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O que o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Philips revela sobre disputas na Amazônia
O que o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Philips revela sobre disputas na Amazônia
notas:
Duração:
27 minutos
Lançados:
14 de jun. de 2022
Formato:
Episódio de podcast
Descrição
O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram no Rio Itaquai entre as comunidades São Rafael e Atalaia do Norte, no extremo oeste do Amazonas, no dia 5 de junho. A família de Dom, na Inglaterra, chegou a ser alertada por um funcionário da Embaixada Brasileira em Londres sobre o aparecimento de dois corpos que poderiam ser de Dom e Bruno, na floresta. A principal linha de investigação sobre o caso levou à prisão de Amarildo Costa de Oliveira, de 41 anos, pescador na região. A área é cenário de circulação de homens armados que fazem pesca ilegal armados, ataques com tiros a indígenas, além da saída de pesca e caça ilegal. O Brasil é o quarto país com mais assassinatos de ativistas ambientais. Os dados são reunidos todo ano pela Global Witness. Com 20 assassinatos no ano passado, o país só não está em situação pior do que Colômbia, México e Filipinas. Os primeiros dias de buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips foram marcados por críticas à atuação do governo federal, considerada lenta por entidades e familiares em elaborar um plano de ação para encontrá-los. Além de indigenista, pessoa que reconhecidamente apoia a causa indígena, Bruno Pereira é servidor federal licenciado da Funai. Ele também dava suporte a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) em projetos e ações pontuais. Segundo a nota da Univaja, Bruno era "experiente e profundo conhecedor da região, pois foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte por anos". Dom morava em Salvador e fazia reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como "Washington Post", "New York Times" e "Financial Times", além do "The Guardian". Ele também estava trabalhando em um livro sobre meio ambiente. No fim de semana, bombeiros encontraram mochila, notebook e outros pertences na área em que as buscas estão sendo feitas. No Ao Ponto desta terça-feira, o repórter do Globo Daniel Biasetto fala sobre as buscas aos dois, comenta o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização ambiental, fortalecimento de organizações criminosas e crescimento da violência em diversos estados e terras indígenas.
Lançados:
14 de jun. de 2022
Formato:
Episódio de podcast
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Vacina da Pfizer: a autópsia de um atraso de 216 dias: Em seu depoimento à CPI da Covid no Senado, na quinta-feira, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou que não faltaram oportunidades para que o Brasil tivesse à disposição a vacina desenvolvida pela farmacêutica americana. Não por generosidade da empresa, mas por duas razões: o país é maior mercado do laboratório em toda a região e brasileiros participaram dos testes clínicos do imunizante, o que daria preferência em comparação com outros potenciais clientes. Por isso, o Brasil foi o 6º país em todo o planeta a receber uma oferta para compra de doses da chamada vacina de RNA mensageiro. Só em agosto de 2020, foram três ofertas, nos dias 14, 18 e 26 daquele mês. A empresa sempre oferecia opções que variavam entre 30 milhões e 70 milhões de doses. No entanto, todas as propostas foram ignoradas pelo governo federal. Posteriormente, a Pfizer fez ainda outras duas ações junto ao governo de Jair Bolsonaro, e de Ao Ponto (podcast do jornal O Globo)