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A Preferida do Mafioso - Livro 1 - Desvirtuosas
A Preferida do Mafioso - Livro 1 - Desvirtuosas
A Preferida do Mafioso - Livro 1 - Desvirtuosas
E-book355 páginas6 horas

A Preferida do Mafioso - Livro 1 - Desvirtuosas

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Sobre este e-book

Nina Burman é apenas uma garota baladeira e sem perspectiva que nasceu em uma família tradicional cheia de regras, sempre as sombras da sua irmã perfeita tudo que ela queria era ter pelo menos a afeição de seus pais, mas era impossível quando você era considerada a decepção.Quando ela se envolve em um escândalo que pode levar o nome da família para a lama, seus pais lhe mandam para morar com a tia solteirona em uma pequena e pacata vila de pescadores.Isolada entre os livros de romance da tia e a aparição de um visitante ilustre Nina se vê desvirtuadamente apaixonada pelo perigo e disposta a qualquer coisa para viver aquela paixão.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de abr. de 2022
ISBN9781526057020
A Preferida do Mafioso - Livro 1 - Desvirtuosas

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    Pré-visualização do livro

    A Preferida do Mafioso - Livro 1 - Desvirtuosas - Nadine Lima da Silva

    INFORMAÇÕES

    A história é totalmente fictícia, todos os personagens e o enredo da história são apenas parte da imaginação fértil da autora.

    Comentários ofensivos serão apenas ignorados pela autora, então se você não gosta desse tipo de livro, não leia e não deixe comentários e avaliações que apenas desmotivam a autora, isso é completamente desagradável e fazem a autora querer desistir.

    Críticas construtivas sempre são bem-vindas, todos somos suscetíveis e estou disposta a aprender com os meus.

    A série Desvirtuosas será uma construção de livros mostrando o lado obscuro das mulheres, seus medos e insatisfações com o mundo.

    Obrigado por quem leu todas as informações.

    Att. Autora.

    INDÍCE

    INFORMAÇÕES

    PRÓLOGO

    CAPÍTULO UM

    CAPÍTULO DOIS

    CAPÍTULO TRÊS

    CAPÍTULO QUATRO

    CAPÍTULO CINCO

    CAPÍTULO SEIS

    CAPÍTULO SETE

    CAPÍTULO OITO

    CAPÍTULO NOVE

    CAPÍTULO DEZ

    CAPÍTULO ONZE

    CAPÍTULO DOZE

    CAPÍTULO TREZE

    CAPÍTULO QUATORZE

    CAPÍTULO QUINZE

    CAPÍTULO DEZESSEIS

    CAPÍTULO DEZESSETE

    CAPÍTULO DEZOITO

    CAPÍTULO DEZENOVE

    CAPÍTULO VINTE

    CAPÍTULO VINTE E UM

    CAPÍTULO VINTE E DOIS

    CAPÍTULO VINTE E TRÊS

    CAPÍTULO VINTE E QUATRO

    CAPÍTULO VINTE E CINCO

    CAPÍTULO VINTE E SEIS

    CAPÍTULO VINTE E SETE

    CAPÍTULO VINTE E OITO

    CAPÍTULO VINTE E NOVE

    EPÍLOGO

    PRÉVIA SUBJUGANDO O SUBCHEFE – LIVRO 2 DEVIRTUOSAS

    PRÓLOGO

    NINA BRUMAN

    MESES DEPOIS:

    Os beijos pelo meu pescoço faziam com que eu suspirasse e puxasse os seus cabelos com força, aquilo era tão errado e tão certo ao mesmo tempo que eu não tinha controle nenhum sobre o meu corpo.

    Ele puxou-me pela cintura erguendo-me e eu passei as minhas pernas pela sua cintura enquanto ele me prensava contra a parede e grudava os seus lábios aos meus em um beijo devasso, suas mãos geladas adentravam a minha blusa tocando a minha pele quente e fazendo-me suspirar quebrando o nosso beijo e mordi o meu lábio inferior com força quando os nossos olhos se encontraram.

    — Seja minha, meu brilhante sol. – Suplicou ele segurando o meu rosto e acariciando a minha bochecha docemente, fazendo com que eu suspirasse amolecendo nos seus braços. — Eu tornarei você o centro da minha vida, será a minha preferida para sempre.

