Emergência dos padrões silábicos na aquisição do português brasileiro
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Emergência dos padrões silábicos na aquisição do português brasileiro - Rosane Garcia
Editora Appris Ltda.
1ª Edição – Copyright© 2016 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM
A todos os meus professores, de todos os níveis de ensino.
Ao meu esposo Alexandre, por sempre estar ao meu lado.
PREFÁCIO
Em geral, não nos damos conta de que as vogais e as consoantes, esses dois pilares da linguagem falada, produzem-se com os mesmos órgãos com que comemos e respiramos – os quais, aliás, compartilhamos com outros animais. Porém, ao entendê-los, não tardamos a perceber que a conquista da fala pelos hominídeos fez uso de meios típicos da evolução das espécies. São eles: o reaproveitamento de recursos e a bricolagem. Um desses recursos reciclados é a voz, encontrável em qualquer animal capaz de gemer ou murmurar. O outro são os ruídos e estalidos espontâneos da mastigação e da deglutição. Então – pergunta-se –, isso quer dizer que, se treinado, um gato ou cachorro poderia aprender a emular a fala? Obviamente não. Esse processo milenar de bricolagem exigiu adaptações que nos deram movimentos vocais muito mais ágeis e flexíveis do que os dos nossos primos mais próximos, os grandes símios, p. ex., o gorila e o chimpanzé.
Notemos, porém, que a consciência dessa distância dos nossos ancestrais abre caminho a um antropocentrismo que atribui a uma invenção da natureza, a fala, propriedades de uma invenção nossa: a escrita – em particular, a escrita alfabética, cujas unidades são as vogais e as consoantes. Então – pensamos –, falar é combinar sons como se fossem letras. E assim, sub-repticiamente, adotamos uma premissa da qual a lógica da evolução nos faria duvidar: qualquer combinação de vogal e consoante é equiprovável. A isso o pensamento evolutivo contrapõe a pergunta: faz sentido usarmos regras puramente lógicas para combinar sons, se usamos esquemas motores para morder, mastigar, deglutir e respirar?
Para muitos, sim, visto que a fala e a linguagem envolvem muito mais atividade cognitiva do que as demais funções. Tanto é que a ideia de uma combinatória regrada é a base do conceito de fonema, um dos marcos da fundação da linguística. Apesar disso, os linguistas muito cedo se deram conta de que essa combinatória não é livre, pois obedece a leis fonéticas. A boa pergunta evolucionista é, portanto: as leis fonéticas têm uma base física concreta, calcada em restrições biomecânicas, ou se diluíram, como quer a linguística gerativa, em abstrações como os chamados traços distintivos?
Chegamos, finalmente, à perspectiva deste livro – decorrente do evolucionismo professado pelo grupo de pesquisa Dinâmica Fônica
(DinaFon), ao qual pertence a autora desta obra. À sua luz, as hipóteses do reaproveitamento de recursos e da bricolagem implicam que as restrições biomecânicas de fato afetam as probabilidades combinatórias dos sons de fala. Afinal, por que os humanos se libertariam
de uma natureza que lhes faculta combinar sons com menor esforço?
Seguindo esse fio, há três questões muito importantes a esclarecer por meio de cômputos de frequência de consoantes e vogais como os expostos neste livro. A primeira é se, nos léxicos assim como no uso das línguas, há preferências de certas consoantes por certas vogais e vice-versa. A segunda é se tais preferências se manifestam também na ontogênese da fala. Finalmente, a terceira é se as preferências adultas e infantis se assemelham – e em que medida.
Felizmente, desde que começamos a trilhar esse caminho em 2008, o Dinafon tem chegado a algumas respostas significativas. Sobre os léxicos e o seu uso, o meu próprio trabalho vem mostrando que há uma complementaridade entre dois vieses de coocorrência consoante/vogal inequivocamente manifestos em três línguas rigorosamente estudadas – o inglês britânico, o espanhol latino-americano e o português brasileiro. A sua base biomecânica é clara: as consoantes coronais – produzidas com a ponta ou a lâmina da língua, p. ex., /t, s/ – tendem a atrair vogais anteriores como /i, e/; e as consoantes dorsais – produzidas com o dorso da língua, p. ex., /k, g/ – tendem a repelir as mesmas vogais e, portanto, a atrair as demais – p. ex., /a, o/. Isso se explica pelo grau de resistência à coarticulação dos órgãos envolvidos. No falante adulto, a ponta e a lâmina da língua, usadas nas consoantes coronais, são ágeis e acomodatícias. Já o pré-dorso e o dorso da língua, usados, respectivamente, nas vogais anteriores e nas consoantes dorsais, são mais pesados e resistentes.
