Amante proibida
De Anne Mather
3/5
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Sobre este e-book
Era impossível não reparar em Grace. Oliver Ferreira desejava-a mais do que desejara qualquer mulher na sua vida. Porém, nunca poderia torná-la sua...
No entanto, também era impossível evitar Grace porque trabalhava para Tom, o irmão de Oliver. De facto, havia rumores de que eram amantes. O senso comum dizia a Oliver para se afastar dela...
Estava a começar a ser impossível resistir a Grace. Oliver tinha a sensação de que ela também se sentia atraída por ele. Era só uma questão de tempo até se transformar na sua amante proibida...
Anne Mather
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Amante proibida - Anne Mather
Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2004 Anne Mather
© 2015 Harlequin Ibérica, S.A.
Amante proibida, n.º 1603 - Abril 2015
Título original: The Forbidden Mistress
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado originalmente em português em 2005
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-6609-6
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
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Capítulo 1
Oliver estava de pé, a olhar pelas janelas do escritório, quando o intercomunicador começou a tocar.
Suspirou, deixou de admirar as ruas molhadas de Newcastle, atravessou o amplo gabinete e atendeu a chamada da sua secretária.
– Sim, diga – pediu laconicamente.
A interrupção não lhe tinha agradado e a senhora Clements aclarou a garganta antes de responder.
– É o seu irmão, senhor Ferreira – a resposta surpreendeu Oliver. – Disse-lhe que estava ocupado, mas ele insiste em afirmar que o irá receber.
Oliver estava a habituar-se à ideia de o irmão ter tido o descaramento de se apresentar ali, quando ouviu um alvoroço e a porta do escritório se abriu de par em par. Thomas Ferreira, um homem alto e robusto, estava na soleira da porta com a minúscula senhora Clements, muito nervosa, atrás dele.
– Mas, o que significa isto? – perguntou, fazendo um gesto de aborrecimento que alterava as suas bonitas feições. – Preciso de marcar hora para te ver, Oliver? Sei que não nos falamos há muito tempo, mas não leves isso tão a peito.
Oliver afastou-se da mesa enorme, com tampo de granito, e olhou para a secretária, por cima do ombro do irmão.
– Não se preocupe, senhora Clements. Sei que fez tudo o que era possível.
A secretária contorceu as mãos.
– Senhor Ferreira, não se esqueça que tem um compromisso às quatro, com o senhor Adler.
– Não esquecerei – afirmou Thomas, bruscamente, enquanto agarrava no trinco da porta. – Não se preocupe, também não tenho intenção de o entreter tanto tempo. Sou irmão dele, não sou o fiscal das Finanças.
A senhora Clements não fez caso do comentário e conseguiu espreitar pela fresta da porta, que se fechava.
– Quer mais alguma coisa, senhor Ferreira? Chá ou café?
– Desde que não seja uma garrafa de uísque… – comentou Thomas, ironicamente.
– Um chá, senhora Clements. Se não for muito incómodo – pediu Oliver.
– Naturalmente. Não é nenhum incómodo – Thomas imitou a resposta da secretária, fechou a porta e apoiou-se na mesa de mogno. – Sinceramente, Oliver, sabes que aquela mulher andaria sobre carvão em brasa, se lhe pedisses. Embora, na verdade, quase todas as mulheres o fizessem.
– Nem todas – replicou Oliver, com uma certa amargura. – O que queres, Tom? Já sabes que não tenho muito tempo.
Tom aproximou-se da mesa e sentou-se numa das poltronas de pele.
– Esperaremos pelo chá. Preferia que a senhora Clements não ouvisse.
Oliver conteve a sua ira.
– A senhora Clements é de absoluta confiança. Não anda a contar por aí, aquilo que ouve no meu gabinete.
– Mesmo assim – Thomas encolheu os ombros. – Tinha-me esquecido da vista que se tem daqui. Tenho a certeza de que também sentias falta dela, quando estavas enfiado em Abbey.
Oliver esteve prestes a expulsar o irmão, mas isso teria provocado mais perguntas do que respostas e decidiu conter-se, até saber o que queria. Embora isso não alterasse a sensação estranha, ao voltar a vê-lo. Tinham passado quase quatro anos, desde que tinham tido uma conversa muito séria. E não podia negar que sentia uma certa curiosidade em saber o motivo daquela visita.
Talvez fosse o momento de esquecer o passado. Eram muito bons amigos em crianças, antes de a traição de Thomas e o fracasso do seu casamento os afastar. Tinha de suportar o facto de que, tanto Sophie como o irmão serem os culpados por o seu casamento ter sido desfeito. Afinal, ela era a sua mulher e Tom um homem livre.
Naturalmente, isso não queria dizer que tinha de confiar no irmão. O divórcio de Sophie tinha sido doloroso e demolidor e, durante meses, só encontrara consolo na bebida. O comentário vil, sobre a garrafa de uísque e a sua estadia em Abbey, um famoso centro de reabilitação para alcoólicos e drogados, deixava bem claro que o irmão não tinha ido pedir desculpa pelo seu comportamento.
Oliver sentou-se na poltrona, atrás da mesa, e olhou para o irmão com curiosidade. Tom parecia mais velho, embora ele também parecesse. Era o que acontecia com os traumas, sobretudo, emocionais.
– Como está Sophie?
Decidiu enfrentar a situação e surpreendeu-se porque pouco que lhe custou. Durante meses, depois do divórcio, o mero facto de ouvir o nome dela despertava os desejos mais destrutivos. Contudo, naquele momento, só sentia um ligeiro arrependimento, por ter sido um parvo crédulo.
