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Fuja do Alzheimer Agora Mesmo: Saiba Como Diminuir as Chances de Ter Alzheimer Com um Estilo de Vida Mais Saudável
Fuja do Alzheimer Agora Mesmo: Saiba Como Diminuir as Chances de Ter Alzheimer Com um Estilo de Vida Mais Saudável
Fuja do Alzheimer Agora Mesmo: Saiba Como Diminuir as Chances de Ter Alzheimer Com um Estilo de Vida Mais Saudável
E-book210 páginas2 horas

Fuja do Alzheimer Agora Mesmo: Saiba Como Diminuir as Chances de Ter Alzheimer Com um Estilo de Vida Mais Saudável

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Sobre este e-book

Nesta obra inspiradora, o autor apresenta um guia completo sobre como preservar e aprimorar a saúde cerebral por meio de mudanças no estilo de vida. Com base em evidências científicas sólidas, o livro aborda pesquisas como o renomado projeto FINGER, revelando a real possibilidade de prevenir o declínio cognitivo. Além disso, evidências publicadas no influente periódico científico The Lancet apontam que mais da metade dos casos de Alzheimer podem ser evitados com alterações adequadas no cotidiano.
As orientações são minuciosamente explicadas, tornando-se uma leitura rápida e acessível. O livro, porém, oferece um valioso material de consulta para aqueles que buscam compreender e aprofundar as mudanças de hábitos de vida sugeridas. Com linguagem clara e objetiva, o autor se empenha em tornar a informação acessível a todos.
Fuja do Alzheimer agora mesmo se apresenta como um ativo agente transformador, capaz de guiar o leitor em mudanças significativas que impactarão positivamente sua saúde orgânica e psíquica. Com uma abordagem prática e embasada cientificamente, este livro é uma leitura indispensável para aqueles que buscam uma mente ativa e uma vida plena.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento13 de out. de 2023
ISBN9786525460130
Fuja do Alzheimer Agora Mesmo: Saiba Como Diminuir as Chances de Ter Alzheimer Com um Estilo de Vida Mais Saudável

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    Pré-visualização do livro

    Fuja do Alzheimer Agora Mesmo - Milton César Rodrigues Medeiros

    Capítulo 1

    A busca pela felicidade

    Desde quando éramos crianças, ouvimos ao nosso redor a importância da felicidade. O conceito para esse sentimento é muito subjetivo e varia de pessoa para pessoa. No entanto, parece que esse é o objetivo de todos. Então, vamos à luta e tentamos encontrar uma felicidade intensa e definitiva, que atingiríamos com o sucesso profissional, acúmulo de dinheiro e conquista de um parceiro pelo qual somos apaixonados. Parece uma boa maneira de ser feliz. Isso é o que as pessoas pensam antes de atingir todos esses objetivos e ficarem decepcionadas. Também não podemos nos esquecer de que nos países ocidentais tentam nos convencer que a felicidade viria junto ao consumo. A publicidade nas mídias sociais ou na televisão tenta mostrar a felicidade vinculada às compras de roupas novas, um relógio, um celular moderno, um carro, um imóvel etc. Muita gente cai na armadilha. São fiéis consumidores dos lançamentos, conseguindo deixar as megacorporações mais ricas, mas muito cedo descobrem que não obtiveram a felicidade com o produto.

    A felicidade é um termo que precisa ser discutido com mais profundidade e ela só virá se entendermos os seus mecanismos e como devemos agir para termos mais satisfação com a vida.

    Vamos começar a discuti-la a partir de pinceladas filosóficas. Existem registros antigos sobre as ideias dos filósofos sobre felicidade. Tales de Mileto (século VII a.C.), um dos mais importantes filósofos gregos pré-socráticos, disse sobre a felicidade: é feliz quem tem o corpo são e forte, alma bem formada e boa sorte. A boa sorte era considerada importante para os pré-socráticos, pois na época não havia muito otimismo em relação à vida. Acreditava-se que a boa sorte era escassa em relação à má sorte, dando origem à criação das tragédias gregas, obras-primas das criações literárias, e ao provérbio a melhor de todas as coisas é não nascer. Sócrates já não compartilhava da visão tão pessimista dos pré-socráticos, visto que acreditava ter achado o caminho para a felicidade, afirmando que ela seria atingida por uma vida baseada na virtude e na justiça. Aristóteles, discípulo de Sócrates, discutiu a felicidade na obra Ética e Nicômaco, exaltando a boa saúde, a liberdade em vez da escravidão e a boa situação socioeconômica como fatores fundamentais para se atingir esse sentimento tão estimado.

