Libras Em Saúde Ii: Divulgação Científica De Uma Área Na Fronteira Do Conhecimento
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Libras Em Saúde Ii - Francisco, Militão E Cabral
Copyright © Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco, Tatiane Militão de Sá e Saulo Cabral Bourguignon
Libras em saúde II
Divulgação científica de uma área
na fronteira do conhecimento
Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco
Tatiane Militão
Saulo Cabral Bourguignon
(ORGS.)
Rio de Janeiro, 2019
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 1
Copyright © Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco, Tatiane Militão de Sá e Saulo Cabral Bourguignon
Copyright © Gildete da Silva Amorim Mendes
Francisco, Tatiane Militão de Sá e Saulo Cabral
Bourguignon (Orgs)
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser
utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem
autorização por escrito dos editores e autores.
EDIÇÃO Tatiane Militão de Sá
REVISÃO EDITORIAL Daniela Mendonça
REVISÃO TEXTO Os Autores
LIBRAS EM SAÚDE II: divulgação científica de uma
área na fronteira do conhecimento
FRANCISCO, Gildete da Silva Amorim Mendes
SÁ, Tatiane Militão de
BOURGUIGNON, Saulo Cabral
1ª Edição
Novembro de 2019
ISBN: 978.19.732821-8-1
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 2
Copyright © Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco, Tatiane Militão de Sá e Saulo Cabral Bourguignon
COMITÊ EDITORIAL
Aluísio Gomes da Silva Jr- Instituto de Saúde
Coletiva - UFF
Ana Regina e Souza Campello – Instituto Nacional
de Educação dos Surdos - INES
Betty Lopes L'Astorina de Andrade- UFRJ
Débora Campos Wanderley - UFSC
Glaucio de Castro Júnior -Universidade de Brasília -
UNB
Janaína Aguiar Peixoto- Universidade Federal da
Paraíba - UFPB
Marcelo Salabert Gonzalez - Instituto Nacional de
Entomologia Molecular - UFF
Marisa Dias Lima - Universidade Federal de
Uberlândia - UFU
Nayara de Almeida Adriano- Universidade Federal da
Paraíba - UFPB
Renata Ohlson Heinzelmann Bosse- Instituto Federal
do Rio Grande do Sul - Campus Alvorada - IFRS
Roberta Pires Corrêa – Fundação Oswaldo Cruz –
FIOCRUZ
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 3
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COMITÊ TÉCNICO E CIENTÍFICO
Ana Regina Campello – Docente do Instituto
Nacional de Educação dos Surdos – INES
Fernanda Serpa Cardoso – Docente do
Departamento de Biologia Celular e Molecular pela
Universidade Federal Fluminense- UFF
Gildete da Silva A. M. Francisco – Pós-Graduanda
em Ciências e Biotecnologia – PBBI
Saulo Cabral Bourguignon – Docente do Programa
de Pós-Graduação em Ciências e Biotecnologia –
PBBI
Tatiane Militão de Sá - Pós-Graduanda em Ciências e
Biotecnologia – PBBI
Universidade Federal Fluminense – UFF
Pós-Graduação em Ciências e Biotecnologia – PBBI
Núcleo de Estudos em Diversidade e Inclusão de surdos -
NUEDIS
Centro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. CEP 24.020-141
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 4
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
POLÍTICAS PÚBLICAS A GESTANTES
SURDAS:
UMA
INICIATIVA
DE
GRADUANDOS
DO
CURSO
DE
ENFERMAGEM........................................................13
Emanuel Assis; Gildete da Silva Amorim Mendes
Francisco; Luiz Neves; Taylah Costa
CAPÍTULO 02
A QUALIDADE DE VIDA DO SURDO PODE
SER
MEDIDA?
