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Axel
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E-book297 páginas5 horas

Axel

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Sobre este e-book

Às vezes é preciso chegar ao fundo do poço para conseguir se reerguer.Alexia Willians foi abandonada e desprezada por todos, depois que o pai lhe expulsou de casa e ela teve que presenciar todas as maldades de um mundo até então desconhecido, ela passou fome, foi humilhada, desprezada, espancada e teve que vender o próprio corpo para sobreviver e isso não foi o que mais lhe machucou e sim ter o seu coração quebrado por aquele homem, quando ele lhe deu esperanças de que poderia lhe dar o mundo e apenas lhe mostrou que homens não são confiáveis.Porém o mundo nunca para e ela retornou, ela está de volta e preparada para se vingar de todos que tinham lhe feito mal, Alexia tinha morrido, ela agora era Axel.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2022
ISBN9781526052827
Axel

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    Pré-visualização do livro

    Axel - Nadine Lima da Silva

    Prólogo

    Axel Khan:

    _ Coloquem esse lugar abaixo. – Mandei andando pela sede dos Thugs ou pelo menos o que eles chamavam de sede, pois, aquilo agora me pertencia. _ Eu quero esse lugar no chão, não quero que sobre uma maldita madeira para contar história. Passem por cima de qualquer pessoa que se colocar no caminho, não me importo com ninguém apenas que as minhas ordens sejam cumpridas.

    _ Como desejar senhora. – Afirmou Donatella me encarando e cruzando os seus braços enquanto saia ao meu lado e encarava o lugar. _ Eu realmente não entendi o motivo da senhora ter comprado essa casa ridícula, não podemos fazer nada aqui, é um investimento perdido.

    _ Não, querida Donatella não é. – Garanti a encarando sorrindo. _ Eu irei construir um shopping nesse lugar, um shopping frequentado apenas pela alta sociedade, eu irei transformar esse lugar num antro do consumo, será a minha maior contribuição para essa cidade.

    _ Mas, esse não é o melhor bairro para uma construção como está senhora. – Falou ela me encarando espantada. _ É um dos bairros mais perigosos da cidade, com predomínio de gangues perigosas, não é o melhor lugar para fazer um investimento grandioso como este.

    _ Como eu disse será a minha contribuição para a cidade, esse bairro se tornará outro depois do meu investimento e as gangues, eu irei destruir qualquer um que se coloque no meu caminho. – Garanti colocando os meus óculos e sorrindo. _ Continue aqui até que essa maldita casa esteja no chão, apenas saia daqui quando não tiver sobrado mais nada e se sobrar coloco fogo, não quero nenhum resquício disso no meu novo investimento, eu estarei na empresa se precisar de mim para alguma coisa. Grave isso ao vivo, eu quero acompanhar tudo como se eu estivesse aqui pessoalmente.

    Entrei no carro e mandei com que o motorista me mandasse para a empresa, cumprimentei alguns funcionários e avisei para os meus seguranças e para a secretária que eu não queria ser incomodada por ninguém, pois, eu iria curtir o meu vídeo completamente sozinha com o meu champanhe que eu tinha colocado para gelar naquela manhã, sentei-me na minha cadeira e virei para a minha fachada de vidro vendo Chicago aos meus pés enquanto eu assistia toda há demolição ao vivo.

    Xingamentos fizeram com que eu me levantasse sorrindo e me aproximasse da porta, eu estava esperando ansiosamente por aquela visita.

    _ Eu quero falar com o maldito Axel. – Bradou ele puxando um dos meus segurança pelo colarinho e prensando-o contra a parede. _ Traga aquele maldito filho da puta aqui e nós iremos resolver os nossos assuntos de homem para homem.

    _ Se você quer falar com um homem então eu não posso ajudá-lo. – Avisei fazendo com que ele me encarasse. _ Prazer Axel, Axel Khan, realmente faz muito tempo Giorgian.

