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Etnologia indígena:  revitalização da identidade cultural e linguística Tupinikim do Espírito Santo
Etnologia indígena:  revitalização da identidade cultural e linguística Tupinikim do Espírito Santo
Etnologia indígena:  revitalização da identidade cultural e linguística Tupinikim do Espírito Santo
E-book253 páginas2 horas

Etnologia indígena: revitalização da identidade cultural e linguística Tupinikim do Espírito Santo

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Sobre este e-book

Este livro vem trazer uma revitalização histórica do povo Tupinikim, grupo indígena brasileiro pertencente à Nação Tupi, que, no século XVI, ocupava duas regiões do litoral do Brasil: o sul do atual Estado da Bahia e o litoral do atual Estado de São Paulo. Foi um dos grupos indígenas com os quais se deparou a esquadra portuguesa de Pedro Álvares Cabral, em 1500. Atualmente, habita terras indígenas no Município de Aracruz, no norte do Estado do Espírito Santo. Sua população é de 2.901 pessoas (SESAI, 2014). Assim, dá-se o processo de revitalização da língua (Tupi Antigo), da identidade e da cultura dos Indígenas da Comunidade Indígena Tupinikim "Pau Brasil", do Espírito Santo. O arcabouço teórico e metodológico se configura como multidisciplinar. A metodologia parte dos princípios das pesquisas do tipo etnográfico (ERICKSON, 1984, 1988; SOUSA, 2006); quantitativa e qualitativa (GUNTER, 2009; ALMEIDA, 2015).

Enfim, dar visibilidade a esse grupo indígena, uma vez que revelou a situação sociolinguística e ecolinguística em que a relação língua-comunidade e língua território precisa de atenção. Afinal, a língua portuguesa é a língua falada, sendo a língua (Tupi Antigo) nativa muito pouco falada. Em relação à questão territorial, os indígenas sofrem com a expansão da Aracruz Celulose, uma empresa brasileira líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto, o que traz danos irreparáveis ao meio ambiente.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de jan. de 2024
ISBN9786527003755
Etnologia indígena:  revitalização da identidade cultural e linguística Tupinikim do Espírito Santo

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    Etnologia indígena - Valdemir de Almeida Silva

    CAPÍTULO I METODOLOGIA: PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

    Este capítulo traz a metodologia e os procedimentos que possibilitaram a geração de dados adequados que favoreceram responder às questões de pesquisa, alcançar os objetivos, confirmar ou desconfirmar as asserções sobre a investigação a respeito da revitalização da identidade cultural e linguística dos Tupinikim de Pau Brasil, município de Aracruz do Espírito Santo. A pesquisa assume uma dimensão qualitativa visto a complexidade e a natureza sociocultural e pedagógica do estudo.

    1.1 CONFIGURAÇÃO METODOLÓGICA

    A pesquisa é qualitativa e se constitui como uma Etnografia Sociolinguística, tendo como fundamentação os estudos de Erickson (1984). Nesse sentido, é importante que se estabeleçam alguns critérios que possibilitaram sua execução. Primeiro, é necessário apresentar as perguntas da pesquisa, em seguida os objetivos e as asserções. Segundo Sousa (2006, p. 10-11), o pesquisador, ao entrar em campo, deve-se necessariamente perguntar: [...] o que pesquisar, qual o objeto de estudo, o que focalizar, o que observar?.

    No caso de nossa pesquisa, já nos encontrávamos em campo observando a cultura, a história, a relação com a língua do povo Tupinikim. Por isso, classificamos nossa pesquisa como Etnográfica, desde que estamos inseridos em seu contexto por muito anos. Nossa principal motivação para a realização dessa pesquisa foi a possibilidade de apresentarmos formas de revitalização da identidade cultural e linguística da comunidade em que vivemos, bem como contribuir para a articulação entre as demais comunidades indígenas Tupinikim de Aracruz, com a responsabilidade de produzir materiais didáticos, paradidáticos, etnográficos e sociolinguísticos para as escolas indígenas Tupinikim do Estado do Espírito Santo.

    Outro componente obrigatório de uma pesquisa científica tal qual esta que realizamos, são os objetivos. Segundo Almeida (2015), esses são pré-requisitos indispensáveis para qualquer pesquisa acadêmica, e se classificam em objetivos geral e específicos. Isso porque entendemos que o foco não está naquilo que o pesquisador vai realizar, mas o que ele pretende conseguir como resultado final de sua investigação. Afinal, os objetivos respondem às perguntas da pesquisa e norteiam as asserções, conforme orientações de Sousa (2006).

    No que diz respeito às asserções, estas, segundo Erickson (apud SOUSA 2006, p. 11), são proposições empíricas que o pesquisador pode levantar ao longo de sua pesquisa, isto é, durante todo o trabalho de investigação e construção das informações geradas pelos dados. Dessa forma, a configuração metodológica de nossa pesquisa situa-se no desenho:

    Perguntas-Objetivos-Asserções, conforme a figura a seguir.

    Fig. 1. Configuração da pesquisa

    Fonte: Elaboração do autor

    Como podemos perceber na figura acima, a pesquisa em sua configuração metodológica está disposta, responsivamente, de modo que as perguntas sugerem os objetivos que, por sua vez, permitam responder às perguntas. Já as asserções devem, necessariamente, serem confirmadas ou desconfirmadas ao longo da pesquisa, como esclarece Sousa (2006).

    Assim sendo, apresentamos os quadros 1 e 2 a seguir que descrevem, em responsividade, cada uma dessas categorias, a partir da seguinte pergunta de pesquisa: "Como se dá o processo de revitalização da língua (Tupi Antigo), da identidade e da cultura na Comunidade Indígena Tupinikim ´´Pau Brasil´´, do Espírito Santo?

    Quadro 1: Sequência metodológica I.

    Fonte: Elaboração do autor.

    Quadro 2: Sequência metodológica II.

    Fonte: Elaboração do autor.

    1.2 A PESQUISA: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

    A pesquisa configura-se como interdisciplinar, pois agrega diferentes procedimentos metodológicos, tais como pesquisa qualitativa, documental, exploratória, etnográfica e sociolinguística, além da aplicação de questionários. Vale ressaltar que também recorremos a tabelas quantitativas para ratificar a pesquisa e fortalecer a análise qualitativa.

    1.2.2 ETNOGRAFIA: PARA ALÉM DA PESQUISA NA PERSPECTIVA ETNOGRÁFICA

    A pesquisa aqui relatada caracteriza-se por seu teor etnográfico uma vez que descreve uma sociedade de minoria étnica numa comunidade indígena do estado do Espírito Santo, Brasil. Segundo Erickson (1988, p. 3), a etnografia:

    [...] Significa literalmente escrever sobre os outros. O termo deriva do verbo grego para escrita e do substantivo grego (ethnos) que se refere a grupos de pessoas que não foram gregos; por exemplo: társios, persas e egípcios. A palavra foi inventada no fim do século XIX para caracterizar cientificamente os relatos de narrativa sobre os modos de vida dos povos não ocidentais. Monografias etnográficas diferiam das descrições em livros que foram escritos por viajantes e que se tornaram populares entre os europeus ocidentais educados com um interesse no exótico. Relatos de viajantes foram vistos por antropólogos como incompletos e superficiais (ERICKSON, 1988, p.

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