Coveiro

De Lino Porto

A morte vista de perto, por alguém habituado a ela, alguém que literalmente joga a última pá de cal: o coveiro. Indiferente, sóbrio, sombrio às vezes, irônico quando e quanto pode, resignado como poucos, mas sempre delicado. Delicado a seu modo, discretamente, quase nunca aparecendo na foto final. Espernear de nada adianta, pois ela inexoravelmente virá. Impontual, por vezes, mas sem jamais falhar. Seu único conselho é que estejamos sempre prontos para segui-la escuridão adentro.... Se possível, com um leve sorriso no canto da boca. Cada poema é um tijolo, até que a sepultura por fim estará lacrada. É uma obra sobre obra nenhuma, sobre o que nos resta do jogo após o apito final.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 5 de nov. de 2023

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COVEIRO

- poesia existencial -

Lino Porto,

Itajaí/SC, 2013 a 2017.

Copyright © 2023 by Lino Porto

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1. Poesia : Literatura brasileira B869.1

Eliane de Freitas Leite - Bibliotecária - CRB 8/8415

"As forças me abandonam.

Que hei de fazer, por fim?

Que vale escudo agora,

Quando o combate é em mim?!"

(Ode XIV, Anacreonte)

IMUNDÍCIE

VALE!

NESTE VASTO MUNDO DE MEU DEUS

*****

QUADRAS QUADRADAS

DOR ÚNICA

O INSENSÍVEL NECESSÁRIO

AMOR SILENCIOSO

CAÇA

FIM DO MUNDO

DESTINO INCERTO E IGNORADO

A CRIAÇÃO

ESTAÇÕES, SENSAÇÕES

COVEIRO (IV)

TÂNATOS E EROS

MONÇÕES

COVEIRO (V)

COVEIRO (VI)

EURITMIA SINESTÉSICA RUSSA

INEXATO

PENÚLTIMA FLORADA, ÚLTIMA MORADA

ÓDIO POÉTICO

Σ

PRETÉRITO IMPERFEITO

PARTICÍPIO PRESENTE

ESSA

HAMLET SOZINHO

ONDE ESTÁ?

COVEIRO (VII)

FÉRETRO

O TÚMULO DO POEMA DESCONHECIDO

ENQUANTO A VIDA SE ALONTANA

TRISTE FIM

O CREPÚSCULO DOS MEUS DEUSES

OBITUÁRIOS PRECOCES

O ASCO QUE NOS MANTÉM VIVOS

ONANISMO SÓRDIDO

RIQUEZAS IGNOTAS

O TEMPO MORIBUNDO

ENTERRO

AMEM!

POST SCRIPTUM POST MORTEM

Sobre o autor e a obra

VALE!

Sentado à beira do túmulo de meu pai,

Pergunto-me o que