    Capítulo Um

    Alexia Willians

    Anos Atrás:

    Me joguei na cama sorrindo enquanto pegava o meu diário e começava a escrever tudo o que tinha acontecido nas últimas semanas, eu realmente não esperava me apaixonar por Brad, afinal, nós nos conhecíamos desde pequenos e ele sempre implicou comigo por causa das minhas roupas e da minha fé, ele foi o meu carrasco durante todo o ensino médio, fazendo provocações e piadinhas, mas, eu nunca me importei com isso, mas, quando ele voltou para a cidade no mês passado para o feriado de Ação de Graças as coisas estavam diferentes, ele estava mais maduro e muito mais interessante e estava me cortejando desde que tinha colocado os pés na cidade e eu sabia que não deveria ceder, que eu estava traindo a minha fé fazendo aquilo, que eu só deveria dormir com um homem depois do casado, apenas aconteceu e eu não estava arrependida, tinha sido lindo, com o homem que eu amava e eu não me arrependia do que eu tinha feito, apenas não podia deixar com que papai descobrisse sobre aquilo ou ele iria acabar comigo. Guardei o meu diário em um local seguro onde ninguém iria descobrir e peguei um livro na minha estante, estava entediada, não tinha ninguém em casa e eu poderia pelo menos ler os meus livros em paz. Me assustei quando a porta do meu quarto foi aberta bruscamente e papai entrou furioso.

    _ Você está aqui sua vagabunda. – Rosnou ele puxando-me pelo braço e fazendo com que eu arregalasse os meus olhos quando ele começou a me puxar com força na direção da porta. _ Está feliz por ter jogado a honra da sua família no lixo? Você não passa de uma devassa que jogou todos os ensinamentos que eu passei para você na lama.

    _ Richard por favor pelo menos escute o lado da menina. – Pediu mamãe fazendo com que eu sentisse os meus olhos começarem a marejarem. _ Isso deve ser apenas uma fofoca dessa gente, eles estão sempre inventando algo novo, nossa menina não iria fazer algo tão sujo como isto, nós a criamos bem, dentro dos ensinamentos divinos, ela nunca iria se deitar com alguém antes do casamento, não é filha?

    Eu estava tão assustada que eu não consegui falar nada, estava tudo trancado na minha garganta, eu apenas sentia as lágrimas escorrerem pelos meus olhos, aquilo não poderia estar acontecendo, eles não poderiam ter descoberto dessa maneira, era para ser apenas um segredo meu e Brad até ele me pedir em casamento, assim ninguém iria poder falar nada.

    _ Viu ela não passa de uma vagabunda que não tem nada para falar. – Falou ele jogando-me no meio da sala e fazendo com que eu chorasse ainda mais sentindo-me envergonhada na frente deles. _ Eu não tenho uma filha vagabunda, eu não considero mais essa garota minha filha, eu não a criei para que ela jogasse a minha reputação da lama, o lugar de vagabundas como você é na rua rodando bolsinha, pois, é isso que serem imundos como você fazem de melhor.

    As lágrimas pareciam não ter fim assim como os meus soluços eu não tinha mais como me defender, eu não podia fazer aquilo, mas, as palavras dele machucavam tanto que eu não conseguia mais falar nada, eu apenas não queria ter que ele me encarasse daquela maneira, eu estava apenas apaixonada, todas as garotas tinham o direito de fazer isso, isso não me transformava em uma vagabunda.

    _ Saia da minha casa sua vagabunda. – Mandou-o segurando o meu rosto com força e fazendo com que eu soluçasse. _ Eu nunca mais quero ser o seu rosto imundo na minha frente, eu nunca mais quero ter que olhar para um ser impuro como você, é apenas uma vadia que não conseguiu manter as suas pernas fechadas e ainda arruinou toda a sua família, nunca mais iremos conseguir andar de cabeça erguida por sua culpa, você destruiu a sua família.

    _ Por favor papai. – Pedi me ajoelhando na sua frente e sentindo um tapa certeiro no meu rosto fazendo com que eu sentisse as lágrimas escorrerem com ainda mais voracidade pelos meus olhos. _ Me perdoe papai, eu nunca mais iria o desapontar dessa maneira.

