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Só se for um duque: Para se casar com um patife..., #2
Só se for um duque: Para se casar com um patife..., #2
Só se for um duque: Para se casar com um patife..., #2
E-book342 páginas4 horas

Só se for um duque: Para se casar com um patife..., #2

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Sobre este e-book

O amor pode não triunfar sobre a Sociedade quando um Lorde e uma Lady certinha demais seguem todas as regras.

Sem um temporada, Lady Isolde Worthingham capturou o coração do Duque de Moore em um Baile Campestre. Mas na véspera do casamento, um escândalo abala a sociedade e a faz fugir para a Escócia, sozinha e solteira. Seu future que havia sido planejado à perfeição, agora é um emaranhado de desgraça e corações partidos.

Merrick Mountshaw, o Duque de Moore abomina a existência patética que esconde da Sociedade. Com uma esposa escandalosa que nunca quis, uma pessoa que escancara suas muitas indiscriçoes, a vida do duque é um desfile infernal sem fim. Quando a única mulher que amou retorna à Londres ele sabe que não pode mais continuar a viver sem ela.

Mas votos matrimoniais e mágoas passadas não são esquecidas tão facilmente. O amor pode não triunfar se o Lorde e a Lady seguirem as regras impostas por esta Sociedade.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento14 de set. de 2019
ISBN9781071508817
Só se for um duque: Para se casar com um patife..., #2

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    Só se for um duque - Tamara Gill

    Capítulo Um

    Mountshaw, Wiltshire 1805


    Isolde Worthingham, a segunda filha mais velha do Duque de Penworth, deu uma colherada na sobremesa e, em seguida, sorriu para seu noivo, um homem a quem ela conhecia há apenas um ano, porém parecia conhecer sua vida inteira. Merrick Mountshaw, o quarto duque de Moore, era uma alma gentil, muito parecida com ela mesma, e se ajustava ao seu ideal mais do que jamais sonhou ser possível. Era quase como se tivessem sido feitos um para o outro.

    Ele sorriu de volta, o olhar repleto de humor. Mal conseguia acreditar que em poucas horas eles se casariam, enfim fariam juras um ao outro diante de Deus e de todos aqueles com quem mais se importavam no mundo.

    Animação corria pelas veias de Isolde. Ela esperou o que pareceu uma eternidade que este dia chegasse. Que sorte ela tinha de se casar por amor, algo que ela e suas irmãs haviam prometido a si mesmas depois de testemunharem a união amorosa de seus pais.

    E ela encontrou Merrick. O último jantar juntos, como dois jovens não casados, mas prometidos, continuava em torno deles, agradável e caloroso. A conversa girava em torno do matrimônio iminente e da união de duas famílias importantes do sul da Inglaterra. O evento da temporada, diziam alguns.

    Não era uma surpresa para ela, que o casamento dos dois fosse considerado dessa forma. Metade de Londres havia viajado até Mountshaw, lar ancestral de Merrick, apenas para atender à boda. Todos de alguma importância iriam vê-los declarar seus votos, jurar suas promessas um ao outro, amanhã.

    Ela mal poderia esperar.

    Merrick pegou a mão dela, tirando-a de seus devaneios, e a beijou, com demora, no pulso. Rubor se espalhou por suas bochechas, ela mordeu o lábio.

    — Eu não posso me concentrar nesta sobremesa quando há algo mais delicioso na mesa. — ele sussurrou, inclinando-se para perto.

    Ela riu, olhou em volta torcendo para que ninguém tivesse ouvido as palavras dele.

    — Você é um provocador, sua graça.

    — Para você, nada mais é que verdade absoluta. — Ele sorriu e respondeu a uma pergunta de Josh, irmão dela, que estava em frente a eles na mesa.

    Era sempre agradável estar ao lado de Merrick. Na verdade, ela preferia estar aqui a no outro extremo da mesa, onde seria quase impossível vê-lo por entre todos os arranjos de frutas e flores que cobriam toda a larga extensão do móvel. E se ela se sentasse longe dele, não teria a deliciosa sensação da bota dele contra sua sapatilha de seda.

    Não há esperança para o homem. Eu o arruinei.

    A ideia a fez rir por dentro.

    Antes um dos patifes mais amados da cidade, Merrick era um cavalheiro bastante procurado, não que Isolde tivesse sabido de algo dele até o ano anterior, quando se conheceram.