    — Aidan. – Sussurrei sentindo o meu coração palpitar enquanto a minha mente entrava em conflito com o meu coração. — Não podemos, você...

    — Esqueça isso. – Mandou-o aproximando-se e eu engoli a seco. — Esqueça tudo, somos apenas eu e você, um homem e uma mulher que se desejam e se amam. Somos apenas eu você, meu precioso sol. Entregue-se a essa paixão.

    Ele colou os nossos lábios fazendo com que o pouco juízo que restava na minha mente desaparecesse e eu agarrasse os seus cabelos puxando-o para mais perto de mim e grudando os nossos corpos, me entregando a paixão que eu sentia aquele homem.

    — Você é a minha preferida, Nina! – Exclamou ele me encarando fixamente enquanto deslizava os seus dedos pelo meu braço. — Daria a vida por você, para sempre.

    Ele colocou a mão na barra da minha camiseta e a puxou para cima deixando com que ela deslizasse para o chão e beijou os meus lábios apaixonadamente enquanto caminhava pela casa.

    Aquele era o começo, apenas o começo da nossa história de amor.

    CAPÍTULO UM

    NINA BRUMAN

    MESES ATRÁS:

    — Eu mandei você calar a sua maldita boca. – Rosnou papai batendo no meu rosto com força, fazendo-me desequilibrar e cair no chão sentindo as lágrimas arderem nos meus lábios. — Como você pode ser tão baixa? Eu nunca deveria ter tentado ter outro filho, assim você não teria nascido sua aberração desgraçada. Por que você não pode ser como sua irmã? Isabel nunca nos trouxe desgostos como você.

    — Papai. – Sussurrei sentindo as lágrimas deslizar pelos meu rosto e um soluço escapar dos meus lábios, as suas palavras machucavam mais do que a surra que ele tinha me dado.

    — Não me chame de pai. – Ordenou ele segurando o meu rosto com força, nunca mais use a sua boca suja para me chamar de pai. — Eu irei deserdar você, assim não irá conseguir acabar com a honra da minha família. Não irei deixar com que você estrague o casamento da sua irmã.

    — Papai! – Exclamei quando ele me empurrou com força e eu bati com força no aparador e gemi colocando a mão na minha cabeça. — O que você irá fazer comigo?

    — Não lhe interessa. – Respondeu ele irritado. — Apenas arrume as suas malditas coisas, eu não quero nada seu nessa casa, assim não irei morrer de desgosto por ter uma filha vadia como você.

    Ele gritou com as empregadas ordenando com que elas arrumassem as minhas coisas e elas fizeram isso com exatidão, não deixando uma mísera memória minha, como se eu nunca tivesse existido naquela casa ou fizesse parte daquela família.

    — Você tem sorte por eu não matar você. – Rosnou ele empurrando-me dentro do carro. — Pois, era isso que você merecia depois da vergonha que está nos fazendo passar. Leve-a para Ardmore, eu nunca mais quero ver o rosto desta vadia na minha frente.

    O motorista concordou e eu apenas chorei durante todo o caminho para fora de Dublin. Para a minha família eu era apenas uma vadia, pois eu tinha dormido com o meu namorado e isso era inadmissível para os Bruman, relações sexuais apenas depois do casamento.

    — Eu só queria que eles me amassem. – Sussurrei abraçando-me enquanto fungava. — Para eles eu sou apenas uma decepção desde o meu nascimento.

    — Está tudo bem senhorita? – Perguntou o motorista me encarando e eu apenas concordei. — Precisa que eu pare em algum lugar para a senhorita se recompor antes de seguirmos.

    — Não. – Respondi limpando o meu rosto. — Papai irá ficar furioso se você descumprir as suas ordens, não quero que se prejudique por minha causa.

    Ele suspirou e me entregou um lenço e eu agradeci me encolhendo no banco de trás e apenas fiquei encarando a paisagem mudar enquanto o carro seguia para o interior da Irlanda.

    Eu era a filha caçula da família Bruman, três anos mais nova que a perfeita Isabel a primogênita da família, minha irmã era a preferida, a filha perfeita, ela era bonita, talentosa, inteligente e nunca tinha dado desgosto aos nossos pais. Isabel era tipicamente irlandesas, cabelos ruivos, longos e lisos, pele alva com sardinhas pintando o seu rosto e uma beleza aristocrática, todos exaltavam a sua beleza e eu era apenas o patinho feio.