A pergunta surpreendeu Tom.
– Está bem, suponho – respondeu, despreocupadamente. – Porque não lhe telefonas e descobres?
Teve de fazer um esforço, mas conseguiu fazer com que não notasse a sua irritação.
– Prefiro não o fazer – respondeu, enquanto apoiava as mãos nos braços da poltrona e esboçava um sorriso, perante a aparição da senhora Clements. – Obrigado, parecem ser deliciosas – acrescentou, ao ver um prato com bolachas.
– Se precisar de mais alguma coisa, diga – disse aquilo, enquanto olhava de soslaio para o visitante.
Oliver sabia perfeitamente o que estava a pensar, porque sempre tinha sido uma mulher muito leal e ficara furiosa com a traição de Thomas.
– É o que faremos – respondeu Thomas.
Também sabia o que a secretária sentia e aquela era a sua forma de lhe recordar que a opinião dela não lhe interessava para nada.
A senhora Clements saiu e fechou a porta, mas Oliver não fez um gesto para tocar na bandeja do chá. Se Tom queria tomá-lo, podia servir-se.
– O que queres? – perguntou, soltando um suspiro de resignação. – Se for dinheiro, estás a perder o teu tempo. Além de a minha ex-mulher ter feito tudo o que era possível para me deixar sem dinheiro, o mercado imobiliário está em baixo.
– Não esperas que acredite que o teu negócio depende de contratos familiares – replicou Tom, com uma certa firmeza. – Descobri que chegaste a acordo para projetar o centro comercial Vicker’s Wharf – franziu o sobrolho e perdeu parte do charme. – Em qualquer caso, não disse que queria dinheiro. Desde que Sophie investiu quase tudo o que recebeu do divórcio no centro de jardinagem, tudo corre de vento em poupa – fez uma pausa. – A verdade é que comprei uma pequena parcela junto do viveiro e espero que possamos vir a construir uma estufa.
– Fico contente por ti.
Oliver alegrava-se por saber que a perspicácia do irmão para os negócios estava a dar frutos. O centro de jardinagem Ferreira fora o negócio do pai, antes de se reformar. Mas Tom tinha sido o único a herdar o amor pela terra. Desde que Tom se encarregara do centro, o interesse pela jardinagem permitira-lhe duplicar os lucros. Isso e a contribuição da sua ex-mulher, naturalmente.
– Não sejas condescendente – balbuciou o irmão, que percebera algo mais no tom de voz de Oliver. – Nem todos somos génios para os estudos. Alguns, têm ambições mais modestas.
Oliver evitou um confronto. Era uma ofensa muito velha e não estava disposto a voltar ao assunto. Tom sabia muito bem que não era um génio, nem um bom estudante, mas percebia de matemática e informática. Licenciara-se em Engenharia Informática e a carreira como engenheiro civil parecera-lhe tão natural como a horticultura ao irmão.
– Então – continuou Oliver, – se não queres dinheiro, o que queres? Não acredito que tenhas vindo perguntar pela minha saúde.
– Porquê? – a resposta foi imediata e num tom ofendido. – Continuas a ser meu irmão, verdade? Tivemos as nossas diferenças…
– Eu não diria que seduzir a minha mulher e destruir o meu casamento sejam «diferenças».
– Eu sei, eu sei – Tom adotou um ar melancólico. – Como já disse, tivemos os nossos problemas, não vou negar. E também não vou negar que foi por minha culpa. Mas, caramba, alguma vez teria seduzido Sophie, se ela não tivesse desejado isso? Estavas obcecado em ser sócio da Faulkner. Tinhas abandonado a tua mulher, reconhece.
Oliver apertou o queixo.
– Não pretendo reconhecer nada, Tom. Se essa é a tua forma de justificar o que fizeste…
– Não é – Tom interrompeu-o e inclinou-se sobre a mesa. – Sentir-te-ias melhor, se te dissesse que tudo foi um erro? Nunca devia ter chegado ao ponto que chegou – mordeu o lábio inferior. – Fui um idiota, um arrogante. Não consegues lamentar tanto como eu.
Oliver levantou-se e empurrou a poltrona contra a parede.
– Será melhor ires-te embora – soltou uma breve gargalhada, carregada de amargura. – É incrível. Pensaste realmente que me consolarias, se me dissesses que foi um erro?
Tom ergueu o queixo.
– Sim, tinha pensado nisso – respondeu, num tom obstinado. – Todos cometemos erros, não é verdade?
Oliver abanou a cabeça.
– Tom, vai-te embora, antes que digamos algo de que nos possamos vir a arrepender.
O irmão encolheu os ombros, mas não se mexeu. Oliver olhou para o relógio de pulso. Com incredulidade, viu que eram apenas três e meia da tarde, que só tinham passado quinze minutos desde o aparecimento de Tom.
Soprou e olhou para o irmão, sem saber o que fazer. Teria de o expulsar? Tom era robusto, mas estava em melhor forma física e tinha mais dez centímetros de altura.
Recusou a ideia. Não lhe interessava arrastá-lo pelo corredor. Já fora suficiente ter de suportar a compaixão dos colegas, quando Sophie o abandonara e ficara dependente do álcool. Não tinha vontade de relembrar aqueles momentos, nem de dar a impressão de que ainda se queria vingar do irmão. Além disso, apercebeu-se de que não queria fazer isso. Só sentia desprezo por Tom. Nem pensar que ia acreditar nas suas mentiras.
– Daqui a pouco, tenho um compromisso.
Compreendia que zangar-se não ia levá-lo a lado nenhum. Por