A Amante do Sheik
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A Amante do Sheik - Nadine Lima da Silva
Capítulo Um
Zara Kalil:
— Cuidado com esses objetos. - Mandei cruzando os meus braços enquanto os funcionários mudavam os objetos da exposição de lugar. — São objetos da família real, se eles foram quebrados todos perderam a cabeça.
Os segui de perto para que nada acontecesse com aqueles objetos, aquela era uma das exposições mais importantes do museu e como curadora eu não poderia deixar com que nada acontecesse com aquelas peças ou eu perderia a minha cabeça.
A exposição seria aberta no dia seguinte e tudo precisaria estar perfeito, já que além de ser uma exposição com peças exclusivas da casa real do Kuwait, a curadora era uma mulher e eu sabia como era o preconceito naquele país, principalmente contra as mulheres.
Meu celular apitou fazendo com que eu sorrisse ao ler a mensagem e voltei a o colocar no bolso da minha calça jeans e voltei a prestar atenção no meu trabalho.
Eu não era uma mulher árabe, eu tinha uma descendência muito antiga turca, mas, toda a minha família era canadense, eu tinha me formado em uma das melhores universidades do mundo e por isso tinha sido contratado pelo museu para ser a curadora do Museu de Arte Moderno do Kuwait, eu era a primeira mulher a exercer aquele cargo e eu já estava a quatro anos no comando do museu e ao tempo esquentando a cama do sheik Kaled Ahmad.
Kaled sempre foi um homem muito persuasivo e interessante, além de ser um homem lindo, um rosto marcante, uma barba bem feito, belos olhos castanhos que conseguiam me fazer derreter sempre que me encarava e aquela boca cheia que me levava ao delírio com suas palavras bonitas e eróticas e além de ser a pessoa mais sincera do mundo, ele nunca me escondeu que era casado com três mulheres e eu nunca me importei de ser a amante, já que assim eu tinha as minhas regalias e comandava a minha própria vida.
— Senhorita Kalil. - Chamou um dos funcionários fazendo com que eu o encarasse e cruzasse os meus braços. — O sheik está lhe esperando na sua sala, parece que as últimas peças da exposição chegaram.
— Comece a conferir para ter certeza que são as peças que estávamos esperando. - Mandei o encarando. — Mande com que tenham cuidado na retirada dos objetos, não quero que nada seja quebrado.
Ele concordou e saiu correndo para cumprir as minhas ordens e eu segui na direção da minha sala a passos largos. Passei as mãos pelos meus cabelos para ajeitar os fios que estavam fora do local e abri a porta vendo que ele estava sentado na minha cadeira com os pés sobre a mesa e me encarando com aqueles olhos famintos que faziam com que um arrepio percorresse a minha coluna e eu tranquei a porta antes de o encarar sorrindo.
— Vossa alteza! - Exclamei me curvando e ouvindo a sua risada e a cadeira sendo arrastada enquanto eu arrumava a minha postura. — Ao que devo a honra de uma visita? Pensei que viria apenas para a abertura da exposição no final de semana, não estamos preparados para a sua ilustre presente.
— Habibi! - Exclamou ele agarrando a minha cintura e me puxando para mais perto de si fazendo com que eu sorrisse e arrumasse a gola da sua camisa, ele deveria ter saído de alguma reunião com ocidentais, ele só se vestia daquela maneira quando estava se reunindo com ocidentais. — Eu realmente estava com saudades do seu senso de humor. Anda tão ocupada que não tem mais tempo para mim.
— Você ainda tem o meu endereço vossa alteza. - Falei sorrindo enquanto contornava o seu rosto com os meus dedos. — Não me diga que anda ocupado demais com as suas esposas que esqueceu de mim, isso me deixaria muito triste e eu teria que aceitar um dos pedidos de casamento que eu recebi ultimamente, devo lhe dizer que eles são muito tentadores.
— Senhorita Kalil, eu arrancaria o pescoço de qualquer um que tentasse tocar em você, habibi. - Sussurrou ele me puxando para ainda mais perto de si e enroscando as suas mãos nos meus cabelos e eu gemi manhosamente. — Você é apenas minha habibi, achei que você já tivesse entendido isso.
