Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia
Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia
Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia
E-book632 páginas10 horas

Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Você não pode vencer os seus demônios se não estiver disposta a lutar pela sua vida. Sasha Dmitriev a muito tempo não sabia o que era viver sem medo, desde que cometerá a maior burrada da sua vida envolvendo com um soldado italiano e traiu sua família. Desde então ela vivia como uma fugitiva, vivendo no submundo, nas sombras para que ninguém descobrisse sobre os seus crimes. A garota tímida e ingênua tinha dado lugar a mulher calejada e desconfiada e agora ela não estava mais disposta a se esconder e sofrer nas mãos de pessoas que queriam apenas lhe fazer mal. Um casamento arranjo seria a sua salvação, assim como as três crianças que entraram na sua vida trazendo-lhe alegria e algo que ela pensava estar mortos dentro de si a esperança de ter uma vida normal ao lado de pessoas que pareciam querer o seu bem. E talvez aquele belo irlandês com nome de deus e belos olhos brilhantes, não teriam o poder de despertar o amor no seu coração machucado e a muito tempo fechado para sentimentos. 'Louis me destruiu e nenhum homem seria capaz de consertar as migalhas que eram o meu coração'.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2022
ISBN9781526043214
Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia

Leia mais títulos de Nadine Lima Da Silva

Relacionado a Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia

Ebooks relacionados

Romance dos Bilionários para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Eterna Prisão - Livro 4 - Série Mulheres da Máfia - Nadine Lima da Silva

    Capítulo I

    Sasha Dmitriev:

    Ver Nalla na minha frente fez com que a vontade de vomitar aumentasse, eu sabia que Louis queria mais poder em Nova York, ele tinha a cidade de Chicago nas suas mãos, mas, ele sempre quis mais e eu não podia fazer nada, pois, aquele homem era o próprio diabo e ninguém podia fazer nada contra ele. Porém, o mais assustador eram as gargalhadas de Nalla, se Louis era ruim, minha irmã era o próprio diabo em sua pior face e eu sabia que isso apenas irritaria mais aquele homem, ela deveria fazer o que ele estava pedindo. Nalla e os Marino comandavam aquela cidade e não seria difícil expulsar Louis quando eles quisessem e pelo menos assim ela não teria de estar sofrendo todas aquelas agressões que faziam com que o meu estomago embrulhasse a cada uma das suas gargalhadas histéricas.

    — É só isso que você tem? – Perguntou ela cuspindo sangue e mostrando os dentes sujos, seus olhos azuis estavam negros de ódio e a sua risada apenas o deixava mais irritado. — Seus homens são tão fracos que eu bato melhor do que eles. Podemos trocar de lugar e fazer uma tentativa, tenho certeza de que eu iria o surpreender, principalmente se me der uma adaga, você não sabe do que eu sou capaz com uma dessas lâminas afiadas.

    — Você realmente é uma mulher surpreendente senhora Marino. – Falou ele aproximando-se da minha irmã e apertando o seu rosto e fazendo com que ela o encarasse. — Nunca pensei que fosse alguém tão fácil de enganar. Foi apenas usar a minha peça-chave, parece que alguém ainda se importa com a irmãzinha traidora e parece que isso é a sua natureza, já que foi por culpa pela que caiu nas minhas mãos.

    — Na verdade eu estou adorando a sua colônia de férias. – Retrucou Nalla ironicamente. — Estava sentindo saudades de um pouco de ação, ficar em casa com três crianças gritando na sua cabeça é certamente muito broxante. Então, nós vamos falar sobre negócios ou você vai continuar machucando o meu rosto bonito, posso lhe adiantar que o meu marido não vai ficar satisfeito com isso, ele adoro esse rostinho de boneca que eu tenho e você não vai querer ver Apolo Marino irritado, irei lhe contar algo, meu marido só tem o nome do deus do sol, pois, ele está mais parecido com Hades do que com Apolo, principalmente quando está com ódio e ele ficará furioso por alguém machucar esse rostinho bonito. E por favor, vamos pular aquele papo que você vai me matar, pois, isso é mais broxante do que ter que trocar uma fralda no meio das preliminares e eu terei a certeza de que o senhor não sabe negociar com um mulher e não jogaria todo trabalho que foi me sequestrar.

    — Eu quero a sua cidade. – Disse ele pegando uma adaga e passando levemente no rosto da minha irmã, fazendo com que eu respirasse fundo para não fazer nada, eu não tinha o direito de intervir nos seus negócios, mas, eu não podia deixar com que ele continuasse machucando a minha irmã, Nalla era sangue do meu sangue e ela era a razão pelo qual eu ainda estava viva. — Quero que a máfia pare de prejudicar os meus negócios e me deixar prosperar na cidade das oportunidades. E com você nas minhas mãos eu irei conseguir as melhores propostas que qualquer um nessa cidade, os italianos precisam de você para terem o poder das suas ações e os russos não têm um substituto à altura de Nalla Marino.

    — Você é bastante prepotente e eu gosto disso. – Afirmou ela sorrindo e eu sabia que estava apenas ganhando tempo para que o seu cérebro brilhante achasse uma saída daquela confusão, nunca que ela iria ceder um palmo do seu território, Nalla enfrentaria o diabo, mas, não deixaria com que ninguém tomasse aquilo que ela lutou tanto para conquistar. — Mas, infelizmente eu não faço negócios com filhos da puta que usam mulheres inocentes como mulas ou lucram em cima de crianças. Então vá para o inferno, pois, eu não irei fazer negócios com um porco como você.

    Ela cuspiu no seu rosto e a bofetada que tomou apenas fez com que ela gargalhasse com força.

    — Vamos ver até onde vai toda essa arrogância. – Rosnou Louis levantando-se e a apunhalou na sua perna com a adaga que estava nas suas mãos, ele não queria matá-la estava apenas brincando com a sua presa para que conseguisse tudo o que tinha em mente. — Todos sabem que você é conhecida como a dama de aço, pois, nunca demostrar nenhum sentimento, mas, se eu torturar a sua irmãzinha na sua frente. Será que essa postura vai continuar ou você vai me dar aquilo que eu quero?

