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Destinada - A Ômega do Alpha
Destinada - A Ômega do Alpha
Destinada - A Ômega do Alpha
E-book288 páginas4 horas

Destinada - A Ômega do Alpha

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Sobre este e-book

Tragédias mudam pessoas, principalmente quando se é a única sobrevivente e precisa viver todos os dias com aquelas memórias que perturbam o seu coração e a sua mente.Zuri foi a única sobrevivente da sua matilha, ela viu todos serem dizimados sem poder fazer nada para os ajudar e agora a instável ômega vive sozinha e solitária em uma pequena vila na Turquia, longe de qualquer coisa que pudesse lhe lembrar do passado.Matilhas são cruéis com estrangeiros, principalmente com uma ômega solitária e sem quaisquer parentes vivos para a proteger. Mas, eles que estavam invadindo o seu local, ela havia chegado primeiro e não iria renunciar à sua paz por eles, nem mesmo por aquele alpha de enormes olhos cor de âmbar que estava confundindo os seus pensamentos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de fev. de 2023
ISBN9781526074256
Destinada - A Ômega do Alpha

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    Destinada - A Ômega do Alpha - Nadine Lima da Silva

    PRÓLOGO

    Zuri Malif

    Anos Atrás:

    Sangue, gritos, choro e estrondos, isso machucava os meus ouvidos, coloquei as mãos com mais força tentando abafar tudo aquilo, papai tinha mandado que eu ficasse ali e não saísse de maneira nenhuma do meu esconderijo, pois, ali eu estaria segura e ninguém iria conseguir me machucar, eu só poderia sair dali quando tudo acabasse e ele viesse me buscar.

    Eu era filha de um alpha, o alpha mais poderoso que já existiu, mas, por ser a quinta filha e a única mulher, eu tinha nascido uma ômega, frágil e delicada que precisava ser protegida por todos.

    "Você não pode sair. - Avisou Kitty fazendo com que eu colocasse as minhas mãos com mais força nos ouvidos para não tentar ouvir aquilo, eu precisava ajudar, eu não poderia ficar ali e deixar com que eles sofressem sozinhos. Lembra-se do que o humano falou, você precisa ficar aqui protegida."

    "Eu não aguento mais ouvir esses barulhos. - Choraminguei apertando as minhas mãos com mais força. Tome o meu ligar Kitty, não deixa com que eu faça nenhuma besteira, papai irá ficar furioso se eu fizer algo que me coloque em perigo."

    "Não reclame depois que você não irá se lembrar de nada. - Resmungou ela. Estou apenas fazendo as suas vontades, humana."

    Eu sabia que não deveria pedir aquilo para Kitty, mas, eu iria enlouquecer se continuasse a escutar aquelas coisas e ela era muito mais centrada do que eu e iria conseguir agir com aquilo de uma maneira melhor. Choraminguei quando ela me nocauteou tomando o meu lugar e quando eu voltei a mim tudo estava em silêncio, um silêncio absurdo e muito assustador.

    Esperei alguns minutos para ter certeza de que não havia mais ninguém ali e apenas abri uma fresta do alçapão onde eu estava e quando percebi que realmente não havia ninguém ali pulei para fora do local.

    "Tome cuidado, isso pode ser apenas uma armadilha." - Bradou Kitty e eu peguei uma das adagas que tinha escondida no meu quarto, papai sempre me orientou a ter algo de prata nas mãos caso eu fosse atacada, aquilo poderia matar humanos e vampiros. Deveria ter esperado com que alguém viesse nos tirar do esconderijo, está desobedecendo o humano.

    Papai está demorando, já estamos ali dentro a dois dias. - Retruquei apertando com mais força a adaga e dando passos vacilantes na direção da saída do meu esconderijo. Ele nunca demorou tanto, deve estar ocupado e se esqueceu de nós. Você sabe que ele é péssimo em se lembrar das coisas que não são ligadas a matilha.

    Apenas mantenha-se em alerta. - Mandou-a antes de sumir deixando sozinha.

