Repreensões E Promessas Através Do Profeta Amós

De Silvio Dutra

Exposição de Charles Simeon sobre versículos do livro do profeta Amós.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 17 de abr. de 2023

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A QUEIXA DE DEUS CONTRA NÓS

Amós 2:13: Eis que estou apertado debaixo de ti, como se aperta uma carroça cheia de feixes.

O efeito de provocações prolongadas é esgotar nossa paciência. Algumas poucas ofensas ocasionais podemos facilmente perdoar: mas quando são repetidas de tempos em tempos, elas irritam a mente e produzem uma irritação considerável, e nos incitam, por palavras ou ações, a nos vingarmos. Algo desse tipo é representado como passando na mente de Deus. De fato, não devemos concebê-lo como se ele tivesse as mesmas paixões que nós; mas, no entanto, ele adequará suas dispensações à nossa conduta, de modo que elas ostentarão o selo da justiça retributiva e concordarão, em certa medida, com o que é produzido no mundo pelas paixões humanas. Portanto, ele fala de si mesmo à maneira dos homens, a fim de acomodar-se às nossas apreensões fracas e carnais: e,

Consideremos,

I. Que razão Deus tem para esta reclamação contra nós -

Não precisamos entrar minuciosamente nas acusações específicas feitas contra os antigos israelitas: em uma visão geral, elas podem ser reduzidas a três; que podem com igual justiça ser colocadas a nosso cargo:

1. Nosso desrespeito às suas leis -

Deus deu leis a seu povo, que eles violaram sem remorso Compare os versículos 6–8 com 2 Crônicas 19:6,7; 1 Reis 21:3,4; Levítico 18:8; Levítico 18:15; Êxodo 22:26. E ele não prescreveu a lei moral como regra de nossa conduta? E não é em todos os aspectos santo, justo e bom? No entanto, como o obedecemos? Nós o estudamos com o objetivo de descobrir a vontade de Deus? Temos sido restringidos e regulados por ele até onde o conhecemos? Ao contrário, não o transgredimos em dez mil instâncias? Não fomos influenciados pelas considerações de nossa honra e interesse mundanos, mais do que pela autoridade de Deus? Onde nossa própria vontade competiu com a de Deus, não estivemos prontos para dizer, como Faraó: Quem é o Senhor, para que eu obedeça à sua voz?

Supomos então que o Governador do universo é indiferente quanto à observância de suas leis? Ou, se não for, não deve estar irritado Ezequiel 16:43, entristecido Salmo 78:40 e irritado Isaías 63:10, com nossas rebeliões e até quebrado com nosso coração prostituído Ezequiel 6:9. Ló afligiaa sua alma justa dia após dia, por causa do que viu e ouviu em Sodoma, 2 Pedro 2:8; e aquele que é infinitamente santo e que vê toda a iniquidade do mundo de uma só vez, não deve ser dominado, por assim dizer, com tristeza e irritação por nossas iniquidades? Certamente a comparação no texto fica aquém, do que excede, a verdade: pois extraímos a iniquidade como uma corda de carroça Isaías 5:18 com a nota do bispo Lowth sobre ela, adicionando continuamente novos materiais e prolongando-a, sem intervalo, de duração desconhecida; e, portanto, Deus pode reclamar que o cansamos com nossas iniquidades Isaías 43:24 e que ele está pressionado sob nós como um carrinho sobrecarregado.

2. Nossa atenção às suas misericórdias -

Deus especifica particularmente as misericórdias que ele deu a Israel, que só serviram para agravar sua culpa versículo 9–11. E que inumeráveis misericórdias ele nos concedeu! Como ele nos formou no ventre e nos aperfeiçoou em todos os nossos membros; quando poderíamos ser monstros hediondos, que não poderiam suportar a luz do dia! Como ele nos forneceu faculdades racionais, quando muitos de nossos semelhantes são idiotas, sim, menos racionais que os animais! Acima de tudo, como ele nos dotou com uma alma imortal, capaz de conhecer, servir e desfrutar de Deus por toda a eternidade! Como ele nos manteve durante os anos indefesos da infância e nos trouxe em segurança até a hora atual; enquanto milhares nunca viveram para receber instrução ou foram cortados em meio a suas iniquidades! No entanto, de que maneira o retribuímos por todas as suas misericórdias? Nós o bendizemos, adoramos e o engrandecemos por todo o seu amor? Temos nos esforçado para melhorar nosso tempo e faculdades em seu serviço? Ao contrário, a multidão e a continuidade de seus dons não foram a ocasião de nos esquecermos completamente do Doador?

Faça deste o seu próprio caso. Se você tivesse um servo a quem estivesse diariamente sobrecarregando com benefícios, e ainda assim nunca pudesse convencê-lo a testemunhar o menor senso de suas obrigações para com você, você não ficaria finalmente cansado e pensaria que é certo descartar uma pessoa tão inútil de sua vida? Por seu serviço? E você imagina que seu benfeitor celestial não está triste com sua ingratidão? Ouça como ele reclama disso; e julguem por si mesmos: Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.,Isaías 1: 2,3. Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?, Isaías 5:4. Essas reclamações não mostram cansaço da parte de Deus? Elas não manifestam que ele está pressionado sob nós além da medida? E dificilmente capaz de sustentar qualquer carga adicional? Não podemos esperar que ele diga em breve: Estou triste com essa geração; e jurei em minha ira que eles nunca entrarão em meu descanso., Salmo 95: 10,11.

3. Nosso desprezo por seu evangelho abençoado.

O ápice da maldade de Israel foi que eles disseram aos profetas: Não profetizem, versículo 12. Agora Deus nos enviou seus profetas, para proclamar as boas novas da salvação por meio de um Redentor crucificado e declarar que todos os que creram naquele Salvador devem receber o Espírito Santo, como seu Mestre, seu Santificador, seu Consolador, Atos 2:38,39. Mas como recebemos a mensagem deles? Abraçamos cordialmente o Salvador? Estamos buscando ainda diariamente e a cada hora as influências do Espírito Santo? Muitos de nós não estamos prontos para desprezar o Evangelho e contestar suas verdades como fantasias excessivamente justas e sonhos entusiásticos? Mesmo aqueles que professam abraçar o Evangelho não mostram por suas vidas quão pouco o consideram em seus corações? E os próprios serviços que eles apresentam a Deus não o provocam a dizer: Suas novas luas e suas festas designadas minha alma odeia; elas são um problema para mim; estou cansado de suportá-las", Isaías 1:14. Esse desprezo por seu evangelho não é mais