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A Salvação do Subchefe - Livro 2 - Irmãos Caccini
A Salvação do Subchefe - Livro 2 - Irmãos Caccini
A Salvação do Subchefe - Livro 2 - Irmãos Caccini
E-book533 páginas8 horas

A Salvação do Subchefe - Livro 2 - Irmãos Caccini

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Sobre este e-book

Fellipo Caccini, tinha tudo que sempre quis, era o subchefe da Cosa Nostra, tinha irmãos que o amava e uma família estruturada, porém isso não era o suficiente, ele queria a vida que nunca pode ter e por isso ele abandonou tudo.Expulso da máfia e proibido de visitar os seus irmãos, ele passou a viver isolado junto com a mulher por quem ele jurou o seu amor e com o pequeno filho que era o sol dos seus dias. Porém quando ele descobre que aquele conto de fadas era na verdade um pesadelo ele tem duas opções.Continuar a viver na solidão em que se encontra ou voltar para casa e pedir perdão para o irmão mais velho Lucca Caccini o Dom da Cosa Nostra e sabia que com o seu perdão ele teria que cumprir as ordens do irmão e isso... Bem as consequências eram severas e possuía belos olhos castanhos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de fev. de 2023
ISBN9781526074225
A Salvação do Subchefe - Livro 2 - Irmãos Caccini

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    A Salvação do Subchefe - Livro 2 - Irmãos Caccini - Nadine Lima da Silva

    A SALVAÇÃO DO MAFIOSO

    LIVRO 2 – SÉRIE IRMÃOS CACCINI

    Nah Vicenza

    Florianópolis 2022

    Índice

    Prólogo

    Capítulo I

    Capítulo II

    Capítulo III

    Capítulo IV

    Capítulo V

    Capítulo VI

    Capítulo VII

    Capítulo VIII

    Capítulo IX

    Capítulo X

    Capítulo XI

    Capítulo XII

    Capítulo XIII

    Capítulo XIV

    Capítulo XV

    Capítulo XVI

    Capítulo XVII

    Capítulo XVIII

    Capítulo XIX

    Capítulo XX

    Capítulo XXI

    Capítulo XXII

    Capítulo XXIV

    Capítulo XXV

    Capítulo XXVI

    Capítulo XXVII

    Capítulo XXVIII

    Capítulo XXIX

    Capítulo XXX

    Capítulo XXXI

    Capítulo XXXII

    Capítulo XXXIII

    Capítulo XXXIV

    Capítulo XXXV

    Capítulo XXXVI

    Capítulo XXXVII

    Capítulo XXXVIII

    Capítulo XXXIX

    Capítulo XL

    Capítulo XLI

    Capítulo XLII

    Capítulo XLIII

    Capítulo XLIV

    Capítulo XLV

    Epílogo

    Prévia Corrompida

    Prólogo

    Fellipo Caccini

    Dois Anos Atrás:

    — Ela é a mulher que eu amo, você não tem o direito de me proibir a nada. – Rosnei empurrando Lucca que me encarou furiosamente. — Não irei deixar com que comande a minha vida dessa maneira Lucca. Se continuar dessa maneira, irá fazer com que todos lhe darão as costas, até mesmo Selene.

    — SUMA. – Rosnou ele empurrando-me contra a parede. — DESAPAREÇA DA MINHA FRENTE, SE VOCÊ QUISER DAR COSTAS PARA A SUA FAMÍLIA POR CONTA DE UMA VADIA TRAIDORA FAÇA ISSO, MAS SAIBA QUE EU NÃO IREI LHE PERDOAR POR ISSO FELLIPO, NUNCA MAIS IRÁ COLOCAR OS SEUS MALDITOS PÉS NA MINHA CIDADE.

    — Se é assim que você quer, assim será. – Falei o encarando furiosamente. — Acho melhor encontrar alguém para limpar as suas bagunças e acariciar o seu ego Lucca, pois eu estou fora.

    — VÁ VAI TARDE. – Rosnou ele e eu apenas lhe dei as costas fechando os meus olhos, aquilo estava doendo como um inferno, mas eu não iria mais renunciar à minha família por conta do ego do meu irmão. — NUNCA MAIS APAREÇA NA MINHA FRENTE, SEU MALDITO TRAIDOR DESGRAÇADO. ESQUEÇA QUE VOCÊ TEM IRMÃOS OU UMA FAMÍLIA, A PARTIR DE HOJE VOCÊ NÃO TEM MAIS NADA, NEM O DIREITO DE USAR O SOBRENOME CACCINI.

    — Que as suas vontades sejam feitas majestade. – Ironizei fazendo uma referência. — Ti voglio bene fratello. Espero que não destrua a vida dos seus outros irmãos ou todos eles lhe darão as costas como eu estou fazendo.

    — VÁ PARA A PUTA QUE LHE PARIU. – Rosnou ele disparando contra o quadro ao meu lado. — PARA O INFERNO VOCÊ E TODA ESSA BABOSEIRA.

    Eu o encarei mais uma vez antes de sair batendo a porta com força, se ele queria dessa maneira assim seria, eu não precisava de dinheiro, poder ou luxo, nem mesmo do sobrenome Caccini, tudo que eu queria estava a minha espera.

    Entrei no carro e dirigi na direção da saída da cidade, enfim a minha própria liberdade.

    — PAPAI. – Gritou Theo agarrando-se no meu pescoço quando eu saí do carro e o abracei beijando as suas bochechas. — Eu estava com muitas, muitas saudades.

    — Eu também estava com saudades filho. – Afirmei sorrindo e acariciando os seus cabelos delicadamente. — Onde está a sua mamma?