    Ela o observou conversar com seu irmão, combinando de tomar algumas bebidas para celebrar assim que as mulheres se retirassem. Merrick estava animado com a conversa. Sua mandíbula forte a incitava a acariciá-lo, a trazê-lo para um beijo naqueles lábios que ainda eram capazes de distraí-la só de vê-los. Ele era, na opinião dela, perfeito. E ela o amava muito.

    Ele gostava da vida e de tudo que era oferecido. Sempre tirava o melhor de qualquer situação ruim. O duque cuidava de seus amigos tanto quanto de seus arrendatários e funcionários. Ele era diferente de qualquer pessoa que ela conhecesse. O melhor dos homens.

    Isolde bebericou seu champanhe, as bolhas fazendo cócegas em sua língua, e a tensão do dia ia se esvaindo enquanto o jantar avançava.

    Tudo estava pronto para o casamento. As flores estavam arrumadas, as mesas de cavalete estavam no gramado, esperando que os criados as preparassem para o café da manhã nupcial amanhã de manhã. Seus baús estavam no saguão da entrada para a viagem ao continente, e seu vestido de noiva estava pendurado em seu armário. Tudo o que Isolde precisava fazer era tentar não chorar de forma incontrolável, enquanto prometia seu coração e alma ao homem ao seu lado, algo que ela estava decerto fadada a fracassar.

    Isolde inclinou-se para ele, chamando sua atenção.

    — Precisa mesmo fazer o que está fazendo, Merrick? Mal consigo me concentrar na refeição sem distrações, imagine com seu pé dançando sobre minha perna.

    — É justo, porque não consigo me concentrar há meses. — Ele piscou, pegando a taça de vinho e tomou um gole.

    Ela o assistiu, extasiada ao vê-lo lamber uma gota da bebida de seus próprios lábios. Ele a pegou observando-o, e compreensão surgiu em seu olhar, quente e cheia de promessas.

    Em seguida pegou a mão dela e beijou seus dedos, prestando homenagem ao diamante quadrado que ele havia lhe dado pelo noivado. O anel pertenceu à avó dele, e agora era dela, e se Deus quisesse, seria da esposa do filho deles, um dia.

    Ela sentiu calor se acumular na barriga ante o toque tentador de sua boca contra a pele dela. Pensar na noite de núpcias a deixava sem fôlego, e ela tomou um gole fortificante de champanhe.

    — Eu te amo. — confessou ele, alto o suficiente para que todos pudessem ouvir a declaração.

    — E eu amo você.

    A resposta dela foi automática, natural, e ela abençoou o dia em que sua melhor amiga, a senhorita Hart, os apresentou, um ano antes, para um dança. Daquele dia em diante, Merrick havia sido atencioso e implacável em sua busca por ela, e ela se deliciava com o fato de ter deixado de joelhos um dos patifes mais diabólicos de Londres.

    Seu pai, o duque de Penworth, limpou a garganta, observando-os com alegria. Seu querido pai quase brilhava de orgulho.

    — Eu gostaria de propor um brinde ao Duque e à futura Duquesa de Moore. Que sua vida juntos seja cheia de amor, boa saúde e felicidade.

    Seu pai sorriu e ela notou o brilho de lágrimas não derramadas em seus olhos. Ele sempre foi um homem que demonstrava emoções, e sua família o amava ainda mais por isso.

    — Moore provou, ao longo do último ano, ser um jovem determinado e honrado, e se eu não estivesse certo de que ele não faria nada além de se esforçar para deixar minha linda filha feliz, eu não teria permitido que esta união avançasse. Mas esta noite meu coração está pleno e alegre. Isolde escolheu bem. Me deixa repleto de contento saber que você, minha filha, estará sempre segura e feliz. Então, por favor, levantem suas taças para o futuro Duque e Duquesa de Moore.

    Um coro de gritos saudosos explodiu da mesa, e Isolde sorriu para Merrick quando ele beijou a mão dela pela segunda vez. Ela olhou ao redor da mesa longa e decorada à perfeição, sorrindo em agradecimento a toda a sua família e aos poucos amigos íntimos que estavam presentes.

    Seu olhar parou em sua melhor amiga, a Srta. Leonora Hart, Letty para ela. Uma carranca marcava a testa sempre perfeita da moça, e seus lábios eram uma linha de desprazer. Letty parecia distraída, até mesmo preocupada, e Isolde refletiu, prometendo a si mesma descobrir o que a amiga estava sentindo antes que a noite terminasse.