    — Ela é apenas uma traidora, faça o que bem entender com ela. – Respondeu Nalla com os olhos brilhando e eu apenas engoli a seco, aquilo doía mais do que qualquer coisa, ouvi-la me chamar de traidora. — Ou pode me matar se quiser, eu nunca irei fazer negócios com você. Podemos voltar para a parte divertida, pois, eu realmente quero saber do que os seus homens são capazes. Irei avisar que eu não sou uma mulher fácil de agradar, então deem o seu melhor que eu irei ver quem eu deixarei viver no final da nossa brincadeirinha.

    É claro que Louis não iria deixar com que ela o humilhasse daquela maneira e saísse viva para contar a história e por mais que minha irmã fosse a pessoa mais inteligente que eu conhecesse na face da terra não tinha como ela escapar daquele lugar, aquele era o castelo dele e era mais seguro que o próprio pentágono e Nalla era apenas uma.

    — Você é mais forte do que eu imaginava. – Zombou Louis aproximando-se dela duas horas depois, minha irmã estava quase desfalecida, mas, não tinha pedido por clemência e muito menos aceitado as propostas que ele lhe fez ao longo das sessões de tortura e eu não a culparia se ela não aguentasse por muito mais tempo. — Mas, irei deixar as coisas mais interessantes, realmente cansei de brincar com você senhora Marino. Sasha minha querida venha até aqui, eu tenho um último serviço para você, se conseguir o cumprir, eu juro que irei libertar você e nunca mais ouvir o meu nome, terá uma vida linda e tranquila bem longe de toda essa loucura, como você sempre sonhou meu belo rouxinol.

    Um dos seus homens me empurrou fazendo com que eu desses passos para frente contra a minha vontade e ele agarrou os meus cabelos me puxando para perto de si e colocando uma arma na minha mão, eu não podia negar que em todos aqueles anos que tinha feito coisas muito erradas para viver, mas, eu nunca tinha matado ou torturado ninguém e não iria começar agora, mesmo que a minha liberdade dependesse daquilo, eu preferiria passar o resto da minha vida servindo aquele maldito homem do que fazer algo contra a minha irmã.

    — Vamos brincar de roleta russa. – Avisou ele engatilhando a arma e fazendo com que eu fechasse os meus olhos com força. — Vocês devem conhecer essa brincadeira, é uma das minhas preferidas, tem apenas uma bala nessa arma e ela irá terminar na cabeça de alguém, espero que não seja na sua, meu lindo rouxinol, eu realmente não quero renunciar à minha vadia preferida. Desamarrem-na, quero saber qual das irmãs Dmitriev irá morrer primeiro, que os jogos comecem.

    — Você nunca deveria desafiar uma russa. – Rosnou Nalla quando o capanga a jogou no chão com força e a arma foi colocada na minha mão e apertado o gatilho com força fazendo com que eu gritasse e Louis risse quando apenas o som ecoou pelo ambiente. — Eu irei matar você com as minhas próprias mãos e quando isso acontecer, você me pedirá perdão em dois segundos. Não se preocupe Sasha, não irei deixar com manche as suas mãos com o meu sangue.

    — Não crie fantasias senhora Marino, isso não pode ser bom para o seu psicológico. – Mandou-o rindo e sentando-se. — Acho que é a sua vez de brincar, então não me tire do sério ou a próxima bala será na sua cabeça ou na dela, acho que eu ficaria satisfeito em ver o seu sangue imundo escorrendo desse corpo bonito. Poderia mandar você de volta para casa em pedaços, acho que os italianos iriam apreciar isso, principalmente o seu marido, fiquei sabendo que você é o seu calcanhar de Aquiles. O que acha que ele acharia de receber apenas os pedaços da sua linda esposa?

    — Acho que você está me subestimando. – Respondeu ela levantando-me e arrancando a arma das minhas mãos e a engatilhando. — Você quer brincar, vamos brincar, mas, eu irei dar as regras agora.

    Nalla arrancou a adaga que estava na sua perna jogou no soldado que estava mais próximo dela fazendo com que ele caísse morto nos seus pés e eu gritei quando tiros começaram a soar nos meus ouvidos fazendo com que eu me jogasse no chão e as lagrimas começassem a rolar pelo meu rosto, eu ainda era a mesma garotinha assustada que tinha medo de armar e de gritos, nunca fui a corajosa Nalla que adorava os treinamentos com nana ou a doce Ivana que sempre chamava atenção pelo seu rosto bonito e seus bons modos, eu era apenas a garotinha assustada que tinha medo de tudo e de todos e que foi enganada pelo mundo e se transformou em um fantasma sem alma e com o coração de gelo.

    — Você demorou. – Rosnou Nalla quando tudo se acalmou e eu finalmente levantei os meus olhos vendo Ares Marino andar na sua direção com a sua aura negra e postura suntuosa. — Mais dois minutos e eu teria que matar todos eles sozinha e isso seria muito feio para a sua honra Ares, deixar uma mulher ter que se virar sozinha. Limpe tudo e Sasha vem conosco.

    — Você quer colocar as nossas cabeças a prêmio? – Perguntou ele encarando-me como se eu não passasse de um problema que tinha voltado para infernizar a sua vida. — Se eu me lembro a sua irmã ainda é considerada uma traidora e assim que ela colocar os pés em Nova York os russos iram querer a sua cabeça e eu ajudei você no seu plano fajuto de fuga, então a minha cabeça também entrará no jogo e eu não irei deixar com que isso aconteça. E eu não posso me esquecer que Ivana irá ficar furiosa comigo se sonhar que eu escondi isso dela por tantos anos.

    — Ela irá ficar mais furiosa com você se souber que você matou a irmã dela. – Disse Nalla o encarando e batendo no meu ombro enquanto abria um sorriso irônico. — Não se preocupe, eu tenho um plano e você vai me ajudar com isso, pois estamos todos juntos nessa embarcação Ares Marino. E ninguém poderá tocar em uma primeira-dama, principalmente de uma máfia que está ganhando muito espaço em Nova York.

    — Você não está pensando em fazer isso. – Falou ele incrédulo encarando a minha irmã como se ela estivesse ficando maluca.

    — É a nossa melhor chance de mantê-la viva Ares. – Avisou ela sorrindo. — E tenho certeza de que ele também a procurou nos últimos dias querendo uma aliança, então se ele ajudar aos dois será muito mais proveitoso para ele do que para nós e pelos boatos que eu estivesse escutando pela cidade, ele está procurando por uma esposa com urgência, Sasha ainda é uma mulher bonita e não irá se opor a nada que eu falar se quiser continuar viva. Não é mesmo irmãzinha?