Eu não tive tempo para retrucar, já que os seus lábios devoraram os meus fazendo com que eu passasse as minhas mãos pelo seu pescoço e entrelaçasse uma das minhas mãos no seu pescoço puxando-os enquanto ele nos girava e me colocasse sentada sob a mesa.
Ele puxou a minha blusa fazendo com que eu suspirasse quando ele começou a beijar o meu pescoço e desabotoar a minha blusa lentamente.
— Eu tenho trabalho a fazer. - Avisei quando ele jogou a minha blusa longe e começou a abaixar a alça do meu sutiã, sem nem ao menos ligar para o que eu tinha acabado de falar. — Preciso terminar essa exposição ou eu posso desagradar o sheik e ser demitida, isso seria uma mancha na minha carreira.
— O sheik com certeza não pediria a sua cabeça. - Garantiu ele desabotoando o meu sutiã e descendo os seus beijos pelo meu colo e eu gemi com aquilo e agradeci por aquelas paredes serem grossas o suficiente para que os funcionários não ouvissem os meus gemidos. — Acho que ele ficaria furioso se você continuasse a pensar dessa maneira, o sheik sabe muito bem cuidar daqueles que lhe agradam.
Balancei a minha cabeça negativamente e a joguei para trás gemendo quando ele mordiscou um dos meus mamilos fazendo com que eu cravasse as minhas unhas nas suas costas. Céus! Aquele homem sabia usar a boca para fazer qualquer coisa.
Comecei a desabotoar a sua camisa com pressa enquanto ele continuava a acariciar os meus seios, eu queria sentir a sua pele quente junto a minha. Joguei a peça longe quando consegui a tirar sem arrebentar aqueles malditos botões.
Ele desceu os seus beijos pela minha barriga e desabotoou o meu cinto e abriu a minha calça e deslizou pelas minhas pernas e um sorriso malicioso se abriu nos seus lábios.
— Céus! - Exclamou ele segurando as minhas pernas e as beijando delicadamente. — Eu realmente adoro esses pedaços minúsculo que você usa, eles sempre me deixam ainda mais duro, parece que você faz apenas para me provocar habibi.
— Eu não teria essa audácia. - Sussurrei quando ele mordiscou a parte interna da minha coxa fazendo com que eu fechasse as minhas mãos em punhos para não gritar. — Por favor, eu quero você duro e forte dentro de mim, estou com saudades baby.
— Oh você sabe que eu não resisto quando você me chama assim, habibi! - Exclamou ele arrancando a minha calcinha enquanto eu desabotoava a sua calça rapidamente, eu precisava daquele homem. — E nem quando coisas assim saem dessa boquinha.
Eu gritei quando ele entrou duro e forte em mim como ele tinha pedido, suas estocadas eram fortes e eu cravei as minhas unhas nas suas costas enquanto eu gemia sentindo os seus lábios no meu pescoço mordiscando-o.
Cheguei ao orgasmo me agarrando a ele desesperadamente e ele gozou logo em seguida fazendo com que eu caísse sobre a mesa respirando descompassadamente.
— Estava com saudades. - Sussurrei enquanto ele beijava a minha barriga preguiçosamente. — Minhas pernas estão bambas, não sei como conseguirei trabalhar agora.
— Tenho certeza de que você pode fazer isso habibi. - Afirmou ele beijando o meu pescoço delicadamente fazendo-me suspirar. — Afinal, não é a curadora do museu apenas por conta do seu lindo rostinho.
— Isso influenciou muito na decisão do Sheik. - Brinquei o afastando e começando a pegar as minhas roupas, eu realmente precisava voltar a trabalhar ou aquela exposição não sairia. — Espero que nos contemple com a sua presença amanhã, vossa alteza, com certeza isso irá abrilhantar ainda mais a minha noite.
— Desde que você me dê uma ideia do que você estará usando. - Falou ele beijando as minhas costas enquanto eu colocava o meu sutiã e eu gargalhei com aquilo. — Você sabe que eu não sou muito desse tipo de evento social.