    Abri a porta e saí do local onde eu estava escondida e caminhei pela sala sentindo o meu coração palpitar loucamente enquanto eu sentia as minhas pernas fracas e as lágrimas deslizarem pelos meus olhos.

    — Mamãe. - Chamei virando o seu corpo e vendo que o seu rosto estava totalmente deformado e coloquei as minhas mãos na boca. — Papai!

    Mortos todos estavam mortos, corpos trucidados e jogados ao relento, as casas pegando fogo e totalmente destruídas, crianças, adolescentes, adultos e idosos, todos mortos enquanto tentavam proteger as nossas terras o nosso lar. Não tinha restado nada, nada além de corpos e destruição.

    Coloquei as mãos na minha cabeça e senti as minhas pernas fraquejarem sentindo as lágrimas deslizarem pelos meus olhos e eu gritei de dor, gritei até perder a minha voz e sentir as lágrimas das chuvas caíram pelo meu corpo, eu não tinha mais nada, eu não tinha ninguém e eles deveriam ter me matado junto com o meu povo, pois, eu não merecia estar viva. Eu não merecia!

    CAPÍTULO UM

    Zuri Anderson

    Dias Atuais – Capadócia - Turquia:

    — Senhorita Zuri! - Exclamou a senhora Zarifi me encarando e eu sorri acenando com a mão. — Faz dias que eu não lhe vejo menina, deveria interagir mais com as pessoas, se continuar desse jeito não irá conseguir um marido nunca.

    — Acho que eu não nasci para ter um marido senhora Zarifi. - Falei vendo-a fazer uma careta e eu apenas sorri. — Irei buscar a sua encomenda, precisa de mais alguma coisa?

    — Não, minha querida. - Respondeu ela e eu sorri voltando para dentro de casa e pegando os óleos e as velas aromáticas que ela tinha pedido. — Me desculpe a demora, mas, algumas ervas demoraram para chegar dessa vez.

    — Meu bem, eu esperaria o tempo que fosse pelos seus óleos. - Garantiu ela sorrindo e apertando as minhas mãos. — Eles são a salvação das minhas dores, Sila me disse que logo irá colocar mais alguns na loja, mas, eu prefiro vir pessoalmente, apenas para poder ver esse rosto bonito.

    — Venha sempre que quiser. - Falei a encarando sorrindo, a senhora Zarifi era uma das únicas senhoras que não me encaravam com os olhos tortos e falavam pelas minhas costas. — Quer entrar e tomar um chá? Consegui uma ótima remessa de flores de tília, excelentes para fazer um chá.

    — Menina, não me tente. - Falou ela sorridente. — Meu filho está voltando da capital essa noite com alguns amigos que estão interessados em comprar aquela parte da cidade que mulheres solteiras não devem frequentar, parece que eles querem revitalizar a cidade. Meu Boran está nas nuvens com isso, mas, eu voltarei amanhã para tomar um chá com você.

    — Esperarei ansiosamente. - Garanti sorrindo e pegando o dinheiro quando lhe entreguei as sacolas e esperei com que ela se distanciasse antes de fechar o portão.

    Tranquei todos os trincos e andei pelo pátio me sentando no meu pequeno sofá e encarando os balões, naquela época do ano todos os turistas estavam na região para fazerem o famoso passei, peguei a minha xícara de chá e despejei o conteúdo quente levando até os meus lábios e o bebendo lentamente.

    Depois de anos vagando pelo mundo sozinha, remoendo a minha tristeza, eu realmente tinha me encontrado na Turquia, por mais que fosse um país muito rígido em relação as mulheres, ali eu tinha conseguido construir um lar, longe de qualquer lembrança que pudesse me remeter ao passado. Sem humanos que sabiam sobre a minha verdadeira natureza, sem florestas para despertar a minha loba e sem qualquer inimigo natural que pudesse me fazer mal.