    Talvez fosse porque Isolde estava prestes a se casar, e Letty não teria uma temporada na cidade devido às finanças em casa. Seu pai, o vigário local de Surrey, não possuía dinheiro suficiente e recusara a oferta do duque de Penworth para dar uma temporada à filha. Isolde achara a decisão muito indelicada e injusta com Letty, e não poder ajudá-la tornara a situação ainda mais frustrante. Mas a decisão do pai de Letty era final. Ele não era um vigário que se deixasse levar por persuasão.

    Ela voltaria a falar com o pai sobre a situação antes de partir para sua viagem de núpcias, iria para a França e Suíça. Letty era praticamente sua irmã, afinal. Se conheciam desde pequenas. Não havia nada que Isolde não quisesse mais para sua amiga do que poder a ver tão feliz como ela se sentia neste momento, com Merrick.

    Enfim, o jantar terminou, e os homens ficaram para trás para tomar o vinho do porto e fumar charutos. Isolde dirigiu-se para a sala de descanso, pronta para que a noite acabasse e o dia seguinte pudesse então ter início. O dia do casamento dela... Que incrível tais palavras soavam.

    Capítulo Dois

    Um ano antes, Baile Rural de Cranleigh


    Certamente não eu.

    Ele caminhou em direção à porta que dava para o caminho de cascalho na entrada, os cômodos abafados de maneira claustrofóbica. Só ele havia sido afligido com esse comichão? Certamente que não. Ele puxou a gravata, sem nunca tirar o olhar da mulher que parecia ter capturado sua alma em poucos minutos. Ela era o anjo mais deslumbrante do mundo.

    A dama riu, um som rico e inebriante, não era uma risadinha frívola. Sua amiga, à vista simples, juntou-se a ela em alegria, e seu coração titubeou até parar em seu peito. Ele franziu a testa, não era comum a forma como seu corpo estava reagindo àquela mulher. Sim, ela era bonita, mas vestia-se de forma modesta, não era seu tipo usual de beleza, sempre se atraíra pelas de cabelos escuros que usavam seda de cores ricas e tons fortes.

    O vestido dessa mulher era uma musselina azul-claro, o cabelo puxado para trás em um estilo que ele vira na cidade, mas sem adornos de joias ou os pentes de cabelo. Ela não precisava de ornamentos para acentuar o que havia para todos verem. Beleza personificada.

    Eu preciso conhecê-la.

    Andando pela multidão, ele parou para falar com as pessoas, não querendo parecer muito desesperado. Aos poucos, se dirigiu para o lado dela, mas, se esperava uma recepção calorosa, a honra de sua presença com declarações ofegantes e falta de ar, ficou bem decepcionado. Ele não recebeu nenhum desses. De fato, não recebeu nenhum cumprimento.

    Merrick franziu a testa. O anjo continuou a falar com a amiga, completamente inconsciente de que ele estava ao lado dela, praticamente implorando para que ela se esquecesse das regras da Sociedade e se virasse para cumprimentá-lo, que permitisse que ele se apresentasse.

    Era uma experiência nova, ser ignorado, e não uma com a qual se sentisse confortável. A maioria das pessoas dava importância ao que ele pensava de qualquer assunto. Queriam saber se ele iria a algum evento, e se não, quais eram suas razões e se deveriam seguir seu exemplo. Clamavam por sua opinião sobre o mais recente furor e tal, mas parece, que este não era o caso para esta senhorita provinciana.

    Ela não parecia ter conhecimento da importância dele, não parecia dar a mínima para a opinião dele, ou para a sua presença.

    Seu amigo, Lorde Wardoor, percebeu e se aproximou, fazendo uma mesura diante das duas mulheres.

    — Srta. Hart, Lady Isolde Worthingham, permitam-me apresentá-las ao meu amigo de Cambridge, Sua Graça, o Duque de Moore.

    Merrick fechou a boca.

    Ela era a filha do duque de Penworth!

    As mulheres fizeram uma reverência, lançaram olhares especulativos para ele e, pela primeira vez em sua vida, ele não conseguiu formar palavras. Seu anjo falou primeiro.

    — Sua graça, é um prazer conhecê-lo.

    Sua voz era articulada e clara.

    Ele limpou a garganta.

    — Minha Senhora, Srta. Hart. — ele se curvou, limpando a garganta mais uma vez — Está gostando de sua estada em Cranleigh?

    — Estamos, vossa graça. Nossa passagem por aqui foi repleta de diversão.

    Ele assentiu, incapaz de desviar o olhar dela. Ela corou e seu coração bateu alto o suficiente, ele tinha certeza que ela iria ouvir. Que estranho.