    Meus pais queriam um filho homem, para que o meu pai tivesse um varão para o substituir nos negócios, minha mãe perdeu cinco bebês entre o nascimento de Isabel e o meu.

    Quando eu nasci os médicos afirmaram que ela não poderia mais ter filhos e papai ficou furioso com a notícia, pois agora ele era pai de duas imprestáveis meninas e não teria ninguém para lhe suceder nos negócios, tudo que ele poderia fazer era arrumar bons genros que pudessem lhe suceder.

    Eu tinha puxado a família da minha mãe e isso irritava ainda mais meu pai, pois ele afirmava que eu não tinha o seu sangue, mesmo depois de mamãe ter feito um exame de DNA que comprovava as nossas ligações sanguíneas.

    Meus cabelos eram negros e por mais que eu quisesse os cortar, papai nunca deixou afirmando que eu iria ficar ainda mais feia de cabelos curtos, mulheres precisavam manter os seus cabelos longos para se diferenciarem dos homens, minha pele era alva como a da minha irmã, mas eu não tinha sardinhas e nem os seus traços aristocráticos, eu era baixinha e desajeitada, enquanto Isabel era alta e esbelta e durante toda a minha vida eu fui comparada a minha querida irmã.

    Enquanto os meus pais amavam e exaltavam Isabel e eu apenas jogada de escanteio, sendo criada pelas babás e apenas recebendo as migalhas de afeto em datas especiais, eles sempre deixaram bem claro quem era a preferida e que eu nunca iria conseguir competir com Isabel, pois eu não era nada para eles, apenas a criança que tinha estragado os seus sonhos de ter um filho homem.

    Eu me recusei a sair do carro quando o motorista saiu para fazer uma pausa, apenas fiquei ali dentro encarando o nada e pensando o que iria fazer da minha vida dali para frente, eu não tinha amigos que poderiam me ajudar, Josh tinha deixado bem claro que eu tinha sido apenas uma transa qualquer e eu não poderia voltar para a universidade, já que os meus pais já deveriam ter cancelado a minha matrícula. Acho que a única que me restava era realmente tia Brianna, o único problema era que ela morava no fim do mundo, nem a tecnologia tinha chegado naquele lugar.

    Ardmore era conhecida por ser uma pacata vila de pescadores, não tinha além de um velho pub e um hotel precário na beira do penhasco, nada que uma garota de 20 anos pudesse se interessar.

    — Nina! – Exclamou tia Briana quando eu saí do carro na frente do seu chalé. — Minha querida! Oh como eu senti saudades suas.

    — Eu também senti saudades titia. – Menti a abraçando, eu não queria magoar os seus sentimentos, principalmente por ela estar me acolhendo, se ela me expulsasse eu teria que morar embaixo da ponte. — Obrigado por me acolher.

    — Eu não poderia deixar a minha sobrinha preferida a mercê da própria sorte. – Disse ela sorrindo e passando o meu braço pelo meu ombro. — Seu pai está sendo duro demais com você, tenho certeza de que ele irá perceber o erro que está cometendo e logo você estará de volta a Dublin.

    — Papai não é alguém que volta atrás. – Sussurrei e ela apenas negou tentando me animar. — Tudo parece tão igual.

    — Eu gosto das minhas coisas exatamente no mesmo lugar. – Afirmou ela sorrindo, titia tinha TOC, ela odiava que mexessem nas suas coisas e as mudassem de lugar, por isso ela tinha se isolado no fim do mundo, para que ninguém a perturbasse. — Eu decorei o seu quarto, espero que você goste, meu chalé não é tão grande quanto a mansão dos seus pais, mas aqui não irá lhe faltar carinho e proteção querida.

    — Obrigado. – Agradeci.

    O quarto era do tamanho do meu closet na mansão e eu nem sabia como iria colocar todas as minhas roupas e sapatos dentro daquele guarda-roupa minúsculo, bem pelo menos eu não precisava me preocupar em sempre estar bonito, titia nunca recebia visitas.

