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Insegurança Alimentar em Pessoas Portadoras de HIV/AIDS e o Desenvolvimento Regional
Insegurança Alimentar em Pessoas Portadoras de HIV/AIDS e o Desenvolvimento Regional
Insegurança Alimentar em Pessoas Portadoras de HIV/AIDS e o Desenvolvimento Regional
E-book165 páginas1 hora

Insegurança Alimentar em Pessoas Portadoras de HIV/AIDS e o Desenvolvimento Regional

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Sobre este e-book

O livro Insegurança alimentar em pessoas portadoras de HIV/Aids e o desenvolvimento regional visa a fornecer subsídios para a compreensão dos fatores relacionados à insegurança alimentar e nutricional (InSA) que podem contribuir para o agravamento da saúde da população com HIV/Aids e que interferem diretamente no desenvolvimento de uma região. Os indicadores de InSA da população portadora de HIV/Aids são importantes porque permitem avaliar a abrangência das políticas de atenção à saúde e das políticas econômicas e sociais junto a uma população vulnerável. A InSA associada à presença do vírus HIV configura um cenário desfavorável à saúde das pessoas que vivem com HIV/Aids, pelo fato de que essas pessoas poderão ter dificuldades de executar atividades laborais. Consequentemente, isso pode acarretar a redução da renda, o que culmina em segregação social, pobreza e aprofundamento das desigualdades sociais, fatores determinantes para a InSA. Assim, as informações apresentadas nesta obra têm como meta contribuir para o debate e a implementação de políticas públicas para a prevenção desse cenário e a melhoria dos indicadores de desenvolvimento regional.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de fev. de 2022
ISBN9786525008219
Insegurança Alimentar em Pessoas Portadoras de HIV/AIDS e o Desenvolvimento Regional

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    Insegurança Alimentar em Pessoas Portadoras de HIV/AIDS e o Desenvolvimento Regional - Mirian Cozer

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    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES

    AGRADECIMENTOS

    Como é bom chegar ao final de mais uma das caminhadas da vida e lembrar-se daqueles que fizeram parte dela. Muitos fizeram parte da caminhada que conduziu a este livro – das mais diferentes maneiras e cada um com seu significado. Agradecemos às pessoas portadoras de HIV/Aids, que contribuíram oferecendo informações sobre a temática estudada, ao Serviço de Assistência Especializada e Centro de Triagem e Aconselhamento (SAE/CTA) e à sua equipe, por permitir o levantamento de dados, à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e à Universidade Paranaense (Unipar), pelo incentivo à pesquisa; e a todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta para a concretização desta obra.

    Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar.

    Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.

    (Madre Teresa de Calcutá)

    PREFÁCIO

    Agradeço muito sinceramente o convite para prefaciar este livro, que sem dúvida é especial pelo tema tão relevante que aborda. Por isso, além de ficar honrada, tenho o compromisso e a grande responsabilidade de receber tal distinção de minhas amigas de Francisco Beltrão, Paraná.

    O livro intitulado Insegurança alimentar em pessoas portadoras de HIV/Aids e o desenvolvimento regional é abrangente e atual, despertando o interesse por direcionar as políticas públicas de alimentação, nutrição e desenvolvimento humano. Quando as pessoas não têm acesso regular e permanente à alimentação na quantidade e na qualidade adequadas, elas estão em situação de insegurança alimentar. Esta obra identifica os motivos pelos quais pessoas em situação de vulnerabilidade apresentam essa insegurança e indica o quanto as desigualdades sociais afetam o desenvolvimento regional.

    Este é um livro no qual a prática harmoniza-se com a teoria. Ele aborda as dinâmicas sociotécnicas a partir de experiências vivenciadas, com aspectos inovadores de pesquisa da realidade social, ao relatar uma situação regional com as problemáticas do seu desenvolvimento e das organizações públicas relacionadas à saúde e ao bem-estar. A obra apresenta um roteiro metodológico que revela os principais desafios e particularidades do tema, a partir do qual é possível estabelecer estratégias de ação.

    Este estudo foi especialmente desenvolvido por quatro profissionais que são experts no tema e que admiro muito. Elas foram se apropriando do conhecimento de forma a contribuir para a redução da insegurança alimentar com informações adicionais e profundas obtidas a partir de dados. Por meio de um conjunto de indicadores, apontam consequências nos âmbitos da saúde e do bem-estar físico, social e mental.

    Cumprimento as autoras pela iniciativa, em especial, pela vontade de contribuir para a disseminação do conhecimento com base nos fundamentos da segurança alimentar e nutricional e com ênfase na qualidade de vida.