    Negou com medo de irritá-la, não tinha a mínima ideia do que ela estava falando, mas, concordaria com qualquer coisa se fosse para sair daquela vida infernal na informalidade, tudo que eu queria era ser chamada pelo meu nome novamente, voltar a conviver com a minha família, mesmo que para isso eu tivesse que me casar com quem ela quisesse e fazer tudo que Nalla mandasse.

    — Coloque a todos a procura daquele filho da puta, ele não pode ter ido muito longe e eu quero matá-lo com as minhas próprias mãos. – Mandou-a passando mancando por Ares. — Coloque-a em um lugar seguro e não fale para ninguém até que eu tenha um contrato assinado com o irlandês. E eu recomendo você a começar a preparar Ivana para isso, ela com certeza irá ficar furiosa com você.

    Capítulo II

    Sasha Dmitriev:

    Ares segurou o meu braço com firmeza, mas, sem machucar-me e me arrastou por entre os corredores onde eu pude ver todos os corpos que ele tinha feito, eu conhecia muito bem alguns daqueles rosto, mas, não tinha dúvidas de que Louis iria buscar uma vingança por todas aquelas perdes, ele não era um homem que ficava de braços cruzados quando tinha tido perdas tão significativas.

    — Você continua uma bela mulher Sasha. – Comentou Ares quando mandou com que o soldado seguisse e eu apenas cruzei os meus braços, me sentia intimidada perto daquele homem, principalmente porque eu não entendia a nova amizade dele com Nalla, os dois sempre se odiaram e eu não queria parecer desrespeitosa, pois, ele estava salvando a minha vida. — Sua irmã não vai ter dificuldades em lhe conseguir um marido influente e ninguém dentro da máfia poderá colocar as suas mãos em você, mesmo sendo uma traidora.

    — Obrigado. – Agradeci acanhada, não confiava em nenhuma palavra que saia na sua frente, por sempre que eu confie na palavra de um ser do sexo masculino eu tinha me dado muito mal e todas as decepções que eu sofri me fizeram uma mulher amargurada e com o coração gelado e ninguém poderia mudar aquilo. — O que você é da minha irmã?

    — Ivana? – Retrucou ele fazendo com que eu concordasse, eu estava curiosa em saber sobre o relacionamento deles, nunca imaginei que ela iria terminar casada com um italiano ou que Nalla e tio Dimitri permitiriam aquilo, primeiro porque Ivana nunca gostou de nada relacionado a máfia e Ares era um Dom e todas nós sabíamos como era a vida do chefe da família e eu tinha escutado a alguns anos atrás que nossa caçula estava noiva de um médico russo e que os dois eram muito felizes juntos. — Ela é minha esposa, não me pergunte detalhes, tenho certeza de que ela irá lhe contar tudo quando se reencontrarem, podemos dizer que ela é a mulher da minha vida.

    — Fico feliz em saber que Ivana encontrou alguém que a ame. – Resmunguei encolhendo-me quando o carro passou pelos imponentes portões de uma mansão. — Onde estamos?

    — Essa é a casa de férias da família Marino, não se preocupe você irá ficar bem instalada. – Garantiu ele. — Irei deixar alguns soldados de minha confiança para lhe protegerem, então não a nada a temer e tenho certeza de que Nalla virá lhe encontrar em breve. Venha, irei lhe mostrar a casa, não sabemos por quanto tempo você terá de ficar escondida nesse local.

    Saí do carro e andei atrás dele em uma distância segura, se algo acontecesse eu teria uma chance de fugir. A casa era enorme e luxuosa e eu estava me sentindo estranha naquele local, eu tinha crescido cercada pelo luxo, mas, nos últimos anos as coisas tinham mudado.

    — A uma empregada que irá fazer todas as suas vontades. – Avisou Ares antes de se despedir. — Eu preciso ir ou irei receber atenção desnecessária e você ainda corre perigo e eu não posso deixar com que Ivana perca a sua irmã pela segunda vez. Fique bem Sasha e não faça nada que coloque a sua cabeça em risco, pois, não é apenas a sua vida que está nessa balança e sim de todas as pessoas que estão lhe ajudando.

    — Não irei colocar ninguém em perigo. – Prometi quando ele me deu as costas. — Sei ser grata quando alguém me ajuda senhor Marino, eu aprendi muito nos últimos anos em que estive sozinha no mundo e uma dessas lições que a vida me deu, foi que são poucas as pessoas que estão dispostas a lhe estender a mão sem pedirem nada em troca e por mais que eu saiba que essa não é uma dessas ocasiões, eu ainda sou muito grata pelo que está fazendo por mim.

    Ele deu uma risada e saiu deixando-me sozinha, eu circulei pela casa tentando sentir alguma coisa, mas, o medo ainda estava entranhado no meu corpo e eu sabia que Louis nunca me deixaria partir, ele era obcecado por mim e nada que eu faria iria mudar isso e não importasse quantas vezes eu tentasse fugir, ele sempre me encontraria e me forçaria a ficar ao seu lado e nenhuma mulher deveria experimentar aquela horrível sensação, pois, era uma das piores coisas do mundo viver com medo constante, sabendo que você pode morrer a qualquer momento se não agradar ao homem que está ao seu lado.

    Ninguém apareceu nos primeiros dias e isso me deixou temerosa, eles podiam apenas ter me exilado naquela mansão gigantesca e não se importarem o que eu iria fazer da minha vida, eu passei a maior parte do tempo presa na biblioteca lendo os maravilhosos livros que ali habitavam, também passei um tempo nos jardins cuidando das flores, elas estavam precisadas de um tratamento especial ou acabariam morrendo por conta do forte sol que fazia naquele verão e todas as noites eu me trancava no meu quarto com medo de que alguém fosse me machucar e sem os meus remédios, eu não tinha como dormir um sono tranquilo, então eu sempre acordava aos gritos por conta dos repetidos pesadelos que me assolavam a anos.