    Eu tinha comprado uma pequena casa em um bairro tranquilo e familiar e por isso as pessoas me olhavam de um modo estranho, já que não era comum para ninguém mulheres da minha idade estarem solteiras e morarem sozinha, principalmente em uma vila pequena como aquela, mas, eu já tinha me acostumado com os olhares severos e desgostosos, mas, eu já estava tão acostumada com eles que nem ligava para isso.

    Eu me mantinha da fabricação caseiras de óleos, velas e chás, eu tinha aprendido aquilo com mamãe, ela era maravilhosa naquele tipo de coisa e os meus óleos faziam muito sucesso entre os turistas e os locais, aqueles que tinham medo de entrarem em contato direto comigo compravam os óleos na loja local que eu mantinha, Sila que geria o local, ela era a única humana que eu poderia chamar de amiga e como eu não gostava de interagir com as pessoas e ficar isolada no meu lar, ela era muito mais do que apenas uma amiga, era uma sócia, já que sem ela eu não teria como vender as minhas coisas, já que para mim era impossível passar o dia inteiro em uma loja sorrindo para humanos sem ter lembranças do passado, no fundo eu ainda era apenas aquela pequena ômega cheia de traumas que preferia o seu casulo.

    Mesmo com o calor que fazia naqueles meses, as noites sempre eram frias na Capadócia, puxei uma manta sobre as minhas pernas e fiquei encarando o céu, a lua estava crescente naquela noite, linda e deslumbrante no céu, cercada pelas estralas mais bonitas que poderiam existir, suspirei e larguei a minha xícara na mesinha.

    "Isso não é nem um pouco parecido com o céu da nossa terra." - Comentou Kitty fazendo com que eu fechasse os meus olhos, eu estava conseguido a controlar por tempo demais, eu sabia que ela iria sair a qualquer momento e encher o meu saco com as suas alfinetadas, já que minha loba não gostava nem um pouco do nosso novo lar, segundo ela, aquele lugar era árido e sem arvores onde ela poderia correr livremente e ter contato com a natureza. Deveríamos voltar para casa, reivindicar as nossas terras e sermos felizes sem termos que nos esconder como fugitivas, nós não somos fugitivas, não fizemos nada de errado.

    "Não irei discutir esse assunto com você novamente Kitty. - Avisei dando um longo suspiro e fechei os meus olhos ouvindo-a rosnar nos meus pensamentos. Você deveria estar feliz por não estar sendo perseguida e não rosnando nos meus pensamentos e fazendo pedidos impossíveis."

    Você não deveria ter vindo para esse final do mundo e sim ter procurado por uma matilha que aceitasse nos aceitar, nós somos lobas, gostamos de viver em bando e não solitárias. - Reclamou ela e eu apenas balancei a minha cabeça negativamente, eu não sabia o motivo de ainda discutir com Kitty sobre aquele assunto. "Ou estar atrás de um lobo que possa nos proteger, um companheiro, eu quero filhotes, eu preciso de filhotes, você está ficando velha e logo não poderá mais ter filhotes."

    "Pois, contente-se com em viver apenas comigo, pois, eu não irei correr atrás de homem nenhum, seja homem ou lobo. - Rosnei levantando-me e revirando os meus olhos. E nem irei embora, então é melhor você se acostumar com a Capadócia, pois, eu não tenho intenção nenhuma de sair dessa cidade ou desse país. E isso é um assunto encerado."

    Bloqueei os meus pensamentos para que ela não continuasse a gritar nos meus pensamentos e me deixando ainda mais maluca. Eu já tinha pensado em buscar por outra matilha, mas, ninguém aceitava uma ômega fraca e sem matilha, eu era tratada como uma pária, uma loba que tinha sido rejeitada pela sua matilha e que não serviria para nada.

    Depois de várias rejeições até mesmo de pessoas que eu pensei que me acolheriam eu apenas vaguei pelo mundo com o pouco dinheiro que eu tinha conseguido juntar com alguns trabalhos que fiz, corri os quatro cantos do mundo para conseguir achar um local que me parecesse com uma casa e apenas ali naquela pequena vila que eu realmente senti que poderia ter um lar e seria ali que eu iria morrer, já que depois da tragédia com a minha matilha eu nunca deixaria com que Kitty saísse e vivendo como humana dentro de algumas décadas eu iria morrer como uma e encontrar com os meus familiares no outro mundo.