    — Dançaria comigo, Lady Isolde?

    Ela lançou um olhar conhecedor para sua amiga e assentiu.

    — Decerto que sim, obrigada.

    Ele a levou para o salão, sua mão perfeita descansando com delicadeza em seu braço. Mesmo através do tecido, ele podia sentir seu toque. Isso o marcou, queimou em sua alma que ele estava convicto de que nunca seria substituído por outra.

    Ele a puxou para a dança, deliciando-se com o suspiro que se transformou em uma risada.

    — Gosta de dançar, Lady Isolde?

    Ela encontrou seu olhar, os olhos brilhando com malícia.

    — Isolde, por favor. E sim, quando o parceiro é afável e agradável. E você, sua graça. Gosta de dançar?

    Eles foram afastados por um momento, pelos passos da dança, antes de serem reunidos.

    — Meu nome é Merrick. E sim, agora eu gosto.

    Ela sorriu para ele, um rubor cor-de-rosa que a deixava mais encantadora a cada minuto. A sensação de que ele nunca deveria deixar essa mulher escapar, atravessou suas veias.

    — Posso visitá-la quando voltar para a cidade?

    — Não vou voltar para a cidade de imediato, apenas quando a temporada estiver para começar. Quando eu retornar, iria gostar de receber sua visita.

    Ele a girou, a bainha de seu vestido roçando o topo das botas dele. Ele pôde sentir o cheiro de rosas e se inclinou para perto, desejando poder beijar uma pequena sarda em seu pescoço, uma pequena tentação à vista.

    — Está acabada, então.

    — O que está acabado?

    Ela sorriu para ele, seu olhar em direção aos seus lábios. O ar entre eles ficou espesso de desejo insatisfeito. Sim, era desejo que ele sentia por essa mulher, desde o momento em que ele pôs os olhos nela. Se Wardoor não tivesse insistido para que ele participasse dessa festa, ele nunca teria encontrado essa criatura deliciosa.

    Destino...

    — Minha vida.

    Ele puxou-a para mais perto do que era necessário, queria que ela visse, que lesse em seu olhar o que ele não conseguia expressar naquele momento, não importava o quanto quisesse.

    — Sua vida, senhor? — ela sorriu, e ele estava perdido — Como sua vida pode estar acabada?

    — Você tem razão. — ele concordou — Não está terminada, apenas começando. Com você.

    Pelo resto da noite, Merrick não saiu do lado dela. Sendo filha de um duque, ela não se dava a joguinhos, não levantava o nariz diante da multidão reunida nem jogava sua riqueza e família poderosa contra os mais modestos. Se algo, pensou que ela estava tentando se encaixar mais, ser mais um dos convidados, uma menina do campo em um baile no campo.

    E ele a adorou por isso.


    Desde o momento em que a viu, soube que ela era extraordinária e ele a desejava. A dança marcou o início do namoro, e ele não parou até que ela concordasse em ser sua esposa. E agora, em poucas horas, esse desejo se realizaria.

    Mal podia esperar.

    O toque de uma luva de seda em seu braço o tirou de suas reflexões. Isolde envolveu o braço dele e o puxou para perto dela. — No que está pensando? Está com uma expressão estranha no rosto.

    Ela sorriu para ele, e ele queria se inclinar e beijá-la. Odiava que o decoro não permitisse demonstrações abertas de afeto. Quando estivessem casados, mandaria a sociedade se danar e a beijaria quando e onde quisesse.

    — Estava pensando na noite em que nos conhecemos. Você se lembra?

    Ela riu, tomando um gole de champanhe.

    — Eu me lembro. Foi o melhor dia da minha vida. Bem... — ela fez uma pausa, encontrando o olhar dele. — Foi o melhor dia, mas algo me diz que amanhã será melhor.

    Incapaz de não a tocar, ele beijou sua mão.

    — Eu a amo tanto. Prometo ser o melhor marido que puder e fazer com que tudo o que você sempre quis se torne realidade.

    Lágrimas se acumularam em seus olhos, e ele enxugou uma que se atreveu a descer seu lindo rosto.

    — Espero que sejam lágrimas de felicidade.

    — Você é incapaz de me fazer chorar de tristeza.


    Mais tarde naquela noite, depois que todas as damas haviam se deitado, Merrick, junto ao duque de Penworth e o irmão de Isolde, o marquês de Worth, aproveitaram para comemorar com algumas bebidas.

