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Comunicação para Todas as Idades: Velhice e Comunicação Pública em Rádios de Portugal e Brasil
Comunicação para Todas as Idades: Velhice e Comunicação Pública em Rádios de Portugal e Brasil
Comunicação para Todas as Idades: Velhice e Comunicação Pública em Rádios de Portugal e Brasil
E-book219 páginas2 horas

Comunicação para Todas as Idades: Velhice e Comunicação Pública em Rádios de Portugal e Brasil

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Sobre este e-book

Para além da análise da programação de emissoras públicas de rádio portuguesas e brasileiras e da revisão metódica da literatura especializada, Comunicação para todas as idades expõe resultados de entrevistas, no Brasil e em Portugal, com idosos que se expressaram sobre os meios de comunicação e o conteúdo de programação das estações de rádio.

A obra apresenta dados que demonstram a sub-representação dos idosos nas rádios, já que a programação destina pouca atenção ao assunto, e o idoso raramente é ouvido em programas e reportagens. Emissoras públicas podem cumprir relevante papel informativo sobre o envelhecimento e suas implicações individuais, sociais, materiais e simbólicas na vida de milhares de pessoas. Os idosos ouvem rádio diariamente e gostariam de escutar mais músicas, informação e programas religiosos, assim como desejam que temas relacionados ao envelhecimento sejam abordados no conteúdo de jornalismo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de set. de 2018
ISBN9788547312749
Comunicação para Todas as Idades: Velhice e Comunicação Pública em Rádios de Portugal e Brasil

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    Pré-visualização do livro

    Comunicação para Todas as Idades - Ellis Regina Araújo da Silva

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2018 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

    Ao Emerson, grande e eterno amor.

    AGRADECIMENTOS

    Não se conclui uma pesquisa sozinha, especialmente quando a investigação possui abrangência internacional. São inúmeras pessoas e instituições que apoiaram e acreditaram no trabalho. Por isso, os agradecimentos vão para todos que contribuíram direta ou indiretamente para concretização da obra. Em especial:

    À professora doutora Madalena Oliveira, que me guiou com sua orientação no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (Cecs), na Universidade do Minho, em Braga/Portugal. Sua atenção e carinho lançaram luz sobre as inúmeras inquietações surgidas com a pesquisa.

    Ao Cecs da Universidade do Minho e à Faculdade de Comunicação da UnB.

    Aos programas institucionais Boccia Sénior, de Braga, especialmente ao seu coordenador André Soares; e ao Bombeiro Amigo, do Distrito Federal, especialmente ao Sargento Walber Soares e Silva.

    Aos idosos que apoiaram e participaram das entrevistas.

    Ao amigo Asdrúbal e às amigas Elen, Elizete, Janara e Letícia, que me inspiram na vida e no trabalho. Eles representam todos os outros que não estão citados textualmente aqui, mas que recebem minha eterna gratidão.

    Ao professor Carlos Eduardo Esch, à amiga Delcia Vidal e ao Jairo Faria, que também contribuíram com alegria e carinho neste projeto.

    À minha mãe e à minha irmã, como homenagem e reconhecimento.

    Aos queridos Andréa e Rildo e aos lindos Ícaro e Arthur, que amenizaram minha ausência e trouxeram alegria ao Emerson, Lucas e Yasmim, quando estive em Portugal.

    Por fim, de maneira bem especial, à minha família, que me acompanhou em Braga e abriu mão de muitas outras coisas para que eu realizasse essa jornada. Certamente, não conseguiria concretizar a pesquisa sem a convivência estimulante e carinhosa dos meus filhos, Yasmim e Lucas, e o apoio incondicional do Emerson, que se envolveu totalmente e foi essencial em todos os momentos.

    APRESENTAÇÃO

    O ser humano nunca viveu tanto. A velhice, anteriormente, era uma fase vivenciada somente por uma minoria. Mas a nova realidade impõe diferentes desafios aos meios de comunicação, que precisam se ajustar a essas mudanças, para lidar com as demandas que se apresentam. Meios como o rádio podem atender a diversas necessidades dos idosos, como a carência de informação, a ocupação do tempo livre e a companhia.

    A radiodifusão pública possui a responsabilidade de retratar os idosos e precisa destinar mais tempo de programação para temas de interesse do segmento. Isso motivaria as pessoas a saber mais sobre o assunto e a se identificar com o envelhecimento.