COMO? ..........................................................................45
Neuma Chaveiro; Soraya Bianca Reis Duarte; Adriana
Ribeiro de Freitas; Renata Rodrigues de Oliveira
Garcia; Maria Alves Barbosa; Celmo Celeno Porto;
Marcelo Pio de Almeida Fleck
CAPÍTULO 03
SUICÍDIO E SURDEZ: DADOS DE UMA
REALIDADE
SILENCIADA
..........................................................................................83
Ester Anchieta
CAPÍTULO 04
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EM
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS- LIBRAS
PARA O DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS
SURDAS......................................................................111
Ludmila Franco; Karen Oliveira
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 5
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CAPÍTULO 05
A ATUAÇÃO DE INTÉRPRETES DE
LIBRAS/PORTUGUÊS NO CONTEXTO DA
SAÚDE ........................................................................142
Ringo Jesus
CAPITULO 06
A
ATUAÇÃO
DOS
PROFISSIONAIS
BILÍNGUES PARA O ATENDIMENTO
SURDO .......................................................................177
Vanessa Miro Pinheiro; Regina Celia Nascimento de
Almeida; Maria de Fatima Ferrari; Erika Winagraski;
Marcelle Martinez
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 6
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P R E F Á C I O
Em um consultório médico, duas pessoas se
encontram. De um lado, um paciente angustiado, de
outro lado, um médico atento. Eles se olham. O
médico está pronto para iniciar a anamnese. O paciente
está pronto para descrever o motivo de sua visita. Eles
se olham. Na hora de iniciar a conversa, o diálogo
parece um monólogo: um fala em uma língua oral e o
outro sinaliza em uma língua de sinais. A comunicação
sofre. Se um conhecesse a língua do outro ou se
houvesse a presença de um intérprete para possibilitar
a comunicação entre um e outro, as feridas
comunicativas seriam curadas. Novamente, eles se
olham.
Em momentos como esses, a perspectiva
visual do surdo capta uma realidade cruel de barreira
linguística ainda frequente em nossa sociedade
brasileira. Esse bloqueio vem dificultando o cuidar da
saúde, física e/ou mental, daqueles que usam suas
mãos para falar em espaço de saúde.
LIBRAS EM SAÚDE II revela esforços de
mãos da comunidade científica trabalhando em prol
de assegurar e de promover o exercício dos direitos e
das liberdades fundamentais dos falantes da Língua
Brasileira de Sinais – Libras, visando ao exercício da
cidadania do Surdo Brasileiro.
O projeto Libras em Saúde: um estudo de
sinonímia, ação de extensão e pesquisa desenvolvida
com apoio da Pró-reitora de extensão da Universidade
Federal Fluminense (UFF), coordenado pelas
professoras Gildete da Silva Amorim Mendes
Francisco, Tatiane Militão de Sá está inserido no
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 7
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trabalho de doutorado dessas professoras. O
desenvolvendo dessas pesquisas tem como fim a
produção de sinais em Libras relacionados à saúde,
contribuindo dessa forma na atuação de tradutores-
intérpretes de Libras-Língua Portuguesa em ambiente
clínico e no aperfeiçoamento linguístico em Libras de
médicos, de enfermeiros e de demais profissionais da
área da saúde.
Assim, além das contribuições desse projeto já
citadas, as pesquisas científicas presentes nesta obra
colaboram também para o rompimento de barreiras
linguísticas, ou seja, elas contribuem para a ruptura de
possíveis entraves que limitam a participação social da
pessoa surda, bem como o exercício de seus direitos à
comunicação e ao acesso à informação.
Sabemos que a comunicação e o acesso a
informações são necessidades humanas básicas, que se
tornam indispensáveis em muitas fases da vida, por
exemplo, durante a gestação. Nesse momento, a
mulher tem seu corpo transformado e precisa
conhecer essas transformações. Sobre essa questão, o
capítulo POLÍTICAS PÚBLICAS A GESTANTES
SURDAS:
UMA
INICIATIVA
DE
GRADUANDOS
DO
CURSO
DE
ENFERMAGEM possibilita análise acerca desse
tema.
