Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Signo De Passarinho
Signo De Passarinho
Signo De Passarinho
E-book88 páginas37 minutos

Signo De Passarinho

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Sétimo livro do autor publicado por este Clube, estes poemas em prosa foram compostos em 1987, período de grandes atribulações na vida do poeta: desemprego, desabrigo, desilusões, frio, perda de amigos, solidão, o país em permanente crise econômica, o mundo transformando-se com a chegada gradual da informática no cotidiano das pessoas. O livro é uma tentativa de resgate daquele período angustiante, um acerto de contas com o seu passado, e sem qualquer misericórdia. Tal qual um pássaro persistente, o poeta tem dentro de si o sinal da resistência, da luta constante que o impulsiona a sempre buscar voos mais altos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de set. de 2023
Signo De Passarinho

Leia mais títulos de Lino Porto

Autores relacionados

Relacionado a Signo De Passarinho

Ebooks relacionados

Linguística para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Signo De Passarinho

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Signo De Passarinho - Lino Porto

    SIGNO DE PASSARINHO

    - prosa poética -

    Lino Porto,

    Curitiba, 1987.

    Copyright © 2023 by Lino Porto

    Todos os direitos reservados.

    Proibida toda e qualquer forma de reprodução sem a permissão expressa do autor.

    Apoio:

    Clube de Autores

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Poesia : Literatura brasileira  B869.1

    Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253

    PRÉ-FALSO

    A princípio, este agrupamento de poemas em prosa pretensamente poética chamava-se O amor resultou inútil. É que o inteligente aqui não conhecia os versos de Drummond... Para evitar tão descarado plágio, sacramentei, então, SIGNO DE PASSARINHO, mais condizente com a condição de um sujeito tímido a esconder o seu instinto inquieto, de alguém que calma, imperceptível e incansavelmente monta, desmonta e remonta o seu ninho nas cumeeiras da vida.

    Um anão acordado derrota um gigante que dorme

    (Jean de La Fontaine)

    SUMÁRIO

    O CHOCOLATE

    RESFRIADO

    ELA E O AMOR

    ELA E OS DOIS

    ELA SOZINHA

    ELA E OS SONS

    BLUES E JAZZ

    INSTRUMENTOS

    ESPAÇADAMENTE LENTO

    MEIGO PASSADO

    NÚMEROS

    DEVERES E DIREITOS DO POETA (livre)

    DEVERES E DIREITOS DO POETA (soneto)

    TODAS AS MINHAS IDEIAS

    SEI

    NÃO SEI

    PATINETE

    PROSTITUTOS

    O ÂNGULO DOS NENÊS

    POUCO IMPORTA

    RIMAS FÁCEIS E DÓCEIS

    SEM RETOQUES

    ARTE SAZONAL

    FOSCO

    A UVA PASSA

    DESCONFIANÇA

    PUTA PURA

    BAGAÇO

    SUCOLENTO

    ALÉM

    O CHOCOLATE

    Cantar não sei.

    Sei sequer assoviar.

    Li em um jornal sensacionalista

    Que um sujeito foi morto em um assalto

    E coisa alguma encontraram junto ao corpo,

    Exceto uma barra de Diamante Negro

    Em um bolso interno de seu paletó.

    Me pergunto:

    Para quem era aquele chocolate?

    Uma menina duns onze anos,

    Ordinária, mas bonitinha,

    Conversa demais no banco da frente,

    Ônibus suburbano da média metrópole,

    Por volta das onze da noite,

    Todo pessoal exausto

    E a menina não se exaure de falar,

    Pondo para fora sua fome de vida neste mundo seco.

    Eu já ia caindo em um cochilo intranquilo

    Quando a menina tirou de sua pasta escolar

    Uma barra de Diamante Negro...

    Antes que fique doido

    Rabisco um poema doído

    Sobre o tal complexo de formiga

    Que nos cria esta cidade inimiga.

    Pressiono e, então, me impressiono.

    Sou passional feito um vendaval

    E vazio tal qual meu tio...

    Cansado, mas cantarolando,

    O ambulante na saída do terminal

    Custou a achar o que eu queria.

    Comprei um Diamante Negro

    E também eu me entrego.

    RESFRIADO

    Um espirro.

    É só o princípio.

    Principio feito príncipe

    E reluto

    Todo tonto

    De tanto luto

    Após tanta luta.

    Não tenho sequer um subterfúgio,

    Mas tenho o meu refúgio:

    Minha poesia é o meu esconderijo,

    A toca onde me refugio,

    Meu lugar para madurecer.

    Quem defende o capitalismo o faz por

    Nítido e obscuro interesse pessoal

    E nunca por

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1