    — Olá. – Saudou uma voz feminina assustando-me, em sete dias ela era a primeira pessoa que eu via do mundo exterior sem ser os soldados e a empregada de Ares Marino e eu me senti envergonhada perto da bela mulher parada a alguns metros, ela tinha longos e bem cuidados cabelos loiros, olhos azuis e um sorriso acolhedor e uma barriga arredondada, estava de mãos dadas com um garotinho emburrado que parecia um anjinho de cabelos lisos e loiros e lindos olhos cinzas e que não deveria ter mais do que dois anos. Perto dela eu estava parecendo uma mendiga, com as mãos sujas de terra e descabelada. — Eu sou Isabella Marino, Nalla pediu para que eu lhe fizesse companhia, ela achou que você poderia estar querendo alguém para conversar e talvez eu precisasse de alguns dias de férias.

    — Sasha. – Apresentei-me limpando as minhas mãos antes de apertar a que me estava estendida. — Deveria lhe convidar para entrar, esse sol não deve lhe fazer bem. Me desculpe por estar nesse estado, eu realmente não sabia que iria receber visitas ou teria os esperado de uma maneira mais elegante.

    — Não se preocupe, eu também adoro cuidar do meu jardim. – Disse ela acompanhando-me de volta para dentro. — Benjamin, não foi essa a educação que io e tuo papà lhe demos, cumprimente os mais velhos seu pequeno diabinho.

    — Olá zia. – Saudou ele em um perfeito italiano e encarando-me como se eu fosse de outro mundo. — Mamma podemos voltar para casa, estou com saudades de papà.

    — Papà está viajando, mio amore. – Explicou ela abaixando-se para ficar na altura do filho e acariciando o seu rosto carinhosamente e aquilo me emocionou, eu nunca teria aquele tipo de contato com uma criança que fosse minha, balancei a cabeça negativamente, não iria pensar naquilo, eu já tinha me acostumado com aquela ideia, não deveria voltar a fantasiar apenas porque não estava mais sobre o comando de Louis. — E nós iremos passar uns dias fazendo companhia para zia Sasha, eu ouvi falar que ela é uma excelente nadadora. Não era você que queria aprender a nadar?

    O menino concordou e abraçou a mãe escondendo o seu belo rosto no ombro dela e Bella levantou-se elegantemente com o filho nos braços.

    — Desculpe-me por isso, ele é muito apegado a Aquiles e é a primeira vez que ele viaja sem a sua companhia, então esse garotinho está um pouco emburrado. – Desculpou-se ela encarando-me sorridente. — Você deve estar atordoada com essa confusão, me perdoe por chegar de surpresa, mas, eu também sinto um pouco de falta de Aquiles e ficar sozinha naquela casa enorme não estava nos meus planos.

    Neguei falando que estava feliz em finalmente ter companhia, pois, já estava entediada de ter de conversar com as paredes daquela casa. E Bella se mostrou uma companhia muito mais agradável do que eu poderia imaginar, eu poderia a considerar uma amiga depois de tantos anos, principalmente depois que ela me contou a sua história e o quanto ela tinha lutado para estar viva e eu lado das pessoas que amava, aquela mulher era um exemplo a ser seguido e Benjamin encheu aquela cada de alegria, aquela criança não parava e as suas risadas eram o som mais gostoso que eu tinha escutado em anos.

    — Não querendo ser intrometida, mas, está de quantas semanas? – Perguntei a encarando, não era difícil saber que ela estava grávida, Isabella vivia acariciando a barriga. Benjamin estava dormindo, então Bella me fez colocar um biquini e se deitar ao seu lado para pegarmos uma pouco de sol.

    — Oito semanas, Davi está programado para chegar em abril, vamos ver se esse garotinho irá cumprir o meu cronograma. – Respondeu ela acariciando a barriga delicadamente. — E eu estou aproveitando cada segundo dessa experiencia, a gravidez de Benjamin não foi programada e todas as preocupações por conta do tumor não me deixaram curtir apropriadamente aquela linda fase da minha vida e eu amo ser uma mamma, acho que esse é o meu melhor papel.

    Sorri e concordei com ela fechando os meus olhos, aquilo era tão maravilhoso que parecia apenas um lindo sonho e eu estava imaginando que logo eu acordaria e me veria presa naquele inferno de vida que eu levava ao lado de Louis e sem prerrogativas de um futuro.

    Nalla apareceu no final daquela tarde, seu rosto ainda estava machucado por conta das sessões de tortura que tinha sofrido, mas, ela não parecia nem um pouco com a mulher arrogante e prepotente que eu vi a semanas atrás e ela me chamou para uma conversa no escritório e por mais que eu não quisesse saber qual seria o meu destino, eu não tinha aquela alternativa, pois, iria colocar a todos em perigo e eu não queria que eles continuassem a sofrer as consequências pelas minhas escolhas erradas, eu tinha prometido que iria aceitar qualquer coisa que Nalla falasse, até me mudar para a Sibéria e viver em exilio.

    — Você se casará dentro de três dias. – Avisou ela assim que eu fechei a porta do escritório. — Sem reclamações Sasha, eu tive que ceder muitas coisas para que esse casamento se concretizasse e a sua cabeça continuasse sob o seu pescoço. O nome dele é Thor, Thor Griffin ele é o Dom da máfia irlandesa e você tem muita sorte, pois, aquela homem é quente como o próprio inferno, mas, há algumas cláusulas para que o casamento aconteça.

    — Farei qualquer coisa que você mandar. – Avisei cruzando as minhas mãos na frente do corpo. — Meu destino está em suas mãos irmã, apenas faça o que achar mais adequado e eu acatarei sem problemas.

    Nalla sorriu e concordou avisando que Thor me visitaria no dia seguinte para conversarmos sobre as cláusulas que ele tinha imposto para casar-se comigo e que eu teria que estar apresentável, então ela mandaria uma equipe da sua confiança para cuidar de mim e me transformar na Sasha que ela conhecia e infelizmente Bella foi embora junto de minha irmã, já que seu marido tinha voltado para a cidade e estava morrendo de saudades da sua família e eu não podia a culpar por aquilo.

    Naquela noite eu me postei na frente do espelho e me encarei respirando fundo.

    — Você é forte e consegue fazer isso. – Afirmei encarando-me. — É uma nova chance para viver Sasha, agarre isso com todas as suas forças, pois, isso pode não ser tão fácil quanto você imagina e terá de lutar por seu espaço ao sol.