    O acesso à informação é, sobretudo, um direito humano. Pela mediação dos meios de comunicação, os idosos podem conhecer produções, obter informações sobre saúde, campanhas, serviços, entre outros aspectos de lazer e cultura. Trata-se de uma forma de reconhecimento, que pode apoiar a realização de metas de vidas que, hoje, são cada vez mais prolongadas.

    A idade não é somente um dado biológico; é antes uma construção social com implicações materiais e sociais, e envelhecer não é um problema, e sim um processo que começa na juventude e que ocorre de maneira natural.

    Esta obra se expressa nesse sentido. Para além de um estudo detalhado da literatura especializada, com um quadro conceitual e teórico, a investigação delineia o envelhecimento nas sociedades portuguesa e brasileira, e expõe dados que demonstram a sub-representação dos idosos na programação de rádios públicas. O livro também destina um lugar de voz para os idosos que se expressaram em entrevistas sobre os usos do rádio em Braga/Portugal e no Distrito Federal/Brasil.

    A autora

    SUMÁRIO

    1

    INTRODUÇÃO

    2

    QUADRO CONCEITUAL E TEÓRICO

    2.1 PERSPECTIVAS CONCEITUAIS 

    2.2 A ABORDAGEM DA TEORIA DO RECONHECIMENTO 

    2.3 A PROMOÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DOS IDOSOS 

    3

    QUADRO CONTEXTUAL DE PORTUGAL E BRASIL

    3.1 ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO EM PAÍSES DESENVOLVIDOS E EM DESENVOLVIMENTO 

    3.2 O ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL 

    3.3 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL 

    3.4 A POLÍTICA INTERNACIONAL DE PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO ATIVO 

    4

    A VELHICE NAS RÁDIOS PÚBLICAS

    4.1 METODOLOGIA 

    4.2 A RADIODIFUSÃO PÚBLICA NO BRASIL 

    4.2.1 A radiodifusão pública no Brasil e a criação da EBC 

    4.3 O SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO EM PORTUGAL 

    4.3.1 História 

    4.4 A RÁDIO ANTENA 1 NO MERCADO DE COMUNICAÇÃO PORTUGUÊS

    4.4.1 A rádio generalista Antena 1 e o contrato de serviço público 

    4.4.2 A grade de programação da Antena 1

    4.5 A COMUNICAÇÃO PÚBLICA NA RADIOAGÊNCIA NACIONAL

    4.6 ANÁLISE DE CONTEÚDO DA ABORDAGEM SOBRE OS IDOSOS NA RÁDIO ANTENA 1 E NA RADIOAGÊNCIA NACIONAL

    4.6.1 Abordagem sobre a velhice na Radioagência Nacional

    4.6.2 Abordagem da rádio Antena 1

    4.6.3 Discussão dos resultados 

    4.7 CONSIDERAÇÕES 

    5

    O RÁDIO E OS IDOSOS DE BRAGA/PORTUGAL E DO

    DISTRITO FEDERAL/BRASIL

    5.1 BRAGA – PORTUGAL E DISTRITO FEDERAL – BRASIL 

    5.2 DIÁRIO DE ENTREVISTAS 

    5.3 DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS 

    5.3.1 Idade 

    5.3.2 Escolaridade 

    5.3.3 Situação conjugal 

    5.3.4 Tipos de residência 

    5.3.5 Com quem reside 

    5.3.6 Situação laboral 

    6

    OS USOS DA MÍDIA PELOS IDOSOS

    6.1 COMO SE DÁ O CONSUMO DE RÁDIO PELOS IDOSOS 

    6.1.1 Por que ouvem o rádio 

    6.1.2 O rádio atende às necessidades dos idosos 

    6.1.3 Rádios citadas 

    6.1.4 O QUE GOSTARIAM DE OUVIR COM MAIS FREQUÊNCIA NO RÁDIO 

    7

    RESUMO DESCRITIVO E CONSIDERAÇÕES

    8

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS

    1

    INTRODUÇÃO

    A pesquisa possui como cerne dois eixos. Primeiro, analisa o modo como a radiodifusão pública de Portugal e Brasil se organiza, no que concerne ao rádio, no papel de abordar questões relacionadas ao envelhecimento da população. Segundo, busca compreender os usos que os idosos fazem do rádio em um estudo sobre Braga, cidade histórica do Norte de Portugal, e o Distrito Federal, onde está localizada a capital da República brasileira.

