As Guerreiras na História Pataxó
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Sobre este e-book
Nitynawã é uma filha de Pataxó e cresceu ouvindo as histórias e aprendendo com os anciões de sua aldeia. Inspirada na sua própria vivência e na luta dos indígenas pelo reconhecimento de suas terras e de seus direitos, tomou para si a missão de fundar a Reserva da Jaqueira, uma área pertencente aos Pataxó em meio a uma mata nativa ameaçada. Ao lado de suas irmãs, venceu desafios para unir sua comunidade em torno do sonho de ocupar um espaço sagrado dos seus antepassados, de resgatar sua cultura e identidade como povo originário e de proteger a natureza para as próximas gerações.
Em As guerreiras na história Pataxó, Nitynawã nos apresenta uma visão pouco difundida da história do Brasil, narrando a trajetória do seu povo e da criação da Reserva da Jaqueira sob a rara perspectiva de uma mulher indígena e, com isso, nos ensina sobre liderança, resiliência e o poder do feminino.
"Por meio do trabalho da Jaqueira, podemos mostrar que nós, indígenas, temos capacidades perante o mundo externo. Assim, podemos nos fortalecer como grupo e nos adaptar à evolução social e tecnológica pela qual o mundo vem passando, sem nunca deixarmos de ser indígenas."
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As Guerreiras na História Pataxó - Nitynawã Pataxó
PREFÁCIO
Antes de começar a ler este livro, gostaria de convidar você a se preparar para uma leitura diferente daquelas com as quais está acostumado. Não espere uma história linear, como a maioria dos livros que você já leu. Este livro é parte de uma tradição de histórias que são transmitidas oralmente, por séculos e séculos, e não apenas por meio de palavras escritas.
Ao ler estas páginas, sugiro que se permita imaginar as cenas e sentir as emoções que as histórias evocam. Deixe sua mente e seu coração abertos para vivenciar a cultura e a tradição do povo Pataxó profundamente. Permita-se imaginar os cheiros e os sabores das histórias, os sons e a vibração do tambor que acompanha as narrativas.
Orgulho de ser Pataxó é o que transborda das narrativas de suas guerreiras, mulheres fortes e corajosas que lutaram pela sobrevivência de seu povo e pela preservação de sua cultura. Como Nitynawã nos disse uma vez: Todo sonho que a gente sonha acordado se torna realidade
. Essa afirmação reflete a força e a perseverança do povo Pataxó ao lutar por seus ideais e torná-los realidade. Ao ler as histórias dessas mulheres corajosas, você sentirá o poder que emana de uma comunidade unida em torno de um objetivo maior. Uma comunidade que valoriza suas tradições e preserva sua cultura, enquanto luta por um futuro melhor para as gerações vindouras.
Este livro traz ainda uma reflexão profunda sobre o nosso papel enquanto seres humanos em uma comunidade em que o cuidado deveria ser de cada um para com o outro. Precisamos pensar sobre a forma como nos relacionamos com o coletivo e a comunidade. Na Aldeia da Jaqueira, fundada pelas irmãs Nitynawã, Jandaya e Nayara, todos colocaram a sua intenção declarada e a ação que vem junto dela e que é expressa por uma frase simples e tão poderosa: Aqui, cada um cuida um do outro
.
Nós, da Corall Consultoria, somos muito gratos por termos conhecido e nos conectado de maneira tão forte com os parentes Pataxó. Desde o primeiro momento em que chegamos na aldeia, sentimos que fomos abraçados pelas pessoas e acolhidos através delas pela Terra. Fomos cuidados e tratados com tanto amor e carinho que fomos arrebatados. Assim, convidamos você a mergulhar nas histórias dessas guerreiras e se deixar inspirar por sua força e resiliência. Aprenda com sua sabedoria ancestral e sinta o orgulho que elas sentem por sua cultura e tradições. E, quem sabe, você também se inspire a sonhar com essa importante história do Brasil, uma história muito diferente das que lhe contaram até então.
Erica Isomura, sócia e consultora, assina este prefácio em nome de toda a equipe da Corall Consultoria.
Imagem. Fotografia mostra uma mulher indígena gesticulando com os braços abertos. Ela veste biquíni amarelo aparentemente feito de material similar a palha, bem como usa um largo penacho. Além disso, está ricamente adornada, com pulseiras e colares multicoloridos de miçangas. Em seu rosto, vemos traços pintados em tons de preto, amarelo e vermelho. A mulher está em uma oca, onde, ao fundo, aparecem desfocadas outras pessoas. Fim da descrição.INTRODUÇÃO
Este livro é resultado de anos de trabalho na Reserva Pataxó da Jaqueira, em Porto Seguro, litoral sul da Bahia. Eu, Nitynawã Pataxó, tive a preocupação de anotar tudo o que acontecia na nossa comunidade desde quando ela foi fundada por mim e minhas irmãs, Jandaya e Nayara, em 1997. Quis escrevê-lo porque só nós mesmos podemos contar a nossa história. Nasci e cresci vivendo na minha tradição. Conversando com os mais velhos, senti a necessidade de registrar os conhecimentos que nos passaram e a nossa história e, assim, deixar tudo isso eternizado para as gerações futuras.
Escrever esta história é também uma forma de deixar registrada a luta de nós, mulheres da reserva, que escolhemos abrir mão de tantas coisas para vivenciar a nossa cultura, para ajudar a comunidade e as gerações futuras. Nesta história, fui muito inspirada pela minha mãe, Taquara, e por sua coragem. Apesar de todas as dificuldades que passou, ela nunca nos abandonou.
Imagem. Figura mostra um mapa do Brasil que aparece em preto, com as divisões entre os estados. Dentre todos, o estado da Bahia aparece destacado, pintado em amarelo, e nele vemos as localizações de quatro pontos. Todos ficam próximos à costa (lado direito) e, de cima para baixo, encontramos Salvador, capital do estado e um pouco mais distante dos próximos três pontos, que são a Reserva da Jaqueira, Porto Seguro e Monte Pascoal. Fim da descrição.Minhas irmãs e eu tivemos de passar por muitas lutas. Mas agora estamos felizes porque a semente que plantamos cresceu e está sendo semeada inclusive em outras aldeias. Nelas, nossos parentes também estão valorizando a própria cultura e a nossa língua. Estão buscando outros conhecimentos sem perder nossas raízes. Assim como nós, estão perdendo o medo de assumir a sua identidade e valorizar o ser indígena.
Sinto que valeu o esforço de termos enfrentado o preconceito e passado por tantos desafios. Foi uma experiência muito significativa, como mulher, ser reconhecida como liderança indígena. Até mesmo para assumir a minha identidade. Hoje, meus colegas da cidade ficam surpresos ao descobrirem que eu sou da comunidade indígena. Mas, no passado, ouvi muitas pessoas falando mal do nosso povo e preferia não falar nada,