    Capítulo III

    Sasha Dmitriev

    Antes:

    A vida em Chicago não era fácil, principalmente para uma grávida sem família ou proteção, sem experiência, eu consegui apenas um emprego em uma lanchonete o que era cansativo e pouco lucrativo, pois, eu não servia para aquele tipo de trabalho por ser desastrada demais e sempre tinha algo descontado do meu salário no final do meu turno, fazendo com que o meu pouco salário diminuísse mais e mais e ficava cada dia mais difícil pagar o meu aluguel e sobreviver. Estava usando os documentos falsos que Andrea tinha me entregado no aeroclube e estava morando nos subúrbios da cidade onde ninguém poderia me conhecer e era mais seguro ficar no submundo. Eu tinha entrado em contato com o pai do meu bebê, mas, descobri que ele tinha sido assassinado em uma missão, mas, eu duvidava que aquilo era verdade, porém, não podia questionar já que eu não era nada além do que uma traidora.

    As ruas eram escuras e os soldados de Louis estavam em cada esquina vendendo drogas, traficando armas, Chicago era realmente uma cidade violenta, eu sempre mantinha a minha cabeça baixa e não chamava a atenção das pessoas a minha volta, na verdade a única pessoa com quem eu realmente tinha contato era com a senhora que morava no apartamento ao lado do meu, ela era doce e fazia com que eu me sentisse um pouco melhor, eu andava realmente sentimental por conta da gravidez e precisa do apoio de alguém.

    — Louis. – Sussurrei quando vi que ele estava escorado na parede do meu apartamento, ele estava me perseguindo a duas semanas desde que me conhecerá na lanchonete e eu tinha medo daquele homem, principalmente porque eu sabia o poder que ele tinha nas ruas daquela cidade e a quantidade de inimigos que ele tinha e os boatos que eu tinha escutado era que ele era cruel, muito mais cruel do que qualquer pessoa que eu já tinha acontecido. — O que está fazendo aqui?

    — Vim ver a minha bela garotinha. – Respondeu ele aproximando-se de mim e eu me encolhi quando ele tocou os meus cabelos. — Tão bela e tão tímida, isso faz com que eu sinta apenas mais vontade de ter você pra mim querida. Então o que acha se fazer de difícil e aceitar a minha proposta, tenho certeza de que irá ter uma vida muito melhor do que essa, eu colocaria o mundo aos seus pés, seria a minha vadia preferida. Você tem apenas que tirar esse maldito bebê, isso não será doloroso, qualquer hospital do estado faz isso com a sua permissão, apenas diga sim e iremos ser felizes pelo resto das nossas vidas.

    — Obrigado pela proposta, mas, eu quero apenas viver a minha vida feliz com o meu filho. – Sussurrei passando por ele e respirando fundo quando ele não me segurou, eu tinha que manter distância daquele homem ou ele poderia descobrir sobre a minha real identidade e eu estaria perdida, pois, não teria como fugir dele se Louis descobrisse quem eu realmente era. — Tenho certeza de que irá encontrar uma mulher melhor do que eu para manter ao seu lado e ela será muito feliz.

    — Não gosto do seu comportamento Sasha Dmitriev. – Avisou ele e eu me virei para encará-lo, ele não podia saber daquilo. — Achou mesmo que conseguiria se esconder por tanto tempo quando a Bratva está querendo a sua cabeça por ser uma traidora, a sua foto foi enviada para todos no submundo do crime e eles estão pagando muito bem por notícias suas, eu poderia lucrar muito com isso, mas, infelizmente eu acho que você pode me ser muito mais útil viva, ninguém deveria tocar em um rosto tão bonito como este. Então, eu irei perguntar novamente, irá continuar a fazer cú doce e me rejeitar ou quer ser entregue para a máfia russa e morrer nas mãos daqueles imundos? Eu pensei que eles protegiam os seus, mas, a sua própria irmã está por trás da sua caçada, ela deve ser uma mulher muito interessante. Eu posso proteger você querida, tudo que tem que dizer é sim.

    — Prefiro morrer nas mãos dos meus do que me entregar para você. – Rosnei no seu rosto, nunca que eu iria deixar com que ele colocasse as suas mãos imundas em mim. — Entregue-me para os russos, tenho certeza de que vai conseguir um bom dinheiro pela minha cabeça, como você disse eles estão desesperado a minha procura, mas, saiba que vai conseguir inimigos pelo resto da sua vida, os russos não costumam ser conhecido por ser afetuosos com aqueles que fazem-lhe favores.

    — Escute aqui sua maldita vadia. – Bradou ele jogando-me contra a parede e um gemido escapou dos meus lábios, então aquela era a verdadeira face de Louis, ele estava realmente demorando para tirar as suas máscaras e mostrar o monstro que realmente era. — Eu tentei ser legal com você, mas, você conseguiu acabar com toda a minha paciência, se eu quero que você seja a minha vadia, isso vai acontecer você querendo ou não, pois, eu não sou um homem que aceita um não de uma mulher, principalmente de uma estrangeira suja como você que nunca deveria ter colocado os seus pés imundos no nosso país e que se acham o máximo.

    Ele agarrou os meus cabelos com força fazendo com que eu me debatesse tentando me soltar do seu aperto, mas, ele tirou uma seringa de dentro do seu casaco e a injetou no meu pescoço e eu perdi todas as minhas forças, por mais que eu tivesse consciente não conseguia mexer os meus músculos e estava a mercê daquele monstro. Louis me jogou nas suas costas e saiu do prédio, era claro que ninguém se meteria na frente daquele homem e eu não tinha forças para gritar, queria saber o que ele tinha injetado no meu corpo, mas, parecia que ele estava em um estado tão letárgico que nada funcionava.

    — Não se preocupe querida. – Falou ele quando me jogou no carro e me encarou sorrindo e eu tremi ao ver o sorriso mais sinistro do mundo e eu não era uma mulher que se impressionava com qualquer coisa, quando você nasce como uma das herdeiras da máfia você é preparada para qualquer coisa, mas, aquele homem conseguia ser muito mais sinistro do que qualquer coisa que eu já tinha presenciado na minha vida. — Eu irei cuidar muito bem de você, nós temos apenas que nos livrar desse pequeno intruso primeiro e depois você será apenas minha e ninguém nunca vai poder mudar isso, pois, eu estou reivindicando Sasha Dmitriev para mim.