    — Lá dentro. – Respondeu ele sorrindo. — Papai dessa vez você irá ficar?

    — Sim, dessa vez eu irei ficar filho. – Respondi vendo o seu sorriso aumentar e vi Cristina aparecer na porta e sorrir. — Eu irei ficar com você dois, para sempre.

    Capítulo I

    Fellipo Caccini

    Dias Atuais:

    — Filho vá brincar lá dentro. – Pediu Cristina encarando os cabelos do nosso filho. — Eu e papai temos que ter uma conversa.

    — Vocês vão brigar de novo? – Perguntou Théo cruzando os seus braços e fazendo um biquinho choroso. — Eu não gosto quando o papai e a mamãe brigam.

    — Nós não iremos brigar amigão. – Afirmei sorrindo e acariciando o seu rosto delicadamente. — Vamos apenas conversar, vá lá pegar o seu quebra-cabeça, papà prometeu que iria montar com você.

    Théo suspirou incomodado, porém saiu correndo na direção do seu quarto e eu voltei os meus olhos para a mulher a minha frente.

    — Você não deveria se portar dessa maneira na frente no nostro figlio. – Bradei e Cristina apenas rolou os seus olhos e colocou as mãos na cintura. — Ele está ficando traumatiza com os seus gritos, não é essa a criação que eu quero que Théo tenha.

    — E que criação você acha que ele vai ter nesse fim do mundo cercado por esses malditos pescadores. – Rosnou ela furiosa. — Eu não aguento mais viver nesse lugar Fellipo, você me prometeu o mundo e agora estamos presos nessa maldita vila como se fossemos malditos prisioneiros.

    — Você sabia que essas seriam as consequências quando eu abdiquei de tudo para ficar com vocês. – Suspirei, eu não aguentava mais ter aquelas discussões, elas tinham se tornado frequentes de alguns meses para cá, principalmente depois que as notícias de que a família Caccini tinha fechado grandiosos negócios com um empresário russo e as empresas estavam em destaque. — Eu não sei por que você continua a reclamar estando ciente da situação.

    — EU QUERO QUE VOCÊ PARE DE SE MARTIRIZAR E VÁ LUTAR POR AQUILO QUE É SEU E DO NOSSO FILHO POR DIREITO. – Gritou ela e eu passei as minhas mãos pelos cabelos. — NÃO PODE CONTINUAR ABAIXANDO A SUA CABEÇA POR CAUSA DAQUELE PREPOTENTE DO SEU IRMÃO, VOCÊS TEM OS MESMO DIREITOS, LUTE PELO O QUE É SEU E SE ELE NÃO ACEITAR ISSO, ENTÃO...

    — Não termine. – Rosnei a prensando contra a parede e vendo os seus olhos se arregalarem. — Não ouse terminar essa maldita frase ou não será a Lucca que eu irei matar. Então de uma vez por todas, eu não irei comprar brigar com a máfia, eu conheço mio fratello e você deveria estar agradecida por ele ter nos deixado vivos e nunca ter nos perturbado, pois conhecendo Lucca como eu conheço essa não é maneira que ele trabalha. Nunca mais volte a mencionar essa maldita herança na minha frente, eu nunca deixe com que faltasse nada para você ou Théo.

    Soquei a parede irritado e saí, estava com a cabeça cheia e não queria continuar dentro daquela casa ou seria capaz de cometer uma loucura e eu não queria deixar o meu filho traumatizado.

    Caminhei pela praia sentindo a brisa bater nos meus cabelos e a área se agarrar os meus pés, Boccadasse era o lugar mais isolado que eu tinha conseguido para me refugiar a pequena e aconchegante vila de pescadores era perfeito para alguém que queria recomeçar a vida de uma maneira tranquila, eu gostava daquele pequeno paraíso, estar conectado com o mar e criando o meu filho de maneira simples, só queria poder ter mais contato com os meus irmãos, eu sentia saudades deles, sentia falta da minha família, porém aquelas eram as consequências que eu precisava arcar pelas escolhas que eu tinha feito e não me arrependia delas, eu poderia estar perto do meu filho o vendo crescer e cuidando da sua educação e não apenas o visitando periodicamente e mesmo que o meu relacionamento com Cristina estivesse em crise, nós tínhamos sido felizes ali, porém o nosso relacionamento tinha esfriado, minha esposa estava se tornando alguém que eu não conhecia e a solidão daquela casa me deixava em pânico, eu tinha crescido cercado por irmãos e pelo amor dos meus pais, eu sentia saudades das birras de Aimê, do mau humor de Lucca e Nyah e das piadas sem graça de Raul, gostaria de estar fazendo parte da vida de Miguel, assim como queria que Théo tivesse contato com a minha família, mas eu sabia que aquilo era impossível.

    Me sentei na área e fiquei apenas encarando as ondas quebrarem, estávamos no final do verão e os turistas já tinham voltado para as suas casas, o lugar ficava cheio apenas nos finais de semana.

    Um garotinho de cabelos negros passou correndo por mim e gargalhando e eu suspirei quando vi uma mulher loira se sentar ao meu lado e colocar a bengala no meio das suas pernas e sorrir voltando os seus olhos para o mar, se as pessoas encarassem Selene naquele momento elas nunca diriam que minha cunhada possuí uma doença genética ocular e não enxergava.

    Encarei a minha cunhada e ela sorriu quando o vento jogou os seus longos cabelos para trás, como uma criança.

    — Olá Fellipo. – Saudou ela apoiando o seu rosto nas mãos. — Faz um tempo desde o nosso último encontro.