    Epicuro (século III a.C.) acreditava que o prazer era essencial para a felicidade, um conceito que rivalizava com a visão dos estoicos. O estoicismo foi criado na Grécia por Zenão de Cítio no início do século III a.C. Grandes estoicos, como Epiteto e o imperador romano Marco Aurélio, acreditavam no poder da aceitação dos acontecimentos externos que não podiam ser alterados, afinal, não podemos mudá-los, pois não temos controle sobre eles, mas, por outro lado, temos o poder de controlar a forma como reagimos a tais acontecimentos. A felicidade estaria na vida virtuosa, no controle das nossas reações em relação aos acontecimentos e evitando os prazeres excessivos, que, segundo a crença estoica, seria acompanhada por sofrimento.

    Em momentos mais recentes da filosofia, grandes filósofos se voltaram para a discussão do tema felicidade, com diferentes pontos de vista e conclusões. No século XVII, John Locke e Leibniz acreditavam que a felicidade, uma vez atingida e da forma correta, seria duradoura. No século XIX, Arthur Schopenhauer concluiu que ela era quimérica e fugaz, não havendo um jeito de atingi-la de modo duradouro. Aqueles que buscavam por objetivos grandiosos e imaginavam que lá estivesse a felicidade definitiva se decepcionavam. Descobriam que a felicidade duradoura não vinha com aquela conquista de objetivo e corriam para buscar novas conquistas, esperando, enfim, alcançá-la. No entanto, o que vinha era sempre a necessidade por busca de algo maior. Tal situação lembra o mito de Sísifo, um personagem da mitologia grega, condenado eternamente à tarefa de empurrar uma pedra até o topo de uma montanha, sendo que quando estava alcançando o objetivo, a pedra rolava montanha abaixo, fazendo o pobre empurrá-la novamente para o topo. O ciclo não tinha fim. O recado de Schopenhauer é que se você busca pela felicidade duradoura, está fadado ao fracasso. Ela é utópica. Estaria Schopenhauer errado? Como veremos na discussão fisiológica da felicidade, ele tinha razão em vários aspectos. Mas não se desespere, pois adianto que é possível ser feliz.

    No século XX, o filósofo Bertrand Russell publicou a obra A Conquista da Felicidade. Usando o método de investigação lógica, concluiu que a felicidade dependia da eliminação do egocentrismo. Uma visão mais ética, centrada no bem-estar dos outros para a obtenção da felicidade individual. Também me chamou a atenção um livro de um filósofo espanhol contemporâneo, Julián Marías, que, em 1989, publicou A Felicidade Humana. Ele ressalta a ausência da reflexão filosófica no mundo atual e salienta que talvez isso seja um sintoma de como o mundo anda infeliz.

    Agora vamos para a visão científica da felicidade. Hoje temos como observar de forma concreta as alterações cerebrais relacionadas à felicidade. Podemos quantificar bioquimicamente os bons e os maus sentimentos. São mudanças bioquímicas com seus correlatos afetivos.

    Nos últimos anos, a ciência neuropsiquiátrica tem se interessado pelo estudo da felicidade. Trata-se de uma verdadeira quebra de paradigma, já que até há poucos anos só se estudava os estados afetivos patológicos.

    A felicidade é caracterizada por um estado de bem-estar mental e físico, acompanhado de plenitude. Um estado de contentamento e satisfação, com ausência de sofrimento. Hoje, por meio da ciência, sabemos que essas características dependem de quatro substâncias: ocitocina (hormônio do abraço e responsável por manter os amantes unidos); dopamina (neurotransmissor do sistema de recompensa e substância presente em níveis elevados no cérebro dos apaixonados); serotonina (neurotransmissor relacionado ao prazer e ao bem-estar); e endorfinas (analgésicos biológicos que produzem sensação de euforia).

