7 melhores contos de Visconde de Taunay
()
Sobre este e-book
Neste volume temosVisconde de Taunay, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.Sua obra foi reconhecida e elogiada não apenas no Brasil, como também na crítica especializada francesa e inglesa do século XIX.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Os contos presentes nessa obra são:
- Cabeça e coração: esboço psychologico.
- Uma vingança.
- Pobre menino!
- O Estorvo.
- Rapto Original.
- Ciganinha.
- O Capitão Caipora.
Leia mais títulos de Visconde De Taunay
Inocência Nota: 0 de 5 estrelas0 notasViagem philosophica aos Campos Geraes e ao sertão de Guarapuava Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a 7 melhores contos de Visconde de Taunay
Títulos nesta série (34)
7 melhores contos de Olavo Bilac Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Eça de Queirós Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Visconde de Taunay Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Machado de Assis Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Humberto de Campos Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Manuel de Oliveira Paiva Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de João do Rio Nota: 4 de 5 estrelas4/57 melhores contos de Sílvio Romero Nota: 5 de 5 estrelas5/57 melhores contos de Monteiro Lobato Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Fernando Pessoa Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Alexandre Herculano Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Raul Pompéia Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Coelho Neto Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de João Simões Lopes Neto Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Amadeu Amaral Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Alcântara Machado Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Artur de Azevedo Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Aluísio Azevedo Nota: 5 de 5 estrelas5/57 melhores contos de Fialho de Almeida Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Ana de Castro Osório Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Inglês de Sousa Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Afonso Celso Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de João da Câmara Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Júlia Lopes de Almeida Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Mário de Andrade Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Raul Brandão Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Almachio Diniz Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Lima Barreto Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Virgílio Várzea Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Afonso Arinos Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ebooks relacionados
Entre Pedras E Pétalas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVidas Devastadas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Linhas de Sal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAntítese Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Centenario de José Estevão Homenagem da Maçonaria Portugueza Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAcid for the Children: A autobiografia de Flea, a lenda do Red Hot Chili Peppers Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRelatos E Devaneios Poéticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÁpices Poéticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Concepção. Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSicrano Barbosa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoemas Ii Nota: 0 de 5 estrelas0 notasConfissões Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRONDON: História da Minha Vida - Autobiografia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRosas Fétidas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSeara Dos Versos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDiásporas da memória Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSó queria te dizer: histórias de saudade, distância e espera Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVelho espelho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCartas de amor e ódio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLivro dos Murtos: a metamorfose mortal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoeta não tem idade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNa Alma Das Horas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Joia De Artur Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPoemas e Filosofias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAutobiografia Surrealista Do Outro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs últimas cartas de Jacopo Ortis Nota: 0 de 5 estrelas0 notas(um)a lusíada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeus Tons Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Farpas: Chronica Mensal da Politica, das Letras e dos Costumes (1877-05/06) Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Fantasia para você
Mata-me De Prazer Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Despertar Nota: 4 de 5 estrelas4/5SOMBRA E OSSOS: VOLUME 1 DA TRILOGIA SOMBRA E OSSOS Nota: 4 de 5 estrelas4/5Coroa de Sombras: Ela não é a típica mocinha. Ele não é o típico vilão. Nota: 5 de 5 estrelas5/5O lado mais sombrio Nota: 3 de 5 estrelas3/5Fausto (Portuguese Edition) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Transformação Nota: 5 de 5 estrelas5/5RUÍNA E ASCENSÃO: VOLUME 3 DA TRILOGIA SOMBRA E OSSOS Nota: 4 de 5 estrelas4/5A batalha do Apocalipse Nota: 5 de 5 estrelas5/5As quatro rainhas mortas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Carmilla - A Vampira de Karnstein Nota: 4 de 5 estrelas4/5O encantador de livros Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Joia da Alma Nota: 5 de 5 estrelas5/5A marca da besta Nota: 5 de 5 estrelas5/5O clã dos magos Nota: 4 de 5 estrelas4/5Marcada Nota: 4 de 5 estrelas4/5Lasher: As bruxas de Mayfair Nota: 4 de 5 estrelas4/5Deuses Brasileiros Nota: 4 de 5 estrelas4/5Lágrimas Em Salém Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Avaliações de 7 melhores contos de Visconde de Taunay
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
7 melhores contos de Visconde de Taunay - Visconde de Taunay
Publisher
Introdução
Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay, primeiro e único visconde de Taunay, (Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1843 — Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1899) foi um nobre, escritor, músico, professor, engenheiro militar, político, historiador e sociólogo brasileiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira n.° 13. Também é o patrono da Cadeira n.° 17 da Academia Brasileira de Música.