    Ela me deixou sozinha falando que eu deveria descansar depois da cansativa viagem e iria avisar os meus pais que eu tinha chegado bem. Como se eles fossem se importar com isso, com certeza deveriam estar dando uma festa por terem finalmente conseguido se livrar de mim.

    Eu suspirei e comecei a tirar as minhas coisas de dentro das malas e arrumar da melhor maneira que eu consegui e mudei algumas coisas no quarto para ficar mais parecido com o meu estilo e depois me joguei na cama, eu estava tão cansada que devo ter acabado pegando no sono e acordei apenas no dia seguinte, com o sol batendo no meu rosto e eu apenas resmunguei enfiando o meu rosto no travesseiro, mas isso não fez com que o sono voltasse e tive que me levantar.

    Peguei uma muda de roupa dentro do guarda-roupa e peguei a minha toalha de banho e a necessaire e saí do quarto na direção do banheiro, as minhas mordomias realmente tinham acabado, dividir um banheiro com tia Briana era o fim do mundo.

    Tomei um banho demorado e fiz a minha higiene pessoal antes de sair do banheiro e descer as escadas.

    — Bom dia querida. – Saudou titia sorrindo, ela estava toda suja de terra, parecia que estava brincando na lama. — Como algo e venha me ajudar no jardim, as chuvas da semana passada acabaram com as minhas flores, coloque um chapéu, o sol está quente não queremos que queime a sua pele sensível.

    — Bom dia. – Cumprimentei-a ainda tentando processar toda aquela falação pela manhã. — Eu não entendo nada de plantas titia, acho melhor me manter longe das suas preciosas flores, não quero acabar as matando por um descuido.

    — Não se preocupe, eu cuidarei para que isso não aconteça. – Afirmou ela sorrindo. — Vamos, vamos o dia já começou a muito tempo, a senhorita que é preguiçosa e acordou apenas com o sol a pino.

    Resmunguei e tomei o meu café, limpando tudo em seguida e peguei um chapéu que estava atras da porta, eu não queria que titia pensasse que eu não queria a ajudar.

    Mexer com adubo era terrível, eu iria passar horas para conseguir tirar a sujeira de baixo das minhas unhas além do sol estar tão forte que eu estava toda suada mesmo depois de ter tomado banho.

    Agradeci quando titia falou que eu poderia descansar um pouco que ela iria entrar para fazer o nosso almoço e eu apenas me joguei na única sombra que tinha na varanda no chalé e passei o meu antebraço pela testa tirando o excesso de suor.

    E os dias se passaram assim, no final da primeira semana que já estava entediada, não aguentava mais ver flores ou comer a mesma coisa e nem mesmo as idas ao pub da vila me animavam, já que só tinham crianças correndo e casais se divertindo entre si, não havia ninguém com quem conversar ou qualquer tecnologia que pudesse me informar sobre o mundo exterior, apenas uma velha televisão que estava sempre conectada em algum canal de esportes e como titia odiava eletrônicos não havia nada de interessante no chalé para alguém da minha idade fazer.

    — A biblioteca está cheia de livro. – Falou titia em uma tarde de segunda-feira, o dia estava chuvoso e frio e eu estava sentada em uma das poltronas com uma xicara de chá nas mãos, eu estava parecendo uma velhinha de 80 anos, só faltava ter linhas e agulhas nas minhas mãos. — Por que você não vai lá e procura algo para ler? A antiga dona do chalé era uma leitora assídua, sua coleção vai de clássicos a literatura moderna, eu não fui capaz de me desfazer dos livros.

    — Eu não gosto de ler titia. – Afirmei colocando a minha xicara sobre a mesa de centro. — Eu queria um celular e internet, algo que pudesse me informar das novidades do mundo, eu estou tão entediada.

    — Não há isso em Ardmore querida. – Lembrou-me ela e eu apenas bufei. — Na verdade, a única casa onde há internet é na mansão dos Walsh no alto do penhasco, mas eles não recebem visitas.

    — Uma mansão? – Perguntei a encarando. — Como eu posso entrar lá?

    — É impossível, ela é cercada por seguranças. – Respondeu titia e eu revirei os meus olhos. — A senhora Walsh mora na casa sozinha e seu filho é muito precavido com a sua segurança por ela ser uma senhora de idade, mas ela nunca recebe visita dos visitantes locais, todos falam que ela é uma bruxa, as poucas pessoas da vila que entram na mansão são as empregadas, mas elas não podem divulgar nada, é obrigado a assinar um contrato de confidencialidade para trabalhar com ela.