    Valerá muito a pena a leitura. Quem sabe, a partir dela, muitas trajetórias de vida passem a contar com melhores condições de alimentação, nutrição e – com vontade, fé e determinação – desenvolvimento humano.

    Márcia Arocha Gularte

    Professora da Universidade Federal de Pelotas

    APRESENTAÇÃO

    Este livro faz parte de uma pesquisa conduzida junto a pessoas portadoras de HIV/Aids em Francisco Beltrão (PR). Tal pesquisa visou à sistematização e à produção de conhecimentos sobre uma temática que impacta o desenvolvimento regional e a vida de dezenas de famílias. Portadores de HIV/Aids são um público vulnerável tanto do ponto de vista social, quanto do econômico e do que concerne à saúde. Esses aspectos fazem com que tal público encontre-se em situações de insegurança alimentar (InSA).

    Esta obra tem como objetivo determinar a prevalência de pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHIV) e os fatores de risco associados a essa condição. Ela se originou de um estudo transversal realizado com pessoas que frequentavam o Serviço de Assistência Especializada (SAE) em Francisco Beltrão. Os dados foram coletados por meio da aplicação de questionários no serviço de saúde com perguntas de cunho social, econômico e de saúde, com posterior avaliação antropométrica e anamnese individual, objetivando determinar o nível de insegurança alimentar e nutricional dos entrevistados por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia).

    Ao todo, participaram 126 pessoas que viviam com HIV/Aids e estavam em tratamento no SAE. Os participantes tinham idade superior a 18 anos e inferior a 60 anos. Por meio das análises, verificou-se que um total de 61,9% (N = 78) da amostra encontrava-se em algum grau de InSA, perfazendo uma prevalência de 16,7%, sendo 9,7% para insegurança leve (IL), 4,9% para insegurança moderada (IM) e uma prevalência de 2,1% para insegurança grave (IG). A probabilidade de InSA é maior em indivíduos que possuem renda menor do que três salários mínimos; essa população apresenta quase sete vezes mais chances (OR) de apresentar InSA 6,62 (IC95% 2,82 – 15,53). Destaca-se que 74,45% dos participantes em InSA vivem com até três salários mínimos (R$ 2.364,00, considerando a base de cálculo do salário mínimo de 2015, sendo R$788,00). Ao analisar as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), verificou-se que pacientes que possuíam uma ou mais de uma DCNT apresentavam maior risco de estar em insegurança alimentar, porém sem significância ao p < 0,05.

    Com relação ao seu estado nutricional, obteve-se o predomínio de eutróficos para os parâmetros avaliativos de índice de massa corporal (IMC) e circunferência braquial (CB). Conforme o modelo teórico proposto para a InSA, verificou-se que na tríade que pressupõe os determinantes distais, como os fatores sociais, demográficos e econômicos, houve significância para a renda, sendo caracterizada como fator econômico. Ressalta-se que essas variáveis podem agir de maneira direta na InSA, podendo haver interferência com os demais determinantes distais, desencadeando a InSA. Detectou-se que 63% (N = 70) dos pacientes analisados em condições de InSA possuíam contagem de células CD4 acima de 200/mm³ e 62% (N = 56) com carga viral abaixo de 40 cópias/ml, indicando que a presença do HIV/Aids não é o fator determinante para a InSA, podendo denotar-se que o hábito alimentar e a qualidade de vida adotados podem caracterizar-se como fatores provocadores da InSA. Corroborando esses dados, tem-se que 66% (N = 52) dos participantes que indicaram algum grau de insegurança alimentar, ou seja, os não seguros apresentam o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, o que se apresenta como mais um fator de qualidade de vida.

    Diante dos resultados obtidos, verifica-se que a doença compromete o indivíduo no seu potencial laborativo, acarretando, dessa forma, maior suscetibilidade à InSA, o que pode ser um marcador de desigualdades relativas ao sistema econômico, sendo a pobreza e a desigualdade social fatores determinantes para a InSA. Por esse motivo, suas estimativas podem ser utilizadas, de forma complementar, para a identificação dos vieses e fatores propulsores do desenvolvimento regional.

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Aids Acquired Immunodeficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)

    CB Circunferência do Braço

    cm Centímetro

    CMB Circunferência Muscular do Braço

    CPqAM Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães

    Datasus Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

    DCNT Doença Crônica Não Transmissível

    DM Diabetes Mellitus

    Ebia Escala

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