— Eu vou usar um vestido muito sensual. - Avisei surrando no seu ouvido e depois me abaixei para pegar a minha camisa. — Você deveria me dar a honra da sua presença. Agora se me der licença vossa alteza, eu ainda tenho muito o que fazer para conseguir entregar uma exposição maravilhosa amanhã.
Ele riu e me puxou para um beijo devastador antes de deixar com que eu saísse me deixando ainda mais fraca, aquele homem ainda iria me levar a loucura.
Me encarei no espelho que tinha ao lado da minha sala e arregalei os meus olhos ao ver o estado dos meus cabelos, aquilo era a prova que eu tinha dado e isso não era comum, mesmo que o Kuwait senha um dos países mais liberais do oriente médio, ainda existiam algumas regras que as mulheres precisam cumprir e eu não queria que os funcionários fofocarem sobre a minha vida pessoal. Fiz um coque e voltei para o salão principalmente dando ordens e orientando os funcionários sobre todos os passos que deveriam ser seguidos para que a inauguração fosse um sucesso.
Saí tarde do museu naquele dia e segui para o meu apartamento, estava exausta e queria apenas um banho quente e a minha cama macia para que eu pudesse relaxar. Enchi a banheira e deixei com que a água morna relaxasse os meus músculos doloridos.
Suspirei quando o celular começou a tocar e sorri ao ver mamãe piscando na tela, encostei a minha cabeça no encosto da banheira e atendi a ligação.
— Mamãe! - Exclamei sorrindo e fechando os meus olhos. — Estou com saudades de você, parece que desde que Brian nasceu você não tem mais tempo para a sua filha casula, está pensando apenas no seu neto.
— Não seja tão dramática, minha querida. - Mandou-a fazendo com que eu gargalhasse. — Você que se mudou para o outro lado do planeta e abandonou os seus pais em Toronto. Mamãe também está morrendo de saudades de você, deveria vir nos visitar nas festas de final de ano, todos estão ansiosos para conhecer o seu namorado, sua irmã disse que ele é um gentleman.
— Parece que Lou não consegue ficar com a boca fechada. - Resmungou respirando fundo, não tinha como eu levar o meu namorado
para conhecer os meus pais, já que ele não era meu namorado e sim meu amante e eu não iria dar esse desgosto a eles, por mais que eu não me importasse com aquilo, eles ainda ficariam chocados. — Irei discutir isso com ele mamãe, você sabe, ele é muito ocupado, não sei se irá conseguir tirar férias nesse período, na verdade, nem eu sei se conseguirei, o museu está com uma nova exposição e isso vai tomar ainda mais do meu tempo.
— Zara! - Exclamou ela irritada. — Escute aqui mocinha, faz mais de dois anos que você me dá a mesma resposta, se você não aparecer para a ceia de Natal, eu irei até onde você está e arrancarei as suas orelhas e não me importo nem um pouco se você já tem 28 anos ou se curadora de um museu importante. Estou mandando com que venha passar as festas de final de ano em casa, espero que eu tenha sido clara o bastante.
— Claríssima mamãe. - Afirmei ouvindo-a resmungar algo do outro lado da linha. — Como estão as coisas por aí? Lou me contou que a loja estava com alguns problemas financeiro, eu posso mandar algum dinheiro se estiverem passar por dificuldades mamãe.
— Não seja boba, isso é apenas o baixo movimento antes do Natal, vai ficar tudo bem, querida, nós estamos bem, não se preocupe com isso, sua irmã está surtada. - Falou ela, mas, eu sabia que ela não queria apenas dar o braço a torcer e aceitar o dinheiro que eu iria mandar, eu conhecia mamãe muito bem para saber que ela só aceitaria o meu dinheiro em situações extremas. — Não fique pensando nisso, minha querida, as festas de final de ano sempre inflacionam as vendas, nós iremos ficar bem. Me conte sobre o que é a nova exposição do museu, estou tão orgulhosa da minha garotinha.