    — Bruxaria não existe titia. – Falei revirando os meus olhos, eu não sabia como aquelas pessoas ainda acreditavam naquelas coisas. Aquela vila viva no século XVII. — Irei para o meu quarto, não se preocupe comigo, você pode sair para jogar o seu carteado com as suas amigas eu irei ficar bem sozinha.

    Ela sorriu e concordou e eu levei a minha xicara para a cozinha e a lavei e subi para o meu quarto, me joguei na cama e fiquei apenas encarando o teto em um tedio total, tudo que eu queria era voltar para a civilização.

    Titia bateu na porta do meu quarto para informar que estava saindo para o seu carteado e eu apenas concordei.

    Saí do quarto quando a minha barriga roncou e abri a geladeira vendo que tinha algumas sobras do almoço e esquentei, jantei e coloquei comida para perola ou ela morreria de fome, titia sempre esquecia de colocar a ração da pobre gatinha.

    Me joguei no sofá da sala ainda entediada e resmunguei levantando-me e indo até a tal biblioteca, o local era tão limpo que eu me espantei, titia realmente gostava daqueles livros.

    Passei os meus dedos pelas prateleiras em busca de algo que pudesse chamar a minha atenção, puxei um livro qualquer sabendo que ele não iria chamar a minha atenção e me joguei em uma das poltronas.

    Mas, eu estava enganada, aquele livro era muito mais interessante do que eu poderia imaginar, falava sobre a história de uma garota mimada do século XIX, que odiava o cunhado da sua irmã e acaba se casando com ele, passei quase toda a noite lendo o livro, ele me prendeu de uma maneira que eu não esperava.

    — Parece que você se interessou por Jane Austen. – Comentou titia assustando-me, eu nem tinha a escutado chegar de tão concentrada que eu estava. — Já está tarde querida, vá dormir.

    — Só mais um capítulo e eu já irei titia. – Prometi e ela apenas deu uma risada. — Prometo que não irei passar a noite lendo, eu estava apenas esperando a senhora chegar, não é seguro uma mulher andar sozinha a esse horário.

    — Meu bem, nós não estamos em Dublin, Ardmore é segura. – Afirmou ela e eu apenas dei de ombros, eu tinha as minhas dúvidas, nenhum lugar era tão seguro quanto ela afirmava. — Não passe a noite lendo, amanhã terá um Cieli no pub, você irá adorar é uma tradição da vila, todos estarão presentes.

    Concordei e ela saiu da biblioteca e eu continuei lendo e parei apenas quando terminei o livro, iria pegar outro, mas olhei pela janela e vi que o sol estava nascendo, titia iria me matar se soubesse que eu tinha passado a noite inteira lendo.

    Saí da biblioteca silenciosamente e fiz o caminho até o meu quarto a passos lentos e silenciosos e me joguei na cama.

    Devo ter dormido apenas algumas horas antes de titia me chamar falando que nós precisávamos preparar o que nós iriamos levar para o cieli, segundo ela isso era uma reunião que os moradores da vila faziam sempre que queriam festejar algo.

    Titia fez vários das suas empanadas de frango e elas eram deliciosas, eu as comeria todos os dias se elas não engordassem tanto.

    Eu a ajudei colocando nas forminhas e depois nos recipientes que ela tinha reservado para levar e depois ela mandou com que eu fosse me arrumar e tomar banho ou nós iriamos nos atrasar e ela tinha prometido para algumas moradoras que iria as ajudar com decoração do lugar.

    Eu tomei um banho demorado e depois coloquei um vestido soltinho e um tênis, eu não iria me arrumar para ir ao pub da vila, nem ao menos tinha alguém especial para ver a minha produção.

    Trancei os meus cabelos e passei uma maquiagem leve antes de sair do meu quarto e ver que titia estava a minha espera na sala.

    Lhe ajudei a colocar as coisas no carro e nós seguimos até o pub, eu me sentei em uma das cadeiras e fiquei encarando as pessoas rirem e se divertirem juntas, se eu tivesse cinco anos a menos, eu poderia me divertir ali, mas tudo que eu queria naquele momento era uma balada e alguma bebida quente e cara que não tinha naquele pub.