    — Selene! – Exclamei e ela sorriu voltando-se para mim, aqueles olhos azuis pareciam ler a minha alma. — Realmente já faz um tempo, Miguel estava dando os seus primeiros passos, ele está enorme e cada dia mais parecido com Lucca.

    — Ele é um menino elétrico e espoleta, Lucca sempre comenta que ele se parece com você quando tinha essa idade. – Sussurrou ela sorrindo. — Desculpe-me não apresenta-los, Miguel ainda é muito pequeno para entender o que está acontecendo.

    — Não se culpe por isso. – Falei voltando os meus olhos para o menino que corria tendo uma babá no seu enlace. — Obrigado por trazê-lo, mesmo de longe eu quero conhecer o meu sobrinho.

    Ela sorriu fracamente e voltou-se para o mar e ficou em silencio por um longo tempo e depois tirou algo de dentro do bolso do seu shorts.

    — Nyah pediu para que eu lhe entregasse isso. – Falou ela colocando o envelope nas minhas mãos. — Ela disse que você iria negá-lo, então mandou com que eu falasse que era um presente para o seu filho, ela disse que virá lhe visitar quando tiver tempo.

    — Eu... – Ela apenas fechou a minha mão sorrindo. — Obrigado, agradeça a Nyah por mim e fale que eu estou sentindo sua falta. Sinto falta de todos.

    — Eles também sentem a sua falta. – Sussurrou ela. — Todos eles, principalmente Lucca, ele sente a sua falta todos os dias, eu sei que ele não foi certo com você, porém ele ama você Fellipo e sente a sua falta todos os dias.

    — Eu também sinto falta dele, Lucca sempre será o mio fratello! – Exclamei e ela sorriu levantando-se. — Obrigado por vir Selene e por trazer Miguel para que eu possa ver o seu crescimento, isso é muito importante para mim.

    — Um dia você irá poder se apresentar. – Afirmou ela apertando os meus ombros delicadamente. — Miguel, mi amore, vamos, nós precisamos voltar para o hotel ou seu papà irá ficar furioso por não estarmos quando ele voltar.

    — Lucca está aqui? – Perguntei me colocando em alerta.

    — Em Genova, mas não se preocupe ele não sabe onde você está morando ou fingi não saber. – Respondeu ela. — Ele não fará nada ou eu arrancarei os seus olhos e farei com que ele os coma.

    Dei uma risada, ela era realmente uma pequena leoa, Selene nos últimos anos tinha crescido e se tornado uma mulher maravilhosa e ainda mais amorosa do que antes, porém era melhor com que ninguém pisasse no seu calo ou ela seria capaz de matar a pessoa que fizesse isso, ela não domou o leão como todos falavam, ela tinha se tornado a leoa que reinava ao seu lado.

    O garotinho correu e grudou-se nas pernas da mãe fazendo com que minha cunhada risse e acariciasse os seus cabelos delicadamente e ele me encarou com os seus imensos olhos cinzentos e cheios de curiosidade, os olhos de Lucca.

    — Amigo mamãe? – Perguntou ele e eu sorri me levantando.

    — Sim é o amigo da mamãe. – Respondeu Selene abaixando-se para ficar da altura do pequeno. — Se despeça dele, nós precisamos ir.

    O garotinho sorriu e grudou-se nas minhas pernas e eu o peguei no colo, jogando-o para cima e ouvindo a sua gargalhada antes de deixar com que ele agarrasse o meu pescoço.

    — Obrigado. – Agradeci colocando Miguel no chão e vi ele agarrar a mão da sua mãe. — Obrigado.

    — Eu voltarei quando conseguir. – Falou ela dando-me um pequeno abraço. — Fique bem, quero conhecer Théo na minha próxima visita, eu gostaria muito de conhecer ele.

    Afirmei concordando com o seu pedido e vi ela caminhar até o carro que estava a sua espera, voltei a me sentar na areia e encarar o mar na minha frente, mio fratello estava bem, ele tinha sua Selene e um filhinho perfeito e isso fazia com que o meu coração ficasse mais tranquilo.

    Tirei o envelope que eu tinha guardando dentro do meu bolso e suspirei ao ver o valor do cheque que Nyah tinha mandado e peguei o bilhete que tinha dentro do envelope.

    Fratello, espero que as coisas tenham melhorado e que você e a sua esposa estejam bem, eu sei que você não irá descontar esse cheque, porém eu não acho justo que você tenha que passar por dificuldade quando nós estamos esbanjando dinheiro e cercado de luxos, a empresa vai bem, acabamos de fechar um contrato milionário e as ações estão em alta.

    Eu estou bem, todos estamos bem, sentimos a sua falta todos os dias, é como se estivesse faltando algo nesses dois anos em que você esteve afastado. Aimê está bem, ela se mudou para Milão e está trabalhando para uma grande empresa, ela e Selene vivem juntas e Miguel está crescendo forte e saudável, ele é a alegria da mansão. Eu continuo como sempre, cuidando das empresas e tentando o meu melhor.

    Espero que as coisas tenham melhorado, irei lhe visitar quando eu tiver tempo, então apenas continue com a sua vida e seja feliz, tudo que eu quero é ver você feliz mio fratello.

    Ti voglio bene Fratello.

    Nyah.

    — Ti voglio bene sorella. – Sussurrei guardando o envelope dentro do bolso e suspirei. — O dinheiro será bem guardado, quem sabe no futuro Théo possa usufruir disso, porém eu não preciso do dinheiro, não agora.

    Voltei para casa depois do pôr do sol, eu sabia que as coisas estariam mais calmas. A casa estava silenciosa então eu supus que Cristina tinha saído com Théo, eles faziam isso todos os dias no final da tarde, saiam para passear e voltavam apenas após o pôr do sol o meu filho adorava o pôr do sol.

