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Um Amor e Uma Saudade: (Livro 2 de Um Amor e Um Amigo)
Um Amor e Uma Saudade: (Livro 2 de Um Amor e Um Amigo)
Um Amor e Uma Saudade: (Livro 2 de Um Amor e Um Amigo)
E-book141 páginas1 hora

Um Amor e Uma Saudade: (Livro 2 de Um Amor e Um Amigo)

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Sobre este e-book

No primeiro livro “Um Amor e Um Amigo”, a jovem Ana Maria decide morar em Roma com seu pai, e lá encontra o grande amor de sua vida, o jovem Diego Generatto. Após enfrentar obstáculos e situações amargas, provando que seu sentimento por ele era verdadeiro, sozinha e desiludida ela volta ao Brasil.
O tempos passa, e de volta à Itália, dessa vez na cidade de Nápoles, para cuidar de seu pai que está muito doente, Ana Maria tem a maior de todas as surpresas: ela reencontra seu amado Diego, seus olhares se reconhecem e assim descobrem que o amor que antes sentiram um pelo outro ainda é forte, intenso.
Em "Um Amor e Uma Saudade", envolvido em várias situações difíceis, Diego terá que decidir se renuncia à sua vida atual para ficar com a mulher que ama de verdade ou desiste de Ana de uma vez por todas, dizendo adeus aos seus sonhos.


IdiomaPortuguês
EditoraXinXii
Data de lançamento3 de jul. de 2023
ISBN9783989113633
Um Amor e Uma Saudade: (Livro 2 de Um Amor e Um Amigo)

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    Um Amor e Uma Saudade - Jamila Mafra

    Solidão

    Admirar sozinha as estrelas na noite da cidade de São Paulo se tornou algo cinza e melancólico, principalmente para alguém que acabou de perder um amargo e ao mesmo tempo lindo amor.

    É estranho tentar entender porque as coisas nunca são da maneira que nós queremos, a grande questão é: se duas pessoas se amam o que então as impediria de serem felizes juntas? A resposta a essa pergunta muitas vezes pode não ter sentido, porque é mesmo um absurdo existir a solidão entre pessoas que se desejam.

    Naquela manhã Ana Maria acordou sem ânimo, foi até a sacada do apartamento e observou indiferente o movimento na Avenida das Nações Unidas. Sua tia Letícia Andrade havia preparado o café, mas Ana estava sem fome. Agora sem planos nem objetivos ela não sabia muito bem o que faria da sua vida a partir dali.

    As lembranças dos momentos de felicidade que viveu ao lado de seu amado que ficou para trás ainda eram latentes. Ela havia lutado tanto por aquele amor para simplesmente perdê-lo. Seus poucos dois anos de casada lhe ensinaram muita coisa. Mas agora sozinha só restavam as memórias de um amor que poderia ter sido pra sempre se Diego tivesse tido mais coragem de enfrentar os males que fazem parte da realidade de muitos de nós.

    Ana Maria tinha dinheiro, mas não tinha paz em sua mente. Faltaria apenas meio ano para que ela terminasse sua faculdade de Filosofia em Roma, ela teria se graduado se não tivesse desistido, mas fato era que ela não teve ânimo para continuar vivendo na capital italiana, cogitava esperar mais um semestre até sentir-se mais preparada para voltar ao convívio social e acadêmico na cidade de São Paulo.

    ____________________________

    Um mês havia se passado, mas tudo permanecia igual, Ana tinha até que ser lembrada de que precisava alimentar seu corpo. Para ela ser abandonada pelo marido no momento em que acreditava viver o auge do amor não foi uma experiência fácil de superar.

    Nada era suficiente para tirar-lhe a tristeza dos olhos. Em certa manhã, saindo da missa, ela sentiu inveja de uma moça pobre vestida em trajes simples que saía feliz da Igreja de mãos dadas com o namorado.

    Depois de vividos cinco anos na Itália e enfim ter voltado ao Brasil tudo ao seu redor estava um tanto sombrio. A poluição de São Paulo parecia ser pior, os crimes sangravam mais, a confusão e pobreza eram maiores.

    Enfim ela começava a enxergar tudo que antes, quando ela era só uma adolescente, não percebia, após quase uma década notou que sua cidade natal era cercada por enormes favelas que pareciam não ter fim.

    Pode soar ingênuo, mas em tantos anos ela não havia percebido sequer uma chuva ácida naquela grande metrópole, enfim tudo havia mudado. Sua antes querida cidade natal já não era mais maravilhosa como foi um dia, todos os defeitos se escancaravam inevitavelmente, sem glamour, sem esperança, sem nenhuma ilusão.

    Catedral

    Os dias que se passavam eram monótonos, mas enfim surgiu uma novidade na Catedral! O antigo padre havia falecido há um tempo, e então, para substituí-lo, o jovem padre Mateus Agnello havia chegado de Roma, vinte e seis anos, dono de um sorriso que cativava todos os fiéis. Ele era filho de pai brasileiro e mãe italiana, desde muito novo sempre quis seguir o caminho do celibato e consagrar seu tempo e sua vida à obra de Deus.

    Ana era uma frequentadora assídua das missas, no começo ela achava que Mateus não sentia empatia por ela que reconhecia que reconhecia ser alguém indiferente a todos a sua volta e isolada dos outros membros da congregação. A verdade era que a imagem de Diego ainda não havia saído de sua mente, o amor que ela sentia por ele ainda era latente, como uma doença incurável da qual os sintomas apenas são aliviados.

    Ela não se envolvia com os outros jovens da paróquia, não se animava para ir aos retiros, enfim, ela se excluía de tudo. Mas Ana Maria estava enganada quanto ao padre Mateus, e isso porque ele a notava sim, o padre demonstrava até certo interesse em sua pessoa, ele tinha preocupação em relação a ela que procurava não conversar sobre seu passado com ninguém.