    Devo ter tirado um cochilo no sofá e acordei suando depois ter um mais um daqueles malditos pesadelos, mesmo depois de tantos anos eu ainda conseguia ouvir as pessoas me culpando por não ter feito nada para as proteger. Respirei fundo e andei pelo meu quintal vendo que as damas da noite estavam florescendo, trabalhar iria fazer com que eu parasse de pensar besteiras, pelo menos pelas próximas horas.

    Peguei a minha cesta e a minha tesoura de poda e comecei a retirar as florestas que já tinham desabrochado, damas da noite tinham um cheiro peculiar e era ótimas para serem misturadas nos óleos aromatizantes e nas velas.

    Depois de as podar eu as levei até o meu pequeno laboratório e comecei a separar as flores que ainda precisavam ser ressecadas e coloquei-as em uma bandeja especial perto da janela onde elas iriam pegar mais sol durante o dia e desidratariam naturalmente, já que eu não usava ingredientes industrializados nos meus produtos.

    Peguei o meu almofariz e algumas framboesas frescas que eu tinha comprado no mercado naquela manhã e depois a coloquei em na peneira para extrair todo o extrato e deixei com que ele ficasse descansando para ficar mais consistente enquanto fazia a mistura para as velas, além do aroma ser delicioso e extrato de framboesas acalmava o ambiente e deixava as velas com uma cor mais viva do que qualquer corante artificial que eu poderia utilizar.

    Passei o resto da noite apenas trabalhando nas minhas velas, já que Sila tinha me informado que o estoque estava acabando e ela iria precisar de mais remessas naquela semana. O sol estava começando a nascer no horizonte quando eu terminei de preencher a última forma com o líquido quente, agora eu precisava deixar com que elas ficassem secas para poder as desenformar e colocá-las nas suas embalagens.

    Saí do laboratório depois de ter certeza que eu tinha desligado tudo e segui até o meu quarto, tomei um banho demorado e antes de me deitar enchi o pote da gatinha que vivia pulando o murro, eu sabia que ela vinha comer todos os dias, mas, ela nunca ficava para que eu pudesse a ver. Suspirei e me deitei na cama me enrolando nas cobertas e tapando os ouvidos antes de fechar os meus olhos, eu só precisava de duas horas de sono sem pesadelos para descansar o meu corpo, nada mais do que aquilo.

    Quando eu percebi que não conseguiria dormir, abri a minha gaveta e peguei dois comprimidos jogando-os na boca e tomei um gole de água, meu corpo precisava de descanso e por mais que eu não gostasse de recorrer aos malditos ansiolíticos, aquele era o único modo de fazer com que eu dormisse sem ter que me preocupar com os pesadelos, já que aqueles remédios realmente me nocauteavam de uma maneira única.

    Acordei no meio da tarde sentindo o meu corpo mais relaxado que o normal, levantei da cama ainda meio grogue por conta dos remédios e fui até o banheiro e fiz as minhas higienes pessoais antes de voltar para o quarto. Abri o meu guarda-roupa e tirei de lá um macacão e um hijab e me vesti rapidamente, não era bem-visto uma mulher sair mostrando a sua pele.

    Como eu iria sair coloquei uma blusa de mangas compridas por baixo do meu macacão e o meu lenço, já que mulheres deveriam se mostrar o menos possível. Peguei a minha bolsa e saí de casa na direção da feira, naquele horário deveria estar mais tranquilo e apenas por isso eu estava saindo de casa e por não ter nada dentro dos armários.

    Caminhei por entre as barracas comprando o que era realmente preciso, quando você morava sozinha e não recebia muitas visitas não era viável ter muita comida em casa para acabar estregando e ir fora. Comprei também algumas ervas que estavam faltando no meu estoque e voltei para casa rapidamente.