    Entrei no quarto e fechei tranquei a porta, abri o guarda-roupa e tirei o fundo falso e peguei a pequena caixa e coloquei ali dentro o cheque que Nyah tinha mandado, junto com todos os outros que eu tinha recebido no decorrer daquele dois anos e voltei a caixa para o seu lugar, se Christina a encontrasse ela iria ficar furiosa, já que segundo a minha esposa eu estava deixando com que eles passassem necessidade sendo que eu nunca tinha deixado com que nada faltasse para nenhum dos dois.

    Saí do quarto depois de deixar tudo arrumando e segui na direção da cozinha, tirei o peixe da geladeira e comecei a preparar o jantar, eu queria preparar algo especial, como um pedido de desculpas, por mais que eu não tivesse culpa pelo que tinha acontecido, mas eu podia entender o lado de Christina eu tinha lhe prometido o mundo e em dois eu não pude nem sair daquela vila, pois isso poderia chamar atenção e eu não queria problemas, eu tinha feito muitos inimigos quanto subchefe da Cosa Nostra e eu não queria que nada acontecesse com a minha família, eles eram os meus bens mais preciosos e se eu perdesse qualquer um deles não saberia como superar isso.

    Coloquei o peixe no forno e fiz uma salada e arroz e fiquei à espera deles, já estava começando a anoitecer e Christina e Théo nunca demoravam tanto para voltar e isso estava começando a me deixar extremamente preocupado.

    Caminhei pela casa como um bicho enjaulado e tentei diversas vezes ligar para Christina, porém o seu celular estava desligado. Saí pelas ruas da cidade pensando que algo poderia ter acontecido e eles estavam precisando de ajuda, porém não os encontrei em lugar nenhum e voltei para casa me sentindo impotente.

    Eu estava a ponto de ligar para a polícia quando um táxi estacionou na frente da casa e eu a vi sair com um Théo adormecido nos seus braços.

    — Onde você estava? – Perguntei quando ela entrou e me ignorou e entrou no quarto de Théo. — Christina!

    — Não se exalte irá assustar a criança. – Rosnou ela me encarando furiosamente e entrando no nosso quarto. — Não estou com vontade de discutir com você Fellipo, tive uma noite muito agradável e quero apenas dormir, então você pode ficar com o sofá, já que eu não irei dividir a cama com você essa noite.

    Ela bateu a porta na minha cara e eu fechei as minhas mãos em punhos.

    — Acalme-se. – Sussurrei sentindo a raiva percorrer o meu corpo quando me joguei no sofá. — Acalme-se, você não vai querer fazer uma besteira e acabar se arrependendo das suas ações depois.

    Saí de casa irritado e caminhei pela praia para tentar me acalmei e me sentei na varanda encarando o mar quando voltei, eu não conseguiria dormir. Meus pais bateram em algo fazendo com que um estojo caísse debaixo do assoalho e eu me abaixei e vi que tinham várias sacolas escondidas ali, sacolas de lojas de luxo.

    — Onde ela conseguiu isso? – Indaguei vendo que tinham roupas novas e joias extremamente caras. — Ela não teria coragem de fazer isso, eu chequei os cheques essa tarde.

    Peguei as malditas sacolas e as joguei no chão da sala ao meu lado e cruzei os meus braços, eu não sabia no que pensar já que a minha cabeça estava uma bagunça e eu só queria entender o que estava se passando ali.

    — O que são essas coisas? – Perguntei quando acordou e saiu do quarto, ainda estava cedo. Christina me encarou com os seus olhos arregalados. — Estou esperando uma resposta. O que são essas coisas e como você conseguiu as comprar?

    — Por que você estava mexendo nas minhas coisas? – Rebateu ela tentando puxar as sacolas, mas eu a encarei furiosamente fazendo com que ela parasse. — Fellipo vamos conversar, não é isso que você está pensando, eu consegui essas coisas de maneira justa, eu não fiz nada de errado.

    — Essa mentira é para você se sentir melhor? – Ironizei me levantando. — Irá me falar como conseguiu comprar essas coisas ou eu terei que descobrir sozinho? Eu nunca pensei que você fosse mexer no dinheiro que é o futuro do nosso filho, eu estava guardando aquele dinheiro para que Théo tivesse uma educação adequada...

    — Espera. – Interrompeu-me ela espetando o seu dedo no meu peito. — Você está escondendo dinheiro mesmo estando vivendo nessa situação caótica? Você só pode estar brincando comigo Fellipo, eu não acredito que está me enganando dessa maneira.

    — Então não mexeu no dinheiro que Nyah tem me mandado? – Perguntei e ela gargalhou negando e passando as suas mãos pelos cabelos. — Onde conseguiu esse dinheiro?

    — Você está me cobrando a verdade, porém está mentindo para mim a dois anos. – Rosnou ela gargalhando, ela estava completamente descontrolada. — Todos estavam certos sobre você, não passa de uma maldito mentiroso que sempre viveu as sombras de Lucca, você nunca será ninguém na vida, pois você não consegue pensar por si mesmo, tudo que você faz e pensando nos outros e eu estou cansada disso. Você me prometeu uma vida boa e não uma vida inútil vivendo trancada nessa maldita casinha e sendo uma dona de casa, eu quero luxo, eu quero viver a minha vida, quero ter alguém para cuidar de Théo, eu estou cansada de viver nessa maldita vila fedendo a peixe e atendendo clientes mesquinhos naquele maldito quiosque você chama de restaurante eu estou farta de tudo isso, eu não passei anos da minha vida engolindo os maus tratos do seu maldito irmão para viver dessa maneira.