Ficamos conversando por um longo tempo, até que ela desligou falando que precisava resolver uns assuntos, mas, que me ligaria no outro dia para saber como tinha sido a noite de inauguração da nova exposição do museu.
Saí da banheira e hidratei a minha pele antes de me enrolar no roupão e segui até o meu closet, tirei de lá uma calcinha e uma camisola limpa e saí do closet sentindo a minha barriga roncar.
Caminhei pelo apartamento com calma e segui até a cozinha, fiz um sanduiche e coloquei uma taça de vinho, meus vinhos estavam acabando, aquilo tinha sido um contrabando que minha irmã trouxe do Canada na sua última visita, já que a venda de bebidas alcoólicas ainda era proibida no país.
Comi o meu sanduiche enquanto via o filme que passava na tv a cabo, comer sozinha era um pouco depressivo, por isso eu não costumava cozinhar, já que eu passava o dia inteiro fora e detestava fazer as minhas refeições sozinha, acho que por ter sido criada com mais irmãos e nunca estar sozinha eu não me acostumava em passar tanto tempo sozinha, por isso eu gostava quando Kaled vinha passar as noites comigo, mas, isso estava acontecendo com menos frequência, desde que a sua terceira esposa teve um aborto pela quarta vez ele estava passando mais tempo com ela por conta da depressão que ela tinha adquirido.
Esse era o problema de ser a outro, ele nunca estava disponível para mim, nunca poderíamos sair para jantar em um restaurante sofisticado ou andar de mãos dadas pela rua e eu acho que eu sentia um pouco de falta disso, já que toda a mulher tinha o sonho de formar uma família em algum momento da vida e eu andava pensando muito naquilo depois que o meu sobrinho tinha nascido, em cada vídeo ou foto que a minha irmã me mandava mostrando como ele estava evoluindo bem.
Balancei a minha cabeça negativamente e desliguei a tv e voltei para o meu quarto, eu tinha uma vida boa, era uma ótima profissional e tinha a profissões dos sonhos de qualquer museóloga, ser curadora do maior museu de um país, ainda mais de um país do oriente médio onde as mulheres tinham tão poucos direitos garantidos era algo em que eu deveria me orgulhar e muito, eu era independente financeiramente, era uma mulher empoderada física e emocionalmente e era isso que importava.
Me joguei na cama e programei o meu celular para despertar cedo, já que aquele dia iria ser ainda mais pesado do que o anterior, eu tinha que ir ao museu resolver os últimos detalhes da exposição, precisava estar no salão de beleza no horário certo e pelo menos duas horas antes da exposição começar no museu para ter certeza de que tudo estava funcionando em harmonia total.
Peguei o livro que estava no meu criado mudo e coloquei os meus óculos começando a lê-lo e devo ter adormecido no meio da leitura, já que só acordei com o despertador tocando. Me espreguicei sentindo os músculos e ossos voltarem para o lugar e me levantei, caminhei até o banheiro e fiz a minha higiene pessoa e tomei uma bucha para acordar.
Entrei no closet e tirei de lá uma blusa de seda preta e uma calça pantalona da mesma cor e um scarpin, me vesti e prendi os meus cabelos em um rabo de cavalo e arrumei a minha franja para que ela ficasse no lugar antes de passar uma maquiagem básica e saí pegando a minha bolsa e as chaves do carro. Passei na cafeteria que tinha perto do museu e comprei um café preto puro e alguns doces, já que isso iria melhorar o meu dia. No museu segui diretamente para a minha sala deixando as minhas coisas lá e dando um gole no meu café para começar bem o meu dia.
— Senhorita Kalil. - Chamou uma das funcionárias fazendo com que eu a encarasse e mandasse com que ela entrasse. — Todos estão a sua procura, parece que uma das peças da coleção principal do harém do sheik não foi entregue.
— Como? - Perguntei o encarando e colocando o café sobre a minha mesa, eles só me falaram aquilo horas antes da exposição? Alguém estava realmente querendo puxar o meu tapete. — Por que eu só estou sendo avisada disso agora?