    Agora chegaremos ao ponto-chave em relação à felicidade. Conhecendo os fatores neurofisiológicos correlacionados a essa sensação, podemos afirmar que o cérebro de diferentes seres humanos pode estar menos ou mais apto para a felicidade. Se houver um jeito de aumentarmos os níveis das substâncias descritas, então, poderemos melhorar os índices. A boa notícia é que isso é realmente possível. Podemos preparar o cérebro para ficar mais atento aos momentos alegres. Schopenhauer estava correto. A felicidade aparece e vai embora. Não é duradoura. Nem haveria condições fisiológicas para uma felicidade contínua. Mas podemos nos especializar em observar e vivenciar momentos felizes, frequentes para a maioria das pessoas, se não para todas. Basta ter a sensibilidade de observar. Um pôr do sol, uma brincadeira com o seu cachorro, um abraço no seu filho, uma conversa com um amigo, acordar e estar apto para viver um novo dia etc. são coisas simples, corriqueiras e que podem trazer muita felicidade. Aqui está a grande sacada: o cérebro com bons níveis das substâncias químicas necessárias será capaz de captar momentos felizes de forma repetitiva. Precisamos de medicamentos, drogas lícitas ou ilícitas para isso? A resposta é não. O que precisamos são mudanças de hábitos de vida.

    Esta obra tem por objetivo melhorar sua saúde e sua função cerebral, deixando-o capaz de perceber os momentos felizes. Seguir orientações básicas deste livro como praticar exercício físico, ter uma dieta saudável, praticar a interação social, cuidar da qualidade do sono e ter metas de curto e longo prazo aumentarão os níveis das quatro substâncias e de várias outras que promovem a felicidade. No final das contas, o livro é um agente promotor de bons sentimentos. Portanto, leiam com atenção, entendam os fatores que destroem a saúde cerebral, assim como os que protegem e aumentam a longevidade das suas funções cognitivas. A grande verdade é que todos nós podemos ser aptos à felicidade. Estudos mostram que uma vez que o ser humano atinge os limiares mínimos de subsistência (alimentação, água, saneamento básico e segurança), o aumento do poder aquisitivo não se relaciona com os níveis de felicidade.

    Para terminar o capítulo, posso afirmar que a felicidade existe. E ela está representada na forma de momentos felizes, os quais acumulamos ao longo de nossa existência. Então, vamos ser felizes!

    Capítulo 2

    Perda de memória

    Diversas condições patológicas podem levar à demência (declínio cognitivo progressivo), sendo a doença de Alzheimer a causa mais frequente, seguida pela demência vascular. Uma porcentagem pequena dos casos são tratáveis, muitas vezes havendo cura completa da patologia, como acontece em alguns casos de hidrocefalia de pressão normal, declínio cognitivo por disfunção da tiroide, deficiência de vitamina B12 ou depressão grave. Esse detalhe da possibilidade de reversão em alguns casos de demência, por si só, já justifica a importância da procura de ajuda especializada assim que se observa sinais de declínio cognitivo, como distúrbio de memória, déficit de atenção, lentidão de raciocínio ou disfunção espacial (perder-se em locais conhecidos), pois pode tratar-se de um acometimento passível de tratamento, e quanto mais precoce a abordagem pelo neurologista, maiores as chances de bons resultados. Infelizmente, no momento atual, não temos tratamento medicamentoso curativo ou mesmo para a desaceleração da progressão da doença de Alzheimer, que se mostra de caráter progressivo e irreversível.