    — Onde você conseguiu dinheiro para comprar isso? – Perguntei segurando os seus ombros com força. — Continue com a sinceridade Christina, as máscaras estão finalmente caindo.

    — Eu vendi informações. – Respondeu ela rindo e se livrando das minhas mãos. — Sobre a sua maldita família, eu fui atrás de você para pedir desculpas depois da nossa briga e vi você conversando com a mulher loira a sua cunhada inútil. Oh desculpe-me eu deveria ser mais educada, ela é a lady da Cosa Nostra, isso mostra que o seu irmão não tem estilo nenhum, casado com uma inútil. Sabe algumas pessoas entraram em contato comigo, oferecendo um bom dinheiro, eu queria algumas roupas novas, sair dessa maldita vila e me divertir um pouco, pois eu mereço isso, eu mereço muito mais do que você me ofereceu Fellipo, eu mereço o mundo.

    Eu bati no seu rosto com força fazendo com que ela me encarasse com os seus olhos arregalados enquanto colocava as suas mãos sobre o rosto.

    — VOCÊ FICOU MALUCA. – Rosnei segurando os seus ombros. — VOCÊ PERDEU COMPLETAMENTE A SUA CABEÇA, VOCÊ NÃO APENAS SE COLOCOU EM RISCO, VOCÊ COLOCOU A TODOS NÓS EM RISCO. SABE O QUE LUCCA IRÁ FAZER QUANDO ELE DESCOBRIR ISSO? ELE IRÁ MATAR A TODOS E A CULPA SERÁ SUA INTEIRAMENTE SUA.

    A empurrei fazendo com que ela caísse no chão e joguei as sacolas sobre ela vendo-a se encolher e me encarar com os seus olhos marejados.

    — Espero que tenha guardado dinheiro para livrar a sua cabeça da Cosa Nostra. – Bradei. — Pegue as suas coisas e vá embora.

    — Fellipo. – Sussurrou ela me encarando. — Não faça...

    — Nem comece, eu já fiz demais por você, eu reneguei a minha própria família por você, para lhe dar um nome e viver ao seu lado. – Falei sentindo a minha garganta se fechar. — Mas, eu não irei morrer por causa de uma traição sua e nem deixarei com que nada aconteça com Théo, então pegue as suas malditas coisas e vá embora e não volte, nós não precisamos de você.

    Ela me encarou com os seus olhos arregalados e tentou se jogar nas minhas pernas.

    — Você tem meia hora, se eu voltar e encontrar as suas coisas aqui, eu mesmo irei lhe denunciar para a máfia. – Avisei. — Meia hora Christina.

    Dei-lhe as costa e saí deixando com que as lágrimas rolassem pelo meu rosto, eu não a deixaria me ver chorando. Quando eu voltei não havia nenhum sinal dela, o armário estava vazio, assim como a caixa de cheques que Nyah tinha me mandado durante todos aqueles meses e eu apenas dei uma risada seca, ela nunca sairia de mãos vazia.

    — Papà. – Chamou Théo entrando no quarto abraçado com o seu urso de pelúcia e me encarando com os olhos marejados. — Papà onde está mia mamma?

    — A mamma foi embora, amigão. – Respondi puxando-o para os meus braços e acariciando as suas costas ouvindo o seu choro baixo. — Ela foi embora, agora somos apenas nós dois.

    Capítulo II

    Fellipo Caccini:

    — Vamos lá filho. – Pedi quando ele ficou emburrado e eu suspirei. — Você não ficar sozinho e o papai precisa ir trabalhar.

    — Eu quero a mia mamma. – Manhou Théo abraçado ao seu urso e eu suspirei. — Quero a mia mamma, não quero mais você papà, você fez a mia mamma ir embora. Eu odeio você, odeio você.

    Suspirei e passei as minhas mãos pelos cabelos, Théo estava fazendo birra desde o dia que Christina tinha ido embora, eu tentei ser compreensivo, porém eu estava cansado e sofrendo tanto quanto ele, tinha mandado a mulher que eu amava embora e nem sabia se ela estava bem ou se estava viva e isso estava dilacerando o meu coração.

    — Você está certo, a culpa é toda minha. – Afirmei me abaixando para ficar da sua altura e ele me encarou com os seus olhos arregalados. — Porém, eu não posso mudar as coisas erradas que a sua mãe fez e se ela continuasse aqui ela iria ser machucada. É isso que você quer, que ela seja machucada?

    Théo negou e um bico choroso se formou nos seus lábios fazendo-me suspirar e encarar os seus cabelos delicadamente.

    — Eu também não quero que ela seja machucada a mamãe não está feliz morando aqui por isso ela foi embora. – Falei o encarando. — Então ajude o seu papà, se eu não for trabalhar nós não teremos o que comer. Como iremos alimentar você se não tiver alimento em casa?

    Théo choramingou e eu o peguei no colo e joguei a sua mochila nas minhas costas e saí fechando a casa, caminhei pela vila até a casa da garota que cuidava dele.

    — Eu volto para o pegar mais tarde. – Avisei e ela concordou sorrindo. — Se ele der muito trabalho me liguei. Se comporte o papai voltará mais tarde para lhe buscar.

    Théo se agarrou ao meu pescoço e eu tive que convencê-lo a ficar ali que eu não iria o abandonar, eu só estava indo trabalhar e voltaria mais tarde para o buscar.

