O troca troca na linha de comando das decisões sobre o preço dos combustíveis é inesgotável. E a intensidade só aumenta a medidas que as eleições se aproximam. Após demitir o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, o presidente Jair Bolsonaro resolveu passar o trator de novo da Petrobras, que já estava no seu terceiro presidente desde o início do mandato. Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, será o quarto na lista e assume a vaga de José Mauro Coelho, que só ficou no cargo por 40 dias. Paes de Andrade é homem de confiança do ministro Paulo Guedes, assim como o substituto de Albuquerque nas Minas e Energia, Adolfo Sachsida. O futuro presidente da estatal, que deve ainda ter seu nome aprovado pelo Conselho de Administração, já havia sido cotado para a vaga quando o general Silva e Luna foi demitido, em março. Na ocasião, a indicação não vingou porque ele descumpriria requisitos impostos pela Lei das Estatais. Mas, mesmo assim, dessa vez, Bolsonaro resolveu bancar o nome, mesmo que ele siga fora dos padrões legais, que exigem experiência prévia no setor. Enquanto isso, o Congresso busca, fora da Petrobras, reduzir o preço dos combustíveis, por meio do estabelecimento de um teto de 17% para a alíquota de ICMS nos estados, medida que enfrenta resistências no Senado e do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No Ao Ponto desta quarta-feira. o repórter Bruno Rosa conta quais são os planos do governo com essa medida e de que forma já está em curso a preparação para novas e importantes mudanças na companhia às vésperas das eleições. O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Eberaldo de Almeida Neto, explica por que mudar o presidente da Petrobras não dá ao governo a garantia de preços mais baixos na bomba. E analisa até que ponto uma alteração abrupta da política de preços poderia afetar até mesmo o abastecimento de combustíveis no Brasil.