    Ele iria matar o meu bebê, eu não podia deixar com que isso acontecesse, porém, quando mais eu tentava lutar contra a paralisia mais ficava eu ficava e pôr fim a inconsciência tomou conta do meu corpo. Quando eu acordei estava amarrada em uma maca e conseguia sentir tudo que eles estavam fazendo com o meu corpo, aquilo era uma tortura que eu nunca esqueceria.

    — Não chore minha querida, está terminando a maior parte já saiu. – Sussurrou Louis no meu ouvido sorrindo e eu senti ainda mais nojo daquele homem. — Eu lhe dei a opção de fazer isso em um hospital, com uma equipe médica preparada para cuidar de você, mas, não quis me ouvir, então eu tive que improvisar, mas, não se preocupe, tudo que pode acontecer é você não engravidar nunca mais na sua vida, porém, isso não será um problema, pois, eu nunca quis ter um filho, irei ter o seu corpo bonito apenas pra mim, será o meu deposito particular de porra.

    Lágrimas rolavam pelo meu rosto e os soluços começaram a me fazer tremer quando a açougueira disse que tinha começado, pois, aquela mulher não podia ser chamada de médica, ela tinha violado o meu corpo sem nenhuma autorização e matado o meu bebezinho, o meu pequeno anjinho, a última lembrança que eu tinha do meu primeiro e único amor, aquela que eu levaria pelo resto da minha vida. Eu não soube como nem quando, mas, eu fui transferida para um quarto luxuoso, remédios continuavam a ser administrados no meu corpo, mas, nada daquilo fazia mais sentido, tudo que eu queria era morrer e ir me encontrar com o meu bebê.

    Eu não soube por quantos dias Louis deixou-me em paz, mas, quando ele voltou a me visitar estava diferente com um olhar de ódio e eu sabia que aquilo era por conta da mina tentativa de suicídio, tinha tentado cortar os meus pulsos quando estava sozinha, que eram raros os momentos, pois, ele tinha colocado os seus melhores homens para me vigiar, mas, eu ainda tinha conseguido e quando pensei que finalmente deixaria aquela vida fui traga de volta pela açougueira e eu odiava aquela mulher com a mesma intensidade de Louis.

    — Você quer morrer? – Perguntou ele estrangulando-me e fazendo com que eu concordasse, parecia que ele iria fazer a minha vontade e me deixar passar daquela para uma melhor e reencontrar o meu bebê e quem sabe o amor da minha vida. — Não, eu não irei deixar com que você escape de mim com tanta facilidade Sasha querida, não quando eu a quero pra mim, como a minha vadia preferida, mas, eu irei lhe mostrar o inferno, pois, a sua vida daqui pra frente será apenas servir a todas as minhas vontades.

    Ele jogou-me na cama e eu nunca esqueceria aquele dia, da violência de como ele arrancou as minhas roupas das suas mãos imundas tocando o meu corpo do quanto eu chorei pedindo para que ele parasse e me deixasse em paz, mas, ele apenas riu e abusou do meu corpo do jeito que queria e quanto mais eu chorava mais ele parecia disposto a continuar a me estuprar. Quando ele saiu deixando-me jogada sobre a cama com o corpo cheio de sêmen e marcas e o coração partido, eu nunca esqueceria aquelas mãos imundas ou aqueles lábios passando pelo meu corpo, as suas palavras rudes ou aquele cheiro de sexo que estava impregnando naquele maldito quarto. Eu estava morta por mais que anda vivesse, pois, eu não tinha mais nada, até a minha dignidade tinha sido arrancada de mim e eu não sabia como conseguiria voltar a viver.

    Ele vinha todas as noites e eram sempre a mesma coisa, por mais que eu pedisse que ele não fizesse aquilo, mas ele se divertia e em um momento eu desisti, apenas deixava com que ele se satisfizesse do meu corpo e depois chorava agarrada ao travesseiro até cair no sono, eu não tinha o direito de conviver com as outras pessoas, ficava presa no meu quarto e apenas Louis tinha a chave.

    Todas as minhas tentativas de fuga foram em vão e eu sofri as consequências dos meus atos, passei dias sem comida ou água, fui torturada pelos seus homens e abusada sexualmente, já que eu podia ser a vadia do chefe, mas, era aquele que ele gostava de compartilhar com os seus companheiros e amigos mais próximos, pois, eu era sua propriedade, eu não tinha como fugir, pois não tinha para onde ir e ninguém procuraria por mim, eu era a vadia perfeita e com as minhas malcriações eu perdia os meus luxos, até terminar com as outras garotas no prostibulo, porém, nunca fui colocada à venda, eu era a preferida do chefe e ninguém poderia tocar no que era de Louis, apenas apreciar de longe, mas, eu sabia que aquela era uma maneira de fazer com que eu aprendesse que quanto mais eu o desafiasse mais ele me faria sofrer.

    — Você tem sorte garota. – Avisou Cristina colocando uma bebida na minha frente, ela era uma das únicas garotas que não me odiava por eu ter a atenção do chefe, já que todas elas queriam estar no meu lugar. — Não precisa se deitar com esses velhos babões, você não sabe o quanto é nojento ter que agradar esses malditos velhotes, de como você se sente depois de ter acabado, Louis pode ser um monstro, mas, ele é bonito, jovem e viril e você tem muita sorte por ser a preferida dele.

    — Apenas quero a minha vida de volta. – Resmunguei virando a tequila, eu tinha aprendido que quanto mais bêbada eu ficava menos eu me lembrava dos momentos que tinha que passar com ele e Louis nunca se importou, já que ele estava sempre chapado ou bêbado quando vinha me ver, então nem reparava o quão bêbada eu realmente estava. — Eu nunca pedi por isso. Podia não ter uma vida fácil, mas, eu iria ter um bebezinho do amor da minha vida, eu gostava do meu trabalho e pagava as minhas contas em dia, eu tinha uma vida normal e ele tirou isso de mim e todas as minhas escolhas, eu não posso nem ao menos colocar os pés para fora desse lugar, eu sou uma prisioneira inocente.