    — Você não parece estar se divertindo. – Comentou titia e eu apenas sorri negando, eu não queria a magoar, ela estava fazendo tanto por mim que eu precisava pelo menos fazer aquilo por ela. — Oh! A banda está precisando de uma violinista, pelo que eu me lembro seu pai fez você aprender violino por anos.

    — Não! – Exclamei se tinha algo que eu tinha mais terror do que papai era do público, eu odiava quando as pessoas ficavam me encarando fixamente. — Desculpe-me titia, mas isso não irá acontecer, acho que você se lembra do desastre que aconteceu quando papai tentou me exibir naquele jantar, irá acontecer a mesma coisa se eu subir naquele palco e tentar me apresentar.

    — Você quem sabe querida. – Falou ela sorrindo e beijando a minha testa carinhosamente. — Mas, se quiser estamos todos prontos para lhe ouvir.

    Eu concordei e sorri e ela beijou novamente a minha testa antes de se afastar, eu terminei de beber a minha cerveja e saí um pouco, aquele lugar estava tão abafado que eu estava suando.

    Senti a brisa suave bater no meu rosto e fechei os meus olhos antes de encarar em volta e ver uma senhorinha sentada no banco do lado de fora, me aproximei dela preocupada.

    Eu não sabia se poderia lhe abordar e esperei alguns minutos para ver se ela notava a minha presença, mas como isso não aconteceu eu resolvi me meter na sua vida apenas para saber se estava tudo bem.

    — A senhora está bem? – Perguntei tocando o seu ombro e ela me encarou sorrindo. — Precisa de algum tipo de ajuda? Eu posso chamar alguém da sua família.

    — Tão gentil! – Exclamou ela sorrindo e batendo levemente na minha mão. — Não se preocupe querida, estou apenas esperando o meu motorista, ele já deve estar chegando.

    — Posso esperar com a senhora? – Perguntei sorrindo e ela concordou e eu me sentei ao seu lado. — Oh! Que falta de educação a minha nem me apresentei, eu sou Nina, Nina Bruman.

    — Gwen. – Apresentou-se ela sorrindo e eu apertei a sua mão. — Gwen Walsh.

    CAPÍTULO DOIS

    NINA BRUMAN

    UMA SEMANA DEPOIS:

    Como assim você foi convidada para tomar chá com a senhora Walsh? – Perguntou titia e eu apenas dei de ombros virando a página do meu livro. — Nina!

    — Ela me convidou porque eu fiquei esperando o motorista com ela no dia do Cieli. – Contei-lhe sem tirar os olhos da página. — Ela apenas foi gentil titia, não pretendo ir até lá, eu sei que a senhora não se sente confortável em não saber o que acontece na mansão.

    — O motorista está aí na porta. – Avisou ela e eu arregalei os meus olhos fechando o livro e lhe encarando. — Segundo ele, a senhora Walsh está lhe esperando para o brunch. Vá, não quero ninguém falando que você foi descortês.

    — Mas.... – Tentei argumentar, mas ela apenas tirou os livros da minha mão e colocou as mãos na cintura me encarando furiosamente.

    — Agora menina. – Mandou-a. — Eu não quero as pessoas falando que você foi mal-educada com a senhora Walsh, você não sabe como é a língua desse povo, eles adoram fofocar sobre a vida alheia.

    Ela me empurrou até a porta onde o motorista da senhora Walsh estava me esperando e ele abriu a porta do carro para que eu entrasse e eu agradeci antes de me acomodar dentro do carro.

    A viagem foi rápida e eu arregalei os meus olhos quando entramos na mansão, aquele lugar era praticamente uma fortaleza, havia tantos seguranças que eu estava pensando no que eles faziam naquela mansão para ela ser tão protegida.

    Desci do carro e caminhei até a porta apertando a campainha e uma das empregadas abriu a porta, ela me acompanhou até o jardim onde a senhora Walsh estava me esperando.

    — Minha menina! – Exclamou ela sorrindo e batendo na cadeira ao seu lado. — Venha sente-se, estou feliz em finalmente ter uma companhia agradável, todos dentro dessa casa me tratam como uma invalida.