    As estatísticas têm mostrado um aumento muito preocupante na prevalência da doença de Alzheimer, que leva ao extremo do declínio cognitivo. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, estima-se que a cada três segundos uma pessoa desenvolva demência no mundo. Temos cerca de 50 milhões de pessoas vivendo com a doença e as projeções mostram que em 2050 serão 152 milhões se estratégias efetivas não forem adotadas. Nos países desenvolvidos, a prevalência é de 1,5% nas pessoas acima de 65 anos, alcançando 30% ao redor dos 80 anos. Pesquisas nos EUA, onde os estudos estatísticos são muito bem estruturados, definem que em 1997 o número de pessoas com demência naquele país era de 2,3 milhões, passando para 4,2 milhões em 2000. A prevalência da demência aumenta progressivamente com o envelhecimento, sendo a idade o maior fator de risco para a doença (BROOKMEYER; GRAY; KAWAS, 1998). No Brasil, houve um excelente estudo populacional em Catanduva, município paulista de 100.000 habitantes. A incidência anual de demência foi de 7,7 casos por 100.000 habitantes. Os estudos brasileiros mostram incidência e prevalência semelhantes aos estudos estrangeiros (HERRERA; CARAMELLI; NITRINI, 1998).

    No entanto, existem problemas de memória menos intensos e muito mais frequentes, atingindo uma porcentagem ainda mais significativa da população. O declínio cognitivo, quando progride, pode chegar à demência, caracterizada por uma perda global em vários domínios da cognição. A perda de memória é um dos primeiros sintomas. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, mas existem outras, como demência vascular, demência por corpúsculos de Lewy, demência frontotemporal, demência por hidrocefalia de pressão normal, demência por deficiência de vitamina B12 etc. No consultório, tenho observado um aumento significativo nos casos de comprometimento cognitivo leve tipo amnéstico. Esse é caracterizado por um déficit subjetivo, em especial, pelo comprometimento da memória para fatos recentes que atrapalha, mas não incapacita a realização das funções da vida diária. O comprometimento cognitivo leve tipo amnéstico pode ou não evoluir para a doença de Alzheimer. Os casos devem ser individualizados e tratados adequadamente, seja com medicamentos, seja por mudanças de estilo de vida.

    Ainda não se conhece a causa exata dos diferentes níveis de perda das funções cerebrais, mas alguns conceitos têm mudado radicalmente.

    O envelhecimento cerebral está relacionado à perda de grupamentos neuronais de diversas áreas de córtex e subcórtex que leva à sintomatologia da demência. Alterações genéticas também aumentam o risco. Alterações específicas dos cromossomos 1, 14, 19 e 21 podem elevar de forma significativa o risco da doença de Alzheimer.

    Sabemos que alterações genéticas específicas no braço longo do cromossoma 19, relacionadas à Apolipoproteína E (ApoE), elevam o risco do surgimento da doença de Alzheimer (SLOOTER et al., 2002). A Apolipoproteína é uma proteína transportadora de gordura e o alelo E4 é o maior fator de risco genético conhecido para a doença de Alzheimer. O portador de um alelo E4 tem um aumento de 30% no risco de desenvolver a doença, enquanto o portador de dois alelos (herdados do pai e da mãe) tem um risco aumentado de 50 a 90%. O risco para as pessoas que não portam o alelo E4 é de apenas 9%. Até recentemente havia uma importância limitada em saber as características genéticas de cada indivíduo, pois não conhecíamos programas ou métodos de prevenção para o declínio cognitivo. Felizmente isso tem sofrido alterações e, a partir destas mudanças, o conhecimento do perfil genético individual passa a apresentar grande importância para que a prevenção seja feita de forma mais adequada.

    Iniciar um programa preventivo antes do aparecimento de qualquer sintoma de declínio cognitivo parece ser algo de extrema importância na neurologia. É necessário lembrarmos de que cerca de 60% dos pacientes com Alzheimer não têm as alterações genéticas que predispõem à doença. Nos casos em questão, fica claro que a doença foi construída ao longo do tempo com erros repetidos no estilo de vida. O professor Dale Bredesen, autor do livro O Fim do Alzheimer, que desenvolveu o primeiro programa com possibilidade de eficácia para prevenção e reversão do declínio cognitivo, descreve 36 fatores envolvidos na gênese da doença. Inclusive, faz críticas à indústria farmacêutica, que sempre desenvolve medicamentos atuando em um único mecanismo relacionado à patologia. Agindo dessa forma, a indústria farmacêutica continua a produzir medicamentos caros, porém sem eficácia adequada para o combate à degeneração cerebral. Nas pesquisas de laboratório, Bredesen e

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