    Letícia e Helena convenceram a sobrinha a participar da quermesse organizada pelo padre Mateus. Ana Maria não tinha ânimos para festas, mas precisava seguir em frente. A garota desiludida estava se entregando ao desprazer da decepção. Tão rica e tão culta, mas tão triste. Ninguém poderia imaginar o que havia acontecido em sua vida.

    Enquanto suas tias conversavam com o padre e com algumas freiras presentes na quermesse Ana permanecia sentada em um banquinho no canto do jardim, observando todos rirem e se divertirem na festa. Ao redor havia várias barraquinhas que a fizeram recordar sua infância de alegria e inocência, suas preferidas eram a barraca da maçã do amor e a barraca da pescaria. Um flashback veio à sua mente e a vontade de voltar ao passado e viver de novo os bons tempos de sua meninice foram inevitáveis.

    Ana Maria ainda estava imersa em sua nostalgia infantil, quando de repente, ao olhar diante de si pôde vislumbrar a face angelical do padre Mateus. Ali estava ele sorrindo para a moça desiludida, olhava fundo nos olhos dela de menina mulher como se a convidasse para ter um pouco de alegria.

    - Boa noite, Ana Maria. – o padre estendeu a mão para cumprimentá-la.

    - Boa noite, padre Mateus. – ela forçou um quase sorriso.

    - Não me parece animada pra quem está em uma festa. Uma moça tão jovem tem que sorrir e aproveitar a vida. Sorria, não custa nada. – Mateus insistiu para que ela se animasse a aproveitasse a noite.

    - Sei que é bom sorrir, a sua quermesse está incrível, até me fez recordar minha infância de alegrias e brincadeiras, quando o mundo ainda era bom e colorido. Mas é que eu não estou em clima de festa, desculpe. Minhas tias me obrigaram a vir. – Ana Maria justificou-se.

    - Já que veio não custa nada aproveitar a festa. Venha comigo, não fique aí sozinha escondida no canto, junte-se a nós. Suas tias estão logo ali conversando com as irmãs. Venha. - Mateus estendeu a mão mais uma vez  a ela que cedeu aos pedidos do jovem padre, ele conduzindo-a até o grupo de amigos.

    Quando Ana sentiu a mão do padre segurar a sua mão o coração dela acelerou de maneira inédita. Sim, inédita como a primeira cena de um filme no primeiro minuto de estreia, nem mesmo ela foi capaz de entender porque isso havia acontecido.

    O sorriso de Mateus e sua genuína alegria possuíam uma energia positiva que cativava a todos. Ele tinha o dom de aconselhar e motivar as pessoas de um jeito único, embora fosse ainda tão jovem, era mais procurado do que os padres mais velhos.

    Ana Maria cumprimentou as irmãs da congregação, e pelo menos tentou participar da conversa. Alguns minutos depois duas garotas se aproximaram, eram Lilian e Flavia, duas jovens fiéis que sempre ajudavam na organização das festas da paróquia. Estavam sempre engajadas nos projetos sociais promovidos pela igreja. 

    Lilian tinha vinte anos, estudava pedagogia, tinha os cabelos pretos, olhos verdes, pele morena clara, era alta e tinha o sorriso largo! Flavia era mais nova, tinha apenas dezesseis anos de idade, era uma garota divertida, extrovertida, animada, tinha a pele morena, olhos pretos e puxados, cabelos pretos e cacheados, era estudante do Ensino Médio.

    Mateus apresentou-as umas às outras e Helena sentiu-se feliz em notar que a sobrinha tão reclusa em seu próprio mundo enfim estava fazendo novas amizades.

    A conversa entre as três girou em torno das apresentações iniciais; quem era cada uma, o que faziam, onde viviam. Lilian já era casada desde os dezoito anos de idade, uma atitude precitada ao ponto de vista de muitos de seus familiares, mas ela acreditava que quando se ama não existe idade certa para selar uma união. Já Flavia, mesmo tão jovem, morava junto com seu namorado Leonardo, na casa também viviam os pais e o irmão dele. Bom, embora ela não cumprisse totalmente os princípios de sua religião era fiel e engajada às causas de caridade.

    ________________________________________

    Mateus não tirou seus olhos de Ana durante toda a festa, havia nela algo diferente que lhe chamou atenção, talvez ele tivesse se apiedado de sua história triste de amor e preconceito, talvez a tristeza tatuada nos olhos daquela jovem mulher impressionasse ou mesmo despertasse no padre um sentimento de empatia ou o desejo de que ela fosse feliz.

    - Ana Maria. – Mateus chamou por ela depois de se aproximar, já no fim da festa.

    - Padre. – ela virou-se surpresa em direção a ele.

    - E então, gostou da festa? – ele perguntou como quem já espera uma resposta positiva.

    - Sim, gostei muito. Eu adorei. Foi bom ter vindo. Como eu disse antes, tudo aqui relembrou a minha infância, bons tempos que não voltam mais.  – Ana Maria respondeu, sorrindo, seus olhos brilhavam, refletindo um pouco de alegria sincera.

    - Que bom saber disso. Reparei que fez novas amizades. – ele comentou em tom de voz suave.

    - Sim, conheci a Lilian e a Flavia, elas são uns amores. Já combinamos de nos encontrar em breve.

    - Fico feliz. Elas são ótimas, sempre engajadas nas causas de caridade. Espero vê-la mais vezes aqui, não só nas missas, mas também nos eventos da Igreja.

    - Farei o possível pra ser uma fiel exemplar e participar de tudo, eu só não garanto nada, padre.

    - Ore a Deus pedindo forças para continuar.

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