O maior mérito do trabalho de Rosane Garcia é ter mostrado que, no português brasileiro, crianças de até 18 meses ainda não exibem exatamente os mesmos vieses de coocorrência que os adultos, embora se aproximem disso pouco a pouco. As diferenças são: as consoantes labiais, cujas preferências são fracas ou nulas na língua adulta, têm um pendor pela vogal /a/; e as consoantes dorsais, devido à posição frontal da língua típica da imaturidade, não rejeitam tão fortemente as vogais anteriores.
Escapamos, assim, das malhas de uma questão de ovo ou galinha que pendia na literatura há cerca de 25 anos. E com isso ganhamos todo um horizonte de pesquisa que nos cabe agora explorar, atribuindo o devido peso às restrições biomecânicas e às suas esperadas mudanças ao longo do desenvolvimento.
Boa leitura.
Eleonora C. Albano
Docente Titular
Instituto de Estudos da Linguagem
Universidade Estadual de Campinas - Unicamp
SUMÁRIO
PRÓLOGO
CAPÍTULO I
Aquisição da fala: teorias e perspectivas
1.1 Aquisição da linguagem: múltiplos fatores
1.2 Sistemas dinâmicos e emergentismo: abordagem híbrida
1.2.1 Filogênese da linguagem
1.2.2 Ontogênese da linguagem
1.3 Teorias dinâmicas de aquisição da fala
1.3.1 Da Fonologia Articulatória à Fonologia Gestual
1.3.2 A teoria Molde/Conteúdo
1.3.2.1 A estruturação da fala
1.3.2.2 Fundamentos da teoria Molde/Conteúdo
1.3.3 Estudos precursores sobre os vieses de coocorrência CV na fala infantil e adulta
CAPÍTULO II
ASPECTOS GERAIS SOBRE A PESQUISA
2.1 Os dados da pesquisa
2.2 Procedimentos estatísticos
2.2.1 O teste qui-quadrado de Pearson
2.2.2 Razão O/E
2.2.3 Coeficiente de Cramer
2.2.4 Testes post hoc
CAPÍTULO III
RESULTADOS
3.1 Descrição da amostra
3.2 Análise dos padrões silábicos
3.2.1 Padrões silábicos na fala de crianças
3.2.1.1 Padrões silábicos na fala de crianças de 12 a 18 meses de idade
3.2.1.2 Padrões silábicos na fala de crianças de 19 a 24 meses de idade
3.2.1.3 Padrões silábicos na fala de crianças de 25 a 30 meses de idade
3.2.1.4 Padrões silábicos na fala de crianças de 31 a 36 meses de idade
3.2.2 Padrões silábicos na fala de cuidadores
3.2.2.1 Padrões silábicos na fala de cuidadores – 1º semestre de análise
3.2.2.2 Padrões silábicos na fala de cuidadores – 2º semestre de análise
3.2.2.3 Padrões silábicos na fala de cuidadores – 3º semestre de análise
3.2.2.4 Padrões silábicos na fala de cuidadores – 4º semestre de análise
3.2.3 Conclusões
3.3 Análise de padrões de tonicidade
3.3.1 Padrões de tonicidade na fala de crianças
3.3.1.1 Padrões de tonicidade na fala de crianças de 12 a 18 meses de idade
3.3.1.2 Padrões de tonicidade na fala de crianças de 19 a 24 meses de idade
3.3.1.3 Padrões de tonicidade na fala de crianças de 25 a 30 meses de idade
3.3.1.4 Padrões de tonicidade na fala de crianças de 31 a 36 meses de idade
3.3.2 Padrões de tonicidade na fala de cuidadores
3.3.2.1 Padrões de tonicidade na fala de cuidadores – 1º semestre de análise
3.3.2.2 Padrões de tonicidade na fala de cuidadores