Alfredo Taunay nasceu no Rio de Janeiro, em uma família aristocrática de origem francesa. Seu pai, Félix Émile Taunay, 2º barão de Taunay, era pintor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes, e seu avô paterno, 1º barão de Taunay, foi o também conceituado pintor Nicolas-Antoine Taunay, membro da Missão Artística Francesa. Sua mãe, Gabrielle Herminie de Robert d'Escragnolle, era irmã do barão d'Escragnolle, filha de Alexandre-Louis-Marie de Robert, conde d'Escragnolle, sobrinha do visconde de Beaurepaire-Rohan e neta de Jacques Antoine Marc, conde de Beaurepaire.
Após obter seu bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858, aos quinze anos de idade, Taunay estudou física e matemática na Escola Militar de Aplicação, da qual se originaram a Escola Militar da Praia Vermelha (atual Academia Militar de Agulhas Negras), a Escola Técnica do Exército (atual Instituto Militar de Engenharia) e a Escola Central Politécnica (atual Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro), tornando-se bacharel em Matemática e Ciências Naturais em 1863.
Casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do barão de Vassouras, neta do primeiro barão de Itambé e sobrinha-neta do barão de Aiuruoca. Seu filho foi o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, membro da Academia Brasileira de Letras.
Taunay lutou na Guerra do Paraguai como engenheiro militar, de 1864 a 1870. Desta experiência surgiu seu livro La Retraite de Laguna, de 1871. Após seu retorno ao Rio de Janeiro, Taunay lecionou na Escola Militar e iniciou simultaneamente sua carreira como político do Segundo Império. Atingiu o posto de major em 1875. Foi eleito para a Câmara dos Deputados pela província de Goiás em 1872, cargo para o qual seria reeleito três anos mais tarde.
O Conde d'Eu (com a mão na cintura no centro a direita) e à sua esquerda, José Paranhos, futuro visconde do Rio Branco, e entre ambos, o visconde de Taunay, cercados por oficiais brasileiros durante a Guerra do Paraguai.
No dia 26 de abril de 1876, foi nomeado presidente da província de Santa Catarina. Assumiu o cargo de 7 de junho de 1876 a 2 de janeiro de 1877, quando o passou ao vice-presidente Hermínio Francisco do Espírito Santo, que presidiu a província por apenas um dia. Em 1 de janeiro de 1877, durante seu mandato como presidente, ele havia inaugurado, no Largo do Palácio, atual Praça Quinze de Novembro, o monumento aos heróis catarinenses da Guerra do Paraguai.
Inconformado com a queda do Partido Conservador, Taunay retirou-se da vida política em 1878, deixando o país para estudar, durante dois anos, na Europa. Em 1881 foi eleito deputado pela província de Santa Catarina e, em 1885, nomeado presidente da província do Paraná. Em Curitiba, foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque da cidade, o Passeio Público, inaugurado em 2 de maio de 1886 (véspera do dia da entrega do cargo).. Exerceu tal cargo até 3 de maio de 1886. Neste ano, torna-se senador por Santa Catarina, tendo sido escolhido de uma lista tríplice pelo Imperador em 6 de setembro de 1886, sucedendo Jesuíno Lamego da Costa.
Enquanto senador, integrou, em maio de 1888, a comissão nomeada para analisar o projeto de lei vindo da Câmara que aboliria a escravidão do Brasil.
Recebeu o título nobiliárquico de visconde de Taunay de D. Pedro II em 6 de setembro de 1889. Com a proclamação da República naquele mesmo ano, Taunay deixou a política para sempre.