— Segundo o secretário do palácio essa peça foi confiscada pela primeira esposa. - Respondeu ela fazendo com que eu respirasse fundo. — Ela está exigindo que a senhorita vá buscar pessoalmente. Segundo a sua ama particular, ela quer ter uma conversa com a senhorita sobre a exposição.
— Oriente a todos a trabalharem com empenho até que eu tenha voltado. - Mandei pegando a minha bolsa e o meu café. — Não quero que esse assunto vire uma questão de fofoca entre os corredores, essa noite é muito importante e eu quero tudo no seu devido lugar, voltarei o mais rápido que eu conseguir.
Ela concordou e saiu da minha sala e eu apenas suspirei dando mais um gole no meu café, pois, eu estava vendo que iria precisar de toda a tranquilidade do mundo e saí do meu escritório.
Dirigi tranquilamente até o palácio, esperando que a minha entrada estivesse permitida ou eu não passaria nem dos malditos portões. Tive o meu carro inspecionado antes que a minha passagem fosse liberada e foi orientada por um dos seguranças a ir diretamente para o palácio de inverno que era onde as esposas ficavam hospedadas.
— Senhorita Kalil! - Exclamou uma ama me encarando de cima a baixo e me entregando um véu fazendo com que eu aceitasse e o enrolasse nos mus cabelos para não parecer uma falta de respeito. — Minha senhora está a sua espera, por favor, me acompanhe.
Concordei e a segui pelos enormes corredores, todas as vezes que eu entrava naquele palácio eu ficava ainda mais impressionada com a quantidade de ouro e pedras preciosas que tinha ali. A ama me conduziu até uma sala de chá e pediu para que eu esperasse ali que a sua patroa viria em breve para me receber.
Respirei fundo e me sentei sobre uma das almofadas, eu realmente não sabia o que a primeira esposa queria comigo. Me levantei quando ouvi passos se aproximando e fiz uma reverencia quando vi ela entrar na sala e infectar tudo com a sua presença desagradável.
— Por favor sente-se. - Pediu ela me encarando e apontando para a almofada na sua frente. — Pedi para que as minhas amas prepararem um chá e alguns doces para acompanhar, espero que eu não esteja tomando muito do seu tempo.
— Estou sempre ao seu dispor vossa alteza. - Garanti forçando um sorriso e a encarando. — Fique surpresa quando anunciaram que a senhora queria ter uma conversa comigo.
— Não fique tão contente, eu queria apenas saber como era a aparência da amante do meu marido. - Falou ela me encarando e fazendo com que eu sorrisse, se ela estava achando que eu iria ficar chocada com aquilo ou me jogar aos seus pés pedindo por perdão, aquilo não fazia parte da minha índole e eu não me importa com as fofocas que ela poderia espalhar ao meu respeito, já que eu sabia o que era e não me envergonhava disso. — Kaled realmente me surpreendeu dessa vez, uma estrangeira, não pensei que ele desceria tão baixo por um pouco de prazer, a quanto tempo isso vem acontecendo, semanas, meses?
— Quatro anos e meio. - Respondi a encarando e tomando o chá que estava na minha frente vendo-a fechar as suas mãos em punhos sobre a mesa. — Começou antes que eu fosse nomeada a curadora oficial do museu e o sheik morresse. A vossa alteza tem mais alguma pergunta para me fazer ou irá me entregar a peça que eu preciso para a exposição?
— Você não tem vergonha da sua posição? - Perguntou ela me encarando furiosamente. — De esquentar a cama de um homem casado, você não passa de uma caçadora de dotes, você está com ele apenas para conseguir mais dinheiro, isso deve ser muito comum no seu país.
— Eu não tenho vergonha de amar um homem e ser amada por ele, quando isso for um crime a vossa alteza poderá me culpar por isso. - Respondi me levantando. — Acho que eu já respondi todas as suas perguntas, vossa alteza, irei me retirar, tenho muito o que fazer, não se preocupe com a peça, ela não era muito importante para a exposição, colocarei outra no seu lugar. Muito obrigado pelo chá, ele estava delicioso, se me der licença.