    Abri o quiosque e suspirei ao me apoiar no balcão o movimento estava baixo naquele dia, desde que nós tínhamos nos mudado para Boccadasse eu tinha redescoberto a minha paixão pela culinária e como não havia problemas burocráticos onde eu trabalhar, eles não precisam de um advogado naquela parte da Itália e eu montei o quiosque com o dinheiro que eu tinha juntado por todos aqueles anos em que trabalhei para a máfia e não precisei o gastar. O movimento era bom, principalmente no verão.

    — O movimento hoje está fraco chefe. – Comentou Rita me encarando com um sorriso no rosto. — Eu não vi a patroa nos últimos dias, ela está doente?

    — Ela está cuidando de Théo. – Menti, não queria que as pessoas ficassem comentando sobre a minha vida, era um local pequeno e todos sabiam da vida de todos, porém ninguém ali conhecia o meu passado. — Ele anda manhoso e com o começo das aulas nos próximos dias ela está passando mais tempo com ele.

    — Entendo, crianças nessa idade são difíceis. – Comentou ela sorrindo. — Primeiro ano na escola, ele deve estar com medo do que poderá acontecer, por mais que Théo seja uma criança muito carismática, ele irá se dar bem.

    Concordei e voltei para as minhas panelas, mesmo que não houvesse muito movimento naquele dia, eu não queria que os clientes reclamassem da minha comida, isso era algo inadmissível para o chefe que estava habitando em mim.

    — Aquele homem é estranho. – Afirmou Rita quando terminou de tirar os pratos no final da tarde. — Ele está ali desde cedo, parada apenas observando o movimento do quiosque é como se ele estivesse nos observando.

    — Ele deve apenas estar esperando alguém. – Falei correndo os meus olhos pelo homem, eu já tinha percebido aquilo, porém não comentei para não a deixar assustada, eu sabia muito bem quem era aquele homem e o motivo dele estar ali. — Não fique paranoica. O que um homem daquele poderia fazer em uma vila como Boccadasse?

    — Você tem razão chefe. – Falou ela dando os ombros e tirando o seu avental. — Irá precisar de minha ajuda amanhã?

    — Eu ligarei se precisar. – Avisei pegando o avental e o guardando. — Obrigado pela força Rita.

    Ela sorriu e acenou e eu terminei de fechar tudo e coloquei as minhas mãos no bolso me aproximando do homem que abriu a porta do carro.

    — O senhor quer se encontrar com você. – Avisou ele e eu apenas rolei os meus olhos. — Por favor, não me faça usar a força física senhor Fellipo, acho que isso é desnecessário, estou apenas cumprindo as ordens que foram me dadas.

    — Avise a Lucca que eu não tenho nada para conversar com ele. – Pedi batendo nas suas costas. — E se ele quiser me encontrar que venha até mim, eu não devo nada a ele ou a máfia. Acho melhor você ir, as pessoas estão ficando desconfiadas em ver você o dia inteiro parado ao lado do carro e olhando fixamente para o quiosque, elas podem chamar a polícia. E não me siga, eu não quero ninguém na minha cola.

    Ele suspirou e curvou-se antes de entrar no carro e sair cantando pneus e eu apenas segui o meu caminho.

    Peguei Théo e nós brincamos um pouco na praia antes de voltarmos para casa, mandei com que ele fosse tomar banho, já que os seus cabelos estavam cheios de areia.

    — Mas, eu não quero tomar banho papai. – Reclamou ele entre risadas. — Eu estou limpinho.

    — Você está todo sujo de areia seu porquinho. – Falei rindo. — Vamos, já para o banho, não faça eu ter que ir dar banho em você ou nós dois iremos morrer de fome.

    Théo gargalhou e correu na direção do banheiro e eu fui até o seu quarto e deixei o seu pijama sobre a cama e voltei para a cozinha.

    Tirei os restos do jantar da noite passada e fiz alguns bolinho e cozinhei verduras e fiz uma salada antes de ir o apressar, para quem não queria tomar banho ele estava a bastante tempo ali.

    Coloquei um desenho para que ele visse e depois fui tomar o meu banho, estava terminando de colocar as minhas roupas quando escutei a porta se abrir em um rompante e corri para fora do banheiro, vendo Théo correr e se esconder atrás das minhas pernas.

    — Papà. – Choramingou ele e eu acariciei os seus cabelos delicadamente encarando a pessoa parada na minha frente. — Papà eu estou com medo, esse homem mal ele...

    — Está tudo bem. – Afirmei. — Vá para o seu quarto, eu irei conversar com ele, fique lá dentro, papà já irá buscar para nós jantarmos juntos.

    Ele me encarou com os seus olhos brilhando e correu na direção do seu quarto e fechou a porta e eu suspirei quando dois soldados me derrubaram segurando os meus ombros e forçando-me a encarar o chão.

    — Isso é realmente necessário, fratello? – Perguntei ouvindo a sua risada. — Eu não estou armado e não represento risco nenhum para a sua segurança.

    — Não me chame dessa maneira. – Rosnou Lucca e eu apenas suspirei, aquilo doía mais do que ele me tratar como se eu não passasse de um maldito traidor. — Achou que eu não iria descobrir o que aquela vadia fez? Onde ela está?

    — Não sei senhor. – Ironizei ouvindo-o trincar os seus dentes. — Como você pode ver com os seus olhos só estamos eu e Théo aqui, não há mais ninguém, pode mandar os seus cachorros procurarem toda a casa, ela não está aqui.

    — Se eu fosse você não testava a minha paciência. – Rosnou ele puxando os seus cabelos e eu gemi. — Irei perguntar apenas mais uma vez. Onde está aquela vadia? Você pode a proteger, mas eu irei encontrá-la e quando isso acontecer, ninguém vai conseguir a proteger da minha irá, eu irei fazer o que deveria ter feito a anos atrás, quando ela apareceu com o bastardo na porta da mansão.