    _ Uma impura como você não é minha filha. – Falou ele pegando o meu braço com força e começando a me puxar na direção da porta enquanto eu tentava de todas as maneiras me soltar do seu aperto. _ Você é apenas uma ingrata, nós fizemos tudo por você e fomos tratados dessa maneira. Você é uma vagabunda que abre as pernas para qualquer pessoa, nunca mais apareça na minha frente sua vadia.

    _ Papai! – Exclamou, mas, ele apenas me jogou na sua fazendo com que eu caísse no chão e acabasse machucando os meus braços e eu senti o meu casaco ser jogado sobre mim antes da porta ser batida com força. _ Por favor papai. PAPAI!

    Eu bati na porta até os meus dedos ficarem vermelhos e a minha voz começar a falhar e eu não ter mais lágrimas para chorar, meu corpo estremeceu quando o ar gelado tocou o meu corpo, levantei quando finalmente percebi que ele realmente não iria abrir a porta e peguei o meu casaco colocando-o enquanto andava pelas ruas da cidade, eu morava em uma pequena cidade no interior do Kansas, então eu segui para a casa dos Riggs, Brad não iria me deixar desamparada naquele momento, ele tinha prometido que nós iriamos ficar juntos para sempre. Ele estava parado na frente de casa com os seus amigos os garotos que faziam parte do time da escola e estavam de volta para o feriado de final de ano da faculdade, assim como Brad, mas, ele tinha voltado antes para passar mais tempo com a mãe.

    _ Aquela idiota abriu as pernas depois de ouvir algumas mentiras. – Falou Brad fazendo com que eu estancasse no lugar. _ Nunca pensei que a filha do pastor fosse tão facinha, eu realmente pensei que ela seria mais difícil de conquistar, mas, é apenas uma vadia como todas as garotas daquela escola, fiquei um pouco surpreso quando percebi que ela era mesmo virgem, foi uma transa de bosta, pensa numa garota chata.

    _ Ela é pelo menos gostosinha? – Perguntou um deles fazendo com que eu me sentisse ainda pior por estar ouvindo eles falarem de mim daquela maneira, parecia que eu era apenas um pedaço de carne, senti as minhas começaram a tremer e as lágrimas turvarem a minha visão novamente. _ Ela se veste com aquelas roupas largas e sem graças, mas, tem um rosto bonito e sempre chamou a atenção de todos os garotos da cidade com aquele jeitinho tímido e atrapalhado dela.

    _ Ela é frigida como eu pensei que fosse, mas, por mil pratas, eu comeria até a senhora Park, aquela velha nojenta. – Respondeu ele gargalhando e fazendo com que eu me sentisse um lixo. _ Nem gemer ela sabia e o boquete era uma merda, eu realmente prefiro as garotas da universidade, elas sabem realmente o que fazer e não essas garotinha dessa maldita cidade que se fazem de mocinhas assustadas e nem ao menos sabem fazer um boquete. Mas, eu realmente irei gostar de me divertir com a filhinha do pastar até o final das férias, irei dar um pé na bunda dela antes disso, mas, por enquanto eu irei a cozinhar em banho maria e a comer todas as vezes que conseguir, quem sabe assim eu não ensine algumas coisas para ela.

    _ Você é um babaca Brad! – Exclamei fazendo com que a atenção deles de voltassem para mim e ele me encarasse sorrindo, aquele sorrisinho idiota de alguém que estava apenas fazendo chacota de uma pessoa. _ Um babaca.

    _ Oh gatinha! Você não deveria estar na rua a essa hora. – Falou ele se aproximando de mim e tentando me tocar, mas, eu apenas me afastei, eu nunca mais iria deixar com que aquele filho da puta colocasse as suas mãos em mim, eu estava com nojo de mim, eu tinha traído a minha fé pensando que ele me amava e ele apenas me usou para ganhar um dinheiro dos seus amigos. _ Oh não pensou que eu estava realmente falando sério quando eu disse que iria passar o resto da minha vida com você Alexia, você não pode ser tão burra para acreditar que eu iria desistir da minha vida para viver nesse fim do mundo e ter essa vida medíocre que você acredita. Eu queria apenas comer você, precisa disso para ganhar uma aposta e mil pratas, na verdade você deveria me agradecer, pois, agora você já sabe como pelo menos agradar um homem e não vai deixar um homem brochar, pois, você é péssima na cama, irei ser bonzinho com você, aqui estão trezentas pratas, irei dar para você comprar pelo menos lingeries novas, pois, as suas estão bem decaídas queridas.