O acesso a informações também favorece ao
desenvolvimento da Qualidade de Vida de pessoas
surdas ou deficientes auditivos. Por isso, o capítulo A
QUALIDADE DE VIDA DO SURDO PODE SER
MEDIDA? COMO? descreve a Qualidade de Vida
(QV) como variedade de emoções e de sentimentos
específicos do próprio sujeito, relacionados a
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 8
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mudanças históricas e culturais e aos valores
subjetivos de cada indivíduo. Diante disso, as
singularidades das identidades surdas precisam ser
levadas em consideração para análise da Qualidade de
Vida.
Compreender sob o viés científico a Qualidade
de Vida de pessoas surdas coopera também para o
entendimento de um tema polêmico: a relação entre o
suicídio e a surdez, questão abordada no capítulo
SUICÍDIO E SURDEZ: DADOS DE UMA
REALIDADE SILENCIADA. Segundo dados dessa
pesquisa, esse assunto está relacionado à saúde mental
acessível, que tem apresentado escassez de tradutores-
intérpretes de Libras - Língua Portuguesa e de
profissionais que dominem a Libras.
Diante dessas reflexões, a necessidade de
uma comunicação de qualidade continua sendo uma
luta da comunidade surda, que é ratificada no
capítulo
A
IMPORTÂNCIA
DA
COMUNICAÇÃO EM LÍNGUA BRASILEIRA
DE SINAIS- LIBRAS PARA O DIREITO À
SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS. Nesse capítulo,
a autora relata que há aproximadamente 9,7 milhões
de surdos no Brasil (IBGE,2010). Apesar desses
surdos formarem uma população com um
quantitativo expressivo, ainda há barreiras de
comunicação para o atendimento médico desse
público.
Para eliminar esse entrave linguístico, é
possível proporcionar o aprendizado da Libras para
profissionais da área da saúde, tema do capítulo A
ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS BILÍNGUES
PARA O ATENDIMENTO SURDO e também
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 9
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promover formação e capacitação em práticas de
trabalhos de tradutores-intérpretes de Libras – Língua
Portuguesa, proposta de capítulo A ATUAÇÃO DE
INTÉRPRETES DE LIBRAS/PORTUGUÊS NO
CONTEXTO DA SAÚDE.
Dessa forma, a obra LIBRAS EM SAÚDE II,
por meio da promoção e da divulgação de reflexões
científicas, vem auxiliando a prática de profissionais
que atuam na área da saúde a fim de proporcionar uma
comunicação sem barreiras linguísticas em espaços de
saúde e para que um e outro possam dialogar, sejam
eles surdos ou ouvintes.
Valeria Fernandes Nunes
Professora de Libras do Departamento de Letras-Libras da
Faculdade de Letras da UFRJ
Libras em saúde II: divulgação científica de uma área na fronteira do conhecimento 10
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A P R E S E N T A Ç Ã O
O projeto Libras em Saúde: um estudo de
sinonímia é uma ação de extensão desenvolvida por
meio da Pró-reitora de extensão da Universidade
Federal Fluminense (UFF), visa à melhoria na
qualidade do acesso à saúde por parte das pessoas com
surdez – surdos sinalizadores e pessoas com
deficiência auditiva.
Atualmente os surdos se encontram em
grupos de minorias que sofrem barreira linguística,
impedimento na comunicação para acesso aos
serviços básicos de saúde. Assim, este trabalho se faz
necessário para atender a demanda específica de
estudantes de enfermagem, medicina e profissionais
da área de saúde, proporcionando plena comunicação
em seus atendimentos na rede pública.
A importância desta pesquisa específica de
Libras em saúde é a busca por estabelecer um
aprimoramento e pela ampliação de vocabulários
existentes, bem como por novos sinais criados pela e
para a Comunidade Surda brasileira, cujo objetivo
principal é despertar nos profissionais e acadêmicos de
saúde um melhor atendimento às pessoas com surdez,
através do conhecimento da realidade de suas
peculiaridades, fomentando assim ações de
humanização do atendimento clínico o que
proporciona atividades de