    — Não fale assim do meu filho. – Bradei trincando com meus dentes, eu não me importava com a maneira que ele me tratava, porém eu não iria deixar com que ele denegrisse Théo, ele era apenas uma criança. — Eu não sei onde ela está, ela foi embora em uma noite, saiu e não voltou, não sei onde ela pode estar escondida.

    Lucca gargalhou e dei-me as costas antes de voltar-se para mim e bater no meu rosto com força e eu fechei os meus olhos.

    — Realmente não irá me falar onde está aquela maldita? – Perguntou ele apertando o meu rosto. — Ótimo! Você quem escolheu isso Fellipo, não me culpe por querer arcar com as consequências dos atos daquela vadia desgraçada.

    — Ele é apenas uma criança não precisa presenciar isso. – Sussurrei correndo os meus olhos e vendo que a porta do quarto de Théo estava entreaberta. — Mesmo que você não entenda isso, ele é meu filho e seu sobrinho, você não vai querer o traumatizar dessa maneira.

    — Levem-no. – Rosnou Lucca fechando as suas mãos em punhos. — Levem-no para o bancker, eu irei pensar no que fazer com que ele quando voltarmos para a Palermo. Vamos embora, esse maldito lugar está me causando alergia, odeio toda essa areia.

    Os soldados me derrubaram no chão, colocando os seus pés contra a minha cabeça e as minhas costas e amarraram as minhas mãos com força fazendo com que eu gemesse quando eles me puxaram para cima.

    — Soltem-no. – Ordenou Selene entrando na casa furiosa. — Eu mandei vocês o soltarem.

    Ela se colocou na minha frente e suspirou e tateou o meu rosto.

    — Você está bem? – Perguntou ela e respondi fracamente que sim. — Eu mandei vocês o soltarem, estão surdos ou apenas estão tentando me deixar irritada.

    Os dois soldados se entreolharem e encararam Lucca que estava vermelho de ódio e ele apenas os dispensou e eu suspirei.

    — O que diabos você está fazendo aqui? – Perguntou ele se aproximando da esposa, mas foi parado quando ela bateu com a sua bengala nele e eu tive que segurar a risada. — Eu mandei com que você ficasse no hotel a sua segurança está em risco.

    — A minha segurança está em risco por sua causa que me deixa irritada. – Rosnou ela batendo nele com a sua bengala. — Você me deixa possessa de raiva com essas suas atitudes infantis Lucca, parece que teve o seu carrinho roubado pelo seu irmão mais novo e agora está tentando o pegar de volta a base da força bruta.

    — Eu disse que você não deveria se meter nos meus assuntos com Fellipo. – Bradou ele revirando os seus olhos e passando as mãos pelos cabelos. — Eu não irei deixar com que a sua segurança e a do nosso filho sejam colocadas em risco por causa das burradas que ele fez com a vida dele, se ele não quer me falar onde aquela vadia desgraçada está, então que arque com as consequências das suas ações.

    — Então eu também irei sofrer consequências já que fui eu quem veio o procurar e não Fellipo que veio ao meu encontro. – Retrucou ela cruzando os seus braços e batendo os pés no chão e o meu irmão suspirou pesadamente, era difícil discutir com alguém como Selene. — Fellipo estava vivendo a sua vida, fui eu quem veio atrás dele, assim como eu fiz outras vezes.

    — Você... – Lucca fechou as suas mãos em punhos e trincou os dentes antes de passar as mãos pelos cabelos de voltando para ela. — Você me deixa furioso, eu não sei o que eu farei com você Selene, por que eu preciso inimigos se a minha própria esposa age como um rato fazendo as coisas pelas minhas costas e agindo imprudentemente e não satisfeita em colocar a sua segurança em risco, ainda trás o nosso filho junto. Você perdeu a sua maldita cabeça?

    — Não fale comigo nesse tom, eu não sou um dos seus soldados que irá abaixar a cabeça perante os seus gritos. – Rosnou ela apertando a sua bengala com força, não que eu estivesse confortável no meio daquela discussão entre os dois, não era agradável presenciar aquilo, principalmente porque eu era o alvo da discórdia e eu não gostava de ver os dois brigando daquela maneira. — Eu não me coloquei em risco, já que Fellipo não representa perigo nenhum para a minha segurança e nem a de Miguel, eu estava fazendo algo que você deveria ter feito, apresentar o nosso filho ao seu zio. Já que o seu pai está agindo como um menino mimado e não consegue enxergar o que está na frente dos seus olhos. Não me interrompa que eu ainda não acabei de falar...Lucca, Lucca.

    Mas ele já tinha partido e fechado a porta com força, mio fratello não era bom em ouvir algumas verdades, principalmente quando elas vinham das pessoas que ele amava, Lucca sempre se preocupou demais com a segurança da família, dos seus irmãos e quando as coisas saiam do controle ele agia daquela maneira.

    — Desculpe-me por isso. – Pedi me livrando daquelas malditas cordas e a encarando, percebendo o quanto ela estava abalada com aquela situação, Selene tinha mudado naqueles anos, porém ela ainda era sensível para algumas situação. — Eu não deveria ter me colocado no meio do casamento de vocês e feito com que brigassem dessa maneira.

    — A culpa não é sua. – Afirmou ela. — Lucca as vezes precisa ouvir algumas verdades para poder se situar e eu não aguento mais o ver agir dessa maneira apenas por causa do ego ferido. Quando ele se comporta como uma criança mimada, precisa ser tratado como tal, ele tem sorte que eu não enxergo as suas orelhas ou já teria arrancado as duas.

