Pranto de Maria Parda e o Auto da Barca do Inferno
De Gil Vicente e Ilídio Vasco
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Sobre este e-book
Deambulemos pelas ruas de Lisboa, sequiosos, nós e a Maria Parda, uma velha, porta-voz dos bêbados, protagonista da primeira peça. Acompanhemo-la e lamentemos a falta de vinho. Haverá quem nos venda fiado? Oulá! É o Pranto de Maria Parda.
Terminado o Pranto, (re)encontraremos almas na hora da morte. Um Fidalgo, um Onzeneiro, um Parvo, um Sapateiro, um Frade, uma Alcoviteira, um Corregedor, um Procurador, um Enforcado e quatro Cavaleiros chegam a um cais, quase todos carregados de pecados e vícios, e encontram um Anjo e um Diabo, figuras que os julgarão e os conduzirão ao seu destino final: o Paraíso ou o Inferno? Que argumentos usar para convencer o Anjo a entrar na barca da Glória? Como ludibriar o Diabo e escapar do «lago dos danados»? Eis o Auto da Barca do Inferno, o julgamento das almas humanas na hora da morte e a denúncia dos vícios da sociedade.
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Pranto de Maria Parda e o Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente
Pranto de Maria Parda
Auto da Barca do Inferno
Título: Pranto de Maria Parda / Auto da Barca do Inferno
Autor: Gil Vicente
© Guerra e Paz, Editores, Lda, 2022
Reservados todos os direitos
A presente edição não segue a grafia do novo acordo ortográfico.
Fixação de Texto e Revisão: Ana Salgado
Design: Ilídio J.B. Vasco
Isbn: 978-989-702-783-3
Guerra e Paz, Editores, Lda
R. Conde de Redondo, 8–5.º Esq.
1150-105 Lisboa
Tel.: 213 144 488 / Fax: 213 144 489
E-mail: guerraepaz@guerraepaz.pt
www.guerraepaz.pt
Índice
NOTA A ESTA EDIÇÃO
QUEM FOI GIL VICENTE?
A ÉPOCA
O TEATRO VICENTINO
PRANTO DE MARIA PARDA
AUTO DA BARCA DO INFERNO
critérios para a fixação do texto
Pranto de Maria Parda
Pranto de Maria Parda
Auto da Barca do Inferno
Cena I
Cena II
Cena III
Cena IV
Cena V
Cena VI
Cena VII
Cena VIII
Cena IX
Cena X
Cena XI
Anexos
Vida e obras de Gil Vicente
Vida de Gil Vicente
Obras de Gil Vicente
Personagens
Os argumentos e os símbolos cénicos e seu respectivo significado
NOTA A ESTA EDIÇÃO
QUEM FOI GIL VICENTE?
A falta de provas documentais não nos permite esclarecer muitas das dúvidas que vão surgindo em torno de Gil Vicente. Terá nascido em Guimarães por volta de 1465, não se sabendo a data da sua morte. A sua última composição – Floresta de Enganos – data de 1536, depois dessa encenação não há mais notícia sobre ele. A sua primeira peça, o Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação , fora encenada em 1502, na corte de D. Manuel. Terá sido ele o ourives do mesmo nome que cinzelou a custódia de Belém? Braamcamp Freire (Braamcamp Freire, Gil Vicente Trovador Mestre da Balança , 1944), biógrafo vicentino, identifica-o como poeta e ourives. Ou terá sido um dito mestre de retórica de D. Manuel? A primeira tese é difícil de comprovar, mas, para a segunda, há garantias de que foi colaborador do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende e organizador das festas palacianas, com o dever de celebrar nascimentos, casamentos e outras ocasiões festivas por encomenda régia, e cujas peças, mesmo após o seu desaparecimento, continuaram a ser representadas.
Em vida, Gil Vicente não chegou a preparar uma compilação das suas peças, embora fosse sua intenção. Deste ponto dá-nos notícia seu filho, Luís Vicente, no prólogo da primeira colectânea que se conhece. Sabemos que alguns folhetos terão sido impressos em vida do Autor, como é o caso da folha volante, que contém o Auto da Barca do Inferno.
Inicialmente as peças vicentinas escaparam à Inquisição, mas posteriormente foram mutiladas e algumas, inclusivamente, proibidas. Na segunda edição, de 1586, a censura reduziu o número de peças e todas elas foram mutiladas.
Passaram séculos e a obra do dramaturgo não volta a ser reimprimida até ao século xix. No ano de 1834, em Hamburgo, a obra é reimpressa por Barreto Feio e I. Monteiro.
Hoje, muitos estudiosos consideram Gil Vicente o «pai do teatro literário português», não que não houvesse teatro antes dele, mas porque marcou a diferença, tornando-se, por isso, um nome incontornável nesta arte.
A ÉPOCA
Gil Vicente vive durante o apogeu do Império Português renascentista, tendo testemunhado «as lutas políticas que agitaram o reinado de D. João II, a descoberta da costa africana, a chegada de Vasco da Gama à Índia, as conquistas de Afonso de Albuquerque, Francisco de Almeida e outros, a transformação de Lisboa no cais mundial da pimenta, o fausto do reinado de D. Manuel, a construção dos Jerónimos, do convento de Tomar e de outros grandes monumentos, as perseguições sangrentas aos cristãos-novos e, finalmente, os começos da crise do reinado de D. João III, que trouxe a Inquisição, a Companhia de Jesus e o ambiente simultaneamente austero e hipócrita» (A. J. Saraiva, «Prefácio», Teatro de Gil Vicente, 1972, p. 7).
Na literatura, Gil Vicente é contemporâneo de dois marcos: a publicação, em 1516, do Cancioneiro Geral, onde o próprio Gil Vicente se encontra representado; a renovação promovida pelo poeta Sá de Miranda que, em meados da década de 1520, introduziu em Portugal as novidades renascentistas trazidas da Itália.
Gil Vicente, desencantado com o seu tempo, dirige o seu olhar crítico e humorístico