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O Breve Voo Da Libélula
O Breve Voo Da Libélula
O Breve Voo Da Libélula
E-book194 páginas1 hora

O Breve Voo Da Libélula

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Sobre este e-book

Narrativa alegórica sobre as transformações da vida no decorrer do tempo. A obra traz o simbolismo de aspectos essenciais do existir e do viver. Fala sobre amizade, diferenças, mudanças, espiritualidade e amor. Três amigos de infância, numa sociedade imaginária e fantástica, têm como desafio as diferenças que vão aumentando entre eles. Um descobre que amadurecer é a maior ciência da vida e que pode levar a caminhos surpreendentes. A vida que se recria dentro da própria vida como força evolutiva. O que conhecemos como libélula é apenas uma fração de toda sua existência. Vive primeiro como larva e depois como um bichinho aquático. Ao voar já é completamente adulta e resta-lhe pouco tempo então. A jornada da libélula é como a própria vida humana, pois vivemos a maior parte como esses bichinhos, imaturos, sem nem mesmo saber da possibilidade do nosso maior voo”.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de dez. de 2017
O Breve Voo Da Libélula

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    O Breve Voo Da Libélula - Carlos França

    I AMENIDADES

    CASTRO ALVES

    Além do oásis das palavras, numa praça enladeirada

    No contratempo da poesia livre e autodidata

    Vi a letra silenciada, porém não morta ou cansada

    Quando remansado no eco passageiro do agito

    E com a esperança distraída na brisa que sinto

    Nestas vielas com seus trilhos de um bonde foragido

    Longe, muito longe com o espírito arisco

    Piso em pedras irregulares de destinos

    Fazendo-me enternecer de pôr-do-sol até Lacerda, o

    elevador

    Desses dias, dessas horas mornas que a tudo devora

    Resistiram minhas pegadas, minhas metáforas e

    certo fervor

    Nas antigas e estreitas ruas da cidade do Salvador

    Estudando as dignidades concretas

    Em praças de cochichos, de espetáculos, de revoltas

    e de poetas

    Museus à deriva e bibliotecas nunca descobertas

    E em uníssono inquieto e beato a arquitetura de

    igrejas indiscretas

    Malformada de altares e escandalizada de poderes

    eternos

    Que fez da Bahia um estado de encantos

    inquietantemente crédulos

    Quando passa a barata de Kafka, pouco

    entusiasmada e alerta

    A correr cabisbaixa, envergonhada pelo passado

    perverso

    A escravidão humana das ideias como crueza aceita e

    aberta

    Não fosse a cena mudada das antigas pelejas em

    versos

    Tudo pareceria uma ladeira sem graça e de curvas

    incertas

    Incrustada numa paisagem de gritos e sons diversos

    Mas lá, há um notabilíssimo em suspiros de

    véspera...

    Vestindo-se de estátua em posição altiva e eterna

    Ainda duvida de tudo que não seja a conduta

    honesta

    E entre o carnaval, a verdade, a procissão, a

    liberdade e qualquer festa

    A injustiça passada, latente, nova, professa ou

    manifesta

    É ainda a maior dor do poeta

    Já a barata magnetizada pelas ações perversas

    E do que ainda brotava naquela cultura de festas

    Tinha seu temperamento em certa agonia

    Porém, por uma sintonia clandestina, ainda corria

    Até estatelar diante da estátua magna de sabedoria

    E não era só ela, um homem professava em epifania:

    "Arranca-te daí, pois a formosa letra está

    abandonada, claudicante, estraçalhada, vazia

    Esta tua forçosa letargia não é imprópria, eu sei, eu

    mesmo testemunharia

    Mas para o infortúnio desta terra, a tua ausência

    afeta a dignidade maior da poesia

    A dignidade do povo, da prosa, das letras, e mesmo

    do verde destes e de outros dias

    Não reconheço outro, não sou apóstolo, não sou

    douto ou quiçá um louco, sou poeta novo

    Salve, salve! Mestre Castro Alves"

    Nas esquinas relutantes da Bahia

    Sentir brisas e algumas sóbrias ventanias

    Além do voo sincero das andorinhas

    Beleza que só porei em versos e em poesias

    Já a virtude do verbo que a tudo denuncia

    Não poderei dizer coisas dignas e altruístas

    Por isso, oro às saudades jamais vistas!

    POESIA SELVAGEM

    A poesia selvagem dança sozinha em meio ao

    desconhecido

    Testando seu sangue artístico, o quê fictício e o

    coração mítico

    Em porte magnífico, a alma traz as asas da febre a

    cena virgem

    O verbo voraz seduz a mente e tece meios, imagens e

    sentidos

    Já as letras numa compulsão de frases e certas

    verdades afronta a vertigem

    Palavras riscam átomos, peles, vídeos, histórias, o

    agora e outros fatos

    E descalços entre verbos prontos e soltos, poetas

    nascem num mundo pouco culto ou lido

    Muitos deles desconhecidos, apenas leitores audazes

    do invisível, são todos dignos

    Sensação singular de estar e ser verbo transitivo,

    varrendo os instintos

    Purificando outros destinos, outras vocações e outros

    signos

    Não temos pretensões ao podium, a uma medalha, a

    um serviço

    Mas o reconhecimento lícito refaz o poeta vivo em

    muitos inícios

    Filhos da arte e de um momento, parimos o instante

    e partimos

    O verbo explorando ineditismos, refinando ritmos e

    inventando entes escritos

    Gotejando no orvalho do tempo certo mistério audaz

    e livre, o espírito vivo

    Refazendo o prazer da leitura por todos os lados ou

    nas páginas em luz explodindo

    Quando a musa arisca em sua instrutiva volúpia

    remove partidos, facções e atos rígidos

    E ali o poeta em seu claustro de inspiração e aptidão

    ora aos espaços em brancos e lisos:

    "Então despe esse vulcão poético, cheio de léxico,

    revelando seu íntimo sexo, seu coito silábico

    Seu frêmito de ideias elevadas e de favores a arte do

    verbo e da magna palavra"

    Assim, a cena absoluta se perde e se edifica na

    paixão pela vida, palavras vibram, palavras choram

    Palavras contam histórias

    CORREU

    Quase sem corpo, algo meio tonto

    Correu no piso liso e branco

    Ligeira, intrépida e aveludada

    Como uma formosa ginasta

    Num tom enviesado de prata

    Convergindo para um único ponto

    A vida como um breve encontro

    Esculpiu a si mesma imortal

    Mas não escapuliu do destino

    Teceu, teceu um segredo letal

    "A vida um coma transcendental

    Um óbito parido e de valor cretino"

    Quem teve essa ideia de neandertal?

    Não se soube o mínimo

    Ou se foi real

    Assim, o verbo já entrou se despedindo

    Receava promover mais mal

    Na verdade, não havia clima

    Algo olhava humanidade bem de cima

    Em sua habitação mais desenvolvida

    Gravitou na estação espacial, uma gotícula

    Mínima porção casuística e inventiva

    Afinal, não passava de uma reles tinta

    Depois vítima inequívoca do artista

    Na sua lida por um mundo mais altruísta

    VOCAÇÃO DE POETA

    A vocação do poeta

    Não

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