    — Todos somos prisioneiros do nosso destino Sasha. – Falou ela colocando-me mais uma dose. — Não beba demais essa noite, o chefe está de péssimo humor e não vai gostar de saber que você está aqui se embebedando para depois ir para cama com ele, isso apenas irá lhe deixar ainda mais furioso e você terá sérios problemas, não vai gostar de saber como é a vida no salão, apesar de tudo, você ainda é inocente demais para esse mundo querida, não o enfureça e você sempre será a sua preferida e não terá de se importar com nada.

    Os dias viraram meses e os meses anos e eu nunca consegui sair daquele inferno, meu coração tinha se tornado uma pedra de gelo, meu corpo que nunca foi meu desde que eu fui sequestrada por aquele homem não era mais o seu preferido, mas, ainda assim eu tinha as minhas regalias, pois, por mais que ele tivesse outras mulheres, eu ainda era o seu troféu, a mulher mais bonita que tinha passado pela sua cama, então ninguém tinha o direito de tocar em mim.

    — Desculpe-me senhorita, mas, os seus exames mostram que você teve o seu útero muito machucado por um aborto e as chances de você engravidar são de 1 em 1.000.000. – Avisou a médica fazendo com que eu fechasse os meus olhos com força, Louis tinha me deixado frequentar uma ginecologista particular da minha escolha e eu tinha feito esses exames escondido dele, já que eu queria saber o porquê de eu não ter engravidado, já que eu nunca tomei nenhum tipo de anticoncepcional e ele nunca usou camisinha ou qualquer outro tipo de proteção. — Claro que a medicina evoluí todos os dias e com todas as técnicas de fertilização que há nos dias de hoje as suas chances de ser mãe podem aumentar, mas, ainda são poucas as chances de sucesso, podemos começar com um tratamento imediatamente se esse for o seu sonho e do seu marido.

    — Não, meu marido não quer filhos. – Confessei vendo-a me encarar com pesar, essa era a mentira que Louis tinha inventado para marcar as minhas consultas e claro para encobrir os dois homens que estavam sempre perto de mim para que eu não tivesse a chance de fugir e lhe colocar em mãos lençóis, pois, eu sabia demais e se conseguisse chegar até a polícia iria acabar com a sua vida. — Obrigado pela discrição doutora, espero que essa conversa fique entre nós, não quero que o meu marido descubra que eu fiz esse tipo de exame. Os homens não gostam de saber que a mulher que ele ama já fez esse tipo de procedimento, principalmente alguém como Louis, ele iria ficar furioso.

    Ela falou algo sobre confidencialidade entre médica e paciente e eu fiquei um pouco mais aliviada ao ouvir aquilo, não tinha lagrimas para chorar, pois, eu estava aliviada, mesmo que aquele monstro me quisesse, nunca iria conseguir colocar uma criança ao mundo, ela não iria sofrer o mesmo que eu sofria nas mãos daquele homem e essa tinha sido a melhor notícia que tinha recebido nos últimos anos.

    Com o passar dos anos Louis se casou com uma garotinha mimada filha de um companheiro dele apenas para conseguir mais poder e eu não preciso falar que ela me odeia com todas as suas forças, mas, eu nunca ligue para isso, sabia que ela era apenas uma mais uma mulher que sofreria nas mãos dele e nunca conseguiria se livrar daquela vida, porém, esse casamento me favoreceu, já que ele me colocou em um apartamento na cidade, afinal eu não podia conviver com a sua esposa, eu era a amante e tinha que ter um local apenas pra mim e lá eu tinha um pouco de liberdade, poderia conviver com outras pessoas. Consegui informações sobre as minhas irmãs, sabia que Nalla era mãe de um garotinha e uma garotinha, Ivana tinha conseguido se formar em medicina e estava noiva de uma belo jovem russo e que iria se casar em breve e eu estava feliz por elas terem conseguido alcançar a felicidade, pelo menos alguém naquela família ainda teria uma vida completa.

    — Minha irmã nunca vai renunciar a um palmo do território que conseguiu para você. – Avisei saindo da cama e sentindo os seus olhos sobre mim, me entregar para ele mesmo que fosse nojento já tinha se tornado uma coisa rotineira e eu não me importava mais com aquilo. — Nalla não é os seus capangas que você consegue manipular com facilidade, ela é a única mulher no mundo chefe de uma máfia, você não acha que ela conseguiu isso por ter sido ingênua ou feito parceiras que não fossem lucrativas para si. Ela é um pequeno gênio e ninguém consegue lhe passar para trás e nunca pise no seu calo ou ela irá fazer da sua vida um inferno e quando você menos esperar, ela dará a cartada final e você estará na lona. Ela não era a preferida de nana por causa do seu rosto bonito, mas, sim por ser a mais parecida com ele e ninguém nunca irá conseguir a passar para trás e nem pense em machucar a sua família ou você não terá apenas a Bratva atrás de sim, mas, a Cosa Nostra também se tornará sua inimiga, aquelas crianças são o futuro e nunca conseguirá colocar as mãos dele.

    — Uma pena, já que eu tinha planos para os seus lindos sobrinhos, principalmente para a garotinha, pessoas pagariam milhões por uma criança como ela. – Resmungou ele e eu senti vontade de vomitar, aquele homem não tinha escrúpulo nenhum, quanto mais ele ganhava dinheiro para ele o queria e não se importava qual fosse o ramo, se ele lucrava nada mais importava. — Mas, eu tenho outros planos, porém, irei deixar você no escuro por enquanto minha querida, não queremos que você tente contatar a sua irmãzinha e faça com que eu tenha que colocar uma bala na sua linda testa, seria uma pena ter que abrir mão de você, ainda temos muitas coisas para aproveitarmos juntos.

    Dei de ombros saindo para a varanda e pegando um cigarro, aquele tinha sido um dos vícios que eu tinha criado nos últimos anos, aquilo realmente me acalmava e isso era difícil quando você estava ao lado daquele homem, esperei com que ele fosse embora para me enfiar dentro da banheira e ficar de molho por longas horas, todas as vezes que ele me tocava eu tinha vontade de entrar em uma banheira com desinfetante até a minha pele ser corroída por ele, mas, isso apenas faria com que eu me sentisse pior e ele não abrisse mãos de mim, já que eu era um troféu que nunca seria esquecido ou deixado de lado.

