimulação das habilidades já existentes, práticas de atividades de vida diária, sociais, de interação e adaptação ao ambiente que frequentam (SOARES et al., 2011; SUMSION, 2003).
Estudo sobre QV em crianças com deficiência visual atendidas no Ambulatório de Estimulação Visual da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) comparou os momentos antes e depois das intervenções reabilitacionais promovidas por equipe multiprofissional, observando significativa melhora na saúde geral da visão com diferença estatisticamente importante. Isso levou os pesquisadores a concluírem que as intervenções da equipe multidisciplinar em BV promoveram melhora na QV das crianças e suas famílias (MESSA; NAKANAMI; LOPES, 2012).
Por meio da International Statistical Classification of Diseases, Injuries and Causes of Death, 10th revision (ICD-10), a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que BV ocorre quando o valor da acuidade visual corrigido no melhor olho é maior ou igual a 0,05 e menor que 0,3 ou seu campo visual é menor do que 20o no melhor olho com a melhor correção óptica (WHO, 1993). Nesse sentido, estudos apontam que aproximadamente 80% das informações que os seres humanos recebem vêm dos estímulos visuais e, portanto, a BV ou sua ausência restringem as experiências de vida e influenciam o desenvolvimento do equilíbrio, da coordenação motora e da postura (REIS; CAMPOS; FERNANDES, 1998).
No mundo, dados apontam a deficiência visual como um problema de saúde que afeta um número estimado de 285 milhões de pessoas e destas 246 milhões apresentam BV. No Brasil, os dados mais atualizados mostram que mais de 35,7 milhões declararam possuir deficiência visual e 6.056.684, BV. A área da Amazônia Legal compreende nove estados brasileiros e, entre estes, os estados da região Norte, os quais, juntos, possuem 541.798 pessoas que se declararam com BV. Deste total, 24.781 estão no estado do Amapá, e, destas, segundo informações levantadas no próprio local, no decorrer do estudo, 87 pessoas com BV encontram- se cadastradas no Núcleo de Assistência Oftalmológica e de Habilitação/Reabilitação Visual em Baixa Visão do Amapá (LIMA et al., 2012; IBGE, 2010; WHO, 2012).
Localizado no extremo norte do Brasil, mais precisamente no município de Macapá, estado do Amapá, na região da Amazônia Legal, o Núcleo de Assistência Oftalmológica e de Habilitação / Reabilitação Visual em Baixa Visão do Amapá funciona na Unidade Básica de Saúde da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e tem como público-alvo crianças e adultos com diagnósticos de BV. Um dos objetivos principais é estimular a inclusão social e a melhoria da QV dessas pessoas, sendo o único centro de pesquisa e atendimento em saúde ocular e BV da região.
Ainda timidamente conduzida pelo Ministério da Saúde frente aos desafios para a construção de política regional, a Amazônia Legal é marcada por dinâmica socioespacial própria e indicadores sociais desfavoráveis. Suas características trazem consigo enormes desafios em relação à integração nacional e com outros países. Sua extensa área de fronteiras internacionais e a multiplicidade de interesses e organizações presentes na região prejudicam o desenvolvimento de uma política regional e integrada de saúde, conferindo a ela dificuldades estruturais, institucionais e políticas (IBGE, 2017; VIANA et al., 2007).
Para o crescimento de uma política regional de saúde na Amazônia Legal, deve-se enfrentar o elevado crescimento demográfico, tal qual o crescimento de pequenos e médios municípios, o baixo desenvolvimento institucional no processo de descentralização na área social, a pouca autonomia e baixa qualidade da gestão, o subfinanciamento da saúde, a desigualdade social, a mão de obra escassa e as dificuldades de comunicação, transporte e saneamento básico. Enfim, desafios que fomentam as dificuldades sociais e de saúde e que ressaltam a necessidade de ações gerais e específicas em prol da população, de forma urgente com programas e ações de promoção da saúde em todas as áreas, incluindo a saúde ocular com programas de prevenção de distúrbios oftalmológicos (GARNELO; SOUSA; SILVA, 2017; REHDER et al., 2000; VIANA et al., 2007).
Uma maior interação entre médicos oftalmologistas e os demais profissionais de saúde é necessária para que, de forma multiprofissional, possam se articular, objetivando a prevenção de doenças, a promoção e a reabilitação da saúde e dos problemas secundários das pessoas com deficiência visual. Isso proporciona maiores e melhores oportunidades de trabalho e lazer decorrentes do ganho das capacidades físico-funcionais. A tecnologia assistiva (recursos que promovem inclusão e uma vida mais independente) pode ser utilizada por esses profissionais como um valioso instrumento, que contribui para utilização do residual visual em sua máxima potencialidade nas diferentes atividades do cotidiano (NOBRE et al., 2006).
Um recurso de tecnologia assistiva que envolve a combinação de games desenvolvidos para atividades físicas que utilizam dispositivos de interação física com o usuário para a realização de exercícios físicos, os denominados exergames, vem sendo utilizado em reabilitação associado a jogos eletrônicos, evitando-se a monotonia e os movimentos repetitivos das atividades físicas convencionais. É o caso do videogame da Nintendo Wii e da Plataforma Balance Board (SOUSA, 2011; VAGHETTI; BOTELHO, 2010). De modo geral, os exergames podem contribuir para aumentar a atividade física dos seus praticantes, melhorar as funções de aprendizagem, além de benefícios psicológicos e sociais (LATHAM; PATSTON; TIPPETT, 2013; LIEBERMAN et al., 2011; MAILLOT; PERROT; HARTLEY, 2012a; STRAND et al., 2014; WOLLERSHEIM et al., 2010).
O estudo aqui descrito se apresentou relevante como instrumento