    Cortei algumas frutas e fiz um chá novo e acabei comendo apenas aquilo antes de voltar para o laboratório para ver como estavam as velas que eu tinha feito naquela noite e ainda precisariam de pelo menos dois dias para ficarem prontas e peguei uma caixa grande e me sentei na cadeira começando a colocar a etiqueta dos francos de óleos e os coloquei ali organizados de maneira com que Sila não tivesse problemas em os achar, quando terminei com os fracos eu fiz o mesmo procedimentos com os chás e as velas, levando as três caixas para o meu terraço e colocando-as ali e peguei o tablet, por mais que eu não gostava de mexer com aqueles equipamentos eletrônicos, mas, eu precisava encomendar alguns ingredientes que só eram vendidos em Istambul, eu poderia pedir para que os viajantes fizessem aquilo por mim, mas, era tão mais prático fazer o pedido pela internet, pelo menos assim eu não teria problemas com suas esposas que sempre pensavam que eu estava tentando alguma coisa com eles.

    Batidas no portão fizeram com que eu colocasse o tablet sobre a mesinha e me levantasse e verificasse quem era no olho mágico antes de abrir o portão.

    — Pensei que você iria me deixar esperando por muito tempo. - Reclamou Sila fazendo com que eu sorrisse e fechasse o portão depois que ela passou. — Essa barriga está pesando uma tonelada, não vejo a hora dessa criança nascer, assim eu poderia pelo menos voltar a enxergar os meus pés.

    — Não deveria se cansar tanto. - Avisei fazendo com que ela revirasse os olhos e se sentasse no sofá suspirando e eu lhe servi uma xicara de chá de romã, aquilo iria ajudar nas dores decorrentes da gravidez. — Eu já avisei que você deve contratar alguém em que confie para deixar a loja nessa reta final da gravidez.

    — Meu bem, o negócio só cresce sobre o olhar do dono. - Disse ela fazendo com que eu sorrisse. — Pelo menos é isso que meu querido pai sempre fala, então até eu parir irei ficar na nossa loja, já que nós somos sócias e você irá me substituir quando eu tiver que tirar um tempinho em casa.

    — Isso não irá acontecer. - Avisei bebericando o meu chá e recostando-me no assento do meu sofá. — Você sabe que eu sou péssima lidando com as pessoas e ficar na loja não é uma opção válida, eu prefiro continuar no escuro. Sua irmã não está voltando da capital, então coloque ela no seu lugar até ter condições de voltar.

    — Narin é apenas uma criança. - Resmungou ela cruzando os seus braços e eu sorri da sua postura emburrada. — Não iria conseguir lidar com o púbico constante que temos na loja, principalmente no verão além disso, ela é ainda mais tímida que você, sairia correndo assim que um dos turistas homens falassem com ela.

    — Pois, então contrate alguém que dê conta do trabalho, apenas não se canse demais. - Mandei a encarando. — Não quero que as pessoas fiquem achando que eu estou lhe explorando, eu já sou chamada de muitas coisas nessa cidade para me acusarem de estar explorando uma mulher grávida.

    — Você não consegue explorar um mísero mosquito, imagina a uma mulher grávida, acho que seria mais provável eu estar lhe explorando. - Falou ela e eu apenas balancei a minha cabeça negativamente. — Você parece ainda mais pálida do que na última vez que eu vim lhe visitar, deveria pelo menos tomar um pouco mais de sol quando estiver sozinha.

    — Eu prefiro a lua, ela pelo menos não queima a minha pele. - Avisei vendo-a rolar os olhos. — E você deveria tomar o chá antes que ele esfrie, irá achar você na retenção de líquido que acontece no final da gravidez, eu fiz uma caixa especial para você, é a colorida com um laço de fita a amarrando, beba todos os dias, isso irá fazer com que se sinta melhor.

    — Obrigado. - Agradeceu-a apertando a minha mão e eu apenas sorri. — Eu realmente não sei como as pessoas ainda chamam você de má, elas realmente não conhecem você para falar esses tipos de barbaridades.

    Nós ficamos conversando sobre como estavam a movimentação na loja e que os guias turísticos sempre tinham me passar por lá, pois, os turistas adoravam os nossos produtos.