    Dei uma risada baixa e senti ela segurar as minhas mãos delicadamente.

    — Desculpe-me por ter feito essa bagunça na sua vida. – Pediu ela. — Eu não queria que nada disso tivesse acontecido, sobre a sua esposa, eu...

    — Não se culpe. – Pedi apertando as suas mãos. — às vezes é preciso que algo assim aconteça para que conhecemos verdadeiramente as pessoas, se Christina me traiu dessa maneira apenas por causa de dinheiro, isso quer dizer que ela nunca e amou de verdade e Lucca estava certo ela estava apenas atras do meu dinheiro, porém eu ainda não estou preparado para aceitar isso, ainda doí muito pensar que a mulher que eu mais amei na minha vida me queria apenas por causa do dinheiro da minha família.

    — Se ela agiu nessa maneira então ela não merecia o seu amor. – Afirmou Selene acariciando o meu rosto delicadamente. — Seu irmão está bravo, mas ele sente a sua falta, você sabe o que tem que fazer para voltar para casa Fellipo, faça isso e volte, todos sentem a sua falta, queremos que esteja ao nosso lado, a família Caccini não é a família Caccini sem um dos seus membros.

    — Eu não estou preparado para isso. – Sussurrei apertando as suas mãos contra o meu rosto. — Nem sei se algum dia eu estarei, mas obrigado por estar ao meu lado Selene, você é a irmãzinha que a vida me deu.

    — Senhora. – Chamou o soldado fazendo com que ela bufasse. — O senhor está a esperando no carro e ordenou com que eu a escoltasse até lá.

    — Já estou indo. – Rosnou ela e ele se encolheu fazendo com que eu risse. — Desculpe-me por toda essa confusão, acho que esse garotinho está assustado. Desculpe-me por isso carinho.

    Voltei os meus olhos e vi que Théo estava trás das minhas pernas encarando atentamente a minha cunhada, aquela mulher poderia não enxergar, porém ela era a pessoa mais intuitiva que eu conhecia na sua vida.

    — Prometo que na próxima vez que nós encontrarmos eu irei comprar um presente lindo para você. – Afirmou Selene sorrindo e abaixando-se. — Você pode me dar um abraço?

    Théo a encarou com os seus olhos arregalados e eu o incentivei a ir até ela e Selene o envolveu nos seus braços carinhosamente e beijou a sua testa longamente antes de se afastar e se levantar.

    — Obrigado por isso carinho, você é muito especial. – Sussurrou ela. — Cuide bem do seu pai, ele também é muito especial e agora vocês tem apenas um ao outro, você pode fazer isso por mim?

    — Sim. – Respondeu Théo agarrando-se as minhas pernas. — Tchau zia.

    — Tchau carinho. – Despediu-se Selene apertando a sua bengala. — Cuide-se, quando estiver preparado volte, a sua família estará o esperando de braços abertos.

    Ela saiu escoltada do soldado da minha casa e eu apenas suspirei jogando-me no chão e passando as minhas mãos pelo rosto, aquilo tinha sido mais difícil do que eu imaginei que seria. Estar frente a frente com mio fratello e ser tratado daquela maneira machucava, muito mais do que a traição de Christina, pois estar de frente para Lucca e sabendo que ele estava certo eram como facadas afiadas sendo enfiadas diretamente no meu coração.

    — Papà. – Chamou Theo sentando-se ao meu lado e eu o encarei. — Quem eram eles? E o que eles queriam na nossa casa? Eles irão voltar?

    — Eles eram pessoas muito especiais para o papà. – Respondi acariciando o seu rosto delicadamente. — Pessoas que o seu papà ama, porém nós ainda estamos muito machucados para nos perdoar. Porém, você ainda é novo demais para entender isso.

    — Quando eu for mais velho o senhor vai me contar quem são eles? – Perguntou Théo e eu concordei. — Eu gostei da moça bonita, ela tem um abraço quentinho.

    — Selene é muito especial. – Afirmei levantando-me. — Venha, vamos jantar, depois podemos ver um filme.

    Ele concordou sorrindo e eu dei o seu jantar e depois me sentei ao seu lado na sala e liguei a televisão e procurei por um filme de animação que o agradasse. Théo dormiu antes do meio do filme eu o levei para o seu quarto e o coloquei na sua cama, beijando a sua testa carinhosamente e liguei o abajur antes de sair do seu quarto.

    Passei na cozinha e peguei uma garrafa de uísque que tinha escondida e me sentei na praia e a abri, eu precisava afogar as minhas magoas e curar o meu coração partido de alguma maneira e o álcool era a única coisa que me vinha a mente.

    — Amar doí. – Sussurrei encarando a lua e rindo. — Eu juro que nunca mais irei amar na minha vida, assim eu nunca mais irei sofrer. Prometo que nunca mais irei amar e me apaixonar na minha vida.

    Capítulo III

    Fellipo Caccini

    Dois Meses Depois:

    — Eu já disse que você não deve brigar na escola. – Rosnei vendo Théo se escolher e passei as minhas mãos pelos cabelos, minha vida estava uma bagunça e eu não sabia por onde começar a lhe arrumar. — Esse comportamento não condiz com a educação que eu estou lhe dando.

    — Ele falou da mia mamma. – Retrucou Théo e eu suspirei, esse era o nosso principal problemas Christina, desde que os moradores da vila ficaram sabendo que ela tinha me roubado e ido embora, as fofocas sobre a minha vida tinham virado o assunto principal de Boccadasse e isso estava refletindo no meu filho. — Eu não iria deixar com que ele falasse da mia mamma, ela não está aqui para se

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