— Eu ainda não mandei com que você saísse. - Falou ela quando eu lhe dei as costas. — Não seja tão mal-educada senhorita Kalil, posso pedir a sua cabeça para o sheik e ele não poderia me negar isso, já que eu sou a sua primeira esposa, a esposa legal. Quanto, quanto você quer para deixar o meu marido em paz? Posso lhe dar muito mais do que você já viu em toda a sua vida.
— Não estou interessada em dinheiro vossa alteza. - Respondi me virando para encará-la. — Quando o sheik não me quiser mais na sua vida, eu irei sair sem fazer escândalos, mas, até lá, até o momento que ele me quiser eu estarei ao seu lado. Eu realmente preciso me retirar vossa alteza.
— Se der um maldito passo eu mandarei com que os guardas lhe joguem na pior prisão dessa país. - Rosnou ela levantando-se e caminhando na minha direção. — Quatro anos não são nada, eu estou ao lado dele a quinze anos, eu era apenas uma criança quando me casei com Kaled, você é apenas uma estrangeira, uma das muitas amantes que ele já teve na sua vida, não irá durar muito.
— Se eu não irei durar, a vossa majestade não deveria se preocupar com isso. - Afirmei a encarando. — Como eu já deixei claro, não me importo com as suas ameaças ou proposta, irei ficar ao lado do sheik pelo tempo que ele me permitir. Com licença senhora.
Ela rosnou segurando o meu braço com força e eu sabia que ela tentaria me agredir, apenas não foi as vias de fatos, pois a nossa conversa foi interrompida por Kaled.
— Marido! - Exclamou ela fazendo uma reverencia e sorrindo, aquela mulher era realmente uma ótima atriz. — Não estava esperando por uma visita, as amas deveriam ter avisado que a vossa alteza estava vindo nos visitar, teria mandado com que fizessem o seu chá preferido. Você já conhece a senhorita Kalil? Ela é a curadora do museu, veio buscar uma peça que estava faltando. Fatima, entregue a peça para a senhorita e a acompanhe até a saída, não queremos que ela acabe se perdendo e isso atrase ainda mais o seu trabalho.
— Imediatamente senhora. - Afirmou a ama se curvando. — Senhorita!
Fiz uma reverencia e saí dali rapidamente sentindo o meu estomago embrulhar, ver os dois juntos me dava arrepios. A ama me entregou a peça e me acompanhou até a saída e eu entrei no meu carro e respirei fundo antes de dar partida e sair daquele lugar.
Meu sangue parecia não estar correndo nas minhas veias e eu vomitei todo o maldito chá que tinha tomado naquele palácio assim que eu cheguei no museu.
— Está tudo bem senhorita? - Perguntou Hana me encarando quando me encontrou sentada no chão do banheiro. — Precisa que eu chame um médico? Posso fazer algo pela senhorita?
— É apenas estresse por conta da inauguração. - Respondi me levantando e limpando a minha roupa. — Vamos apenas trabalhar Hana, eu estou bem, não se preocupe com isso. Precisa de algo?
— O sheik está a sua espera na sua sala senhorita. - Respondeu ela fazendo com que eu jogasse um pouco de água no meu rosto e respirasse fundo. — Ele parece muito irritado.
— Obrigado pelo aviso. - Agradeci sorrindo e arrumando a minha postura. — Volte ao trabalho, irei resolver esse assunto e me juntarei a vocês.
Ela concordou e deixou o banheiro fazendo com que eu respirasse fundo e colocasse um sorriso forçado nos meus lábios, pronta para enfrentar a fera.
Capítulo Dois
Zara Kalil:
Me encarei no espelho ao lado da minha sala e deu batidinhas no meu rosto para tentar disfarçar aquela cara abatida e entrei vendo que ele estava escorado na minha mesa com os braços cruzados e uma cara de poucos amigos, como se a culpa de tudo que tinha acontecido fosse minha.
— Posso ajudar em algo, vossa alteza? – Perguntei fechando a porta atrás de mim, ninguém deveria escutar as minhas discussões, principalmente as de cunho pessoal. — Não esperava a sua presença nesse dia.