    Merrick bebera mais do que deveria, se a visão turva ao subir as escadas fosse indício de algo. Ele estava bêbado, definitivamente bêbado. Agarrou o corrimão e cambaleou até chegar ao segundo andar. Chegar ali, sem tombar para trás ou quebrar o pescoço, era uma maravilha.

    A casa estava quieta quando ele passou pela porta dos aposentos de Isolde, um desejo avassalador de adentrar ali percorreu sua mente, mas o som de um lacaio no andar de baixo, deslizando o ferrolho da porta da frente, o impediu de desviar o curso.

    A esta mesma hora amanhã à noite ela seria dele, e ele se acalmou ante esse pensamento. Teriam o resto de suas vidas juntos. Ele poderia esperar mais algumas horas.

    Chegando em sua suíte, ele notou que a cama já havia sido arrumada para ele por seu sempre fiel valete. O fogo já havia queimado, e nada além de cinzas restava e friagem tomava o ar.

    Despiu-se com pressa e cambaleou até cair, com um baque, de cabeça na beira da cama. Merrick xingou, esfregou o crânio, a cabeça agora doía. O cômodo girou e ele piscou, tentando focar os olhos. Não funcionou, mas se arrastou para a cama, sem se preocupar em ir para baixo dos lençóis.

    O quarto tremia, e por um momento Merrick achou que poderia cair da cama. Sentiu náuseas e gemeu. Ele nunca mais beberia de novo. Nunca, nunca mais.


    Merrick acordou com um susto ao ouvir o som do clique da porta e, em seguida. sentir a cama afundar ao seu lado.

    — Xiu. — Um dedo foi pressionado em seus lábios, e uma figura esguia enganchou em seus quadris.

    Ele murmurou algo, as palavras saíram estranhas e caóticas.

    Estava sonhando?

    Uma figura esbelta montou suas pernas e a fragrância inebriante de rosas encheu seus sentidos. Isolde...

    — É um sonho? — ele sorriu, incapaz de abrir os olhos.

    Por alguma razão absurda, suas pálpebras pareciam pedra e não cooperavam. Significava apenas uma coisa: era um sonho e um muito bom pelo que ele estava sentindo.

    Ele apertou os quadris esbeltos de Isolde, deleitando-se com a sensação de seu corpo tão próximo dele. Ela esfregou a junção das pernas dela contra seu pênis, e ele endureceu de necessidade. Fazia meses que ele queria provar cada pedaço que compunha sua noiva. Provar sua doce carne, dar e receber prazer.

    — Não somos casados ainda.

    Ele riu, o som alto fez sua cabeça girar ainda mais. Ela riu de volta, um som rouco e cheio de necessidade, uma sedutora em sua cama. O som foi estranho, não era a risada costumeira de Isolde, e ele abriu os olhos e só conseguiu perceber a escuridão completa no quarto.

    — Deveria voltar para seu quarto...

    Isto é apenas um sonho. Ninguém pode prejudicar outra pessoa com um sonho.

    Ela cortou as palavras dele com um beijo exigente, um beijo que não deixou dúvidas de como este encontro terminaria. A língua dela brincou com a dele, que esqueceu de ser gentil, de ir devagar e aproveitar o momento. Os dedos dela estavam emaranhados em seus cabelos, aproximando-o dela e tomando tudo que ele poderia dar.

    — Este é o melhor sonho de todos, Isolde. Obrigado por este presente. — ele agradeceu enquanto retirava a camisola dela e a jogava no chão.

    Ele queria sentir com as próprias mãos as tentações que ela podia oferecer a ele, aprender através dessa versão em sonho deles, o máximo possível para o dia seguinte.

    Os seios fartos dela balançaram contra o peito dele, seus mamilos tornando-se picos endurecidos contra as palmas das mãos dele. Ele baixou o corpo, cobriu um com a boca, lambeu o mamilo, beijou até sentir sua doçura.

    Isolde gemeu, e a respiração dele ficou suspensa.

    Os quadris dela eram como uma dança de desejo, ela os esfregava contra seu eixo, e ele rangeu os dentes. Os seios, cheios e pesados em suas mãos, eram maiores nesta versão onírica de Isolde do que na vida real. Ele riu, mas se interrompeu por um momento quando a náusea voltou a assolá-lo.

    — Depressa. — ela sussurrou contra seu ouvido, antes de tomar o lóbulo em sua boca e mordê-lo de leve.

    Seu corpo rugiu com necessidade e ele a rolou para baixo dele, enganchando as pernas longas e perfeitas dela em seu quadril.