    Ele jogou o dinheiro em mim e saiu rindo com os seus amigos e eu senti as lágrimas deslizarem pelos menos olhos, eu estava perdida, eu não tinha mais nada, tinha sido expulsa de casa por cauda de um erro de uma menina boba, eu sabia que se papai descobrisse o que eu tinha feito aquilo iria acontecer ele sempre foi muito severo ele era o pastor e tinha que orientar a todos os seus fiéis e nunca iria deixar com que uma das suas filhas fossem impuras e eu ainda acreditei nas palavras de Brad quando ele queria apenas me desonrar, eu não tinha amigos a quem pedir ajudar, eu não tinha outro lugar para onde ir. Passei a noite toda sentada em um dos bancos da praça da cidade sentindo o frio e pensando o que eu iria fazer da minha vida, sabia que eu não poderia continuar ali, as pessoas além de falarem mal da minha família ainda iriam me apontar em qualquer lugar que eu passasse assim que os primeiros raios de sol começaram a surgir eu me levantei e andei até a pequena rodoviária da cidade.

    _ Isso dá uma passagem para Chicago. – Avisou a moça me encarando. _ Se você for de maior poderá ir sem qualquer problema, se não precisará da autorização dos seus pais, eu preciso de um documento para comprovar a sua idade, assim você não terá problemas se o ônibus for parado em alguma blitz na estrada.

    Coloquei as minhas mãos no bolso do casaco rezando para que tivesse qualquer documento ali e encontrei um pequeno envelope e o abri vendo que os meus documentos estavam ali junto com um bilhete e algumas notas de dinheiro. Entreguei o documento para ela que me devolveu logo depois junto com a minha passagem, o ônibus não demorou para sair, eu me sentei em um últimos bancos colocando o capuz do casaco e pegando o envelope que tinha no meu bolso.

    Me desculpe por não poder fazer nada por você minha pequena, mas, eu não posso ficar contra o seu pai e você sabe que o que você fez foi errado e que não deveria fazer sabendo das consequências da sua ação, por favor, se cuide e nunca se esqueça que a sua mãe ama você, você sempre será apenas o meu lindo bebê e eu irei rezar muito para que você tenha uma vida feliz minha filha.

    Dentro desse envelope estão os seus documentos, acho que você irá precisar deles para construir uma nova vida e um pouco de dinheiro que eu estava guardando para algumas emergência, use-o com prudência, eu tenho certeza de que você vai saber o que vai fazer com ele minha filha.

    Mamãe ama você, nunca se esqueça disso e eu sempre orarei por você minha Alex.

    Limpei a lágrimas que deslizou pelo meu rosto e voltei a guardar o envelope no meu bolso e coloquei as minhas mãos no bolso e fechei os meus olhos, acabei pegando no sono já que acordei apenas quando cheguei na rodoviária de Chicago com o motorista me chamando e informando que nós tínhamos chegado ao nosso destino. Eu apenas me levantei e saí do ônibus apertando o meu casaco com mais força sentindo o ar gelado bater no meu corpo. Saí da rodoviária completamente deslumbrada, Chicago era realmente enorme.

    Eu estava realmente deslumbrada, nunca tinha estado em uma cidade como aquela, todas aquelas luzes as pessoas andando apressadas pelas ruas, o sol estava começando a se pôr, nós tínhamos viajados durante todo o dia, apertei o casaco com mais força contra o meu corpo sentindo ainda mais frio, aquela cidade parecia um freezer de tão gelada, andei pelas ruas em busca de uma pensão que fosse mais barata e consegui informações de algumas pessoas que me mandaram para o subúrbio da cidade a uma pensão que era mais barata e eu poderia passar alguns dias, até eu ter encontrado um lugar melhor para eu pudesse pelo menos chamar de lar.