Cabeça e coração: esboço psychologico
I
— Repare, Bettina, na pungente differença de idade que se interpõe entre nós e dolorosamente nos separa um do outro. Nada de illusões de ambos os lados. Eu poderia ser, não já seu pae, mas até seu avô. Veja como a mão do tempo me pesou sobre a pensadora cabeça, o contraste dos meus cabellos brancos com a sua cabelleira negra, exuberante de explendor e seiva, verdadeiro diadema da mocidade. Como querer unir as sofregas impaciencias das primeiros anhelos da primavera á meditada calma dos ultimos dias do outono? O presente não responde pelo futuro. Mil cousas imprevistas nos esperão nos muitos meandros da existencia. Por mais que a razão prepondere, por mais que busque guiar-nos e conduzir com segurança, cumpre contar sempre com as surpresas do destino. A vida é rio mysterioso em que não há piloto, por mais prudente e experimentado que seja, capaz de prever todos os perigos e fataes correntezas, para lá de breve curva que o olhar alcança... E quer Você que eu me constitua a causa da perda de muitas illusões suas, preciosas, repassadas de encanto e sonhos, quando o viver se abre ante os seus passos tão cheio de esperanças, promessas e alegrias? De orgulho se entumesce, de certo, o meu peito por conhecer hoje, tão de perto, a intensidade do affecto que a sua generosidade me dedica; mas urge que eu saiba resistir ao seu arrastamento... e ao meu, tambem. Eu desposal-a? Um velho, para assim dizer, chegado quasi aos sessenta annos! Prendel-a a mim, formosa, cobiçada por tantos, rica, seductora? Fôra loucura de ambos... E que diria o mundo?
— Que me importa o mundo? Replicou arrebatada a bella e nevrotica donzella após curto silencio. Não lhe incumbe, a elle, preparar-me a felicidade que a sorte complascente me indica e que devo alcançar por mim mesma. Muito tenho pensado, muito perscrutado nos recessos mais intimos da minha alma e no fim acho que, de todas as homenagens, reaes ou fingidas, prestadas pelos homens, só me fica a lembrança, viva, suave, profunda, da sua superioridade, Antenor, sobre todos. Conheci-o sempre tão differente dos mais; Sinto, que a minha vida, sem a sua presença, o seu contacto, o seu apoio terno e varonil, de infinda e vibrante meiguice, se me tornará tornará tão vazia, tão ôca, esteril e pesada, que só essa possibilidade me incute lethal tristeza, desalento enorme até ao fundo do coração. Que sentimento senão o da verdade me leva a falar-lhe assim? Bem sabe, comsigo não guardo segredos. Não poucos ambicionam a minha mão, desde aquelles que só tem por si a banalidade da juventude, até aos que buscam deslumbrar-me com as posições e honras conseguidas. Todos me tem falado de amor; só o Sr, conservou a originalidade do silencio, embóra há muito reconhecesse eu que, no intimo, não era, não podia ser-lhe indifferente...
— Oh! Sim, interrompeu elle com sincero arrôbo, quantas vezes me achei sem forças para reprimir impetos, que, nem aos 25 annos, jamais me conturbaram?! Por compaixão, não me colloque em posição dificil... ridicula, aos meus proprios olhos...
— Até que invertidos os papeis, continuou exaltada a moça, pude enfim arrancar-lhe o seu segredo. Já sei, afianço-lhe o que é ser-se feliz! O que experimentei naquella tarde decisiva, em que, após todos os seus acanhamentos e resistencias bem leaes e valentes, o ouvi discorrer com mascula e irresistivel eloquencia sobre o amor, applicando-o a nós dous, é indescriptivel... Não cerrei os olhos um só minuto; e a madrugada me encontrou á janella triumphante, mas alquebrada, ardendo em febre...
— Bettina, Bettina, implorava Antenor no tom de brando e dorido queixume, quanto me arrependo de não ter sabido vencer-me... Perdôa o sonho... mais calma!
— Que quer, meu bom amigo? Actua em mim tambem a influencia do nome que me deram. Será Você... serás... o meu Goethe!