    — Impaciente, meu amor?

    — Ah, sim. — ela gemeu, os pés dela forçando sua bunda e seu pênis e, direção ao seu núcleo.

    Um rosnado surgiu em sua garganta ante a súplica da mulher.

    Ele travou o queixo, tentando deter a necessidade esmagadora de empurrar dentro de seu calor e tomá-la. Seu cérebro tomado pelo álcool sentia dificuldade em pensar com clareza, havia bebido uísque demais para conseguir realizar tal tarefa.

    Nada disso era real portanto, qual o problema?

    — Isolde, você não tem ideia do quanto eu quis você assim. Os últimos doze meses foram os mais longos que já vivi. Estar tão perto de você, mas ter nossa união negada, tem sido uma tortura sem fim.

    Ele respirou fundo.

    — Estou bêbado, meu amor. Na verdade, não só não consigo ver você, mas sinto como se pudesse cair da cama a qualquer instante. Tem certeza de que não gostaria de esperar?

    O que estou dizendo? Adiar dormir com Isolde?

    Era óbvio que o álcool havia deturpado sua mente.

    — Torne-me sua. — ela ronronou, esfregando-se contra o membro dele, fazendo o sangue dele ferver.

    — Droga!

    Ele deslizou nela, indiferente ao suspiro de dor. Tentou, com certo desespero, retomar o autocontrole, parar e permitir que ela recuperasse o fôlego, mas quando as mãos dela apertaram sua nuca e seu traseiro se levantou um pouco, permitindo que ele aprofundasse a investida, não havia mais como voltar atrás.

    Ele respirou contra o pescoço dela, deu pequenos beijos de adoração em sua pele e começou a deslizar de forma suave, dançando, fazendo amor com sua futura duquesa. Ela era a coisa mais doce que ele já tivera em seus braços: acolhedora, carente e sedutora, seu interior tão apertado que ele lutava para não se perder antes de levá-la ao clímax.

    Não adiantou.

    Fazia tempo que ele a queria em sua cama, queria ouvir seus suspiros deliciosos sussurrados contra o ouvido dele. Era demais, e Merrick permitiu que o prazer o envolvesse antes de se perder dentro dela. A versão onírica de Isolde era magnífica, e o deixou ansioso para provar sua noiva quando estivesse bem desperto.

    — Faz tempo que anseio por isso, Merrick. Que pena que não foi o meu nome que você gemeu. Mas não importa, em algum momento terei isso também.

    As palavras foram como um balde de água fria e a náusea o dominou mais uma vez.

    — Isolde?

    A risada em resposta foi a sentença de morte definitiva.

    Leonora.

    — Já adivinhou quem é a amante dos seus sonhos, Sua Graça?

    A palavra não reverberou em seu cérebro.

    Merrick tropeçou para fora da cama. No escuro, suas mãos esbarraram no penico. Ele se agarrou ao recipiente, mergulhou a mão uma e outra vez, a mente enlouquecendo para encontrar uma maneira de mudar os últimos instantes vividos naquele quarto para qualquer coisa que não o que havia acontecido.

    Oh Deus, ele havia gozado dentro dela.

    Com o punho de uma camisa que estava largada ali perto, ele limpou a boca, caindo de vez no chão.

    — Como se atreve?

    A porta de seus aposentos se abriu, espalhando luz por todo o cômodo, e revelou a mulher em sua cama.

    — Oh, eu me atrevo, sua graça, e parece que meu atrevimento

    valeu a pena.


    Isolde se ergueu com um susto, ouvindo o leve bater em sua porta.

    Franziu a testa.

    Quem precisaria vê-la a esta hora tardia?

    Com o casamento no dia seguinte, ela havia se retirado cedo na noite anterior, na expectativa de estar em seu melhor. Ser tudo o que ela poderia ser pelo homem que amava. Ela sorriu ao pensar em Merrick e saiu da cama, agarrando o xale e envolvendo-o nos ombros antes de abrir a porta.

    Nada além de um corredor escuro, iluminado aqui e ali com o luar que vinha através das janelas que se enfileiravam em um dos lados. Mais adiante, na direção do quarto de Merrick, um candelabro queimava em um corredor e logo seria apagado por sua própria cera derretida.

    Ela pisou no corredor, olhou em volta, mas não viu ninguém. Isolde aproximou o xale dos ombros quando um arrepio percorreu sua espinha, o frio do ar noturno mais frio do que ela imaginava que deveria ser a essa época do ano. Virando-se para

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