    Dias depois eu descobri qual era o seu plano e eu realmente não queria ter que fazer parte daquilo, principalmente depois de saber que teria de levar a minha irmã para uma armadinha e estava rezando para que Nalla não aceitasse vir aquele encontro, pois, eu era uma traidora, mas, eu não podia a trair novamente, ela tinha salvado a minha vida e colocado a própria em risco e agora eu estava parada em um parque esperando por ela e torcendo para que ninguém viesse me encontrar, poderia conter a raiva de Louis, mas, nunca me perdoaria por colocar ela em perigo ou que ela fosse ferida por minha causa.

    — Onde eles estão? – Perguntou ela se sentando ao meu lado e sorrindo, Nalla estava ainda mais bonita do que eu me lembrava, seus longos cabelos castanhos tinham dado espaço para um corte mais curto e moderno, seus olhos ainda eram azuis e cristalinos e o seu sorriso doce era apenas uma farsa para as pessoas a nossa volta. — Eu estava realmente curiosa para saber se eles me pegariam antes ou depois que eu me encontrasse com você. Como está a sua vida irmã? Nunca pensei que se envolveria com esse tipo de pessoa, mas, eu não posso lhe criticar, afinal estou casada com um italiano e o amo e traí a máfia mais de uma vez para ficar ao seu lado, ninguém manda nos caminhos do coração.

    — Você sabia que isso era uma armadilha e mesmo assim veio? – Perguntei encarando-a, ela só podia estar muito maluca, sempre achei que ela nunca fosse muito certa, já que de nós três Nalla era a mais parecida com nana, então ela sempre amou tudo relacionada a máfia e sempre quis conquistar todo o poder que ela tinha hoje. — Você só pode ter um parafuso a menos? Você não pensou em um momento nos seus filhos ou no seu marido?

    — Eu queria saber o que o grande Louis quer comigo, na verdade ele nem é tão grande assim, já que é conhecido apenas em Chicago e é bem mais previsível do que eu poderia imaginar e não se preocupe, eu não estou sozinha e por mais que ele me torture, logo alguém vai me encontrar e acabar com a sua festinha. – Respondeu ela levantando-se e sorrindo. — Acho que é hora do show, vamos ver do que ele é capaz e espero que seja melhor do que os outros que quiseram chamar a minha atenção nos últimos anos, já que eu não me abalei de Nova York até Chicago para brincar de casinha ou ter um reencontro emocionado com a minha irmãzinha traidora, por mais que eu tenha adorado rever você Sasha e saber que conseguiu sobreviver todos esses anos mesmo com a máfia lhe caçando.

    Eu a encarei perplexa e a segurei quando ela foi ao chão e esse era o efeito do tranquilizante que estava no dardo que agora estava no seu pescoço, é claro que os capangas de Louis rapidamente nos jogaram dentro da vã e seguiram para a palácio como era conhecido o seu local de tortura e pelo que eu me lembrava daquele lugar, era mais protegido que o pentágono, então nós não sairíamos dali com vida, eu pelo menos não, já que eu não deixaria com que ele fizesse mal a minha irmã na minha frente.

    — Bom trabalho meu lindo rouxinol. – Parabenizou ele apertando o meu rosto com delicadeza e fazendo com que eu sentisse um arrepio passar pelo meu corpo e eu não gostei nem um pouco daquilo, eu não tinha aquele tipo de arrepio desde que eu tinha o conhecido e ainda fugia dele. — Sabia que eu poderia contar com você e que não iria me decepcionar. Agora eu irei deixar com que você vá descansar um pouco, mas, não se preocupe, logo eu irei buscar você, iremos ter uma divertida reunião em família.

    Ele mandou com que os seus capangas me levassem para longe da sala de tortura e me trancasse no conhecido quarto no qual eu tinha morado por longos anos. Respirei fundo e apertei com força a medalha de São Nicolau.

    — Por favor nana proteja Nalla. – Roguei me apegando a minha fé e sabendo que ele sempre a protegeria. — Não deixe com que nada aconteça com ela. Eu realmente não queria ter feito isso, por favor me perdoe.

    Capítulo IV

    Sasha Dmitriev:

    Aquela noite foi silenciosa e eu estranhei não ouvir as risadas de Benjamin ou os passos silenciosos de Bella assaltando a geladeira durante as madrugadas, mas, não foi possível dormir, afinal eu estava realmente curiosa para saber o que aconteceria naquela manhã.

    A equipe que Nalla mandou me deixou extremamente assustada, já que eles eram interesseiros demais e eu tive que inventar as desculpas mais mirabolantes para aturar eles durante todo aquele dia, meu cabelo tinha ganhado um corte mais moderno, tirado todas aquelas pontas queimadas e o resto das luzes que eu tinha sido forçada a fazer a alguns anos para mudar o visual, minhas unhas ganharam um esmalte nude, tão diferente dos habituais vermelhos que Louis me obrigava a usar, já que ele gostava de coisas vistosas. Eles depilaram todo o meu corpo e fizeram uma maquiagem suave, deixando o meu rosto a muito tempo cadavérico mais próximo de uma pessoa saudável. Algumas roupas foram colocadas no closet do quarto que eu ocupava e eles me deixaram escolher o que eu gostaria de usar.

    Escolhi um macacão amarelo que realçaria o tom pálido da minha pele e os meus cabelos escuros e não mostraria as minhas pernas cheias de cicatrizes e calcei uma sandália com saltos baixo que o estilista disse que era a última tendência no verão novaiorquino e como eu não queria desapontar ninguém segui o seu conselho. Quando eles se foram, eu sentei-me na sala de estar enquanto tomava um chá e esperava pelo tal noivo que Nalla tinha me arrumado.

    — Você pode servir o chá no jardim Eugenia. – Pedi quando ela perguntou onde eu iria receber a minha visita. — Está um dia bonito e eu estou cansada de ficar o tempo todo trancada dentro dessa casa. Leve o senhor Griffin ao meu encontro quando ele chegar e depois nos deixe a sós, precisamos ter uma conversa em particular.

    Ela concordou e eu coloquei a minha xicara sobre a mesa e saí sentindo o sol forte o vento refrescante tocar a minha pele, sentei-me embaixo da cobertura do jardim e cruzei as minhas pernas e fechei os olhos, esperando que aquela conversa fosse amena. Passos fizeram com que eu abrisse os meus olhos e prestasse

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1