    — Isso dará apenas para duas noites. – Avisou a mulher que estava na recepção me entregando a chave do quarto e me encarando de cima abaixo. — Nós não ressarcirmos nenhum dano material, então cuide bem dessa chave e do que você deixa dentro do seu quarto. Pague as diárias em dias ou será colocada para fora e a senhora Logan não tem piedade de ninguém, nem mesmo de uma garotinha como você.

    Concordei e saí da recepção rapidamente procurando pelo quarto que estava indicado na chave, não era um local muito grande e não parece ser limpo a muito tempo, mas, era tudo que eu poderia pagar e como eu não tinha muito dinheiro precisa me acostumar com aquilo, já que era melhor ficar naquele quarto quentinho do que no frio que estava fazendo por conta do inverno rigoroso que fazia naquele ano.

    Acabei desmaiando quando me deitei. Eu estava tão exausta que não liguei para nada além da cama que parecia muito confortável com o meu corpo pequeno e cansado.

    Acordei no meio da noite ouvindo gemidos vindo do quarto ao lado e tentei esconder os meus ouvidos embaixo do travesseiro, mas, parecia apenas que as coisas se tornaram mais altas e depravadas e foi impossível voltar a dormir.

    Levantei cedo e tomei um banho no banheiro coletivo da pensão, pelo menos eu não iria ter que dividir o local com ninguém, já que pelo o que eu ouvi aquelas pessoas não iriam acordar tão cedo depois de todas aquelas atividades noturnas.

    Peguei a minha bolsa e saí da pensão respirando fundo, eu realmente não conhecia nada sobre aquela cidade, mas, precisava encontrar um emprego o mais rápido possível ou eu iria ter que morar na rua quando o meu dinheiro acabasse.

    — Desculpe, mas, não estamos contratando. – Avisou a senhora me encarando com um pouco de pena. — Menina, você ainda é menor de idade, não vai conseguir nada nessa cidade, deveria voltar para casa, seus pais devem estar preocupados com vocês.

    — Obrigado. – Agradeci pegando a minha bolsa e suspirando.

    Saí da loja e suspirei me sentando em um dos bancos, eu tinha andado todo o dia e todos falavam a mesma coisa, eu ainda era menor de idade, não poderiam contratar menores de idade, eu deveria voltar para casa e não estar em uma cidade como Chicago que poderia ser perigoso para uma garota sozinha como eu.

    Entrei na pensão e suspirei indo diretamente para o meu quarto, eu estava morrendo de fome, mas, sabia que se comesse alguma coisa não teria dinheiro para pagar pelas diárias da pensão no resto daquela semana e eu poderia dormir que isso passaria a minha fome.

    No meu terceiro dia na cidade eu já estava começando a ficar desesperada, não conseguia emprego em lugar nenhum, eu não teria dinheiro para pagar pela pensão e não sabia para onde eu iria depois daquilo.

    — Não se esqueça que o quarto precisa ser pago amanhã. – Avisou a recepcionista me encarando e eu apenas concordei. — E não venha com desculpas, pague ou entregue as chaves do seu quarto.

    Eu concordei e apenas subi para o meu quarto contanto o resto do dinheiro que eu ainda tinha, não pagaria por mais nenhuma diária, no máximo um lanche no dia seguinte e pela primeira vez desde que eu estava naquela cidade eu senti as lágrimas deslizarem pelos meus olhos, pois, eu não sabia mais o que fazer da vida.

    — Eu posso limpar dos quartos. – Propus encarando a senhora Logan, que apenas me encarou com desdém. — Posso fazer todo o serviço doméstico, eu sou muito boa nisso, a senhora não irá se arrependerá e eu também não cobrarei, apenas me deixe ficar com o meu quarto.

    — Eu não faço caridade. – Avisou ela. — Se não tem dinheiro para pagar pela diária de o fora, pois, eu não tenho paciência para choramingos. Vá, vá, desocupe o meu quarto que eu já tenho alguém querendo o seu quarto.

    — Por favor senhora será apenas até que eu consiga encontrar um emprego, eu prometo para a senhora que irei pagar tudo depois. – Prometi me ajoelhando na sua frente e ela apenas gargalhou. — Tenha piedade, eu não tenho nada, não tenho família, eu preciso apenas de mais alguns dias, não irei embora sem que antes tenha pagado tudo que lhe devo, eu não fui criado dessa maneira.