    Ela ficou me fazendo companhia até que Aslan chegasse, ele colocou as caixas no carro e nos despedimos no sofá, Aslan era um homem tranquilo e como tinha estudado muitos anos fora do país não era tão conservador como todos os outros moradores da vila e não via problemas em a sua esposa trabalhar fora de casa.

    Suspirei e voltei para dentro e caminhei pela minha casa enquanto pensava em que tinha era hoje, eu tinha me esquecido completamente e não tinha preparado nada. Caminhei até a cozinha e comecei a fazer os preparativos e colocar tudo dentro de uma caixa e depois caminhei até o banheiro e tomei um banho sem qualquer tipo de material artificial, apenas para tirar todas as impurezas do meu corpo e coloquei uma roupa totalmente branca antes de colocar a minha capa negra sobre os meus ombros e o capuz na minha cabeça pegando a cesta e saindo sorrateiramente de minha casa.

    Eu sabia que mulheres não deveriam sair sozinha e principalmente naquele horário, mas, eu não podia deixar de honrar os meus, principalmente naquela data, caminhei por entre as ruas até sair da vila e caminhar na direção dos penhascos, aquele era o menor local para fazer as minhas oferendas sem que ninguém me perturbasse.

    Entendi a toalha e coloquei todas as comidas que eu tinha conseguido preparar no local e me sentei sobre as minhas pernas fazendo as minhas referências.

    — Desculpem-me por ter esquecido dessa data. - Pedi acendendo as velas e respirando fundo sentindo as lágrimas se acumularem nos meus olhos. — Eu não deveria ser tão relapsa em relação a isso, espero que me perdoem, prometo que no próximo mês eu irei fazer uma oferenda a altura de vocês.

    Fiz a minha referência e rezei na nossa língua natal enquanto sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

    "Tem alguém nos vigiando." - Avisou Kitty fazendo com que eu arregalasse os meus olhos e colocasse o capuz rapidamente escondendo o meu rosto, não era propício que alguém me visse ali. Um lobo macho, um alpha!

    Você está enlouquecendo não a alphas nessa região, não a matilhas na Turquia por isso eu escolhi esse lugar para viver. - Afirmei levantando-me e pegando as minhas coisas e colocando dentro da cesta. Está fazendo isso apenas para me assustar, assim eu farei as suas vontades e procurar outro lugar para vivermos, onde tenha uma floresta enorme onde poderá correr livremente.

    "Meu olfato nunca me engana humana." - Garantiu ela fazendo com que um arrepio percorresse o meu corpo. "Existe um alpha pelas redondezas e ele estava observando você, tenha cuidado, alphas costumam humilhar ômegas, principalmente se ela estiver sem proteção."

    Peguei as minhas coisas e corri na direção de casa sentindo o medo me consumir, se tinha um alpha pelas redondezas ele com certeza não estava sozinho, já que alphas nunca andavam sozinhos, eles sempre tinham uma matilha para gerir e se eles sentissem o meu cheiro com certeza eu iria ter que me mudar, já que começaria a ser perseguida pela minha própria espécie, já que ômegas eram sempre considerados uma maldição dentro da matilha por serem frágeis e sempre precisarem de proteção.

    Entrei em casa ofegante e tranquei todas as fechaduras antes de entrar no meu quarto e me enrolar nas cobertas como se aquilo fosse capaz de me proteger. Passei a noite inteira apenas encarando o nada e rezando para que Kitty estivesse errada e aquilo fosse apenas uma das suas brincadeiras de mal gosto para fazerem com que eu procurasse outro local para viver.

    O sol já estava entrando pelas cortinas quando batidas no portão fizeram com que eu me assustasse e me encolhesse ainda mais entre as minhas cobertas. As batidas não pararam fazendo com que eu tomasse um pouco de coragem e me enrolasse em um dos meus roupões e caminhasse na direção da porta vendo que era apenas a senhora Zariff que batia no portão.

    — Zuri! - Exclamou ela

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