— Mas aquelle era um genio, um ente privilegiado, a gloria de uma grande nação, o orgulho da intelligencia humana: tudo merecia, a admiração dos homens, as homenagens do mundo inteiro, o amor das mulheres, a adoração de todas as idades. Subira passo a passo como sol offuscado em firmamento sem nuvens, tocára ao zenith, cada vez mais rutilante, e ao accaso, a transmontar, illuminava com deslumbrante fulgôr o seculo em que vivêra. Protestava-se a natureza intellectual ante aquella força creadora, tão grande que parece impossivel excedel-a. Fez, com effeito, vibrar todas as fibras do coração; desvendou-lhe, como o divinal Shakspeare, muitos dos seu segredos; e abrangeu as mais arduas questões da sciencia; resolveu por méra intuição abstrusos problemas; revestio todas as formas – Proteo estupendo e sempre admiravel, ninguem o igualou na extensão e profundeza da inspiração e do saber!...
— Serás o meu Goethe, insistia Bettina bebendo as palavras do seu apaixonado e fitos nelle os quebrados e amorosos olhos; cada qual vive e se expande no circulo em que o destino o fez nascer. Tivesses tido o palco que elle, o genio, pisou, e a tua gloria houvera passado muito além dos limites que conseguiste.
Quem põe, assim mesmo, em duvida a tribuna, o theatro, as lettras, a justiça dos concidadãos? Serás o meu astro vivificador, o meu sol... Felizes das que te viram e te deram o tributo do seu amor em teu zenith. Para mim fôra até demasiado forte o teu brilho de então. Contento-me com os raios desse occaso, já que tanto me falas nelle... Aliás, que sou eu senão simples prolongamento do teu espirito, da tua vida moral? Quem me educou a alma, me infundio o gosto e o gozo da leitura, ávida, insaciavel? Quem me guiou no labyrintho da literatura, me fez viver a vida dos antigos, me incutio o enthusiasmo das obras primas, o amor do bello, da arte, do honesto, do puro, do sublime? Que sou eu senão um filha da tua intelligencia, do teu gosto, das tuas inclinações ideaes e sentimentos? E com a felicidade ao alcance da mão hei de deixal-a escapar por preconceitos e convenções que aborreço e a que não se dóbra a minha altivez innata? Que fazer de mim, se antepuzeres os argumentos da fria razão a todos os impulsos da nossa alma? Valerá tão pouco, aos teus proprios olhos, a creatura intellectual que afirmaste e é obra exclusiva tua, que, em nome de um enlace bem equilibrado segundo leis physicas, meramente materiaes, a atires, sem consciencia nem remordimento, nos braços de qualquer peralvilho ridiculo, nullo, brutal ou effeminado?
— Já vivi demais, objectava Antenor com sensivel anciedade patenteando a lucta que se lhe travára no intimo, e o que sei da existencia me ensinou a desconfiar do que me resta viver... Acostumam-se os passos do homem tanto a subir, quanto a descer, e agora só me toca ir baixando, costas voltadas para o ponto culminante da parabola vital... Tenhamos ambos justa comprehensão das cousas... saibamos resistir a nós mesmos...
E com os olhos a brilharem de emoção, difficilmente refreada:
— Calcule os esforço que me custa este apello. Imagina abandonada estatua em florido jardim a repellir, se lhe fôra possivel, o pendão de rosas que busca engrinaldar-lhe a fria e marmorea fronte...imagina viajante exhausto da cansativa jornada a fugir da fonte fresca, pura, sussurrante, que lhe vai estancar a sêde e restaurar-lhe as perdidas forças... Terei, porém, energia; afastar-me-ei d’aqui, destes lugares que tanto estremeço, bem sabe a causa, deixal-a hei neste ambiente de perfumes e magicos encantos, do que a minha alma levará sofrega algumas parcellas para suavisação de immensas dores futuras... e depressa virá o esquecimento, o olvido certo e merecido, dar-me razão. Rapidamente a ausencia me envolverá em densas trevas... Experimentemos, Bettina...
— Fôra rematada loucura, indigna da sua reflexão, contrária a tudo quanto lhe ensina o conhecimento que tem do coração humano... Pelo menos, assim se me afigura... Por mim quero julgal-o. São susceptibilidades de exaggerado melindre, de exaltado e meticuloso cavalheirismo, que mais o levantam aos meus olhos... Aliás, para que e como discutir sentimentos?
— Dolosa conselheira é a imaginação... Não se deixe enlevar por fugitivas illusões.
— De que vive o amor, qual o