    — Olá senhora Walsh. – Saudei sorrindo e sentando-me. — Espero que não esteja magoada por eu não ter vindo antes, mas todos comentam que a senhora não recebe visitas.

    — Esse povo, adora inventar mentiras. – Resmungou ela e eu apenas dei um sorriso. — Tudo culpa daquele ser demoníaco que o meu filho chama de esposa, deveria ter me livrado dela quando tive a oportunidade, pelo menos assim ela não teria me isolado nesse lugarzinho pacato.

    Eu arregalei os meus olhos, aquela senhora fofa estava começando a me assustar, eu deveria ter escutado titia e me afastado dela.

    — Desculpe-me querida, eu apenas não me sou bem com a minha nora, por isso voltei para Ardmore. – Falou ela sorrindo. — Assim eu tenho um pouco de paz, eu estou velha para viver em pé de guerra com alguém que tem idade para ser minha neta. Mas me conte como uma garota como você veio parar nesse lugar? Ardmore não é o lugar mais badalado do mundo.

    — Meus pais acharam que eu precisava de um tempo morando com minha tia. – Menti, eu não a conhecia para contar o que tinha acontecido. — A vila é um lugar peculiar.

    — Essa vila parou no tempo, meu filho teve problemas para trazer a tecnologia para esse lugar. – Resmungou ela e eu apenas dei uma risada. — Eu sei o quanto é irritante ficar isolada nesse lugar, me conte mais sobre você Nina, eu adoro ouvir histórias.

    Eu sorri e lhe contei mais sobre mim e eu a senhora Walsh, Gwen como ela pediu para que eu lhe chamasse, nós passamos a tarde inteira conversando e depois ela pediu para que o motorista me levasse até o chalé de titia.

    E eu voltei todos os dias, durante duas vezes, já era uma rotina passar as tardes com Gwen, nós conversamos, liamos e rimos, eu gostava da sua companhia, ela era uma pessoa culta e muito interessante, eu adorava ouvir as suas histórias.

    — Venha trabalhar para mim Nina. – Propôs ela na sexta-feira daquela semana e eu arregalei os meus olhos. — Meu filho está cismado de que eu preciso de uma assistente, ele realmente acha que eu estou invalida, você apenas me faria companhia, já que as empregadas têm muito o que fazer.

    — Você me pegou desprevenida Gwen. – Falei a encarando. — Eu realmente não estava esperando por isso, eu gosto muito da sua companhia, não quero que isso mude apenas porque você está me pagando um salário, por mais que eu preciso de dinheiro.

    — Minha menina eu não irei falar que isso pode mudar as coisas entre nós, pois eu sou muito rígida com os meus funcionários. – Sibilou ela e eu engoli a seco. — Mas, você é diferente, é uma companhia agradável, gostaria que o meu filho tivesse se casado com alguém como você e não com aquela bruxa.

    — Se o casamento do seu filho é tão ruim, por que ele não se separa? – Perguntei a encarando e depois cobri a minha boca, eu não deveria fazer aquele tipo de perguntas, era tão pessoal.

    — É complicado querida. – Respondeu ela. — Muito complicado, algo que eu não conseguiria explicar, tudo que eu posso lhe falar é que Aidan está ligado àquela mulher pelo resto da sua vida.

    — Eu entendo. – Afirmei. — Isso acontece em famílias tradicionais, minha irmã irá se casar nos próximos meses, segundo os meus pais será um casamento para o resto da vida.

    — Oh! – Exclamou ela fazendo uma careta e eu gargalhei. — Isso é tão arcaico, tenho pena da sua irmã, ela irá ser infeliz pelo resto da sua vida, famílias tradicionais me cansam, passei toda a minha vida segundo feliz com o meu marido e eu era a sua segunda esposa.

    — Segunda? – Perguntei a encarando com os olhos arregalados.

    — A amante. – Respondeu ela. — Patrick era casado quando nos conhecemos e nós nos apaixonamos, ele tentou persuadir os pais a não lhe casarem com a sua esposa, mas eles não aceitavam o nosso amor, eu era apenas a filha de pescadores, não tinha educação, nem dinheiro. Eu não aceitei ser sua amante quando ele me fez essa proposta, isso era escandaloso naquela época e eu neguei, era uma garota burra. Eu me casei com um pescador, estava com o coração partido e ele me consolou quando

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