    Tem-se como premissa a compreensão de que os meios de comunicação, de maneira especial a radiodifusão pública, podem apoiar o desenvolvimento do que a Organização das Nações Unidas (ONU) denomina sociedade para todas as idades. Trata-se de um princípio apregoado em um documento mundial que trata do assunto, publicado em 2002, com um plano de ação internacional das Nações Unidas para o envelhecimento. O documento, entre outros pontos, considera que devem ser adotadas medidas em três direções prioritárias: idosos e desenvolvimento, promoção da saúde e bem-estar na velhice e, ainda, a criação de um ambiente propício e favorável para os idosos (ONU, 2003).

    No Brasil, o Estatuto do Idoso traz a determinação de que os meios de comunicação devem manter espaços ou horários para essa faixa etária, e que os conteúdos devem ter finalidade informativa, artística e cultural e comunicar ao público sobre o processo de envelhecimento. Em Portugal, o contrato celebrado entre o Estado português e a Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) estabelece que o serviço público de rádio deve garantir a transmissão de programas de caráter cultural, educativo e informativo para públicos específicos, e assegurar que os espaços de informação contribuam para sensibilização dos públicos no tocante a questões de integração, igualdade de gênero, coesão social e interesse das minorias.

    O estudo avalia como o sistema público de rádio aborda temas de interesse dos idosos, se há algum tipo de homogeneização na abordagem, qual é a frequência de tratamento da questão e quais fontes são utilizadas.

    Por essa razão, realizou-se a observação do fenômeno com a análise de conteúdo das temáticas existentes na programação da rádio Antena 1, do serviço público de rádio e televisão de Portugal, e da Radioagência Nacional, pertencente à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

    Apresentam-se, como ponto inicial de análise, as diretrizes preconizadas pela ONU, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e demais regulamentações existentes no âmbito dos dois países. Examina-se como emissoras mantidas e financiadas pelo poder público e pela sociedade cumprem o papel de abordar conteúdos de interesse dessa faixa etária.

    Para o estudo, escolheu-se ainda como estratégia metodológica a revisão bibliográfica dos diferentes conceitos de velhice e a reflexão teórica da abordagem da teoria do reconhecimento. Foram buscadas, ademais, fontes documentais de dados primários e secundários, que auxiliassem na compreensão do contexto existente nos países, tais como estatísticas demográficas dos órgãos oficiais, leis que regem a radiodifusão em Portugal e no Brasil, os sítios da internet das emissoras e os sítios oficiais da sociedade civil.

    Por fim, foram realizadas entrevistas com idosos residentes em Braga e no Distrito Federal, sobre as maneiras como esse segmento utiliza o rádio na vida cotidiana. Estudos de mídia de abrangência nacional, nos dois países, demonstram que o veículo é utilizado, diariamente, por essa faixa etária. As formas de uso despertam o interesse de pesquisa, entre outros motivos, porque os modos como os meios de comunicação são utilizados permite presumir o quanto são relevantes e o papel que exercem na sociedade.

    O enfoque sobre a questão do envelhecimento leva em conta o fato de o amadurecimento da população ser um fenômeno de ordem mundial. O chamado envelhecimento demográfico é uma realidade que deve se acentuar nas próximas décadas. Fatores tais como a diminuição das taxas de mortalidade e de fecundidade, além do acesso da população aos progressos da medicina, entre outros aspectos, são responsáveis por essa condição demonstrada, sobretudo, nas últimas décadas. A OMS estima que, em 2050, mais de 2 bilhões de pessoas terão 60 anos ou mais. Ainda segundo a OMS, no Brasil, os idosos passarão de 24,4 milhões para quase 70 milhões, em 2050 (IDOSOS SERÃO..., 2016). Em Portugal, quase metade da população terá, em 2050, mais de 60 anos (EM 2050..., 2015).

    Mesmo diante desses dados, pode-se afirmar que a velhice é uma preocupação recente na chamada agenda pública. Ao estudar de que modo o envelhecimento tornou-se fenômeno geracional relevante, o sociólogo espanhol Julio Pérez Díaz (2014) o abordou sob a perspectiva do amadurecimento das massas. Segundo essa concepção demográfica, o século XX foi marcado por modificações das dinâmicas populacionais, e isso foi possível, entre outros aspectos, por causa da democratização da sobrevivência mínima necessária para completar a etapa adulta de vida. Visto por esse ângulo, o amadurecimento não é fenômeno preocupante e desfavorável. Pelo contrário, trata-se de uma chave conceitual para entender elementos demográficos, que possibilitaram a democratização da sobrevivência até a maturidade.

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