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O Gato Maracajá
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E-book102 páginas1 hora

O Gato Maracajá

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Sobre este e-book

Sinopse O livro “O gato Maracajá” narra a história de um jovem herdeiro que não soube manter o seu patrimônio, gastou tudo em farras, jogos e bebedeiras. A pobreza fez com que ele passasse a criar aves para se manter financeiramente. Maracajá era um gato que vivia na caatinga selvagem, até conhecer o galinheiro do avicultor e começar a surrupia-lo para ter uma vida farta e por causa desse comportamento do felino começam-se as rixas. Nascimento manifesta o sentimento de raiva, desejo de vinganças e arquiteta várias emboscadas para matar o adversário. Anos mais tarde ambos se entendem dando uma resposta engenhosa a questão principal da narrativa.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de set. de 2020
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    O Gato Maracajá - Ana Lúcia Osternes De Araújo

    O gato Maracajá

    A identidade de um felino

    Ana Lúcia Osternes de Araújo

    _____________________________________

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Índices para catálogo sistemático:

    Contos: Literatura brasileira B869.3

    Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

    Sumário

    A imagem mística da terra08

    O gato versátil 11

    A fazenda dos perigosos.15

    O órfão rebelde22

    Vulneirabilidade 27

    A boa sorte, prestes a desabar 34

    A lavoura de um dilapidador42

    A vida posta na gangorra 49

    A gota d’água 60

    A armadilha  72

    O retirante 83

    A queimada e o renascimento 89

    PREFÁCIO DO LIVRO O GATO MARACAJÁ

    O ato de escrever ainda é privilégio de poucos e é preciso ter coragem para obter do cotidiano aquilo que se pretende trabalhar. O grau de dificuldade da escolha do tema depende, sobretudo, da aproximação ou não com aquilo que se quer escrever.

    Ana Lúcia Osternes, professora de Língua Portuguesa da rede municipal e estadual, tematizou o seu trabalho com o título O Gato Maracajá, cujo enredo ocorreu na zona rural da cidade de Elesbão Veloso - PI, há algumas décadas que antecederam o século XXI. A autora foi criteriosa na escolha das personagens: duas se transformaram no epicentro da narrativa; as outras foram poucos citadas, mas serviram de base para que a história tivesse vida.

    Todo o conflito existente ocorre entre um felino silvestre da espécie Maracajá e um ser humano conhecido por Nascimento Perigoso de Sena. A narrativa chama a atenção pelo misticismo que envolve a Serra do Carneiro, cujas aparições do animal que dava nome à serra atribulavam os penitentes, abrindo, assim, um dualismo entre os que a frequentavam e os que tinham o hábito de comparecer aos lagos e às cachoeiras do Riacho Coroatá para o deleite do mergulho ou para praticar a pesca e os que objetivavam quebrar o encanto do carneiro para se tornarem mais um na escala do alpinismo social.

    As férteis águas do Riacho Coroatá e a vegetação nativa e exuberante das várzeas deram origem a uma comunidade por nome Várzea Alegre, e foi nesse pedaço de paraíso da terra elesbonense que nasceram e tiveram suas vidas de encontro e desencontros o Gato Maracajá e um rebento da família Perigoso de Sena. O humano, com hábitos, costumes e crença religiosa tradicional, típica dos bem nascidos, inclusive, com passagem por centros de formação superior escolar; o outro, com os mesmos atributos relacionados ao mundo selvagem, cujo sopro de vida ocorrera na Furna dos Amores, localizada no sopé da Serra do Carneiro, daí não podia ser diferente, herdara todo o misticismo e as artimanhas da vida selvagem do Carneiro de Ouro, o que lhe oportunizou a convergência do zoomorfismo literário, como de tantos outros também da selva, que se emplacaram em seu ser, além das sete vidas que lhe são atribuídas, deixando a autora livre para sacudir, mexer e remexer a narrativa.

    Alice, se fosse mais contemporânea, teria, em seu país, uma colônia situada entre a Serra do Carneiro e o Riacho Coroatá porque Maracajá e sua bravura eram referência extraordinária em um mundo onde o narrador tem liberdade de expressar conflitos entre um humano e um selvagem.

    E como a vida é feita de momentos, Nascimento Perigoso de Sena teve seus momentos de glória e vanglória por ser herdeiro único de propriedades, de semoventes e de uma casa mobiliada conforme os padrões existentes na época, o que o fez entender que podia levar uma vida boêmia, regrada a bebidas, jogos, e atos libidinosos.

    Não durou muito tempo e Nascimento perdeu tudo, sentiu, de perto, o fracasso e resolveu fazer um criatório de galinhas poedeiras, o que levou Maracajá a capturar, diariamente, uma poedeira para alimentar a esposa Maracajoa e sua prole.

    Nascimento logo desconfia do desfalque no galinheiro, pega a garruncha e sai à procura. Não adentrou muito na mata, mas chegou nas proximidades do Riacho Coroatá e se deparou com a cena: um gato Maracajá conduzindo uma galinha pelo pescoço. Fulo de raiva, aperta o gatilho, mas erra a mira e Maracajá foge com a presa.

    Outras perseguições ocorreram sem sucesso e Maracajá sabia que não era correto o seu comportamento ao tempo que aplicava a lei da sobrevivência conforme o regimento da selva. Maracajoa, sua esposa, descobre mais uma vez que está grávida e solicita do esposo um cardápio diferente, pois já estava enjoada de tanto comer galinha. Maracajá adentra a floresta e chega em outro ponto do Riacho Coroatá, exatamente em um lago formado pela cachoeira. Lá observou inúmeros patos nadando e sentiu-se feliz, capturou um e levou para a esposa saciar o desejo.

    Os conflitos não pararam por aí. Maracajá e Nascimento seguiam duas normas: a dos homens de boa e má vontade e a da lei da natureza. Assim, a narrativa foi se elastecendo até chegar ao momento sublime da reconciliação, quando Nascimento tornou-se funcionário público lotado numa comunidade que cuidava de animais desabrigados e, por coincidência, Maracajá e família haviam sido vítimas de um terrível incêndio, parando no local de trabalho do grande rival.

    Para a surpresa da família felina, Nascimento os recebeu muito bem. Passado o período de recuperação, Maracajá e família foram reconduzidos com desejo de boa sorte e sucesso para o espaço onde viveram entre a Serra do Carneiro e o Riacho Coroatá, sob indicação do próprio Nascimento, para serem soltos, uma vez que ele já era um senhor casado e de conhecimento e práticas de fé advindas das leituras bíblicas: a transformação de um homem velho em uma nova criatura.

    O certo é que a autora trabalhou muito bem a narrativa, deu asas à imaginação, brincou com as palavras, caracterizou muito bem o espaço geográfico de seu município, tanto o urbano como o rural, apontou aspectos históricos e religiosos da cidade, enfocou a luta de classe, falou da flora, da fauna, apresentou traços antropológicos e denunciou as queimadas, motivo pelo qual aconteceu o reencontro de Nascimento e Maracajá. Enfim, uma leitura recomendada por focalizar a terra berço como referência.

                                                        Boa leitura!

                                          Prof. Antonio José Mambenga               

                  Manifesto o meu agradecimento a DEUS, pela benção do contínuo crescimento espiritual, pelo do dom de escrever e retratar através dos meus escritos as situações, não apenas pelo lado existencial, mas de forma descontraída e dinâmica.  Aos bons livros que tenho lido, aos amigos e a minha família que têm me apoiado e cuidado de mim com amor e inteira dedicação.

    Agradeço ao espinhoso caminho da vida que

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