    — Garotinha as suas chances nessa cidade são mínimas. – Avisou ela segurando o meu rosto com força e fazendo-me encará-la. — Você pode ser jovem e bonita, não é apenas uma colegial rebelde que fugiu da casa dos pais e tem apenas o ensino médio. Se não for vender o seu corpo não encontrará outro emprego nessa cidade e não acho que você tem estomago para fazer isso, por mais que fosse ganhar muito dinheiro com esse corpinho durinho. Agora dê o fora da minha pensão, pois, eu já avisei que não faço caridade, encontre um abrigo para moradores de rua, se você tiver sorte vai encontrar um local onde eles não iram roubar o resto que você tem e ainda conseguirá descansar por algumas horas.

    As pessoas da cidade grande eram realmente cruéis, peguei as minhas coisas e deixei as chaves na recepção e saí sentindo a nevasca bater no meu casaco. Andei pela cidade tentando encontrar um local quente para passar aquela noite, comprei um lanche para matar a minha fome e me sentei em um dos bancos da cidade sentindo as lágrimas deslizarem pelo meu rosto.

    Eu estava com saudades de casa, dos meus pais, da minha vidinha pacata e de poder conversar por horas com a minha irmã. Limpei as lágrimas que deslizavam pelo meu rosto e me encolhi ainda mais quando o vento gelado passou pelo meu casaco molhado e bateu na minha pele.

    Aquela foi a primeira noite que eu dormi na rua e foi a noite mais gelada do inverno naquela cidade. Nos dias seguinte eu andei pelas ruas sem saber para onde ir, meu corpo protestava por conta das longas horas sem comer e por causa do frio que fazia e eu me sentia doente como eu nunca tinha me sentido em toda a minha vida.

    E foi em uma noite congelante que ela apareceu na minha vida e eu me arrependi por ter confiado naquela mulher, pois, eu não sabia que ela iria quebrar o resto que ainda sobrava do meu corpo e do meu coração.

    — Você é muito bonita garota. – Elogiou uma mulher aproximando-se de mim e eu apenas me encolhi mais. — Não tenha medo eu não irei fazer mal a você. Está com fome? Eu posso pagar algo para você comer.

    Eu assenti sentindo o meu estomago roncar de fome, tinha dias que eu não comia algo, apenas os resto que eu encontrava nos lixos da cidade ou que algumas pessoas nos davam no meio da noite, mas, eles nunca duravam por muito tempo.

    — Camille vá comprar algo para ela comer. – Mandou a mulher encarando a mulher que estava ao seu lado e ela não parecia ser muito mais velha do que eu. — Vá. compre algo para ela comer e beber, você deve estar faminta não é, minha querida. Qual é o seu nome?

    — Alexia. – Respondi a encarando. — Eu me chamo Alexia Willians.

    — Seu nome é muito bonito Alexia. – Elogiou ela sorrindo. — Eu sou Gina. Acho que eu possa ajudar você, precisa apenas confiar em mim e eu irei transformar você em uma mulher completamente diferente e com esse rostinho, com certeza muito rica.

    — Você vai me ajudar? – Perguntei a encarando e ela apenas concordou e me entregou um lanche e eu comi como uma desesperada fazendo com que ela sorrisse. — Por que está fazendo isso?

    — Porque eu já fui como você querida. – Respondeu ela levantando-se e estendendo a mão na minha direção. — E sei que morar nas ruas não é nada fácil, principalmente para garotas. Você vem comigo ou irá continuar nessas ruas imundas?

    Segurei a sua mão e ela sorriu me conduzindo até o seu carro que não estava muito longe de onde nós estávamos.

    Eu sou Alexia Willians, essa é a minha história da minha vida ou pelo menos fez parte dela enquanto eu ainda era uma garota boba e ingênua que confiava nas pessoas e não sabia nada sobre a vida ou como ela poderia ser cruel com almas bondosas.

    Capítulo Dois

    Alexia Willians:

    Acordei sentindo um cobertor quentinho sobre o meu corpo e parecia que eu não sentia mais todas as dores que estava sentindo a

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